UNIVERSIDADE DE ÉVORA
Perfil dos novos
alunos

A Pró-reitoria para a Política da
Qualidade e Inovação da Universidade de Évora (UÉ) divulgou recentemente
um estudo sobre “O Acesso ao Ensino Superior: Perfil dos Ingressados do
1.º Ciclo na Universidade de Évora 2007/08”.
Na análise dos resultados do inquérito aplicado aos novos alunos na
Universidade de Évora, e de acordo com o estudo efectuado, verificou-se
que Évora continua a ser o distrito (35,6%) que atrai mais alunos para a
referida instituição. Seguidamente vem o distrito de Lisboa com 9,0%,
Setúbal com 8,6% e Santarém com 8,4%.
De acordo com o relatório, os principais motivos de candidatura a este
estabelecimento de ensino foram a média de acesso do curso e as
características da cidade de Évora (ambas com 42,5 %). Outro factor
determinante para a escolha da instituição foi a proximidade geográfica
da residência (36,6%). Em quarto lugar surge a qualidade do ensino com
(33,7%).
As razões para os alunos terem optado pela selecção da UÉ foram:
Condições de acesso (45,0%); o desejo de aprofundar os conhecimentos na
área do curso (44,2%) e a nota de candidatura (35,8%). As expectativas
dos novos alunos em relação à universidade estão relacionadas
essencialmente com a formação necessária à vida profissional (73,4%).
Quanto à opção de colocação dos ingressados em 2007/2008, o estudo
revela que os Cursos de Turismo (91,4%), Engenharia Mecatrónica (83,3%),
Engenharia Informática (76,2%), Educação Básica (66,7%), Línguas,
Literaturas e Culturas (65,0%) e Enfermagem (64,71%) ocuparam as suas
vagas com uma percentagem elevada de alunos em 1ª opção.
Explicações. O perfil dos novos
alunos da Universidade de Évora (UE) foi “desenhado” através de um
estudo que, anualmente, é realizado pela instituição, sob coordenação do
pró-reitor e catedrático Carlos Vieira.
O inquérito, explicou, à agência Lusa, Carlos Vieira, permitiu concluir
que, à semelhança da “tendência nacional e europeia”, a maioria dos
“caloiros” são do sexo feminino.
“Todas as universidades que têm um leque mais alargado de cursos, em
Portugal e na Europa, recebem mais mulheres do que homens, ao contrário
das mais especializadas em engenharias, procuradas sobretudo por alunos
do sexo masculino”, disse.
Quanto à proveniência geográfica dos novos estudantes do ensino
superior, a UE tem este ano um terço de “caloiros” residentes no
distrito de Évora, sendo os restantes dois terços oriundos dos distritos
de Lisboa, Setúbal e Santarém.
“Estamos implantados numa região com uma população reduzida e
envelhecida e os outros dois distritos do Alentejo (Beja e Portalegre)
não fornecem muitos alunos à universidade, pelo que o âmbito de atracção
tem que ser mais alargado”, justificou.
No estudo realizado este ano, comparativamente aos anos anteriores,
segundo o docente, uma das alterações foi o “aumento do ingresso de
trabalhadores estudantes”, graças ao “programa para captar alunos com
mais de 23 anos”.
“Também tivemos um aumento do número global de candidatos. Desde meados
dos anos 90 que o número de candidatos vinha a diminuir e as
universidades ressentiam-se, mas, este ano, tivemos mais candidatos do
que as vagas disponíveis”, realçou.
A Universidade de Évora conta, este ano lectivo, com uma oferta
formativa de 36 cursos de primeiro grau, 12 dos quais oferecidos pela
primeira vez.
“O número de colocações aumentou consideravelmente em relação a anos
anteriores, tendo a taxa de ocupação de vagas ficado muito próxima dos
cem por cento”, refere a instituição.
Considerando todos os regimes de ingresso, acrescenta a UE,
matricularam-se este ano cerca de 1.500 alunos de formação inicial, o
que revela um crescimento de 16,5 por cento em relação ao ano anterior.
Numa alusão a dados oficiais da Direcção-Geral do Ensino Superior, a
academia alentejana sublinha mesmo que a sua taxa de crescimento de
novos matriculados foi “consideravelmente acima da tendência nacional”. 
Noémi Marujo
NO CAMPUS DE GAMBELAS
Edifícios eficientes
em debate

A Faculdade de Ciências do Mar e do
Ambiente (FCMA) da Universidade do Algarve organiza, a 25 de Janeiro de
2008, a 1.ª Conferência sobre Edifícios Eficientes, um evento que
contará com perto de 100 participantes.
De acordo com Eusébio Conceição, docente da Faculdade de Ciências do Mar
e Ambiente, na área das energias renováveis e responsável pela
organização da conferência, “ao longo deste encontro serão abordados os
desenvolvimentos mais recentes na área da edificação relacionados com
rentabilização energética, sendo que para concretizar esta abordagem
contamos com um painel de conferencistas convidados de renome
internacional e com representantes de entidades com responsabilidade no
sector”.
Assim, serão abordadas questões como a arquitectura bioclimática,
sistemas de controlo inteligente em edifícios, gestão energética e
edificação eficiente, ventilação, conforto e acústica em edifícios e
utilização das novas tecnologias. Justamente, no que toca às novas
tecnologias em experimentação na UAlg, serão apresentadas várias
ferramentas informáticas concebidas por Eusébio Conceição, no âmbito do
projecto POCI 2010.
“Desenvolvemos softwares que se destinam a ser usados não apenas na
modelação da resposta dinâmica de edifícios, mas também na simulação
numérica de escoamentos virtuais internos e na simulação de condições de
conforto através de manequins virtuais, estes últimos utilizados na
avaliação da qualidade térmica, do ar, acústica e vibrações, entre
outros parâmetros.”
Refira-se que, no âmbito deste trabalho em torno da eficiência
energética de edifícios, está a ser assegurado pela Universidade do
Algarve, desde o início de 2007, um projecto-piloto no
Jardim-de-Infância N.º 1, em Olhão, cuja meta é, de acordo com o
investigador, “desenvolver ambientes mais confortáveis e saudáveis para
as camadas mais jovens, recorrendo para isso a análises pioneiras e
inovadoras”.
O “Estudo Aero-térmico de Jardins-de-Infância”, que decorre em paralelo
com o projecto POCI 2010, acontece ao abrigo de um protocolo celebrado
entre a Câmara Municipal de Olhão e a FCMA e conta com a colaboração de
docentes do Agrupamento Vertical Professor Paula Nogueira, que têm vindo
a trabalhar numa vertente pedagógica as questões da utilização eficiente
de energia nos edifícios. 
INOVAÇÃO EM AVEIRO
Janelas inteligentes
Cientistas das Universidades de Aveiro (CICECO),
Trás-os-Montes e Alto Douro (CQ-VR), Minho, Nova de Lisboa e Chalmers
(Suécia) acabam de produzir um electrólito com um desempenho
electroquímico superior aos já existentes, permitindo prever a sua
utilização em dispositivos electrocrómicos de estado sólido,
nomeadamente em “janelas inteligentes”.
Numa “janela inteligente” o material electrocrómico está em contacto com
o electrólito condutor iónico, que permite a entrada ou saída de catiões
induzindo, assim, a coloração ou descoloração da janela, por acção de um
simples interruptor. Por exemplo, no processo de coloração /descoloração
do trioxide de tungsténio, o material electrocrómico mais estudado,
ocorre, em geral, a injecção e a extracção de protões (ou outros
catiões) e de electrões sob aplicação de um campo eléctrico.
O electrólito é, pois, um componente importante da “janela inteligente”,
devendo exibir elevadas condutividade iónica e estabilidade
electroquímica. Com o objectivo de produzir um novo e melhor
electrólito, a equipa do CQ-VR usou o método de síntese sol-gel para
preparar electrólitos híbridos orgânicos/inorgânicos à base de sílica
modificada com moléculas orgânicas (cadeias poliméricas).
Estes materiais, designados di-ureasils, foram dopados com triflato de
potássio (KCF3SO3), tendo a sua elevada condutividade iónica sido
estudada e optimizada. O material mais promissor foi testado com sucesso
num protótipo de «janela inteligente» baseada no WO3. A quantificação do
efeito electrocrómico ficou a cargo da equipa do CICECO. 
INTERACÇÃO
HOMEM-COMPUTADOR
Coimbra inova
Uma equipa de investigadores do Instituto
de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra (FCTUC), liderada por Paulo Peixoto, desenvolveu
um Sistema pioneiro de Interacção Gestual com o Computador, essencial
para cenários de trabalho em equipa, em que todos os membros podem ver,
partilhar, anotar e tomar decisões sobre informação digital, de uma
forma muito mais eficaz.
Denominado HCOGICOS – Interface Gestual Homem Máquina para Ambientes
Colaborativos, este projecto financiado pela Fundação para a Ciência e
Tecnologia é especialmente vocacionado para ambientes de colaboração, em
que várias pessoas necessitam de interagir com o computador para
desempenharem, em conjunto, uma qualquer tarefa. Neste caso, o
tradicional paradigma de interface com o computador, baseado na
utilização do teclado, rato e monitor, torna-se inapropriado.
Com a interface gestual homem-computador desenvolvida na FCTUC, cada
interveniente pode interagir livremente com o computador sem a
necessidade de qualquer dispositivo externo, recorrendo apenas a um
conjunto de gestos naturais reconhecidos pelo computador. Esta solução
proporciona uma forma elegante de interacção para um vasto conjunto de
cenários de colaboração, tais como: reuniões de executivos, engenheiros,
equipas de CAD/CAM, gabinetes de Design e arquitectura, entre outros.
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