ENCONTRO NACIONAL DE
DOCENTES EM IDANHA-A-NOVA
Contabilidade com
novos desafios
O Encontro Nacional da Associação de Docentes de Contabilidade do Ensino Superior colocou a Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco na rota dos grandes eventos nacionais. Quem o afirma é o director daquele estabelecimento de ensino, António Pinto, que coordenou o grupo de trabalho responsável pela organização das jornadas.
No entender de António Pinto, “o encontro foi excelente do ponto de vista das comunicações apresentadas. Os cerca de 120 participantes gostaram da iniciativa, pelo que as nossas expectativas foram cumpridas”. O director da ESG assegura que “este foi o arranque para que a escola entre na rota dos grandes eventos nacionais. Começámos com a Contabilidade, uma área com larga tradição na nossa escola, mas no futuro iremos avançar para iniciativas nas restantes áreas de formação”, disse.
Quem se associa a este tipo de eventos é a Câmara de Idanha-a-Nova. Álvaro Rocha, o seu presidente, sublinha o papel importante que a escola tem tido no concelho. “Este tipo de iniciativas valoriza a escola que tem prestígio nas suas áreas de formação, e é uma mais valia para o nosso concelho. Idanha-a-Nova faz parte do Geoparque, tem um grande património, pelo que a vertente turística é uma das alternativas para o nosso desenvolvimento”.
JORNADAS. Para já, uma das fortes apostas, ainda este ano será a realização de umas jornadas dedicadas ao turismo e de duas semanas de actividades. Uma dedicada ao Marketing e outra aos recursos humanos. No que respeita ao curso de Solicitadoria, os “nosso alunos irão participar, em Coimbra, num seminário”.
DOMINGUES DE AZEVEDO,
PRESIDENTE DA CTOC
Mais exigência para
os TOC's
O presidente da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, Domingues de Azevedo, considera que a profissão “encontrou um novo rumo, ao qual as pessoas se têm que adaptar. Algo que demora tempo e que envolve a alteração de mentalidades. Nós, em 10 anos, conseguimos consolidar a profissão e o acesso à mesma. Hoje a relação que existe entre a contabilidade e a fiscalidade atribui aos Técnicos Oficiais de Contas uma dimensão que não se verifica noutros países. Na Bélgica, por exemplo, há os chamados contabilistas e os consultores fiscais das empresas”.
A exigência e o rigor atribuído à profissão, leva a que os profissionais do sector estejam em formação permanente, até porque o leque de responsabilidade atribuídos aos TOC é muito maior. “Temos que dar resposta a uma série de factos. Por isso, temos que estar actualizados. Há uma necessidade permanente nesse sentido, pois os conceitos da fiscalidade são mais voláteis e os efeitos do nosso erro podem ser grandes”. Domingues de Azevedo considera que deste modo “a profissão tem uma consolidação estrutural”.
O ensino da contabilidade no ensino superior deve ter em conta, no entender de Domingos de Azevedo, o mercado de trabalho. “É importante perceber-se que tipo de profissional a sociedade necessita. E a sociedade empresarial necessita de profissionais que tenham um conhecimento de várias áreas como direito laboral de trabalho, gestão, ou custos de investimento. 97,7 por cento do tecido empresarial necessitam destes profissionais”.
O presidente da CTOC diz que, ao abrigo do processo de Bolonha, a Ctoc sempre defendeu a formação de profissionais “adequada à nossa realidade empresarial”. Domingos de Azevedo diz que as “instituições de ensino superior compreenderam essa filosofia e não houve um único curso que não tivesse sofrido alterações. Quando em 2005 lançámos esta ideia, verificámos uma grande receptividade. Isto porque as instituições perceberam a necessidade de adequar as suas formas de ensinar à nossa realidade. O resultado de não o fazerem é a frustração dos diplomados não terem um local para implementar os seus conhecimentos”.
Domingos de Azevedo considera que “a parceria que tem sido feita com as instituições de ensino superior tem sido positiva. A CTOC tem um espírito e raciocínio esclarecido daquilo que devem ser os profissionais e os objectivos a atingir”.
PRESIDENTE DA ADCES
Bom nível
João Carvalho, ainda presidente da Adces durante o Congresso, salientou a importância do Encontro de Idanha-a-Nova. “Tivemos comunicações com elevada qualidade, o debate foi aberto e o resultado final foi bastante positivo”. O facto de existir muita oferta para os docentes de contabilidade do ensino superior, faz com que os encontros da Adces tenham uma média de cerca de 120 participantes.
Para aquele responsável são muitos os desafios que se colocam aos docentes do ensino superior na área da contabilidade. Desafios que “passam pela adequação dos cursos ao modelo de Bolonha, e pela exigência que a Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas estabeleceu para o acesso à profissão, o que obriga à adaptação de alguns conteúdos programáticos”.
A adaptação a Bolonha exige mudanças na arte de ensinar contabilidade. João Carvalho refere que “Bolonha obriga a uma maior prática, a uma maior simulação empresarial – já existem bons exemplos no país, como a Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova – que a Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas tem incentivado para a entrada na profissão”. No entender daquele responsável os encontros da Adces “são importantes para discutir esta problemática”.
No que respeita ao novo estatuto da carreira docente do ensino superior, João Carvalho espera “que haja maior exigência por parte dos docentes. O grau de mestrado serão as habilitações mínimas para o acesso à profissão de docente”.
PRESIDENTE. No final do Encontro a Associação de Docentes de Contabilidade do Ensino Superior realizou uma Assembleia Geral, onde foram eleitos os novos corpos sociais. João Carvalho cedeu o seu lugar de presidente a Rui Almeida, docente no Isca de Lisboa.
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