Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XI    Nº128    Outubro 2008

Suplemento

Politécnico aposta
na Internacionalização

Numa altura em que assinala mais um aniversário, o Instituto Politécnico de Castelo Branco assume como uma das estratégias de desenvolvimento a sua internacionalização. Neste suplemento destaque ainda para o Festival Nacional de Robótica e para as novas instalações da Escola Superior de Saúde.

 

 

 

ANA MARIA VAZ, PRESIDENTE DO IPCB, EM ENTREVISTA

IPCB aposta na Internacionalização

Numa altura em que assinala mais um aniversário, o Instituto Politécnico de Castelo Branco assume como uma das estratégias de desenvolvimento da instituição a sua internacionalização. Essa é a garantia da presidente do IPCB, Ana Maria Vaz, que em entrevista ao Ensino Magazine explica que “as comemorações do aniversário, agendadas para o próximo dia 28 de Outubro vão estar relacionadas com esse tema”.

No entender da presidente do IPCB, o “Politécnico de Castelo Branco é uma instituição que desde há muito tempo que aposta na sua internacionalização. Esse é um dos nossos objectivos estratégicos. Fomos das primeiras instituições a apostar nessa área, como o demonstram os programas Leonardo e Erasmus. Cada vez há mais alunos nossos a irem para fora e mais estudantes estrangeiros a virem para cá. Esse é um marco que deve ser salientado nas comemorações do aniversário do IPCB. Daí que tenhamos uma semana repleta de actividades em torno desse tema”.

A confirmar a satisfação de Ana Maria Vaz estão os dados do próprio Instituto, os quais revelam que “o IPCB participa nos programas de mobilidade europeia desde 1992 (Programa COMETT e Erasmus), tendo tido um forte incremento, a partir do ano 2004, altura em que o Politécnico começou a apoiar financeiramente as mobilidades. Desde essa data, que, todos os anos, o IPCB concede verbas próprias para as mobilidades de alunos e docentes que complementam e reforçam as verbas comunitárias. Esta política de financiamento do IPCB permitiu aumentar substancialmente as mobilidades internacionais”. Este aumento gradual e muito substancial seria impossível sem o financiamento complementar do IPCB.

Os programas Erasmus e Leonardo são os principais motores da mobilidade. “O Erasmus possibilita aos alunos do ensino superior (a partir do 2º ano) realizar um período de estudos e/ou um estágio curricular, de 3 a 12 meses, num estabelecimento de ensino superior da União Europeia. Neste momento, são mais de 74 parceiros distribuídos pela Europa toda: desde a Finlândia, Hungria, Polónia, Eslováquia, Eslovénia, Roménia, Chipre até à Turquia, passando claro pelos países tradicionais como França, Espanha, Itália, entre outros.

Já o Leonardo, permite aos alunos recém diplomados (há menos de 1 ano) realizarem um estágio profissional numa empresa ou organismos da União Europeia, com duração de 6 meses. A cada estagiário é paga uma bolsa de subsistência assim como um subsídio de viagem e de preparação linguística/cultural. Todos os bolseiros beneficiarão de um seguro contra acidentes pessoais e responsabilidade civil. “O IPCB foi durante muitos anos, a única instituição de ensino superior nacional a beneficiar de bolsas COMETT e Leonardo da Vinci. Hoje, outras IES (ainda muito poucas) já têm bolsas Leonardo da Vinci; porém, o IPCB continua a ser uma referência a nível nacional nesta matéria. Todos os anos, recebe inúmeros pedidos de estudantes de outras instituições de ensino superior para beneficiar destas bolsas. Até a data, 252 alunos nossos beneficiaram de uma bolsa Leonardo da Vinci que lhes proporcionou um estágio profissional de 6 meses num país europeu”, refere.
 

Formação. Mas na área da internacionalização, as apostas do Politécnico passam também “por parcerias com instituições de ensino superiores estrangeiras na área de mestrados, doutoramentos e de outras formações superiores. Há escolas que já têm experiência na realização de parecerias com outras instituições de ensino superiores, como acontece na Escola Superior de Educação e na Escola Superior Agrária”.

Com mais de três dezenas de licenciaturas, o Instituto Politécnico de Castelo Branco arranca no próximo ano lectivo com mestrados em Música/Variante Instrumento (Escola Superior de Artes Aplicadas), Fruticultura Integrada (Escola Superior Agrária) e Infra-estruturas de Construção Civil (Escola Superior de Tecnologia). Ana Maria Vaz, acrescenta que em funcionamento estão já os mestrados de Educação Especial e Actividade Física (Escola Superior de Educação), e de Gestão Ambiental de Solos e Resíduos (ESA).

A presidente do IPCB lamenta, no entanto o facto de haver outros cursos de mestrado, cujas propostas ainda não mereceram resposta positiva por parte da tutela. Assim, para a EST, foram apresentados os mestrados nas áreas das engenharias Electrotécnica e das Telecomunicações, e da Informática/Sistemas de Informação e Comunicação. A ESA aguarda a aprovação do mestrado em Tecnologia e Sustentabilidade dos Sistemas Florestais, a ESART do curso de Comunicação e Produção Audiovisual/Multimédia, enquanto a ESE espera pelo mestrado de Intervenção Social Comunitária, com especialização em gerontologia e jovens em risco. Isto para além dos mestrados em Educação pré-escolar e em 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, apresentados em Março de 2007. “Temos todas as condições para que os cursos sejam aprovados. E é importante que os estudantes saibam que podem aqui prosseguir os estudos para um mestrado”.
 

Resultados. No que respeita à primeira fase de candidaturas, a presidente do IPCB mostra-se satisfeita com os resultados obtidos. “70 por cento dos alunos foram colocados, mas infelizmente nem todos se inscreveram. Mas, tal como no ano passado, a segunda fase vai ser muito positiva. Ainda assim, fomos a instituição politécnica do interior do país que mais alunos colocou”.
 

Orçamento. Os dois por cento de aumento no orçamento do Instituto Politécnico de Castelo Branco para o próximo ano acabam por ser um rebuçado amargo para a instituição, já que essa verba acaba por nem sequer fazer face à inflação. “O Ministério entendeu não aplicar qualquer fórmula para os orçamentos das instituições de ensino superior, aumentando dois por cento ao orçamento do ano anterior. Isto significa que as instituições que estavam deficitárias vão continuar assim”, começa por explicar a presidente do IPCB.”Perante estes dados, o orçamento do IPCB será de 15 milhões 268 mil 172 euros, mas 99,81 por cento desse valor destina-se para fazer face às remunerações dos funcionários docentes e não docentes. Ou seja, o orçamento do Estado não é suficiente para suportar outras despesas, como a segurança social, aquisição de bens e serviços, obras de manutenção ou outras despesas com pessoal”, acrescenta.

A presidente do IPCB revela que “perante isto, a solução é recorrer às receitas próprias do Instituto”. Ana Maria Vaz crítica o Ministério e lembra que “o orçamento é muito deficitário. Não temos funcionários a mais, os docentes estão com a carga horária máxima e aqueles que se aposentaram não foram substituídos. Mas temos necessidade de contratar docentes para novas áreas de ensino, sobretudo na Esart e na ESE. Além disso estamos a centralizar serviços, para recorrer a menos pessoas”.

Apesar das dificuldades, o Instituto Politécnico de Castelo Branco optou por não alterar o valor das propinas. “Perante este orçamento, é necessário recorremos às receitas próprias do Instituto, as quais provêm, na sua maior parte, das propinas dos alunos. Mas decidimos manter o valor das propinas (700 euros/ano) para os cursos de formação inicial. O mesmo aconteceu com os Cursos de Especialização tecnológica, cuja propina se mantém nos 500 euros”. Ana Maria Vaz adianta que “apenas as propinas dos cursos de mestrado aumentaram ligeiramente, situando-se nos 1500 euros”.

 

 

 

SERVIÇOS SOCIAIS

Mais bolsas para apoiar alunos

Os Serviços de Acção Social do IPCB vão ter um orçamento de três milhões 293 mil euros, sendo que mais de dois milhões se destinam a bolsas de estudo. Uma verba que para a responsável dos serviços ainda é curta. Ainda assim, os apoios aos estudantes são significativos. Os Serviços de Acção Social do IPCB (SAS) atribuíram, no último ano lectivo, 1594 bolsas de estudo aos seus alunos dos cursos de Licenciatura, Cursos de Especialização Tecnológica (CET) e Mestrados, no valor médio mensal de 145 euros, o equivalente a um total de dois milhões 133 mil 276 euros. Para este ano, essa verba foi aumentada três por cento, pelo que serão distribuídos cerca de dois milhões 197 mil e 20 euros. Dinheiro que é gerido directamente pela Direcção Geral do Ensino Superior e que no entender de Suzete Valente, directora dos SAS é insuficiente para fazer face às necessidades.

Ainda assim, no ano passado dos 42 por cento dos estudantes do IPCB que se candidataram a uma bolsa de estudo, 34% beneficiaram desse apoio. Segundo dados dos Serviços de Acção Social do Instituto Politécnico de Castelo Branco, 82% dos estudantes bolseiros estão deslocados do seu agregado familiar, embora 47% tenham residência habitual no distrito de Castelo Branco. O distrito que se segue com maior representação é o distrito de Santarém com 8%. Outros dados importantes referem que 89% dos estudantes bolseiros do IPCB nunca reprovaram, 70% são do sexo feminino, 1% dos pais e 2% das mães têm um curso superior e que 77% dos agregados familiares têm casa própria.

Para o próximo ano lectivo já existem 1249 candidaturas de alunos a partir do 2º ano, para bolsas esperando-se que com as candidaturas do estudantes de 1º ano, esse número chegue aos 1600.

 

 

 

SIMPÓSIO

Ambiente em debate na Agrária

A Câmara Municipal de Castelo Branco, a Associação de Formação Ambiental e Florestal (AFAF) e o Instituto Politécnico de Castelo Branco, promovem, dias 26 e 27 de Novembro, no Auditório da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, as VII Jornadas Ambientais da Beira Interior.

A iniciativa debaterá diversos temas, entre os quais, “O Planeta Terra e a Saúde”; “Recursos e Catástrofes Naturais”; e “A Importância dos SIG na Gestão dos Recursos Geológicos”. Para mais informações sobre o evento, os interessados podem contactar os telefones 272 082 865, 914 832038 e 966 362 925.

 

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