Politécnico aposta
na Internacionalização

Numa altura em que assinala mais um
aniversário, o Instituto Politécnico de Castelo Branco assume como uma
das estratégias de desenvolvimento a sua internacionalização. Neste
suplemento destaque ainda para o Festival Nacional de Robótica e para as
novas instalações da Escola Superior de Saúde.
ANA MARIA VAZ, PRESIDENTE
DO IPCB, EM ENTREVISTA
IPCB aposta na
Internacionalização

Numa altura em que assinala mais um
aniversário, o Instituto Politécnico de Castelo Branco assume como uma
das estratégias de desenvolvimento da instituição a sua
internacionalização. Essa é a garantia da presidente do IPCB, Ana Maria
Vaz, que em entrevista ao Ensino Magazine explica que “as comemorações
do aniversário, agendadas para o próximo dia 28 de Outubro vão estar
relacionadas com esse tema”.
No entender da presidente do IPCB, o “Politécnico de Castelo Branco é
uma instituição que desde há muito tempo que aposta na sua
internacionalização. Esse é um dos nossos objectivos estratégicos. Fomos
das primeiras instituições a apostar nessa área, como o demonstram os
programas Leonardo e Erasmus. Cada vez há mais alunos nossos a irem para
fora e mais estudantes estrangeiros a virem para cá. Esse é um marco que
deve ser salientado nas comemorações do aniversário do IPCB. Daí que
tenhamos uma semana repleta de actividades em torno desse tema”.
A confirmar a satisfação de Ana Maria Vaz estão os dados do próprio
Instituto, os quais revelam que “o IPCB participa nos programas de
mobilidade europeia desde 1992 (Programa COMETT e Erasmus), tendo tido
um forte incremento, a partir do ano 2004, altura em que o Politécnico
começou a apoiar financeiramente as mobilidades. Desde essa data, que,
todos os anos, o IPCB concede verbas próprias para as mobilidades de
alunos e docentes que complementam e reforçam as verbas comunitárias.
Esta política de financiamento do IPCB permitiu aumentar
substancialmente as mobilidades internacionais”. Este aumento gradual e
muito substancial seria impossível sem o financiamento complementar do
IPCB.
Os programas Erasmus e Leonardo são os principais motores da mobilidade.
“O Erasmus possibilita aos alunos do ensino superior (a partir do 2º
ano) realizar um período de estudos e/ou um estágio curricular, de 3 a
12 meses, num estabelecimento de ensino superior da União Europeia.
Neste momento, são mais de 74 parceiros distribuídos pela Europa toda:
desde a Finlândia, Hungria, Polónia, Eslováquia, Eslovénia, Roménia,
Chipre até à Turquia, passando claro pelos países tradicionais como
França, Espanha, Itália, entre outros.
Já o Leonardo, permite aos alunos recém diplomados (há menos de 1 ano)
realizarem um estágio profissional numa empresa ou organismos da União
Europeia, com duração de 6 meses. A cada estagiário é paga uma bolsa de
subsistência assim como um subsídio de viagem e de preparação
linguística/cultural. Todos os bolseiros beneficiarão de um seguro
contra acidentes pessoais e responsabilidade civil. “O IPCB foi durante
muitos anos, a única instituição de ensino superior nacional a
beneficiar de bolsas COMETT e Leonardo da Vinci. Hoje, outras IES (ainda
muito poucas) já têm bolsas Leonardo da Vinci; porém, o IPCB continua a
ser uma referência a nível nacional nesta matéria. Todos os anos, recebe
inúmeros pedidos de estudantes de outras instituições de ensino superior
para beneficiar destas bolsas. Até a data, 252 alunos nossos
beneficiaram de uma bolsa Leonardo da Vinci que lhes proporcionou um
estágio profissional de 6 meses num país europeu”, refere.
Formação. Mas na área da
internacionalização, as apostas do Politécnico passam também “por
parcerias com instituições de ensino superiores estrangeiras na área de
mestrados, doutoramentos e de outras formações superiores. Há escolas
que já têm experiência na realização de parecerias com outras
instituições de ensino superiores, como acontece na Escola Superior de
Educação e na Escola Superior Agrária”.
Com mais de três dezenas de licenciaturas, o Instituto Politécnico de
Castelo Branco arranca no próximo ano lectivo com mestrados em
Música/Variante Instrumento (Escola Superior de Artes Aplicadas),
Fruticultura Integrada (Escola Superior Agrária) e Infra-estruturas de
Construção Civil (Escola Superior de Tecnologia). Ana Maria Vaz,
acrescenta que em funcionamento estão já os mestrados de Educação
Especial e Actividade Física (Escola Superior de Educação), e de Gestão
Ambiental de Solos e Resíduos (ESA).
A presidente do IPCB lamenta, no entanto o facto de haver outros cursos
de mestrado, cujas propostas ainda não mereceram resposta positiva por
parte da tutela. Assim, para a EST, foram apresentados os mestrados nas
áreas das engenharias Electrotécnica e das Telecomunicações, e da
Informática/Sistemas de Informação e Comunicação. A ESA aguarda a
aprovação do mestrado em Tecnologia e Sustentabilidade dos Sistemas
Florestais, a ESART do curso de Comunicação e Produção
Audiovisual/Multimédia, enquanto a ESE espera pelo mestrado de
Intervenção Social Comunitária, com especialização em gerontologia e
jovens em risco. Isto para além dos mestrados em Educação pré-escolar e
em 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, apresentados em Março de 2007.
“Temos todas as condições para que os cursos sejam aprovados. E é
importante que os estudantes saibam que podem aqui prosseguir os estudos
para um mestrado”.
Resultados. No que respeita à
primeira fase de candidaturas, a presidente do IPCB mostra-se satisfeita
com os resultados obtidos. “70 por cento dos alunos foram colocados, mas
infelizmente nem todos se inscreveram. Mas, tal como no ano passado, a
segunda fase vai ser muito positiva. Ainda assim, fomos a instituição
politécnica do interior do país que mais alunos colocou”.
Orçamento. Os dois por cento de
aumento no orçamento do Instituto Politécnico de Castelo Branco para o
próximo ano acabam por ser um rebuçado amargo para a instituição, já que
essa verba acaba por nem sequer fazer face à inflação. “O Ministério
entendeu não aplicar qualquer fórmula para os orçamentos das
instituições de ensino superior, aumentando dois por cento ao orçamento
do ano anterior. Isto significa que as instituições que estavam
deficitárias vão continuar assim”, começa por explicar a presidente do
IPCB.”Perante estes dados, o orçamento do IPCB será de 15 milhões 268
mil 172 euros, mas 99,81 por cento desse valor destina-se para fazer
face às remunerações dos funcionários docentes e não docentes. Ou seja,
o orçamento do Estado não é suficiente para suportar outras despesas,
como a segurança social, aquisição de bens e serviços, obras de
manutenção ou outras despesas com pessoal”, acrescenta.
A presidente do IPCB revela que “perante isto, a solução é recorrer às
receitas próprias do Instituto”. Ana Maria Vaz crítica o Ministério e
lembra que “o orçamento é muito deficitário. Não temos funcionários a
mais, os docentes estão com a carga horária máxima e aqueles que se
aposentaram não foram substituídos. Mas temos necessidade de contratar
docentes para novas áreas de ensino, sobretudo na Esart e na ESE. Além
disso estamos a centralizar serviços, para recorrer a menos pessoas”.
Apesar das dificuldades, o Instituto Politécnico de Castelo Branco optou
por não alterar o valor das propinas. “Perante este orçamento, é
necessário recorremos às receitas próprias do Instituto, as quais
provêm, na sua maior parte, das propinas dos alunos. Mas decidimos
manter o valor das propinas (700 euros/ano) para os cursos de formação
inicial. O mesmo aconteceu com os Cursos de Especialização tecnológica,
cuja propina se mantém nos 500 euros”. Ana Maria Vaz adianta que “apenas
as propinas dos cursos de mestrado aumentaram ligeiramente, situando-se
nos 1500 euros”. 
SERVIÇOS SOCIAIS
Mais bolsas para
apoiar alunos
Os Serviços de Acção Social do IPCB vão
ter um orçamento de três milhões 293 mil euros, sendo que mais de dois
milhões se destinam a bolsas de estudo. Uma verba que para a responsável
dos serviços ainda é curta. Ainda assim, os apoios aos estudantes são
significativos. Os Serviços de Acção Social do IPCB (SAS) atribuíram, no
último ano lectivo, 1594 bolsas de estudo aos seus alunos dos cursos de
Licenciatura, Cursos de Especialização Tecnológica (CET) e Mestrados, no
valor médio mensal de 145 euros, o equivalente a um total de dois
milhões 133 mil 276 euros. Para este ano, essa verba foi aumentada três
por cento, pelo que serão distribuídos cerca de dois milhões 197 mil e
20 euros. Dinheiro que é gerido directamente pela Direcção Geral do
Ensino Superior e que no entender de Suzete Valente, directora dos SAS é
insuficiente para fazer face às necessidades.
Ainda assim, no ano passado dos 42 por cento dos estudantes do IPCB que
se candidataram a uma bolsa de estudo, 34% beneficiaram desse apoio.
Segundo dados dos Serviços de Acção Social do Instituto Politécnico de
Castelo Branco, 82% dos estudantes bolseiros estão deslocados do seu
agregado familiar, embora 47% tenham residência habitual no distrito de
Castelo Branco. O distrito que se segue com maior representação é o
distrito de Santarém com 8%. Outros dados importantes referem que 89%
dos estudantes bolseiros do IPCB nunca reprovaram, 70% são do sexo
feminino, 1% dos pais e 2% das mães têm um curso superior e que 77% dos
agregados familiares têm casa própria.
Para o próximo ano lectivo já existem 1249 candidaturas de alunos a
partir do 2º ano, para bolsas esperando-se que com as candidaturas do
estudantes de 1º ano, esse número chegue aos 1600. 
SIMPÓSIO
Ambiente em debate na
Agrária

A Câmara Municipal de Castelo Branco, a
Associação de Formação Ambiental e Florestal (AFAF) e o Instituto
Politécnico de Castelo Branco, promovem, dias 26 e 27 de Novembro, no
Auditório da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo
Branco, as VII Jornadas Ambientais da Beira Interior.
A iniciativa debaterá diversos temas, entre os quais, “O Planeta Terra e
a Saúde”; “Recursos e Catástrofes Naturais”; e “A Importância dos SIG na
Gestão dos Recursos Geológicos”. Para mais informações sobre o evento,
os interessados podem contactar os telefones 272 082 865, 914 832038 e
966 362 925. 
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