Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano X    Nº109    Março 2007

Dossier

PRESIDENTE DO SNESUP

Olhar para o interior

Paulo Peixoto, presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior, foi um dos responsáveis presentes no encontro de Idanha-a-Nova e que agitou o primeiro debate. No seu entender são vários os desafios que se colocam aos docentes do ensino superior, quer da área da contabilidade, quer de outras. “Nós não podemos generalizar, pois temos que fazer uma distinção entre aqueles que se encontram no sistema universitário, o qual é mais estável, com os que se encontram no ensino politécnico. Para os do ensino universitário aquilo que está em causa é assegura formas de recompensa do mérito do seu trabalho, e para os do politécnico trata-se de assegurar uma carreira, a que ¾ deles não têm”.

O processo de Bolonha é outro dos desafios que Paulo Peixoto refere. “Bolonha pressupõe novas maneiras de relacionamento com os alunos, mais tutoriais, e novas formas de ensinar e aprender”. No entender daquele responsável os “docentes estão preparados para as mudanças. Mas é também importante preparar os alunos e as instituições. Os alunos têm que encarar o estudo como uma profissão e devem exigir mais dos professores”. 

O presidente do SNEsup refere que à parte disso, há ainda outra questão que envolve os docentes que se encontram em escolas mais afectadas pela perda de alunos. “São desafios de outra natureza, que pode chegar ao limite de ficarem desempregados. Algo que está a acontecer no interior do país e em instituições politécnicas que têm sido um grande contributo para o desenvolvimento dessas regiões”.

Por isso, Paulo Peixoto diz que a reorganização da rede de ensino superior deve ter em conta essa situação. “O próprio relatório da OCDE cmpreendeu bem a importância dessas instituições. Agora têm que ser dados passos importantes e concretos que não impeçam o bom funcionamento dessas instituições. O que acontece é que há muitas escolas no interior, que por terem menos alunos, estão em agonia profunda. Pelo que a situação só é resolvida com vontade política e com investimento”
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SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Rigor nas contas

O Encontro nacional de Idanha-a-Nova foi encerrado pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos. Aquele responsável lembrou que “aquilo que preocupa o Governo é uma atitude de rigor. E quando se fala em Contabilidade fala-se em rigor”. Valter Lemos sublinhou ainda a importância do trabalho desenvolvido pela Adces.

No que respeita ao ensino da Contabilidade, o secretário de Estado da Educação recordou as dificuldades que os estudantes dos ensinos básicos e secundários têm com a matemática, o que depois se repercute no ensino superior. “Há que introduzir correcções. Uma das primeiras medidas que o Ministério da Educação tomou foi o plano nacional de acção na matemática e de formação de professores do ensino básico, de forma a que o efeito bola de neve seja positivo. A nossa expectativa é que os sintomas de melhoria se acentuem nos próximos anos, o que também será bem para o ensino da contabilidade”.

IPCB. Ana Maria Vaz, presidente do IPCB, encerrou os trabalhos, frisando que “a ESG sempre esteva na linha da frente no que respeita ao ensino da contabilidade. O curso está adaptado a Bolonha e a elevada taxa de empregabilidade que os seus diplomas têm, na maioria dos quais em posições de destaque, demonstram a qualidade do curso”.

 

 

 

CMCD LANÇA COM A AUTARQUIA E ESG

Incubadora de empresas com mais valias

O Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento de Idanha-a-Nova tem a funcionar, há cerca de um ano, a Incubadora de Empresas, Numa parceria com a autarquia local e a Escola Superior de Gestão. Aquela estrutura alberga já quatro empresas e tem, entre outros objectivos, “disponibilizar um conjunto de serviços de apoio às empresas em incubação, bem como mecanismos de acesso ao meio científico e tecnológico”, começa por referir Ana Fontainhas, responsável pela Incubadora.

O apoio aos promotores é variado e passa pela disponibilidade de uma mão cheia de serviços como recepção de correio, sala de reuniões, auditório e sala polivalente, acesso a fotocopiadora, telefone, fax e Internet, instalações próprias equipadas com mobiliário de escritório, apoio administrativo, científico e tecnológico. 

Álvaro Rocha, presidente da Câmara de Idanha-a-Nova considera a Incubadora de Empresas como uma mais valia para a região e faz uma avaliação positiva do primeiro ano de funcionamento daquela estrutura. “Para um primeiro ano de funcionamento o balanço é positivo. Temos que ter em linha de conta que a crise que afecta o país também afecta os jovens empresários. No entanto, as condições que oferecemos às empresas na Incubadora são cativantes para quem inicia uma actividade”.

O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova considera que o trabalho deve continuar. “No interior tudo é mais difícil, daí que a nossa incubadora seja diferente das restantes existentes no país. O período de permanência é maior e está ligada a uma escola de ensino superior, a de Gestão do Instituto Politécnico e Castelo Branco. Isso permitirá também que alunos ou recém diplomados possam criar a sua própria empresa”.

Ana Fontainhas recorda que a capacidade da Incubadora é 17 empresas, embora como o Conservatório Regional de Castelo Branco ocupa uma parte do edifício, possa receber no imediato mais quatro empresas. “Inicialmente houve muitas pessoas com vontade em investir em novos negócios, mas essa intenção foi-se desvanecendo, pois aguardam que haja apoios do próximo quadro comunitário de apoio”, explica. 

A relação com a Escola Superior de Gestão do IPCB é privilegiada, até porque vários dos seus docentes compõem a Comissão de Avaliação de Projectos. “Temos a esperança que apareçam iniciativas empresariais de jovens diplomados pela escola”, diz. A aposta nos jovens estudantes faz-se também sentir no apoio que a Incubadora irá prestar aos vencedores regionais do concurso Poliempreende.

Ana Fontainhas adianta que apesar de já estarem a funcionar quatro empresas na Incubadora, não “poderemos aceitar projectos inviáveis. Não podemos permitir que se abram empresas que não são viáveis só para termos a incubadora cheia”, assegura Ana Fontainhas. 

Mas a Incubadora não presta apenas apoio aos novos projectos empresariais. “Temos uma modalidade de apoio a empresas que operam na região e que queiram transferir a sua sede para Idanha-a-Nova. Nesse sentido criámos os escritórios à medida, que essas empresas podem utilizar. Em muitos casos, aquilo que se verifica é que essas firmas quando se querem reunir com um cliente acabam por fazê-lo no café. Se aderirem ao nosso desafio poderão reunir-se aqui, com todas as comodidades e apoio. Por outro lado, poderemos também receber aqui a correspondência dessas empresas, as quais também podem usufruir de uma sala de formação”, acrescenta. Ana Fontainhas lembra que houve já uma empresa do Porto a aderir àquela modalidade, mudando a sua sede social para a incubadora.


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