LUÍS COSTA NÃO SE
RECANDIDATA
ESE vai a votos
O actual director da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, Luís Costa, não se recandidata às próximas eleições para a direcção, que se realizam em Abril. A decisão é irreversível e surge apesar de fazer um bom balanço do desempenho ao longo dos três anos, mas Luís Costa prefere não a justificar.
“A pergunta acerca das razões da minha não recandidatura assenta em dois pressupostos que, quanto a mim, não são muito correctos. Um é que a direcção da escola é um projecto fundamentalmente individual, o que não é bem assim. Outro, segundo o qual, o que há a justificar, são as razões de me não recandidatar. Ora, em termos dos estatutos, o que há que justificar são as
recandidaturas”.
Os estatutos postulam que, ao fim de três anos, devem ser apresentados os projectos que foram sendo desenvolvidos em termos de liderança e os que foram sendo desenvolvidos em termos de oposição. “A escola deve optar depois por uma continuidade da liderança ou por uma alternativa. O que tem que acontecer é a justificação da continuidade do meu projecto e a configuração de outros projectos alternativos”.
E até diz que poderia fazer sentido a apresentação a sufrágio. “Mas a liderança nunca é uma questão individual. E, em termos pessoais e individuais, o meu compromisso com as pessoas e com o conjunto daqueles que, institucionalmente, representavam este projecto, terminou. Nunca me comprometi por mais de três anos. Isso ficou claro para as pessoas que, desde o primeiro momento, me apoiaram”.
Em relação ao seu trabalho, Luís Costa lembra que “não foi nada fácil transitar dum regime de instalação de 15 anos caracterizado por uma liderança forte para um regime estatutário, em que os vários órgãos tiveram que ir assumindo as suas competências. Numa altura em que se fizeram reestruturações ao nível dessas competências, em que foram criados os departamentos”.
Neste momento, a estrutura da ESE está, em seu entender, em velocidade cruzeiro. “A escola tem todas as condições para avançar e o actual processo eleitoral é já também o testemunho da normalidade de funcionamento do regime estatutário”.
CRESCIMENTO. O ainda director considera que o crescimento em termos quantitativos não foi muito significativo. “No início do nosso mandato foram criadas as licenciaturas do Pré-escolar e do 1º Ciclo, o que obrigou a que os planos de estudos desses cursos passassem para quatro anos, e o aumento do número de alunos tem a ver com o desenvolvimento destes cursos“.
Mas fala de um desenvolvimento qualitativo interessante, nomeadamente ao nível da resposta à alteração dos planos de estudos dos cursos, que decorreu da alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo. “Faço um balanço de algum crescimento em termos qualitativos, ao nível da função primordial da escola, que é da formação de professores, ainda que alguns cursos não sejam direccionados nesse sentido”.
Luís Costa aponta a obrigatoriedade de licenciatura para os professores de todos os graus de ensino. “Logo ao início confrontámo-nos com a necessidade imperiosa de reestruturação dos cursos de formação de professores para o 1º Ciclo e de Educadores de Infância. Depois exigia-se a reestruturação de todos os outros cursos de formação de professores”.
Uma medida necessária, dado que os cursos assentavam uma lógica bi-etápica, com o Bacharelato a habilitar para o 1º Ciclo e a Licenciatura a habilitar para o 2º Ciclo. “Esta lógica bi-etápica deixou de ter razão de ser. Toda a escola se mobilizou no sentido da reestruturação, sem efeito até agora porque a regulamentação da Lei de Bases não saiu. Mas isso não é da nossa responsabilidade”.
As alterações propostas pela ESE tiveram em linha de conta as orientações do Grupo de Missão criado pelo Ministério para esse efeito, nas reuniões do qual estiveram alguns professores da ESE. “Propusemos cursos que rompiam com a lógica bi-etápica que existia anteriormente, embora continuássemos a fazer propostas de alguns cursos para termos professor bi-valentes, para o 1º e 2º ciclos”. Neste caso concreto estão propostas do curso de Português/História e Geografia e do de Matemática e Ciências da Natureza.
Outra proposta prevê a criação de uma licenciatura bi-etápica em Tradução e Secretariado, “que substituísse os cursos de bacharelato de Línguas e Secretariado, além do de Tradução e Relações Internacionais”. Mas, até hoje, “não houve qualquer resposta, excepção feita aos cursos de licenciatura do 1º Ciclo e Pré-escolar, que pertenceu a uma urgência do próprio Ministério. Em relação aos outros, não há qualquer tipo de resposta positiva”.
INFRAESTRUTURAS. Ao longo destes três anos, a ESE acabou por sofrer algumas alterações em termos da gestão de espaços, a qual culmina com a construção do pavilhão gimnodesportivo, que deverá estar concluído no final do ano lectivo.
Pelo caminho, além da necessária manutenção do edifício, da ligação em rede de todos os gabinetes de docentes e dos gabinetes à rede dos diferentes serviços, o director da ESE aponta a preparação para a ligação à futura rede do Politécnico.
O crescimento de alunos levou também à necessidade de mais salas. Uma das primeiras obras passou por criar uma sala, a actual sala de informática, reformulando um espaço de arrecadações e um gabinete. Foi também alargada uma sala para as reuniões do Conselho Científico, a de Experiências Pedagógicas.
As alterações não resolveram o problema. Era necessário um espaço melhor para a formação de professores de Educação Física, dado que inicialmente a escola não estava vocacionada nesse sentido. O pavilhão já estava previsto e assim continuou. Com a sua construção surgem três novas salas de aula, o que minimiza os efeitos do crescimento do número de alunos.
“Essas três salas resolverão esse tipo de problemas, não na plenitude, mas também não podemos prescindir dos espaços que temos”. Embora fale assim, reconhece que é natural que “a médio prazo, se as licenciaturas criadas forem de cinco anos, que aumente o número de alunos e terá de se fazer face a essa situação. Mas neste momento são incertezas e o alterar a estrutura física da escola é algo que demora tempo, como se vê com o pavilhão”.
Luís Costa não descura a necessidade de um crescimento futuro, mas lembra porém que as duas licenciaturas que pressupõem ambivalência poderiam ser de cinco anos, o que, se aumenta o número de alunos, obriga a uma redução da carga horária semanal, o que significa ter menos alunos na escola em cada momento. “Isso é previsível, desejável, e toda a documentação e os estudos apontam nesse sentido”.
Ainda ao nível de instalações foi criada uma sala de informática. “Houve também a preocupação com o bom apetrechamento de uma boa sala de informática. Nós conseguimos ter, neste momento, uma boa sala para o ensino da informática, que funciona também como laboratório multimédia e laboratório de línguas, o que permite uma utilização
multiusos”.
Já no ano passado, por proposta do Departamento de Ciências e porque as licenciaturas pressuponham a formação de professores para o 3º Ciclo, “era necessário um laboratório melhor equipado, pelo que se procedeu à sua restruturação”. Por alterar fica o espaço AT, o que terá de ficar para mais tarde, “pois não se poderia fazer tudo ao mesmo tempo”.
PROJECÇÃO. As relações externas da ESE mantiveram alguma continuidade e onde poderão ter mudado, ainda é cedo para fazer o balanço. “Ainda não temos um balanço significativo. Foi já no decurso deste mandato que começaram a sair os primeiros bacharéis em Línguas e Secretariado e em Tradução e Relações Internacionais”.
Ainda assim, as relações estabelecidas ao nível dos estágios superaram as expectativas. “Mas esse elemento ainda não introduziu um factor qualitativo adicional no relacionamento da escola com o meio envolvente. Não tenho neste momento a possibilidade de dizer se houve um crescimento qualitativo”.
No que continuou, e porque “a escola sempre foi aberta ao meio, o espaço da escola continuou a ser cedido para as mais diversas actividades do meio. Constantemente somos solicitados com as instituições com as quais temos protocolos, quer com outras instituições, para cedência de espaços e transportes”.
O plano de formação contínua também seguiu e foi aperfeiçoado este ano, “porque correspondia muitas vezes às disponibilidades dos professores e este ano o plano é coerente e lógico para os professores das escolas de área de influência da
ESE”.
PROFESSORES. Na óptica de Luís Costa, os últimos três anos não foram fáceis no que ao funcionamento interno da escola diz respeito. “Uma parte significativa dos nossos docentes foi dispensado das actividades lectivas para poderem concluir os seus doutoramentos, o que se repercutiu na vida interna da escola, mas também na relação com o meio mais alargado”.
Esses doutoramentos permitiram estabelecer uma relação mais directa com uma multiplicidade de universidades. Uma delas já vinha de trás, o que sucede com a Universidade de Nottingham, que permite o funcionamento de um mestrado daquela instituição nas instalações da
ESE”.
Logo de início entraram 14 professores do Conselho Científico em doutoramento ao abrigo do Prodep. Ao mesmo tempo, mesmo sem estarem ao abrigo do Prodep, muitos outros professores decidiram entrar em
doutoramento.
ENSINO SUPERIOR
Politécnicos do
Centro unidos
Os Institutos Politécnicos de Castelo Branco, Guarda, Viseu, Coimbra, Leiria, Tomar e Portalegre acabam de constituir a Associação dos Politécnicos do Centro. Um organismo há muito estudado por aqueles Institutos, que deste modo poderão apresentar programas comuns em diversas áreas.
A sede da Associação será em Castelo Branco e para já estão escolhidos os novos corpos sociais. Valter Lemos (na foto da esquerda), presidente do Politécnico de Castelo Branco, será o primeiro presidente da Associação. A direcção é ainda composta por José Alves, do Politécnico da Guarda, Nuno Oliveira (na foto da direita), de Portalegre, e de representantes de todos os outros Institutos. O cargo de presidente da Assembleia Geral será desempenhado por Pacheco Amorim, presidente do Politécnico de Tomar, enquanto que Carlos Ramos, responsável pelo Politécnico de Coimbra será o presidente do Conselho Fiscal.
Segundo o Ensino Magazine apurou, os estatutos daquela Associação já estão elaborados e a sua assinatura chegou a estar agendada para as comemorações do dia do Politécnico de Leiria, por se tratar do acontecimento mais importante a realizar no último mês entre os sete Institutos Fundadores. O que não chegou a acontecer, pelo que a escritura deverá ser assinada brevemente.
A nova Associação, de acordo com o seu presidente, Valter Lemos, vai permitir desenvolver “programas conjuntos, no âmbito, por exemplo, dos cursos de pós graduação, através da potenciação de recursos, projectos de investigação e a realização de operações coordenadas no âmbito dos Programas Operacionais da Região Centro”. O aparecimento da nova Associação, surge, no entender daquele responsável, “do desenvolvimento que os Politécnicos tiveram nos últimos anos e pela sua própria área de intervenção que é significativa. Acontece que há matérias que por si só cada uma das instituições tem dificuldades em resolver e que deste modo serão solucionadas”.
Com a nova Associação, o ensino superior politécnico na Zona Centro do país ganha uma nova força representativa de cerca de 25 mil estudantes que frequentam as escolas pertencentes àquelas instituições. Questões como a atribuição de cursos de pós graduação por parte dos Politécnicos, a integração das escolas superiores de enfermagem nos politécnicos, entre outros problemas que afectam o ensino superior politécnico em Portugal, passarão a ser também analisados por aquela associação.
Aquele organismo ficará sediado em Castelo Branco, para já nesta primeira fase, nos serviços centrais do Politécnico, mas não se exclui a hipótese de vir a ser instalado em outras instalações na cidade albicastrense. Para já, os corpos sociais escolhidos vão ter um mandato de dois anos. Um período onde vão ser analisados alguns dos aspectos mais importantes para o desenvolvimento do ensino superior politécnico no país, e em particular na zona centro do País, com a discussão pública da nova Lei Quadro do Ensino
Superior.
TIMOR
Ministério
recua
GUARDA E CASTELO BRANCO
Saúde
em debate
PORTALEGRE
Semana
Académica promete
30 MINUTOS COM JOSÉ
PIRES
Conselhos
locais
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