Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XI    Nº119    Janeiro 2008

Universidade

UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Perfil dos novos alunos

A Pró-reitoria para a Política da Qualidade e Inovação da Universidade de Évora (UÉ) divulgou recentemente um estudo sobre “O Acesso ao Ensino Superior: Perfil dos Ingressados do 1.º Ciclo na Universidade de Évora 2007/08”.

Na análise dos resultados do inquérito aplicado aos novos alunos na Universidade de Évora, e de acordo com o estudo efectuado, verificou-se que Évora continua a ser o distrito (35,6%) que atrai mais alunos para a referida instituição. Seguidamente vem o distrito de Lisboa com 9,0%, Setúbal com 8,6% e Santarém com 8,4%.

De acordo com o relatório, os principais motivos de candidatura a este estabelecimento de ensino foram a média de acesso do curso e as características da cidade de Évora (ambas com 42,5 %). Outro factor determinante para a escolha da instituição foi a proximidade geográfica da residência (36,6%). Em quarto lugar surge a qualidade do ensino com (33,7%).

As razões para os alunos terem optado pela selecção da UÉ foram: Condições de acesso (45,0%); o desejo de aprofundar os conhecimentos na área do curso (44,2%) e a nota de candidatura (35,8%). As expectativas dos novos alunos em relação à universidade estão relacionadas essencialmente com a formação necessária à vida profissional (73,4%).

Quanto à opção de colocação dos ingressados em 2007/2008, o estudo revela que os Cursos de Turismo (91,4%), Engenharia Mecatrónica (83,3%), Engenharia Informática (76,2%), Educação Básica (66,7%), Línguas, Literaturas e Culturas (65,0%) e Enfermagem (64,71%) ocuparam as suas vagas com uma percentagem elevada de alunos em 1ª opção.
 

Explicações. O perfil dos novos alunos da Universidade de Évora (UE) foi “desenhado” através de um estudo que, anualmente, é realizado pela instituição, sob coordenação do pró-reitor e catedrático Carlos Vieira.

O inquérito, explicou, à agência Lusa, Carlos Vieira, permitiu concluir que, à semelhança da “tendência nacional e europeia”, a maioria dos “caloiros” são do sexo feminino.

“Todas as universidades que têm um leque mais alargado de cursos, em Portugal e na Europa, recebem mais mulheres do que homens, ao contrário das mais especializadas em engenharias, procuradas sobretudo por alunos do sexo masculino”, disse.

Quanto à proveniência geográfica dos novos estudantes do ensino superior, a UE tem este ano um terço de “caloiros” residentes no distrito de Évora, sendo os restantes dois terços oriundos dos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém.

“Estamos implantados numa região com uma população reduzida e envelhecida e os outros dois distritos do Alentejo (Beja e Portalegre) não fornecem muitos alunos à universidade, pelo que o âmbito de atracção tem que ser mais alargado”, justificou.

No estudo realizado este ano, comparativamente aos anos anteriores, segundo o docente, uma das alterações foi o “aumento do ingresso de trabalhadores estudantes”, graças ao “programa para captar alunos com mais de 23 anos”.

“Também tivemos um aumento do número global de candidatos. Desde meados dos anos 90 que o número de candidatos vinha a diminuir e as universidades ressentiam-se, mas, este ano, tivemos mais candidatos do que as vagas disponíveis”, realçou.

A Universidade de Évora conta, este ano lectivo, com uma oferta formativa de 36 cursos de primeiro grau, 12 dos quais oferecidos pela primeira vez.

“O número de colocações aumentou consideravelmente em relação a anos anteriores, tendo a taxa de ocupação de vagas ficado muito próxima dos cem por cento”, refere a instituição.
Considerando todos os regimes de ingresso, acrescenta a UE, matricularam-se este ano cerca de 1.500 alunos de formação inicial, o que revela um crescimento de 16,5 por cento em relação ao ano anterior.

Numa alusão a dados oficiais da Direcção-Geral do Ensino Superior, a academia alentejana sublinha mesmo que a sua taxa de crescimento de novos matriculados foi “consideravelmente acima da tendência nacional”.

Noémi Marujo

 

 

 

NO CAMPUS DE GAMBELAS

Edifícios eficientes em debate

A Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente (FCMA) da Universidade do Algarve organiza, a 25 de Janeiro de 2008, a 1.ª Conferência sobre Edifícios Eficientes, um evento que contará com perto de 100 participantes.

De acordo com Eusébio Conceição, docente da Faculdade de Ciências do Mar e Ambiente, na área das energias renováveis e responsável pela organização da conferência, “ao longo deste encontro serão abordados os desenvolvimentos mais recentes na área da edificação relacionados com rentabilização energética, sendo que para concretizar esta abordagem contamos com um painel de conferencistas convidados de renome internacional e com representantes de entidades com responsabilidade no sector”.

Assim, serão abordadas questões como a arquitectura bioclimática, sistemas de controlo inteligente em edifícios, gestão energética e edificação eficiente, ventilação, conforto e acústica em edifícios e utilização das novas tecnologias. Justamente, no que toca às novas tecnologias em experimentação na UAlg, serão apresentadas várias ferramentas informáticas concebidas por Eusébio Conceição, no âmbito do projecto POCI 2010.

“Desenvolvemos softwares que se destinam a ser usados não apenas na modelação da resposta dinâmica de edifícios, mas também na simulação numérica de escoamentos virtuais internos e na simulação de condições de conforto através de manequins virtuais, estes últimos utilizados na avaliação da qualidade térmica, do ar, acústica e vibrações, entre outros parâmetros.”

Refira-se que, no âmbito deste trabalho em torno da eficiência energética de edifícios, está a ser assegurado pela Universidade do Algarve, desde o início de 2007, um projecto-piloto no Jardim-de-Infância N.º 1, em Olhão, cuja meta é, de acordo com o investigador, “desenvolver ambientes mais confortáveis e saudáveis para as camadas mais jovens, recorrendo para isso a análises pioneiras e inovadoras”.

O “Estudo Aero-térmico de Jardins-de-Infância”, que decorre em paralelo com o projecto POCI 2010, acontece ao abrigo de um protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Olhão e a FCMA e conta com a colaboração de docentes do Agrupamento Vertical Professor Paula Nogueira, que têm vindo a trabalhar numa vertente pedagógica as questões da utilização eficiente de energia nos edifícios.

 

 

 

INOVAÇÃO EM AVEIRO

Janelas inteligentes

Cientistas das Universidades de Aveiro (CICECO), Trás-os-Montes e Alto Douro (CQ-VR), Minho, Nova de Lisboa e Chalmers (Suécia) acabam de produzir um electrólito com um desempenho electroquímico superior aos já existentes, permitindo prever a sua utilização em dispositivos electrocrómicos de estado sólido, nomeadamente em “janelas inteligentes”.

Numa “janela inteligente” o material electrocrómico está em contacto com o electrólito condutor iónico, que permite a entrada ou saída de catiões induzindo, assim, a coloração ou descoloração da janela, por acção de um simples interruptor. Por exemplo, no processo de coloração /descoloração do trioxide de tungsténio, o material electrocrómico mais estudado, ocorre, em geral, a injecção e a extracção de protões (ou outros catiões) e de electrões sob aplicação de um campo eléctrico.

O electrólito é, pois, um componente importante da “janela inteligente”, devendo exibir elevadas condutividade iónica e estabilidade electroquímica. Com o objectivo de produzir um novo e melhor electrólito, a equipa do CQ-VR usou o método de síntese sol-gel para preparar electrólitos híbridos orgânicos/inorgânicos à base de sílica modificada com moléculas orgânicas (cadeias poliméricas).

Estes materiais, designados di-ureasils, foram dopados com triflato de potássio (KCF3SO3), tendo a sua elevada condutividade iónica sido estudada e optimizada. O material mais promissor foi testado com sucesso num protótipo de «janela inteligente» baseada no WO3. A quantificação do efeito electrocrómico ficou a cargo da equipa do CICECO.
 

 

 

INTERACÇÃO HOMEM-COMPUTADOR

Coimbra inova

Uma equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), liderada por Paulo Peixoto, desenvolveu um Sistema pioneiro de Interacção Gestual com o Computador, essencial para cenários de trabalho em equipa, em que todos os membros podem ver, partilhar, anotar e tomar decisões sobre informação digital, de uma forma muito mais eficaz.

Denominado HCOGICOS – Interface Gestual Homem Máquina para Ambientes Colaborativos, este projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia é especialmente vocacionado para ambientes de colaboração, em que várias pessoas necessitam de interagir com o computador para desempenharem, em conjunto, uma qualquer tarefa. Neste caso, o tradicional paradigma de interface com o computador, baseado na utilização do teclado, rato e monitor, torna-se inapropriado.

Com a interface gestual homem-computador desenvolvida na FCTUC, cada interveniente pode interagir livremente com o computador sem a necessidade de qualquer dispositivo externo, recorrendo apenas a um conjunto de gestos naturais reconhecidos pelo computador. Esta solução proporciona uma forma elegante de interacção para um vasto conjunto de cenários de colaboração, tais como: reuniões de executivos, engenheiros, equipas de CAD/CAM, gabinetes de Design e arquitectura, entre outros.

 


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