Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XI    Nº120    Fevereiro 2008

Universidade

DE 5 A 7 DE MARÇO, NA UBI

Hospital Faz de Conta

O Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior (MedUBI) vai organizar o “Hospital do Faz de Conta” (HFC), entre 5 e 7 de Março, nas instalações da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI. A iniciativa destina-se a crianças com idades compreendidas entre os três e os sete anos de idade, que frequentem infantários e escolas do 1º ciclo da região.

Trata-se de um “hospital” em que as crianças são os “pais” que levam os seus “filhos”, os bonecos, ao hospital. Neste “jogo de faz de conta” as crianças serão recebidas pelos estudantes de medicina, que desempenharão o papel de profissionais de saúde no intuito de investigar a “doença” do boneco. Para tal, as crianças passarão por um circuito pré-determinado que inclui diferentes “áreas hospitalares”, nomeadamente, consultório médico, sala de tratamentos, sala de imagiologia, bloco operatório e internamento. Para além destas áreas, existirá também uma sala de educação para a saúde, onde serão abordados, de forma interactiva, os seguintes temas: alimentação saudável, higiene oral, vacinação e protecção solar.

O Hospital tem assim como principal objectivo ajudar as crianças, num período de não doença, a perder os seus medos do ambiente hospitalar, entre os quais, o medo da “bata branca”, dos instrumentos e das técnicas médicas, de uma forma didáctica e dinâmica. É assim importante não só na formação das crianças, como também na formação dos estudantes de medicina.

A ideia original deste projecto nasce com a European Medical Students’ Association (EMSA), que representa mais de 200 associações de estudantes de escolas de medicina por toda a Europa e desenvolve vários projectos originais, entre os quais o “Teddy Bear Hospital”. Em Portugal, diversas associações de estudantes de medicina têm vindo a implementar este projecto na sua comunidade, por conseguinte, o MedUBI, como recente membro da EMSA, não poderia deixar de responder ao desafio de desenvolver uma actividade semelhante dirigida às crianças do interior do país.

 

 

 

TESE DE DOUTORAMENTO DEFENDE NA UBI

Geração à rasca influi na politica

Novos Actores Sobre Velhos Palcos: juventude, política e ideologias no Portugal democrático é o tema da tese de doutoramento defendida por Nuno Augusto, docente da Universidade da Beira Interior (UBI) segundo o qual os jovens pós 25 de Abril, embora apelidados de “geração rasca”, desempenharam e desempenham um papel na mudança da política.
O docente do Departamento de Sociologia da UBI concluiu que “estas novas gerações estão a aproximar-se bastante daquelas que são as linhas de orientação europeias, daquilo que são as tendências em termos de comportamentos políticos e inclusive a anular uma certa anomalia apontada por muito académicos europeus em relação ao nosso País, neste domínio”. Uma das descobertas importantes que se verificou neste trabalho “tem a ver com um dos elementos que marcava, segundo alguns autores internacionais, a anomalia portuguesa, que era o facto de em Portugal se poder dizer que era um dos poucos países onde nem a religião, nem a classe social tinham qualquer relação com a clivagem esquerda/direita”.
Nuno Augusto vem contrariar essa vertente. O autor deste trabalho sublinha que “através de dados nacionais, foi a partir de 1999 que a religião se passou a tornar um critério fundamental para vincar esta clivagem esquerda/direita, que já não passa tanto por valores económicos, portanto, já não é o eixo socialismo/liberalismo nem o socialismo/capitalismo”. Adianta ainda que “aquilo que os dados nacionais nos comprovam é que os jovens têm um grau de interesse pela política muito semelhante àquele que têm as gerações anteriores”. As novas gerações “são efectivamente um elemento fundamental na mudança política nos últimos anos, não só na Europa, mas também já em Portugal e aquilo que o estudo prova, contrariamente ao que se verificava com alguns estudos nos anos 90 é que em Portugal isso já é visível. E esta é de facto a grande conclusão da tese”, sublinha.


Eduardo Alves (Urbi@Orbi)

 

 

 

PRÉMIO UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Epifânio da Franca é o vencedor

José Epifânio da Franca, docente universitário e presidente e co-fundador da empresa tecnológica Chipidea, é o vencedor da edição de 2008 do Prémio Universidade de Coimbra, um dos mais importantes a nível nacional nos campos da ciência e da cultura.

O nome foi anunciado em conferência de imprensa hoje realizada na Reitoria da Universidade de Coimbra, pelo Reitor Fernando Seabra Santos, que destacou o contributo do galardoado para o avanço mundial do conhecimento no domínio dos Circuitos e Sistemas, bem como a forma como se dedicou a uma nova forma de fazer ciência e de a ligar à criação de valor social e económico: Franca ultrapassou os modelos tradicionais da produção científica, dedicando-se à construção de conhecimento de ponta mas também ao seu fornecimento no próprio contexto empresarial.

Com a atribuição deste Prémio, a Universidade de Coimbra destaca também a ousadia do premiado ao persistir em centrar a sua atenção nos sistemas analógicos quando a generalidade dos laboratórios mundiais se viravam para o digital, opção que permitiu ao seu grupo ser dos poucos que detinham, a nível mundial, a capacidade de conceber soluções que ligassem estes dois mundos quando os grandes fabricantes mundiais de equipamentos electrónicos delas necessitaram.

Nascido em 1955, José Epifânio da Franca é licenciado em Engenharia Electrotécnica pelo Instituto Superior Técnico (IST) e doutorado pelo Imperial College of Science and Technology da Universidade de Londres. É actualmente professor catedrático convidado do IST e adjunct professor da Universidade Chinesa de Hong-Hong.
 

 

 

GRANDE MÊS DE MARÇO EM COIMBRA

Semana Cultural já tem programa

Sob o tema central a imaginação, a X Semana Cultural da Universidade de Coimbra vai decorrer de 1 a 8 de Março e revela um formato que irá além da apresentação de espectáculos, exposições e performances: o ‘salto’ será dado através de workshops, desenvolvidos pelos artistas empenhados nas apresentações.

Do programa da edição deste ano da Semana Cultural fazem parte uma série de iniciativas profissionais, desenhadas pelo assessor de programação Giacomo Scalisi e a coreógrafa Madalena Victorino, em torno da ideia da imaginação como abrigo. Desta forma, serão apresentados os espectáculos “Lembranças” (11 curtas peças entre o teatro e a dança) e “Os Vivos” (pelo Teatro O Bando), a cidade e a Universidade encher-se-ão com a alegria da ‘fanfarra de bolso’ “Auprés de ma Blonde” e várias dezenas de pessoas – voluntários, universitários e não só – farão a sua estreia em palco em “Caruma”, espectáculo de arte comunitária coreografado por Madalena Victorino.

Paralelamente, os protagonistas daqueles momentos estarão envolvidos numa série de workshops que também se apresentarão como espectáculos. Por exemplo, pessoas interessadas em teatro, literatura e estranhezas artísticas poderão participar na oficina de criação teatral “Pequenas Lembranças”, a partir de textos de Luiz Pacheco. Tendo como ponto de partida “Os Vivos”, será dada uma oportunidade para experimentar um teatro radiofónico que se vê. As tradições da canção de Coimbra irão ao encontro do repertório cantado provençal da fanfarra “Auprés de ma Blonde”, num workshop destinado a músicos que desejem experimentar cruzamentos sonoros e arriscar uma apresentação ao ar livre, em movimento. E a partir de “Caruma”, será possível a qualquer um descobrir em simultâneo o movimento do seu corpo e o movimento arquitectónico da Universidade, com vista a criar uma peça coreográfica de conjunto, ou construir um coro de movimento sobre o poder a partir da observação das figuras dos reitores representados na Sala do Exame Privado, nos workshops “Abrigo”.

Do programa da X Semana Cultural fazem ainda parte várias outras iniciativas, dinamizadas por diversas estruturas da Universidade e da Academia de Coimbra. De destacar, no dia 1 de Março, a Sessão Solene comemorativa do 718.º aniversário da Universidade, em que será entregue o Prémio Universidade de Coimbra.

 

 

 

EM PARCERIA COM INSTITUTO RUSSO E UNIVERSIDADE HOLANDESA

Algarve cria melhores painéis solares

A Universidade de Amesterdão, na Holanda, em parceria com a Universidade do Algarve e com o Ioffe Physico-Technical Institute, em São Petersburgo, na Rússia, desenvolveram um método inovador para aumentar a quantidade de energia convertida em electricidade pelas células dos painéis solares.

O avanço alcançado pela equipa de investigadores, liderada por Tom Gregorkiewicz, docente da Universidade de Amesterdão, está a captar largo interesse junto da comunidade científica internacional, sendo que os resultados deste trabalho vão ser publicados na edição de Fevereiro da revista Nature Photonics, juntamente com uma entrevista ao líder do projecto, merecendo ainda um destaque na revista Nature.

Basicamente, os investigadores mostraram que partindo os fotões mais energéticos (ultra-violetas), e separando-os no espaço, é possível converter uma maior percentagem de energia em electricidade, através de painéis solares, do que se converteria antes do corte.

Sabendo que o nível máximo teórico de conversão de energia através de painéis solares simples é de 30% (70% da energia que chega do Sol não é aproveitada), o novo método poderá contribuir para aumentar o nível de eficácia de conversão para os 45% (um crescimento na ordem dos 50%).

Recorde-se que o Algarve, assim como toda a região Sul do Portugal, beneficia de uma localização estratégica incontornável, já que a quantidade de energia solar recebida por ano é a mais alta de Europa e, por isso, este será o local ideal para estudar e implementar novas tecnologias de energia solar.

 

 

 

NOVOS CURSOS EM ÉVORA

Universidade e Secil têm parceira

A Universidade de Évora e a Secil acabam de estabelecer protocolo para a criação de cursos de engenharia na instituição alentejana, em que parte da aprendizagem será na empresa, podendo os técnicos desta leccionar na academia. O acordo de parceria, a que a agência Lusa teve acesso, engloba a concepção, oferta e leccionação de cursos na área da engenharia, tanto de primeiro (licenciatura), como de segundo (mestrado) ciclos.

Esta oferta formativa da Universidade de Évora (UE) vai estar disponível em “modelo sanduíche”, pressupondo que parte da aprendizagem seja feita em contexto empresarial, isto, é no interior da Secil, Companhia Geral de Cal e Cimento, Lda.

Por outro lado, pode ler-se no protocolo, os técnicos da empresa vão poder leccionar, em contexto escolar, módulos desses mesmos cursos. Para a concepção e acompanhamento do funcionamento de cada curso, está prevista a criação duma Comissão de Curso, com elementos das duas entidades, que terá a responsabilidade também de definir a duração da componente de aprendizagem em contexto empresarial.

Dentro da Secil, que se compromete a receber, em cada ano lectivo, um máximo de cinco estudantes por curso, os formandos ficam sob responsabilidade técnica e pedagógica de um técnico superior da empresa. “A Universidade de Évora procurará indicar, de entre os seus alunos, aqueles que, numa óptica académica, manifestem maior potencial e capacidades de aprendizagem prática” para essa aprendizagem na Secil.

O reitor da Universidade de Évora, Jorge Araújo, revelou hoje à Lusa que a instituição vai criar, no próximo ano lectivo, três novos cursos em parceria com o sector empresarial, obedecendo a este modelo de parte da aprendizagem ser feita no interior das empresas.

“Para a Universidade de Évora, a ligação às empresas é vital”, assegurou o reitor, que frisou que este tipo de parcerias podem contribuir para ultrapassar as dificuldades financeiras da instituição de ensino superior alentejana. O modelo de cursos em “sanduíche”, acrescentou Jorge Araújo, permitirá que o conhecimento científico adquirido pelos estudantes na universidade seja “caldeado” com o conhecimento empírico que “a experiência confere aos técnicos das empresas”. “Desse caldeamento deve nascer uma formação nova e o que pretendemos é que, ao fim do terceiro ano, os alunos tenham a percepção do que é a realidade empresarial, sejam conhecidos dos empresários e estejam à vontade para penetrar no mercado de trabalho”, explicou.

 

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