Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XIII    Nº148   Junho 2010

Politécnico

IPV

Viseu coopera com África

O Instituto Politécnico de Viseu (IPV) e o Instituto Superior de Artes e Cultura (ISAC) de Moçambique celebraram um protocolo de cooperação nas áreas da formação e investigação, prestação de serviços à comunidade e valorização económica do conhecimento.

“A promoção do intercâmbio de docentes, investigadores e estudantes e o intercâmbio cultural, científico e técnico com instituições congéneres nacionais e estrangeiras são outras áreas a desenvolver no âmbito deste protocolo”, refere uma nota do politécnico de Viseu.

É também objectivo “a realização conjunta de cursos de pós-graduação, acções de formação e seminários, formação de docentes do ISAC e projectos e trabalhos de investigação de interesse comum”, acrescenta.

Segundo o presidente do IPV, Fernando Sebastião, este compromisso “decorre da missão e da opção estratégica” da instituição de aprofundar a sua dimensão internacional “através do estabelecimento de parcerias e desenvolvimento de programas que facilitem a mobilidade de docentes e estudantes das duas instituições”.

 

 

 

SUSTENTABILIDADE NO TURISMO

Debate em Viseu

Sustentabilidade do 3º Sector: Constrangimentos e Desafios na Sociedade Actual foi o tema do debate realizado, a 2 de Junho, na Escola de Hotelaria e Turismo de Lamego. Este debate decorreu no âmbito do Ano Temático Novos Desafios do Terceiro Sector e foi organizado pelo Curso de Serviço Social da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego do Instituto Politécnico de Viseu.

A abordagem desta temática decorreu, por um lado, da preocupação permanente que a ESTGL tem enquanto instituição académica com responsabilidades inerentes na área da formação e ensino superior, promovendo um ensino moderno, que incluem actividades pedagógicas para além do Plano Curricular das Licenciaturas e Pós-Graduações, de modo a dotar os seus alunos de competências e conhecimentos ajustados à realidade vivida no momento, sempre com uma visão focada na inovação e qualidade. Por outro lado, face à conjuntura actual e às permanentes transformações que a sociedade portuguesa tem sido alvo, considera-se pertinente abordar e desenvolver actividades durante este ano civil que permitirão promover um conjunto de reflexões reorientadas para possíveis respostas aos constrangimentos e desafios do Terceiro Sector.

Deste modo, o Seminário foi uma das diversas actividades desenvolvidas ao longo do ano lectivo, com o intuito de abordar as diversas temáticas em torno da Sustentabilidade da Economia Social, com testemunhos científicos e experiências vividas.

 

 

 

DIA INTERNACIONAL

Biodiversidade em Setúbal

A cidade de Setúbal assinalou o Dia Internacional da Biodiversidade, sábado, dia 22 de Maio, por iniciativa do Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito, através da organização de um Simpósio dedicado aos Patrimónios da Arrábida, em homenagem ao Botânico José Gomes Pedro.

Uma plateia com mais de uma centena de participantes juntou-se à merecida homenagem a um dos botânicos que mais se dedicou ao estudo da vegetação da Arrábida. Enaltecido o seu papel em prole da investigação e cultura cientificas pelas entidades presentes, e a sua contribuição para o conhecimento da extraordinária Biodiversidade da Arrábida, com quase 2000 espécies inventariadas, algumas raras, como a Euphorbia pedroi que transporta justamente o seu nome, a obra e vida deste investigador seria amplamente revelada pela conferência do biólogo Antunes Dias, que deu a conhecer outros estudos, no Algarve, em Trás-os-Montes e na África Oriental.

 

 

 

CALDAS DA RAINHA

Nova direcção

Susana Cristina Serrano Fernandes Rodrigues é a nova directora da Escola Superior de Artes e Design (Caldas da Rainha) do Instituto Politécnico de Leiria (IPL). A tomada de posse decorreu a 17 de Maio, e incluiu os novos subdirectores, Rodrigo Eduardo Rebelo da Silva e Ana Cristina Pereira Sacramento.

Susana Cristina Serrano Fernandes Rodrigues é doutorada (Doctor of Philosophy) em Gestão Estratégica, pela Universidade de Wolverhampton, no Reino Unido e licenciada em Organização e Gestão de empresas pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), do Instituto Universitário de Lisboa.

Rodrigo Eduardo Silva é doutorado em Cultura Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH-UNL), da Universidade Nova de Lisboa, e licenciado em Filosofia, pela mesma Faculdade.

Ana Sacramento é doutorada em Música (Canto/Técnica Vocal) pela Universidade de Aveiro, e licenciada em Canto, pela Escola Superior de Música de Lisboa. Actualmente, Ana Sacramento é docente da ESAD.CR, desde 2004, e integra a Direcção da Escola, como subdirectora, desde Dezembro de 2008.

 

 

 

ACESSO À SAÚDE DEBATIDO EM BRAGANÇA

Serrão defende privados

O deficit constante e crescente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai obrigar à manutenção de uma política de racionalização de custos, já encetada pelo ex-ministro Correia de Campos, que consiste, basicamente, na redução de oferta de serviços de Saúde, sofrendo, em primeira linha, a população “das periferias do país”. Esta é a convicção de Daniel Serrão, médico e professor, que nesta segunda-feira veio a Bragança, a convite da CESPU (Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário), para falar de “Cuidados de Saúde: Interioridade e Justiça no Acesso”, a primeira de um Ciclo de Conferências que a CESPU está a organizar.

O caminho, diz, passa pelos privados, “a quem deve ser o Estado a pagar os serviços e não as pessoas directamente”, que acabam por estar onde falha o Estado, prestando cuidados de Saúde com critérios de maior exigência e, boa parte das vezes, a custos para o Estado mais reduzidos do que aqueles que são praticados pelas próprias estruturas estatais. Na área dos Cuidados Continuados o Governo já chamou para a prestação desses serviços as Misericórdias, que outrora já tiveram um papel fundamental na criação de Hospitais pelo país. Noutras áreas “também na curativa” o Governo devia contratar esses serviços aos privados, defendendo Daniel Serrão que, o que não pode acontecer é o que já acontece, o Estado retirar ou encerrar serviços, onde os rácios não justifiquem a sua manutenção.

O médico conhece em profundidade o sistema de saúde Português, fruto da sua experiência como profissional mas também porque, no primeiro Governo de António Guterres, foi um dos responsáveis pela realização de um estudo que resultou numa proposta de reforma estrutural do SNS. O documento, intitulado “Recomendações para uma reforma estrutural”, que pode ser consultado na página Web do autor (www.danielserrao.com), nunca passou do papel. Daniel Serrão argumenta existir um princípio consagrado na Constituição que define o acesso universal, geral e gratuito, aos cuidados de saúde a toda a população, “mas essa lei não diz que o Estado tem de ser o prestador desses cuidados”, aclara. Essa tentativa de “monopólio” na Saúde por parte do Estado abriu caminho à “ineficiência” e contribui para a insustentabilidade do sistema. “Nós não temos um Ministério da Saúde, que devia estar preocupado com a prevenção e a educação, temos um Ministério da Doença”, ironiza. Uma ineficiência que cria uma falta de confiança no sistema, sendo o Estado o primeiro a não confiar. “Como se entende que o Estado não confie os cuidados de saúde dos seus funcionários aos serviços públicos, os funcionários públicos vão ao privado”, aponta. E com tudo isto o “buraco” do sistema de Saúde é tendencialmente maior, perfeitamente insustentável.

O médico defende que a população que pode, “os ricos”, devia pagar, pelo menos em parte, os serviços de que beneficia, o que não admite é que alguém sem recursos fique sem os necessários cuidados. “Os ricos não vão ao SNS, têm seguros de Saúde, vão ao privado”, comentou.

Por fim, Daniel Serrão explicou que a insustentabilidade do sistema resulta também das exigências crescentes dos utentes que “reclamam os seus direitos e querem todos os exames e mais alguns”, e dos próprios médicos, que cada vez mais praticam uma medicina defensiva e acabam por pedir muitos exames complementares de diagnóstico. “Há 200 casos de queixas por ano por erro médico”, explica, justificando assim a crescente preocupação dos clínicos em despistar qualquer tipo de complicação. As tecnologias, cada vez mais avançadas, tornam igualmente os exames cada vez mais caros, e tudo isto, junto, resulta num grave problema para um SNS falido, sem grande possibilidade de recuperação.
 

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