DADOS DE BIOMÉTRICA
Ubiris em segunda
sessão

Entre 7 e 18 de Janeiro decorreu no
Laboratório SOCIA do Departamento de Informática da UBI, a construção de
uma base de dados biométrica com imagens de íris, um trabalho
desenvolvido por dois docentes da Universidade da Beira Interior, que
constroem assim a maior base de dados biométrica do mundo a partir dos
olhos dos estudantes, docentes e funcionários.
A ideia deste projecto, denominado UBIRIS, nasceu em 2003 com o
doutoramento de Hugo Proença, orientado por Luís Alexandre, docente do
Departamento de Informática. Juntos decidiram optar pela área do
reconhecimento biométrico. “Ao verificarmos as mínimas taxas de erro que
este tipo de sistemas já alcançam, optou-se por tentar aumentar a sua
robustez”, afirma Hugo Proença. Começaram por construir uma base de
dados que possibilitasse a realização de experiências no domínio do
reconhecimento da íris em imagens ruidosas. “A base de dados foi um
sucesso, uma vez que foi utilizada por mais de 700 investigadores e
laboratórios oriundos de 75 países”, acrescenta. De acordo com Hugo
Proença, docente no Departamento de Informática, o objectivo final é
“implementar um sistema de reconhecimento automático oculto, isto é, um
sistema fiável que identifique indivíduos à distância sem que estes se
apercebam”.
Actualmente, o reconhecimento biométrico pela íris, já é usado em
sistemas que requerem elevados níveis de segurança. Segundo Luís
Alexandre, este reconhecimento através da íris “é muito mais seguro e
fiável que o das impressões digitais, que são facilmente falsificáveis”.
Assim, “poderemos prever que a íris, como característica biométrica,
possa vir a ser cada vez mais utilizada pois dá mais garantias de
segurança que outras abordagens como a impressão digital, o
reconhecimento de voz ou de face”, conclui.
O sorteio de um PDA foi uma forma de incentivar na participação na
iniciativa pois o sucesso depende de um grande número de participações.
Em cada sessão são tiradas 15 fotografias em condições de iluminação
diferentes, a fim de aumentar a complexidade do reconhecimento à zona
envolvente dos olhos de cada pessoa.
Esta é a segunda versão do projecto, porque na primeira foram detectadas
algumas insuficiências por peritos internacionais. De acordo com os
docentes, a adesão à primeira sessão foi significativa mas não
surpreendeu. “Tivemos 241 pessoas mas, sinceramente, esperava bastante
mais, até pelo incentivo do prémio”, comenta Hugo Proença. Nesta segunda
sessão a expectativa é grande. “Esperamos que as pessoas que vieram à
primeira sessão compareçam à segunda, pois sem os dados das duas
sessões, as contribuições não podem ser usadas na UBIRIS”, afirma Luís
Alexandre. 
Raquel Carvalho
e Liliana Alexandre
DE 26 A 28 DE FEVEREIRO
Dias da UBI a abrir
A Universidade da Beira Interior realiza,
nos próximos de 26 a 28 de Fevereiro, a iniciativa Dias da UBI. O
evento, que já vai na sua oitava edição pretende divulgar as capacidades
e potencialidades da Instituição em termos científicos, técnicos e
culturais e constitui uma oportunidade para dar a conhecer o ambiente
universitário, através de visitas guiadas aos diversos Departamentos,
Centros e ainda a outros sectores como a Biblioteca, o Museu e o
Cybercentro.
Nesta edição serão apresentadas exposições, conferências, experiências
em laboratórios, tecnologias computacionais e multimédia, num conjunto
de iniciativas inter-activas. No sentido de reforçar a articulação entre
a Universidade e o sector empresarial, estes dias constituem,
igualmente, uma oportunidade para que os empresários conheçam o
potencial de investigação de que dispõe a UBI e que lhes poderá ser
extraordinariamente útil quer ao nível das actividades de inovação, quer
no que respeita ao eventual recrutamento de licenciados para o mercado
de trabalho.
Também a comunidade é convidada a participar nesta iniciativa, que se
pretende seja o mais abrangente possível.
O acesso dos visitantes às actividades programadas é livre. No entanto,
para uma melhor gestão e encaminhamento dos diferentes grupos, os
interessados terão que preencher e enviar uma ficha de inscrição,
remetida directamente às escolas. O programa e as fichas de inscrição
encontram-se igualmente disponíveis através do endereço www.ubi.pt,
podendo a inscrição ser efectuada on-line. 
TESE DE DOUTORAMENTO
DEFENDIDA NA UBI
A fadiga dos materiais

Os materiais compósitos, feitos a partir
de químicos estão para durar. Desde a fibra de vidro, à fibra de
carbono, há todo um vasto leque de materiais e uma maior panóplia de
utilizações. Automóveis desportivos, navios, comboios de alta velocidade
ou mesmo objectos domésticos, são muitos os aparelhos que recorrem a
este tipo de material para as suas componentes estruturais. Leves,
resistentes e com muito mais vantagens em relação a outro tipo de
produtos mais tradicionais, os compósitos têm conquistado a indústria,
em larga escala.
Paulo Fael, docente do Departamento de Engenharia Electromecânica da UBI
é o autor de uma tese de doutoramento que teve como principal objectivo
“estudar a fadiga de um determinado material, que neste caso foi um
compósito fenólico que utiliza uma resina fenólica e é reforçado com
fibra de vidro”. Este material, dentro dos compósitos que agora se
utilizam muito por serem muito leves e muito resistentes, “tem de ser
uma resina e uma fibra”, explica o autor do estudo.
“Se em Fórmula 1, por exemplo, se utilizam os compósitos mais
resistentes, como é o caso da fibra de carbono, neste caso, o meu estudo
incidiu sobre esta resina fenólica que tem de ser usada quando há normas
muito apertadas de incêndio, como por exemplo, o Metro de Londres, o
comboio do Túnel da Mancha e outras utilizações como em navios
porta-aviões, onde existem este tipo de compósitos fenólicos”, refere.
Segundo Paulo Fael, “este material diferencia-se dos restantes
compósito, sobretudo porque, mesmo que arda – e tem de haver um
combustível para ele arder, caso contrário apaga-se –, este compósito
mantém a resistência, algo que os outros não conseguem. Com isto podemos
responder às normas cada vez mais apertadas no campo da segurança”,
garante o autor do estudo agora terminado.
Outra das características que foi possível observar neste compósito “é
que ele não liberta fumo quando está em presença de fogo”. Muitos outros
materiais libertam fumos e gases tóxicos, “o que não acontece com este
compósito”, acrescenta Fael.
O docente da UBI revela que “estamos a falar de um material estrutural,
utilizado na construção das estruturas de diversos objectos. É um
material laminado de fibra de vidro em filamentos que tem um aglomerante
que é essa resina fenólica, a qual lhe vai conferir resistência
equiparável aos metais, como o alumínio e outros e que tem esta forma de
resistir ao fogo”. Paulo Fael frisa então que “a grande vantagem deste
material é pois segurança em caso de incêndio, mantendo a sua
resistência e não alimentando a combustão nem emitindo fumos”.
Já existiam alguns estudos sobre a resistência estática deste tipo de
materiais, “agora havia sobretudo que estudar a resistência em presença
de cargas ciclícas”. Isto porque, num comboio, por exemplo, com o
andamento normal, “os materiais que compõem as carruagens estão a ser
constantemente solicitados”. Existe um fenómeno de fadiga sobre os
materiais “e era precisamente esse aspecto que ainda não estava estudado
para este compósito”.
As conclusões desta tese de doutoramento foram essencialmente
quantitativas. Chegou-se à conclusão que “o material resiste à fadiga,
não é nada de transcendente relativamente a outros, como o carbono, por
exemplo, mas que mantém também, de uma forma geral, a sua resistência”.
Os seus mecanismos de ruptura “são muito semelhantes a outros
compósitos, como é o caso do polyester, que é muito usado”.
Este trabalho começou com uma parceria entre uma empresa fabricante
inglesa que foi na altura a BP Chemicals e também com uma universidade
inglesa. 
Eduardo Alves
(Urbi & Orbi)
PARA A REVISÃO DE
ESTATUTOS
UBI com Assembleia

O Reitor da Universidade da Beira
Interior já revelou os nomes das cinco pessoas exteriores à UBI que vão
integrar a Assembleia Estatutária, órgão que segundo as regras do Regime
Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES) tem de redigir os
novos estatutos da instituição até ao próximo dia 10 de Junho. Santos
Silva frisou que a escolha deste grupo “foi unânime entre os 16 membros
da UBI que integram esta assembleia”. Com a aceitação “imediata” dos
cinco convidados, as reuniões de trabalho passam assim a contar com 21
pessoas.
A integrar o grupo está assim Júlio Fermoso García, ex-reitor da
Universidade de Salamanca, “e uma figura que deu uma colaboração muito
importante à UBI aquando do início da Faculdade de Ciências da Saúde;
nomeadamente na própria implementação desta estrutura e que hoje
desempenha um cargo muito ligado às empresas uma vez que é o presidente
executivo da “Caja Duero”, um banco espanhol”, explica Santos Silva. Uma
figura que tem uma vertente académica mas também empresarial. É
doutorado em Medicina pela Universidade de Valladolid e professor
catedrático também desta área.
Também Carlos Salema “que é actualmente o presidente do Instituto de
Telecomunicações (IT), uma figura que tem a vertente não só académica,
de professor, mas também de investigador ligados às telecomunicações e
ao qual a UBI também está ligada, uma vez que temos um pólo do IT aqui
na Covilhã”, explica o reitor. Carlos Salema doutorou-se em Engenharia
Electrotécnica no Queen Mary College da Universidade de Londres, em 1972
e tem uma longa experiência de ensino na área de Sistemas de
Telecomunicações.
António Simões Lopes “que foi reitor da Universidade Técnica de Lisboa e
também presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas
(CRUP) é outra das figuras que vai integrar a assembleia”, adianta
Santos Silva. Simões Lopes é licenciado em Finanças pelo ISCEF/UTL e
doutor em Economia pela Universidade de Oxford. É doutor honoris-causa
pela Universidades de Kent (at Canterbury), Federal do Maranhão, Algarve
e Coimbra.
Outro dos convidados foi o General Manuel Taveira Martins, “que foi
Chefe de Estado Maior da Força Aérea (CEMFA) e que de alguma forma
revolucionou um pouco a parte do ensino e da investigação no âmbito
daquela força militar”, sublinha Santos Silva. Tem o curso de
Aeronáutica, da Academia Militar e ocupou também o cargo de Comandante
Logístico e Administrativo da Força Aérea.
Rui Brandão, é outra das personalidades que vai integrar este órgão. “É
um dos responsáveis por alguns grupos de investigação de antigos alunos
da UBI que trabalham actualmente na Siemens Portuguesa e que vem também
de uma empresa”, reitera Santos Silva. Licenciado em Engenharia
Electrotécnica, tem uma pós-graduação na Stanford University, da
Califórnia, é director geral da Siemens Medical Solutions e presidente
da Associação Nacional de Formação de Electrónica e Industrial e
pertence à Comissão Executiva da Siemens Portuguesa. 
Eduardo Alves
(Urbi@Orbi)
UNIVERSIDADE DO MINHO
Braga acolhe Instituto

A actividade do Instituto Ibérico de
Nanotecnologias de Braga vai estar ancorada na Universidade do Minho (UMinho),
e num “cluster” formado por dois centros de investigação e uma empresa
do sector, revelou, no passado dia 16 de Janeiro, o vice-reitor da
instituição da UMinho.
Em declarações à Lusa, o professor Manuel Mota adiantou que o Instituto
Ibérico de Nanotecnologias (INL - Iberian Nanotechnology Laboratory, na
terminologia inglesa) será construído em Braga, “devido à Universidade
do Minho que tem demonstrado uma forte actividade de investigação neste
domínio, à escala nacional e internacional”.
“Muita dela em colaboração com universidades espanholas, nomeadamente da
Galiza”, frisou.
A primeira pedra do Instituto Ibérico de Nanotecnologias foi lançada
durante a Cimeira Ibérica que decorreu, este mês, em Braga, com a
presença dos chefes de Governo de Portugal e Espanha, José Sócrates e
José Luís Zapatero e de vários membros dos seus governos.
A UMinho - acrescentou o vice-reitor - para além da forte actividade em
nanotecnologia, lançou também infra-estruturas a ela ligadas,
nomeadamente o Laboratório Associado I3N - Instituto de Nanoestruturas,
Nanomodelação e Nanofabricação, com sede na universidade minhota.
O Laboratório Associado I3N foi formalmente reconhecido, em Outubro de
2006, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Este instituto, que agrega várias universidades, tem presidência
rotativa, a qual, neste momento, está a cargo da Universidade Nova de
Lisboa, sendo a vice-presidência assegurada pela Universidade do Minho,
através do professor José Covas.
Manuel Mota salientou também que, em Barcelos, funciona a empresa
Nanologic, em actividade produtiva, que em Famalicão foi criado o CeNTI
- Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e
Inteligentes, sedeado junto ao CITEVE, e já em fase terminal de
instalação da maquinaria. 
AVES TROPICAIS NO OCEANO
ÍNDICO
Coimbra investiga

Uma equipa de investigadores da Faculdade
de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a
estudar a ecologia alimentar e reprodutora das andorinhas-do-mar no
Oceano Índico, abordando a sua conservação e preservação e utilizando as
aves como bioindicadores do Ecossistema Marinho.
Coordenado por Matthieu Le Corre, da Universidade da Ilha da Reunião, e
por Jaime Albino Ramos, do Departamento de Zoologia de Universidade de
Coimbra, o estudo está a ser realizado nas Seychelles, onde as
populações de aves marinhas atingem mais de um milhão de indivíduos.
Este estudo é financiado pela Associação Científica de Estudos Marinhos
do Índico Ocidental e conta com a colaboração de várias organizações não
governamentais locais.
As andorinhas-do-mar tropicais alimentam-se quase exclusivamente de
pequenos peixes e lulas, que capturam à superfície, mergulhando do ar.
Estes peixes ficam disponíveis para as aves devido aos predadores
sub-aquáticos como os atuns que, durante a sua actividade de
alimentação, os obrigam a vir à superfície. Desta forma, o sucesso
reprodutor destas aves depende, não só da abundância de peixe no mar,
mas também das populações de predadores sub-aquáticos.
O sucesso reprodutor das aves está directamente relacionado com a
produtividade do mar, quer em zonas costeiras, quer em zonas pelágicas
(em mar aberto). Como estabelecer a relação? – “Se as aves põem mais
ovos e têm mais crias, são anos de maior produtividade, maior abundância
de várias espécies de peixe. Se, por outro lado, as aves têm um sucesso
reprodutor reduzido, são anos menos produtivos”, explica o investigador
da FCTUC.
Em caso de sobre-exploração dos stocks de atuns as aves poderão ser
afectadas. Assim, a monitorização regular, e a longo prazo, do sucesso
reprodutor das aves marinhas, permite obter uma informação integrada
sobre o estado do ecos-sistema marinho. Tal é devido à posição de topo
que as aves marinhas ocupam nas cadeias alimentares.
Para além de utilizar as aves como indicadores do ecossistema marinho, o
estudo visa contribuir para a preservação das aves marinhas. Por
exemplo, o Garajau-rosado, uma espécie de andorinha de distribuição
mundial, está ameaçado sendo necessário adoptar medidas, no sentido de
proteger esta espécie. 
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