ANTÓNIO BARRETO TRAÇA O
RETRATO DE EDUCAÇÃO NACIONAL
Caos, impasse e
desperdício

Gestão centralizada, instabilidade
ministerial, falta de responsabilidade dos dirigentes escolares e
desinteresse dos autarcas e dos pais, são para António Barreto a semente
do mal que grassa na educação. Para o sociólogo, este sector é das
maiores fontes de desperdício de recursos humanos e financeiros e
defende a reforma da sua gestão. Barreto acrescenta ainda que as
universidades, especialmente as privadas, estão a afastar-se das funções
nobres de desenvolvimento da ciência e cultura para se centrarem de
forma “obsessiva” no ensino e na única preocupação de terem cada vez
mais alunos. Sobre o sistema político, o autor da série “Portugal: Um
Retrato Social”, entende que só mudará quando os partidos mudarem e,
finalmente, reclama mais autoridade para o Presidente da República “se
opor à demagogia dos governos”.
Em “Portugal: Um Retrato Social”,
plasmou num documentário de sete episódios, a evolução do nosso País em
40 anos. Que principais diferenças encontrou entre as estatísticas que
coligiu ao longo desse período nos seus livros e o que observou in loco
nos cerca de 30 mil quilómetros que percorreu?
As diferenças começam por ser as que resultam da observação directa.
Como dizia num desses livros previamente publicados, «não há estatística
que resuma um país». Acrescento que não há números que mostrem realmente
pessoas e sociedades. As estatísticas são essenciais, mas sempre
insuficientes.
Por outro lado, as visitas, as observações, os contactos com as pessoas
e os depoimentos que me deram trouxeram novos elementos. Um dos que mais
me surpreendeu foi o que diz respeito à dureza e à dificuldade da vida
quotidiana nos subúrbios das grandes cidades, isto é, das áreas
metropolitanas de Lisboa e Porto. A vida aí é muito mais difícil do que
tudo o que se pode imaginar. A vida dos idosos, a sua solidão em
particular, foi outra surpresa, pela dimensão do fenómeno no nosso País.
Diz que Portugal é uma nação com
«expectativas próprias de um país rico e desenvolvido, mas tem
capacidades de um povo pobre, inculto e periférico». Isso é fruto de uma
contradição permanente e de uma oscilação entre euforia e depressão?
Desde que Portugal ficou uma sociedade aberta, os portugueses têm acesso
a toda a informação, às modas, às opiniões e aos padrões de vida das
sociedades mais ricas, mais desenvolvidas e de democracia mais
experiente. Isto começou lentamente com a emigração e o turismo,
acelerou muito com a democracia e a adesão à União Europeia. Ora, ao
saberem tudo, ao estarem informados de tudo, os portugueses desejam
tudo. Querem viver como os suecos ou os ingleses, querem ter o melhor
que conhecem nos países mais ricos e mais desenvolvidos. Mas, entre
estes, Portugal é o menos rico, menos desenvolvido, com menos
experiência democrática. Quer isto dizer que a diferença entre
aspirações e capacidades é a maior dos países ocidentais. Daí a
frustração. Daí a obsessão das comparações com outros países.
Finalmente, os últimos anos, desde finais da década de noventa,
trouxeram a sensação clara (e verdadeira) de uma travagem no
crescimento, de uma espécie de esgotamento. Depois da euforia das
décadas anteriores, este “balde de água fria” tem tido efeitos
depressivos. Depois de quase quarenta anos a recuperar terreno perante
os europeus, vivemos há quase dez em que estagnamos ou perdemos
novamente...
Numa entrevista ao “Público” disse
que os portugueses “não gostam do seu País” porque não o tratam bem e
deu exemplos do caos nos subúrbios das cidades, a desordem urbanística
no litoral, a política de ordenamento, etc. Como se pode analisar
sociologicamente um povo que maltrata aquilo que é sua pertença?
As frases citadas são, evidentemente, generalizações “literárias”. Há
certamente portugueses que gostam do seu País! Além de que se pode
discutir o argumento: não gostar não significa necessariamente o mesmo
que deixar sujar, não ordenar, etc. Dito isto, mantenho as
generalizações. As causas desse fenómeno podem ser muitas e variadas.
Uma delas é seguramente a pobreza, absoluta ou relativa.
Cuidar do espaço público exige tempo e meios, tanto no plano individual
como colectivo. Quando as pessoas gastam o que têm para sobreviver, não
lhes sobra muito, nem tempo, nem dinheiro, para cuidar do que é de
todos. Outra causa estará na dependência dos cidadãos relativamente ao
Estado. Toda a gente espera sempre que “os outros”, “eles” ou as
“entidades públicas”, tratem do que é público. Estou a pensar nas
florestas. Nas praias. Nas ruas das cidades. Nos jardins públicos. Nos
espaços à volta das escolas. Em todos esses sítios, ninguém ou quase
ninguém faz o que pode fazer, quase toda a gente espera que alguém faça.
Por outro lado, o crescimento económico e urbano das últimas décadas
fez-se rapidamente de mais, sem preparação, sem hábitos democráticos e
institucionais, sem cultura. Quer dizer, cada um fazia o que podia e o
que queria, como queria e podia! Ao mesmo tempo, as entidades
autárquicas não tinham experiência nem saber, além de que eram muito
vulneráveis a influências e empenhos. E não esqueçamos que as
autarquias, as que mais se deveriam ocupar do espaço público, não
cumprem ou cumprem mal o seu dever. É uma velha questão: Lisboa está
suja porque os lisboetas sujam, ou porque a Câmara não limpa? Estas são,
em resumo, apenas algumas causas.
Os estádios do Euro 2004 e as
auto-estradas foram os grandes investimentos em obras públicas dos
últimos anos. O novo aeroporto de Lisboa e o TGV são dois projectos
ainda sobre a mesa. Acha razoável que os políticos continuem a apostar
em projectos desta dimensão enquanto chove e faz frio dentro das salas
de aula e faltam laboratórios para investigação?
Esses exemplos, nomeadamente o dos estádios de futebol, são verdadeiros
contra-sensos. Os poderes públicos gostam de, como se dizia há décadas,
“fazer o que dá nas vistas, em vez de fazer o que faz falta”. Os
governos têm uma especial atracção pelas “grandes obras”: são montras de
exibição, movimentam muito dinheiro, mobilizam empresas, criam emprego e
“mostram serviço”. Por vezes, há resultados positivos, como com algumas
auto-estradas. Mas talvez se tenham feito auto-estradas a mais... O
aeroporto de Lisboa é necessário, creio, mas a obra gigantesca da OTA,
talvez não. Quanto ao TGV, nada de realmente convincente foi até hoje
adiantado. Mesmo que se venha a verificar que o aeroporto e o TGV são
necessários, não duvido de que o sinal de progresso e desenvolvimento se
vê nas salas de aula, no aproveitamento escolar, no atendimento dos
hospitais, na prontidão da Justiça, nos espaços públicos ou nos cuidados
aos idosos. Aí, sim, está o verdadeiro desenvolvimento e a sociedade
mais humana. E tudo isso é muito mais difícil (e dá menos votos...) do
que simplesmente assinar os cheques de empreitadas às grandes
construtoras.
É um crítico acérrimo do estado a
que se chegou na Justiça e na Educação, duas pedras basilares de
qualquer país, mas elogia a evolução operada no sistema de Saúde. Um
“pacto de regime” para a Educação, como recentemente aconteceu na
Justiça, podia ajudar a inverter o rumo desse sector ou crê que seria
mais um exercício de retórica?
Não sou defensor dos “pactos de regime”. As maiorias parlamentares e os
governos de legislatura fizeram-se justamente para criar estabilidade
política e governativa, sem recurso a artifícios desse tipo. O recente
“pacto da Justiça” é um bom exemplo. Tem mais omissões do que cláusulas
positivas. Confio mais na autoridade de um Presidente da República que,
sem que seja necessário estabelecer um regime presidencialista,
estivesse atento às mudanças frenéticas dos governos e à vontade que
todos os partidos têm de alterar tudo quanto vem de trás. Por outro
lado, gostaria de confiar mais na estabilidade da alta Administração
Pública que deveria ter mais autoridade e não estar dependente das
mudanças eleitorais. O actual regime de nomeação “por confiança
política” dos directores gerais, dos presidentes e de outros dirigentes
da Administração é um dos mais terríveis venenos da nossa vida
colectiva. Finalmente, convém não esquecer que o problema não é apenas o
do acordo entre partidos. Também há diferenças, e profundas, dentro do
mesmo partido. Veja-se como certos governos, com o mesmo
Primeiro-ministro, mudaram duas, três e quatro vezes de ministros e de
políticas!
Um estudo da OCDE revela que
Portugal se encontra na cauda do ranking em termos de performance no
sector educativo, situando-se no 23.º posto nos estados com mais
investimento. O sector carece de reformas e rupturas culturais ou os
seus problemas resolvem-se com o reforço dos meios financeiros e
humanos?
O sector da educação deve ser uma das maiores, se não a maior fonte de
desperdício de recursos humanos e financeiros. Não creio que seja
necessário “injectar” ainda mais dinheiro no sistema. É necessário
organizar, gerir melhor e com mais responsabilidade. Não sendo
partidário de mais reformas globais, sou todavia defensor de uma reforma
da gestão do sistema educativo. Em primeiro lugar, autonomia das
escolas. Segundo, devolução das escolas básicas e secundárias às
comunidades locais e autárquicas. Terceiro, um enorme reforço da
autoridade e da responsabilidade dos dirigentes das escolas. Parece-me
totalmente errado tratar o sistema educativo como um todo uniforme e
homogéneo. É impossível gerir bem, de modo centralizado, um sistema com
quase 10.000 escolas e instituições, com quase dois milhões de alunos e
estudantes, com 200.000 docentes e funcionários...
Que soluções advoga para combater a
chaga do abandono escolar? É suficiente anunciar o alargamento da
escolaridade obrigatória para 12 anos?
O alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos, que me parece
razoável em abstracto, nada tem a ver com o abandono escolar. É mesmo
possível que, com a escolaridade obrigatória alargada, as taxas de
abandono aumentem.
26 ministros da Educação desde 1974
é revelador da incoerência e irresponsabilidade política dos partidos do
arco do poder que se vão revezando em São Bento?
Essa é uma das grandes razões da situação caótica em que se encontra o
sistema educativo. Caos, impasse e desperdício: são as três
características desse sistema. Que em boa parte resulta da instabilidade
governativa. Esta última não resulta apenas da mudança de partidos no
governo. Com efeito, no interior de cada governo e de cada legislatura,
houve tantas mudanças de ministros como entre partidos diferentes. O que
se passa na educação é aliás semelhante ao que se passa noutros
sectores, como a Justiça, as Obras Públicas, a Segurança Social ou a
Saúde. Compare-se a duração média dos governos e dos ministros de
Portugal com a de outros países, a começar pela Espanha! É confrangedor!
A lógica do “novo ministro, nova
política”, que tem sido apanágio dos titulares da pasta, devia ser
definitivamente abolida em nome do interesse nacional?
Deveria ser!
O número de jovens licenciados em
Portugal quase duplicou em 9 anos. Significa que as universidades se
converteram em autênticas “fábricas de canudos”, protagonizando um
negócio florescente, nomeadamente para as privadas, como o caso
Independente traduz?
As universidades portuguesas, em maioria, vão-se distanciando das suas
funções mais nobres de desenvolvimento da ciência, de investigação e de
cultura geral sólida, para se especializar obsessivamente no ensino e na
formação profissional. Esta degradação vem de trás, mas reforça-se com a
democracia e com o crescimento demográfico das instituições. Já Orlando
Ribeiro denunciava, há mais de 50 anos, o modo como as universidades
portuguesas se afastavam da ciência e da cultura, para se dedicar ao
ensino! Todos querem ter muitos alunos para ter mais dinheiro. Esta
perversão é, no ensino superior privado, mais grave do que no público.
O número de cursos chamados de
“lápis e papel” ou teóricos, cresceram exponencialmente. Pensa que se
descurou o ensino profissional e politécnico?
Foi esse um dos maiores erros das políticas educativas. A demagogia fez
com que se considerassem as universidades como se fossem escolas
profissionais. Perderam os dois ramos, o universitário e o politécnico.
Existe um certo clima de guerrilha
latente no sector, com manifestações, troca de palavras azedas entre
professores e ministério, episódios de violência dentro das salas de
aula, envolvendo comportamentos intoleráveis de alunos. Onde é que
reside a semente do mal e da instabilidade?
Na gestão centralizada. Na instabilidade ministerial. Na falta de
responsabilidade dos dirigentes escolares. Na falta de autonomia das
escolas. No desinteresse dos autarcas e dos pais pela educação. Na moda
do “ensino como prazer” que destruiu a disciplina.
As notas a Matemática e Português,
duas traves mestras de qualquer formação, são, de ano para ano, um
desastre nacional. Que leitura faz? Está a pagar-se a pobre cultura de
exigência e de rigor?
Os problemas são muito complexos e não devem ser tratados com demagogia.
Toda a gente parece saber “o que há para fazer” com a Matemática e o
Português. Mas repare que os resultados da Física, da Química e da
História são tão maus como os outros. A minha única sugestão é a de que
se “entregue” cada disciplina (programas, conteúdos, currículos,
avaliação, normas para a formação de professores, etc.) a uma Faculdade
escolhida e seleccionada, a fim de que esta desempenha as funções de
“monitor” dessa disciplina ao longo dos anos. E que assim se retire do
sistema o Ministério da Educação e os técnicos requisitados e os
pedagogos que são actualmente os responsáveis anónimos por alguns dos
mais graves desastres pedagógicos do país. Não sei se será solução para
tudo. Mas vale a pena tentar.
Quando o futuro de qualquer país
depende da qualidade formativa das gerações mais novas e sabendo que o
nível do nosso País está muito por baixo, o que esperar do futuro:
elites residuais e uma enorme massa amorfa, acomodada e indiferenciada?
As elites académicas, científicas e culturais serão cada vez mais
cosmopolitas e procurarão cada vez mais estudar, formar-se e
desenvolver-se no estrangeiro ou em ligação com outros países. A
maioria, por este andar, ficará como diz: indiferenciada. E muito
inculta.
É um crítico da acção desempenhada
pelo Estado, tendo-o caracterizado como «pesado, bruto e grande». Qual a
receita para tornar um Estado obeso num Estado elegante, ágil e menos
burocrático?
Reformar muitos funcionários. Despedir e indemnizar outros. Formar e
reciclar alguns. Não contratar novos durante uns anos. Introduzir e
generalizar novas formas de gestão. Conferir autoridade e estabilidade
aos dirigentes da Administração Pública. Retirar o poder discricionário
aos ministros. Mas não esquecer o essencial: a Administração Pública não
deve, nem pode, funcionar como uma empresa privada. Esse é um cliché
idiota que algumas pessoas repetem sem pensar. Na verdade, o que
significa pôr uma escola, um lar de idosos, a polícia, um hospital, um
centro de saúde ou as Forças Armadas a funcionar como uma empresa
privada? Isso seria uma selvajaria absurda. Mas funcionar como um
serviço público não obriga a que seja desperdício e fraude. Um serviço
público deve também ser bem gerido, com eficiência e honestidade. Sem
que se transforme numa empresa privada, cujo único objectivo é ganhar
dinheiro.
Para terminar questões do foro
político. Foi ministro, secretário de Estado e deputado. Não é novidade
dizer que a imagem dos políticos não é famosa. Pensa que o ponto de
viragem podia partir de uma ampla reforma da Assembleia da República, a
começar pelo número de parlamentares?
Já não tenho muitas ilusões. O sistema político só mudará quando os
partidos mudarem. Estes vão demorar décadas a mudar. As poucas reformas
do sistema político que encaro com alguma expectativa positiva são: os
deputados deveriam ser pessoalmente responsáveis e nominalmente eleitos;
ninguém poderia ser ministro sem ser eleito para o Parlamento; e o
Presidente da República (porque tem longos mandatos de cinco anos ou
mesmo de duas vezes cinco anos) deveria ter mais autoridade para se opor
à demagogia dos governos.
«O PS não é de esquerda. O Governo
também não. Nem Sócrates, aliás». Estas declarações, que são da sua
autoria, querem dizer que os conceitos de esquerda e direita
diluíram-se, as ideologias esbateram-se e os partidos são cada vez mais
iguais, dando razão aos argumentos que o senso comum do povo costuma
invocar?
Há nisso alguma verdade. A “União Europeia”, o “modelo social europeu” e
os “fundos europeus” foram arrasadores na destruição das diferenças
políticas e ideológicas. As mudanças sociais e tecnológicas mudaram a
configuração e as fronteiras das classes sociais. Há factores de divisão
ou de coesão que não são apenas resultados das divisões de classe: a
religião, a geração, o sexo, a região, a profissão, o sector de
actividade, a etnia e a cultura de origem. Há esquerda e direita, mas os
critérios de definição já não são os mesmos de há vinte ou trinta anos.
Nos próximos anos, uma ou duas décadas, vamos assistir, creio, ao
desenvolvimento de novas tendências sociais. A desigualdade tem crescido
muito e continuará a crescer. A exclusão também. A autoridade nacional
vai-se diluindo, sem que uma autoridade supra-nacional a substitua. Não
é difícil prever conflitos sociais muito sérios durante as próximas
décadas. Os países europeus são hoje governados por burocratas obcecados
com a competitividade, totalmente insensíveis às questões sociais,
culturais e humanas. Se viverem o suficiente, vão ter surpresas muito
amargas.
Nuno Dias da Silva
Cara da notícia

António Barreto é provavelmente na
companhia de Vasco Pulido Valente o intelectual que os políticos mais
curiosidade têm em ouvir, mesmo sabendo que são, frequentemente, o alvo
das suas crónicas. Uns acham-no demasiado catastrofista, outros elogiam
o realismo desassombrado que coloca nas suas análises. Divisões à parte,
ninguém ousa contestar a imparcialidade dos seus artigos e as
declarações que profere nas escassas entrevistas que concede a alguns
privilegiados, como foi agora o caso do “Ensino Magazine”.
Barreto nasceu no Porto, mas viveu em Vila Real, Coimbra, Genebra
(Suíça) e Lisboa, onde agora reside. Esteve exilado na Suíça entre 1963
e 1974. Licenciou-se e doutorou-se em Sociologia na Universidade de
Genebra.
Na sua incursão política, foi ministro da Agricultura e Pescas, deixando
o seu nome associado à polémica “Lei Barreto”, ministro do Comércio e
Turismo e deputado à Assembleia da República. Antes, havia sido deputado
à Assembleia Constituinte e secretário de Estado do Comércio Externo.
Na sua experiência académica foi docente da Universidade Nova de Lisboa
e na Universidade de Genebra.
Recebeu em 2004, o prémio Montaigne, uma distinção criada em 1968 que
“honra obras culturais de carácter excepcional nos países europeus de
matriz latina”.
Nos últimos anos tem-se dedicado à investigação e a comentários e
análises nos jornais. Actualmente desempenha as funções de investigador
principal do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de
Lisboa. É colunista do jornal “Público” desde a sua fundação, em 1991.
Dos inúmeros livros publicados, destacam-se “Anatomia de uma revolução”,
“Os silêncios do regime”, “Portugal, Europa e a Democracia”, “Situação
social em Portugal” (1960-1995) e (1960-2000), “Tempo de incerteza” e
“Novos retratos do meu país”.
O seu último grande trabalho para a televisão está bem fresco na memória
de todos. “Portugal, um Retrato Social”, foi um documentário dividido em
sete episódios, transmitido há escassos meses e que já se encontra
disponível em DVD. 
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