SOBRINHO TEIXEIRA
PRESIDENTE DO CONSELHO COORDENADOR DOS INSTITUTOS POLITÉCNICOS
Institutos
Politécnicos apostam em ensino a distância
e investigação


O presidente do Instituto Politécnico
de Bragança, Sobrinho Teixeira, foi reeleito por unanimidade, presidente
do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP).
A reunião realizou-se em Castelo Branco, no passado dia 29 de Outubro.
No entender daquele responsável, o “ensino superior politécnico está
forte para aceitar novas etapas e para ser mais últil ao país”. A
criação de centros de investigação aplicada é um dos objectivos de
Sobrinho Teixeira. “Essas estruturas serão constituídas por áreas
temáticas. Em cada área temática entrarão os politécnicos que estão mais
preparados para isso. Não é nossa intenção constituir centros por um só
instituto”.
Para Sobrinho Teixeira a criação desses centros são mais uma
oportunidade para o sistema politécnico. “A avaliação que essas
estruturas deverão ter é capacidade de interagirem com o meio
envolvente. Isto é, os centros deveriam ter mais financiamento quanto
maior for esse envolvimento, sobretudo com as empresas, autarquias,
instituições e sociedades civis”.
Sobrinho Teixeira definiu ainda como prioridade a implementação de uma
rede de ensino a distância no âmbito o CCISP, denominada e-politécnico
de ensino a distância.
No entender daquele responsável, o e-politécnico “é um projecto
inovador, já que todos os institutos politécnicos vão constituir-se num
consórcio, de forma a que cada instituição seja um ponto de contacto
para os estudantes. Além disso, através desse consórcio todos os
institutos darão apoio pedagógico e administrativo aos alunos que
estejam a tirar os seus cursos através do ensino a distância”.
Sobrinho Teixeira revela que com o e-politécnico, pretende-se ainda
exportar o conhecimento para os países da lusofonia. De resto, a
Lusofonia é uma das apostas do Ccisp. “Este é um grande desafio, pois
esses países estão a desenvolver o sistema politécnico. Em Angola foram
criados sete institutos politécnicos, o Brasil vai arrancar com 112
institutos, e nesses países a nossa experiência será muito útil”.
A qualificação do corpo docente dos politécnicos está também na lista de
Sobrinho Teixeira. “A dinâmica que está criada nos institutos é tão
grande que esse é um processo irreversível. Ao longo de todos estes anos
o sistema politécnico sempre apostou na qualificação dos seus docentes.
Há institutos que já se aproximam dos 50 por cento de doutores no seus
corpos docentes. Criámos um programa para permitir aos docentes
realizarem os seus doutoramentos. Numa primeira fase inscreveram-se 800
docentes e agora estão mais 500”.
Para Sobrinho Teixeira é esta dinâmica que poderá levar os politécnicos
a ministrarem doutoramentos. “Isso acontecerá quando os politécnicos
tiverem um número de doutores que assegurem uma massa crítica para o
desenvolvimento de cursos de doutoramentos. Esta é uma daquelas matérias
em que não vale a pena reclamar, mas sim fazer”.
A questão dos orçamentos está a preocupar alguns institutos, já que na
discussão do Orçamento de Estado, muitos politécnicos viram as suas
propostas com cortes significativos. Sobrinho Teixeira relembra, no
entanto, que “houve um contrato confiança assinado com o Governo e neste
momento surgiram uns cortes que decorrem da proposta de Lei do Orçamento
de Estado para o próximo ano. No entanto, temos o compromisso do
Primeiro Ministro e do nosso ministério, de que o Contrato Confiança
será mantido e que os cortes introduzidos agora serão rectificados. A
nossa expectativa é que isso se vai manter e que os institutos vão ter
de cumprir o estipulado no contrato de confiança assinado entre as
instituições e o país”.
Dinâmica europeia
“Os Institutos Politécnicos têm feito ao longo deste tempo um processo
de afirmação muito grande, o qual tem sido conseguido pelo trabalho
realizado. O sistema politécnico, ao longo dos últimos anos, tem
conseguido essa afirmação através da qualificação de muitos portugueses,
permitindo que muitas camadas de portugueses, que dificilmente teriam
acesso ao ensino superior, pudessem aceder ao ensino superior”, revela .
Sobrinho Teixeira adianta que “no Interior do País os Politécnicos têm
contribuído para que existam condições de igualdade para que todos
possam ter acesso à cultura e ao ensino superior”. Por isso, diz o
presidente do Ccisp, “o sistema Politécnico tem sido apontado como um
dos mais dinâmicos e que mais tem contribuído, em termos de esforço
financeiro, para a qualificação e benefícios dos portugueses”.
O presidente do Ccisp diz que também é necessário mostrar ao País aquilo
que é o ensino politécnico nos outros países da europa. “Muitas pessoas
pensam que este sistema foi apenas adoptado em Portugal, quando não é
isso que acontece. O sistema politécnico existe na maioria dos países da
europa mais desenvolvida. 50 por cento do ensino na Alemanha é
politécnico, 65 do ensino superior holandês é politécnico. Há outro
exemplo muito forte, que é o filandês”, explica.
Sobrinho Teixeira adianta que neste processo, o Ccisp recebeu
recentemente a visita de oito reitores de universidades de ciências
aplicadas da Dinamarca, os quais vieram ver “e aprender com o sistema
politécnico português e a maturidade que ele já possui. O Ccisp faz
parte da rede de Universidades de Ciências Aplicadas a nível Europeu. É
assim que é designado o ensino politécnico na europa”. Sobrinho Teixeira
diz que em termos de designação o Ccisp não tem que defender nada.
Portugal está inserido na Europa. Se a dinâmica a nível europeu é a de
denominar este sistema de ensino de Universidades de Ciências Aplicadas,
não faz muito sentido que em Portugal também não aconteça o mesmo. Será
a dinâmica do tempo que vai ditar isso mesmo. Pessoalmente concordo com
essa opção e o Ccisp irá empenhar-se nela”.
30 ANOS DO INSTITUTO
POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO
IPCB e autarquia
juntos pelo campus

O Instituto Politécnico de Castelo
Branco (IPCB) e a Câmara albicastrense estão empenhados na conclusão do
Campus da Talagueira. Essa foi uma das mensagens deixadas pelos
presidentes das duas instituições, Carlos Maia e Joaquim Morão,
respectivamente, na sessão dos 30 anos do IPCB.
No seu discurso, Carlos Maia considera que “continua a ser prioritária a
conclusão das obras de construção do campus da Talagueira, os quais
integram a nova Escola Superior de Artes Aplicadas e o bloco central.
Esgotaremos todas as possibilidades para construir o Campus da
Talagueira. Contamos com o apoio, como sempre temos contado, dos
responsáveis da região e sabemos que temos aliados neste processo. O
projecto do Campus da Talagueira não pode ficar incompleto”, acrescentou
Carlos Maia.
Momentos antes já o presidente da Câmara havia reforçado essa ideia.
“Nós somos agentes activos para que o Politécnico possa crescer. Temos
reunido as condições financeiras para que a Câmara de Castelo Branco
possa intervir quando for necessário. Sou favorável à construção da
ESART no campus da Talagueira, cujo projecto está aprovado nos fundos
estruturais”, disse.
Na sua intervenção, o presidente do IPCB voltou a sublinhar os
objectivos do plano estratégico do instituto. “A capacidade de abertura
a novos estudantes, a aposta nas formações pós-graduadas e na
internacionalização, a concretização plena do Processo de Bolonha, a par
da forte aposta na qualificação do corpo docente, constituem prioridades
por nós já anteriormente assumidas como estratégicas para a consolidação
do IPCB, e posteriormente também divulgadas pelo Governo como centrais
para o desenvolvimento do ensino superior e do país”, disse.
Com mais de cinco mil alunos, distribuídos entre os cursos de
licenciatura, mestrado e de especialização tecnológica, o IPCB é hoje um
dos motores de desenvolvimento da região. Na sua globalidade, a
comunidade académica representa, no seu todo, 18% do total da população
de Castelo Branco. “E isso constitui um impacto económico bastante
significativo”, explica.
No entender de Carlos Maia “é fundamental que os responsáveis
governamentais reconheçam o papel que o IPCB, como instituição do
interior do país, tem desempenhado ao longo dos anos no desenvolvimento
da região, mas essencialmente que sejam proporcionadas condições
adequadas para que possamos desempenhar o papel que nos cabe”.
Aquele responsável recorda que “a importância e capacidade de uma
instituição de ensino superior do interior do país, não podem ser
medidas apenas pelo número de alunos que a instituição consegue captar
no concurso nacional de acesso ao ensino superior, como muitas vezes é
feito nas estatísticas e nos rankings. Deve ser avaliada também e
essencialmente pela influência que tem no desenvolvimento da região”.
No seu discurso, Carlos Maia voltou a sublinhar a importância da
qualificação do corpo docente, com o objectivo de em 2014 ter 60% de
doutorados. Facto que representa um forte investimento para a
instituição. Mas a aposta da qualificação estende-se também aos
trabalhadores não docentes, os quais também têm sido apoiados.
Ao nível da oferta formativa, Carlos Maia revela que “o grande objectivo
é a consolidação da oferta formativa e a implementação de metodologias
fomentadoras da auto-aprendizagem e da flexibilidade que incentiva ao
empreendedorismo, à mobilidade e à formação ao longo da vida, no sentido
de abranger novos públicos e permitir a sua qualificação ou
requalificação. Queremos continuar o trabalho referente ao processo de
Bolonha, que no IPCB, deve constituir um vector de desenvolvimento”.
Carlos Maia anunciou ainda o aumento da oferta formativa pós-laboral e o
facto de todas as escolas do instituto terem mestrados a funcionar.
Sobre a internacionalização revelou que têm sido estabelecidas parcerias
como instituições de referência, como aconteceu recentemente com a
Universidade da Califórnia “em que temos como parceiro a Universidade do
Minho e como elemento aglutinador o Geopark Naturtejo”.
ANIVERSÁRIO IPCB
IPCB distingue
funcionários

A cerimónia foi ainda aproveitada para
distinguir os funcionários com 25 ou mais anos de serviço. Os
responsáveis do IPCB homenagearam também um conjunto de personalidades
que contribuíram para o desenvolvimento do Politécnico, a saber: Eduardo
Marçal Grilo, Joaquim Morão, Álvaro Rocha, Virgilio Pinto de Andrade,
Valter Lemos, Ana Maria Vaz, Luis Gomes Filipe (título póstumo) e
Benjamim Rafael (título póstumo). Já nos serviços centrais foram
homenageados os antigos presidentes do IPCB. 
ORAÇÃO DE SAPIÊNCIA
Crescer e envelhecer

6 «Crescer e envelhecer.
Constrangimentos e oportunidades do envelhecimento demográfico» foi o
tema da prelecção proferida por Joaquim Manuel Nazareth. Com um discurso
objectivo, aquele responsável abordou com frontalidade os desafios que
se colocam à sociedade actual. Uma sociedade que, em Portugal, está a
ficar envelhecida e que precisa de ser repensada. Afinal a geração que
se segue já nasceu e os números não são animadores. 
POR VASCO RODRIGUES
Obra de Newton no
IPG
O historiador Adriano Vasco Rodrigues
doou a obra “Principia Mathematica”, de Isaac Newton, à Biblioteca Geral
do Instituto Politécnico da Guarda.
Aquele livro tinha-lhe sido oferecido quando exercia as funções de
director da Schola Europaea, na Bélgica. Adriano Vasco Rodrigues
justificou esta doação ao Politécnico da Guarda por ser uma instituição
da sua terra natal e como “reconhecimento do contributo que tem dado
para o seu desenvolvimento social e cultural”.
O investigador guardense considerou que este “livro fica bem aqui”,
tendo enaltecido a “categoria deste Instituto”.
O Presidente do Politécnico da Guarda, Constantino Rei, manifestou a sua
satisfação por “este gesto do Prof. Adriano Vasco Rodrigues” sublinhando
que esta oferta, e a importância do livro, “muito honra a nossa
instituição”.
Natural da Guarda, onde nasceu em 1928, Adriano Vasco Rodrigues, desde
cedo se interessou pela arqueologia e história do distrito da Guarda,
tendo sido o impulsionador de diversos trabalhos de campo, vertidos numa
ampla bibliografia que se distribui entre o Paleolítico e a Idade Média.
Aliás o seu percurso profissional tem sido dividido entre a investigação
e a docência, nomeadamente em Portugal, Angola e a Bélgica, onde dirigiu
a Schola Europaea (U.E.).
Adriano Vasco Rodrigues foi Governador Civil do Distrito da Guarda
(1982/1983), e deputado na Assembleia da República.
Arqueólogo e etnógrafo, publicou diversas obras sobre as suas
especialidades, entre elas uma obra de carácter profundamente analítico
sobre o povo lusitano intitulada “Os Lusitanos”.
É o autor das monografias da Guarda, Celorico da Beira e Meda, entre
outras. 
EUGÉNIO DE ALMEIDA
SUCEDE A PIRES DA SILVA
Os novos desafios do
IPT

“O IPT não podia ficar melhor entregue”.
Foi desta forma que Pires da Silva, presidente cessante do Instituto
Politécnico de Tomar, passou o testemunho ao novo presidente Eugénio de
Almeida. A iniciativa, que decorreu no auditório do Politécnico, contou
com a presença do Ministro das Obras Públicas Tranportes e Comunicações,
António Mendonça, além de representantes de Institutos Politécnicos,
autarcas, professores, funcionários.
Para o novo presidente da instituição são muitos os desafios que se
colocam ao Politécnico de Tomar. Para Eugénio de Almeida o IPT deve
“constituir-se como um dos motores de desenvolvimento desta região”. O
plano de acção para o seu mandato foi enquadrado por quatro grandes
eixos estratégicos, designadamente: Formação e Educação; Investigação e
Valorização do Conhecimento; Relação com a Envolvente Regional e
Nacional e Internacionalização.
No que diz respeito à formação e educação é necessário “contemplar
parcerias regionais de nível horizontal ou mesmo a constituição de
consórcios com outros Estabelecimentos de Ensino Superior”, disse
Eugénio de Almeida.
Já ao nível da Investigação e Valorização do Conhecimento defendeu que
“os sistemas regionais de inovação são constituídos por dois
subsistemas: o subsistema de criação e difusão de conhecimento e o
subsistema de aplicação e exploração do conhecimento” afirmando que a
“competitividade das regiões que os acolhem depende não apenas da
evolução de cada um destes subsistemas mas, também, das suas
inter-relações” concluindo que “é a este nível que o papel do IPT é
fundamental para o desenvolvimento desta região”.
O novo presidente do IPT falou ainda da relação com a envolvente
Regional e Nacional. “A influência positiva das instituições de ensino
superior nas regiões que as cercam poderá ser muito mais dinâmica se
existir uma ligação estreita entre aquelas e o seu meio regional
envolvente”, assegurando que “ o IPT deverá assumir a responsabilidade
social que lhe compete e prosseguir uma política de envolvimento com a
sociedade”.
A internacionalização é outra das apostas do Politécnico de Tomar. “O
IPT foi o primeiro Instituto Politécnico a oferecer um mestrado,
reconhecido desde a origem com a marca de excelência Erasmus Mundus. Foi
devido a essa dimensão que alcançou o Prémio Ouro Erasmus em 2008 e se
tornou no único Instituto Politécnico, e uma das poucas instituições de
ensino superior em Portugal, que acumula os selos de qualidade da
Comissão Europeia relativamente aos ECTS e DS (Suplemento ao Diploma)”
considerando este vector de “ nuclear do presente e futuro do nosso
Instituto.”
A cerimónia foi ainda aproveitada por Eugénio de Almeida para apresentar
os novos directores das três escolas que constituem o IPT. Conceição
Fortunato mantém-se como directora da Escola Superior de Gestão mas,
João Coroado vai substituir Luís Merca na liderança da Escola Superior
de Tecnologia de Tomar. A Escola Superior de Tecnologia de Abrantes vai
ser liderada por Luís Ferreira uma vez que o seu antigo director, Miguel
Pinto dos Santos passa a ser o novo vice-presidente do IPT.
O novo Presidente concluiu a cerimónia elogiando Pires da Silva pela
forma como geriu o Instituto reconhecendo publicamente todo o trabalho
efectuado e afirmou “Terminado este seu ciclo, sei, que por sua vontade,
é chegado o momento de começar a andar por aí... Mas quero que saiba,
que nós fazemos questão que continue a andar por aqui”. 
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