AVELINO MENESES, REITOR
DA UNIVERSIDADE DOS AÇORES
Novo projecto avança
O reitor da Universidade dos Açores admitiu que a concentração de novas infra-estruturas no pólo de Ponta Delgada e a degradação dos edifícios de Angra do Heroísmo e Horta quase
condicionaram o projecto universitário nas ilhas.
Avelino Meneses, que falava na inauguração do primeiro de três edifícios do novo campus de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, sustentou que “a
tripolaridade e o equilíbrio entre os três pólos universitários é o objectivo do seu mandato”.
“No crescimento e no melhoramento das estruturas físicas, a única contrariedade foi a centralização em Ponta Delgada, que originou uma debilidade em Angra do Heroísmo e Horta, que quase questionava a justeza do projecto universitário idealizado para os Açores”, disse o reitor.
A Universidade dos Açores está dividida pelos pólos de Ponta Delgada, onde está localizado a reitoria, Angra do Heroísmo e Horta, este último quase exclusivamente dedicado à investigação, através do departamento de Oceanografia e Pescas. Para o reitor, a universidade açoriana é a mais singular do país por possuir uma “personalidade ditada pela geografia, que a obriga a inevitável divisão tripolar, que é justa porque salvaguarda o equilíbrio das ilhas e reduz
assimetrias”.
Avelino Meneses defendeu, ainda, que “a tripolaridade universitária tem um acréscimo de custos que não é dispêndio improdutivo”, alegando que o Ensino Superior contribuiu para o desenvolvimento harmónico das ilhas açorianas.
Para o responsável pela Universidade dos Açores, a descentralização vai continuar “aproximando o saber do maior número de pessoas, mesmo nas ilhas mais pequenas com o recurso às novas tecnologias”.
Avelino Meneses frisou ainda que a criação de boas condições de acolhimento facilitam o acesso nacional de estudantes e diminuiu a insularidade do arquipélago.
Abordando a questão relacionada com os ingressos na universidade, Avelino Meneses disse que, “à descrença de 2003 com uma taxa de ingressos de 55 por cento”, a instituição apresentou “novas propostas que elevaram o nível de ingressos para 75 por cento no corrente ano”.
Porém, advertiu, que “no futuro não são esperados aumentos nesta taxa de ingressos na universidade açoriana”. O Departamento de Ciências Agrárias da Ilha Terceira foi fundado em 6 de Outubro de 1976, há trinta anos, na freguesia da Terra-Chã, arredores de Angra do Heroísmo, num edifício que foi um Hospital da Força Aérea Portuguesa.
O novo edifício agora inaugurado, o primeiro de três do novo complexo universitário, custou 1,5 milhões de euros e está dotado de salas de aula, anfiteatro e biblioteca.
Em concurso público encontra-se a proposta de construção do edifício de Acção Social, que vai englobar os serviços académicos, acção social, cantina e bar, também orçado em 1,5 milhões de euros.
ANÁLISE. Em análise encontra-se o projecto para a construção do edifício
interdepartamental, destinado aos laboratórios e gabinetes de docentes.
As novas instalações destinam-se aos cerca de 700 alunos que frequentam os cursos dos departamentos de Ciências Agrárias, Ciências da Educação e Escola Superior de Enfermagem.
Para além dos cursos de enfermagem e de educadores de infância, o pólo de Angra do Heroísmo confere licenciaturas nos cursos de Engenharia e Gestão do Ambiente, Ciências Agrárias, Guias da Natureza, Ciências da Nutrição (preparatórios), Veterinária (preparatórios) e Biotecnologia.
Possui ainda três Centros de Investigação em Tecnologias Agrárias dos Açores,
Biotecnologia dos Açores, ambos reconhecidos pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, e um Centro de Clima e Mudanças Globais, já reconhecido pela Direcção Regional da Ciência e Tecnologia.
Na Praia da Vitória, está também instalado desde 2002, com financiamentos da câmara municipal, o Laboratório de Ambiente Marinho e Tecnológico
(Lamtec), que realiza investigações nas áreas do hidrogénio e dos
biocombustíveis.
JAS/Lusa
NANOTECNOLOGIA
Aveiro investiga
A Universidade de Aveiro está a desenvolver uma investigação na área da nanoengenharia de partículas magnéticas e luminescentes para uma futura aplicação na área da Medicina. Os primeiros resultados foram promissores e
auspiciam o aparecimento, em breve, de alternativas às actuais técnicas de diagnóstico clínico in vitro e na separação magnética de células e respectiva marcação por fotoluminescência.
Iniciado em 2002, este projecto, coordenado por Tito Trindade, pretende fazer um conjunto de estudos de síntese e caracterização de nanoestruturas de natureza diversa para a separação e marcação de sistemas biológicos, em particular células.
Ao longo de três anos, a investigação, levada a cabo por investigadores e bolseiros do Ciceco, da Unidade de Física de
Semicondutores em Camadas, Optoelectrónica e Sistemas Desordenados da Universidade de Aveiro e do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra, desenvolveu-se no sentido de avaliar nanopartículas funcionais para aplicações
biomédicas, incidindo os estudos principalmente sobre aspectos fundamentais relacionados com a síntese química e a caracterização física de nanopartículas luminescentes/magnéticas.
Os resultados atingidos foram consideráveis e neste momento a equipa de investigação está em condições de seleccionar os sistemas que se revelaram mais promissores e pensar na sua funcionalidade, optimizando a síntese e realizando estudos de
biofuncionalização, tendo em conta as aplicações previstas a longo prazo.
“As principais conclusões do nosso estudo prendem-se com a selecção dos sistemas para as aplicações em vista, tendo em conta, obviamente, a natureza química dos nanomateriais utilizados. Neste momento, por exemplo, já será possível investigar em maior profundidade emulsões de base polimérica, o que vai ser bastante facilitado, dado o entusiasmo e competências existentes no Departamento de Química em tecnologia de polímeros”. No entanto, acrescenta Tito Trindade, “os aspectos relacionados com a sua estabilidade coloidal e química, em meio fisiológico, revelaram-se igualmente determinantes no contexto deste projecto”.
MEDALHA DA UNIVERSIDADE
DE COIMBRA
Jorge Veiga
distinguido
Jorge Veiga, Professor Catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e durante 20 anos Vice-Reitor da instituição, acaba de receber a Medalha Honorífica da Universidade. A entrega teve lugar no decorrer da Reunião do Senado da Universidade de Coimbra, com a ocasião a ser aproveitada para destacar o perfil do homenageado de “Europeu integral, virado para o futuro e pronto a afrontar os riscos que o mundo moderno apresenta”, como referia o texto lido por Cristina Robalo Cordeiro, actual Vice-Reitora da Universidade de Coimbra. “Ninguém melhor do que Jorge Veiga merece o título de embaixador da Universidade”, foi ainda referido.
Esta distinção, reservada para pessoas ou instituições que tenham prestado relevantes serviços à Universidade ou que se tenham distinguido por méritos excepcionais, surge como reconhecimento ao trabalho realizado por Jorge Veiga no campo das relações internacionais, particularmente na dinamização da associação de universidades históricas de grande prestígio.
Por exemplo, o Coimbra Group, que reúne 37 universidades europeias e constitui um brilhante exemplo de uma organização internacional apta a fazer respeitar os ideais universitários, deve em muito a sua formação a Jorge Veiga.
Jorge Veiga foi já distinguido por diversas instituições europeias, tendo ainda, no ano passado, recebido o título de Grande Oficial da Ordem de Sant’Iago de Espada, das mãos do então Presidente da República, Jorge Sampaio.
BELAS ARTES
Exposição em Lisboa
A Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa inaugura a 25 de Outubro a exposição Aula Extra, a qual é composta por obras de arte de antigos professores da Faculdade de Belas Artes,
seleccionadas pelos seus autores, que visa marcar um encontro entre o passado desta Faculdade e a sua actualidade, resgatando a continuidade dum relacionamento e de vivências ao nível cultural e ao nível pedagógico.
A construção efémera concebida por Miguel Arruda para a Aula Extra, é um edifício ímpar no Mundo. Construída com esferovite no pátio da Cisterna, tem um peso negativo e condições técnicas e acústicas que lhe permitem controlar o peso, o ruído, a luz, a temperatura e a humidade ambiente.
A Aula Extra mostra António Vidigal, João Afra, José Cândido, Lagoa Henriques, Rocha de Sousa, Teixeira Lopes, Francisco Aquino, Joaquim Correia, José Carlos Miranda, Luis Filipe Abreu, Vítor Manaças, Hélder Batista, Jorge Pinheiro, Justino Alves, Marília Viegas e Soares Branco e decorre de 26 de Outubro a 31 de Dezembro. De Segunda a Sábado pode ser visitada entre as 13 e as 19 horas.
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