Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano III    Nº31    Setembro 2000

 

Politécnico

PORTUGUESA INVESTIGA NA HOLANDA

Ciência sem fronteiras

Laura Ribeiro é cientista na Universidade de Amesterdão. Portuguesa, natural de Espinho, é um dos estudantes portugueses que conseguiu uma bolsa para prosseguir os seus estudos. Depois de se licenciar na Universidade de Aveiro, em Biologia, e de tirar o mestrado no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Laura Ribeiro é mais um jovem valor português no mundo da investigação, que parece ter cativado os especialistas holandeses. 

Actualmente, está a investigar a caracterização imunológica do cordão umbilical. Um estudo que aquela investigadora portuguesa considera importante, tanto mais que aquele tipo de sangue é já utilizado em operações em doentes com alguns tipos de cancro. Como refere, “antigamente as famílias eram grandes e não havia tantos problemas em arranjar uma medula óssea compatível. Hoje isso não sucede, e começa a existir falta de dadores. Os transplantes com o sangue do cordão umbilical são uma solução válida, pelo que hoje, em todo o mundo, já se fizeram cerca de 500 transplantes desse género”.

Laura Ribeiro forma com Marco van Eijkuma uma equipa luso-holandesa. Marco é também ele investigador e está a concluir o doutoramento na mesma área. Em Outubro vai investigar para um laboratório norte americano, em Amesterdão. E depois de perceber os mecanismos que regulam a selecção das células B, responsáveis pela produção de anti-corpos, aquele holandês, com uma costela quase portuguesa, vai estudar a comunicação entre as diversas células. “Nós temos as melhores armas para lutar contra as doenças, como o cancro, por exemplo. O objectivo é que o organismo consiga responder de forma eficaz às anormalidades registadas e repare os danos causados. No caso do cancro, se soubermos como é que as células se comunicam e fizermos com que o organismo reconheça as células más, pode-se estar perante uma terapia alternativa”. E assim vai sendo feita a investigação biológica ao mais alto nível, com mais uma cientista portuguesa entre os melhores da Europa.

Aos 28 anos, Laura Ribeiro pode considerar-se uma emigrante de sucesso, no País das tulipas. A viagem que deveria durar apenas sete ou oito meses, para concluir o mestrado na área da imunologia, prolongou-se mais tempo. O regresso a Portugal terá que ficar para outra altura. É que depois de concluir o doutoramento, vai continuar os estudos, na mesma área. “Gostaria de um dia poder voltar. Mas neste momento não há condições para lá prosseguirmos a nossa investigação. Para já vou fazer um pós-doutoramento, também na área da imunologia“, explica, enquanto salienta que só para o ano o seu doutoramento estará concluído. 

Laura Ribeiro lembra que a pergunta inicial do trabalho de doutoramento foi alargada. “Hoje não procuramos saber apenas porque razão as células do cordão umbilical reagem de maneira diferente das outras, mas também definir as características daquele sangue. O que será muito útil, pois permitirá sabermos como é que funciona os sistema imunológico das crianças, de forma a definir-se muito bem qual o tipo de vacinas mais eficaz”.

Para a investigadora portuguesa “no final do próximo ano haverá respostas concretas à investigação”. Laura Ribeiro lembra ainda que “estão a ser feitos estudos paralelos, que em conjunto poderão ser muito úteis para a cura de determinadas doenças, como o cancro”.

 

 

PROJECTO SALGUEIRAL

Histórias ao vivo

Salgueiral é um pequeno lugar a 3 Km de Vila Velha de Ródão, que é atravessado por uma única rua ladeada por algumas casas, a maioria das quais já desabitada ou abandonada. Percorrendo essa única rua encontramos os seus seis habitantes já idosos, que nos contam histórias, partilhando pedaços da memória das suas vidas. De repente ouvimos o riso das crianças que essas pessoas foram e que chegam até nós através das suas vozes.

Salgueiral um lugar que deu o nome e, não só, a um projecto de Manuela Pedroso, Margarida Pinto Coelho e Sara Dionísio, mas também o material necessário para fazer um documentário performativo no Verão de 1999. Projecto esse que voltou a ser apresentado no dia 10 de Setembro, num passeio ao final da tarde para assistir a uma “espectáculo” que recriou ao vivo histórias das pessoas que aí habitam. Produzido pelo CENTA este projecto juntou os seis habitantes de Salgueiral (com idades entre os 60 e 80 anos) cinco crianças e cinco adolescentes para viver de novo actos guardados na memória.

Os rostos ficaram gravados na objectiva de Luísa Ferreira que os fotografou a preto e branco e no seu verso a cores os ambientes e objectos que caracterizam quem aí está representado, como o poste de electricidade que dá energia à televisão da D. Maria, o cão da D. Helena, o olival que o Sr. António cuidou, a renda da D. Silvina ou a boneca da D. Palmira. São quarenta fotografias (50x40 cm) sobre alumínio aplicadas em suportes que as sustentam em pé junto à estrada que nos leva até ao Salgueiral. O lugar que ainda guarda pessoas autênticas com muitas histórias para contar. Numa viagem no tempo, nas memórias destas pessoas podemos a percorrer a única rua do Salgueiral e deixar que a vida dos seus habitantes nos entrem pelos olhos e ouvidos a dentro pondo outros sentidos em alerta à medida que continuamos embalados por uma representação da vida real contada em directo por quem realmente pode dizer “eu vivi “.

Cristina Ribeiro

 

 

 

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