EM IDANHA-A-NOVA
IPCB faz 26 anos e
prepara futuro

O Instituto Politécnico de Castelo Branco acaba de assinalar 26 anos. A sessão solene, realizada em Idanha-a-Nova, serviu para a presidente da instituição definir os objectivos do IPCB, numa altura em que o ensino superior vive momentos conturbados no nosso país. A na Maria Vaz considera que a procura de novos públicos, a implementação da Declaração de Bolonha ou a conclusão da construção do campus da Talagueira, são alguns dos desafios que o Instituto Politécnico de Castelo Branco tem pela frente. A presidente do IPCB mostra-se confiante, num ano em que o Politécnico viu entrar mais de mil novos alunos para os seus cursos. Apesar do sucesso obtido na entrada de novos alunos, nas duas primeiras fases de acesso ao ensino superior, Ana Maria Vaz considera que esse facto, por si só, não “nos deve deixar tranquilos. Isto porque poderemos estar perante dois factores que podem levar à redução no número de alunos no futuro”. A presidente do IPCB dá como exemplo “a redução do número de anos necessários para a conclusão dos cursos, por efeito do processo de Bolonha e o crescimento do abandono por parte dos alunos, devido à introdução do regime de prescrições”.
Por isso, adianta serem necessárias mudanças para atrair os alunos: “a recessão demográfica, com a consequente diminuição do número de candidatos ao ensino superior, bem como as alterações ao regime de acesso vão acentuar, nos próximos anos, a necessidade das instituições serem atractivas para os estudantes, exigindo-se um esforço das escolas no sentido de demonstrarem ao público alvo a relevância, a qualidade e a empregabilidade dos cursos. Dessa tarefa as escolas são as principais beneficiárias, mas são igualmente os seus principais responsáveis”.
Ana Maria Vaz refere que é necessário preparar e concretizar as acções necessárias, com o timing adequado. “Uma tarefa que não se esgota nas acções de divulgação. É um facto que a empregabilidade dos diplomados é um factor de grande peso na escolha do curso, por isso, é preciso ter a coragem de repensar os cursos que permanentemente se mostrem pouco atractivos ou de empregabilidade reduzida, salvo se forem áreas científicas estruturantes, ou se a oferta formativa a nível nacional for reduzida”.
A procura de novos públicos, numa perspectiva de formação ao longo da vida, criando cursos de especialização tecnológica e o acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos, também foram aspectos focados por Ana Maria Vaz. “Essas medidas devem valer pelo mérito que lhes deve ser dado e não para superar os problemas das instituições em dificuldades. O essencial para o seu sucesso serão as condições reais em que se irão desenvolver, particularmente na envolvente financeira e o acolhimento que tiverem por parte do tecido empresarial”.
FORMAÇÃO. Com seis escolas em funcionamento (Educação, Agrária, Tecnologia, Gestão, Saúde e Artes Aplicadas), o Politécnico de Castelo Branco entra agora “numa nova fase de consolidação das áreas de formação oferecidas, dimensionando-as para que, considerando a procura, atinjam a massa crítica de estudantes que sustente a sua exequibilidade financeira, garantam um corpo docente especializado que atinja o número crítico indispensável a uma qualidade de ensino e aprendizagem e permitam um desenvolvimento sustentado da investigação e desenvolvimento científico e uma prestação de serviços de qualidade ao exterior”, explica.
Para a presidente do Instituto Politécnico, as autarquias têm sido fundamentais no apoio ao IPCB, contribuindo assim para o seu desenvolvimento. “As fontes de financiamento nacionais têm deixado muito a desejar, no que toca a matéria de instalações e equipamentos”, referiu.
FINANCIAMENTO. Ainda no que respeita ao financiamento das instituições de ensino superior, Ana Maria Vaz revela que “2005 foi um ano de dificuldades para o ensino superior, mas o próximo prevê-se que venha a ser de dificuldades acrescidas. São reconhecidas as dificuldades do país e a necessidade de conjugar os esforços de todos para as superar. Porém, no que concerne ao ensino superior, a nível de financiamento, estão a atingir-se os patamares mínimos a partir dos quais a degradação da qualidade do sistema não poderá ser evitada”.
A presidente do Politécnico apresenta mesmo algumas situações concretas: “a admissão de pessoal é feita através de ratios pré-estabelecidos que atendem à natureza das instituições e à diversidade das suas áreas científicas, processo único na administração pública; a qualificação do corpo docente e o sucesso escolar são monitorizados e têm reflexos no financiamento; e financiamento está condicionado por uma fórmula de financiamento pré-estabelecida o que também continua a ser exemplo único na administração pública”.
Em resultado do decréscimo do financiamento pelo estado, “foi necessário proceder a um aumento do valor das propinas, para que a instituição tivesse os recursos necessários para manter e melhorar os seus índices de qualidade. Não foi uma decisão fácil, num momento em que se tem consciência das dificuldades acrescidas das famílias, muitas vezes provocadas pelas elevadas taxas de desemprego”. Ana Maria Vaz diz mesmo que em causa poderá estar a componente nacional para o financiamento do campus da Talagueira, devido aos cortes no Piddac.
Prémios de Mérito

O 26º aniversário foi aproveitado por diversas entidades e empresas da região distinguirem os melhores alunos das escolas. Assim, Hélder Lopes, da ESG (curso Contabilidade e Gestão Financeira) recebeu uma bolsa de mil euros, do Governo Civil de Castelo Branco. Hugo Pinto, da ESECB, foi distinguido pela Câmara albicastrense com um prémio de mérito de 500 euros, enquanto que Susana Caramona, da Escola Superior de Saúde, conquistou o prémio da Junta de Freguesia de Castelo Branco, no valor de 500 euros.
O Ensino Magazine também atribuiu um prémio de mérito, ao melhor aluno da Esart, Sérgio Neves, no valor de 500 euros. Pedro Cardoso, da ESACB, recebeu o prémio Danone (500 euros), enquanto que Hélder Martins, a ESTCB, foi distinguido com o prémio Delphi, também de 500 euros.
A Caixa Geral de Depósitos atribuiu dois prémios. Um de 750 euros ao melhor aluno da ESG (Carla Silva) e outro, de 500 euros, à melhor aluna da Superior de Saúde, Tânia Almeida.
CULTURA POLITÉCNICA
Dez anos de actividade

A comemorar 10 anos de existência a Cultura Politécnica apresenta até ao final do ano um conjunto de actividades que já integram grupos nacionais criados a partir da Escola Superior de Artes Aplicadas. As exposições e o teatro compõem o resto de uma agenda interessante.
Fernando Raposo, director da Esart e um dos responsáveis pela Cultura Politécnica desde o seu início, mostra-se satisfeito com a agenda para este trimestre. Tal como a presidente do IPCB, aquele responsável sublinha o facto desta integrar concertos da Orquestra Sinfónica da Esart e do Duo Alma Mater, composto por diplomados naquela escola.
Os 10 anos de Cultura Politécnica são vistos por aqueles responsáveis como bastante positivos. “Ao longo deste período promovemos mais de duas centenas de concertos, cerca de 60 espectáculos de teatro e uma centena de exposições”, começa por referir Fernando Raposo. No seu entender, este ciclo “tem proporcionado uma oferta cultural complementar à existente, sendo que no futuro a aposta é de ir ao encontro da formação ministrada na
Esart”.
No que respeita ao público, Fernando Raposo adianta que “ao longo dos anos tem aumentado de forma consistente. Por exemplo, nos concertos da Orquestra da Esart temos tido uma média de 400 pessoas a assistir”. O director daquela escola, foca também o ensino de qualidade que tem sido ministrado na escola e o esforço que esta tem tido para com a comunidade. “A Orquestra tem a preocupação de oferecer, todos os anos, um concerto a escolas de música. O retorno tem sido grande, e neste momento a Esart concorre directamente com Lisboa e Porto”.
Aquele responsável fala também dos prémios conquistados pelos alunos da instituição nas várias áreas, os quais “nos dão um retorno mediático muito grande. O interior do país não tem que ser a periferia, pode ser o centro de muita coisa. Por exemplo, nós somos campeões do mundo em acordeão!”.
PROGRAMA. A Orquestra Sinfónica da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco (orientada pelo maestro Rui Macena) e o Duo Alma Mater, composto por dois diplomados da Esart – Gonçalo Pescada (acordeão) e Nuno Pereira (piano) são duas das principais atracções do ciclo Cultura Politécnica, até ao próximo mês de Dezembro. Os dois ex-alunos da Esart foram os primeiros a subir ao palco, num espectáculo realizado no dia 14 de Novembro às 21H30, no auditório da Esart, no Cine Teatro Avenida. A Orquestra actuará pela primeira vez em Alcains, no Centro Cultural daquela vila, a 24 de Novembro, também às 21h30.
No que respeita à música, o destaque vai ainda para a Oficina Musical do Porto, que com Carlos Alves, no clarinete, e Paulo Alavares, no piano, actuará no Governo Civil, a 11 de Dezembro, num espectáculo comentado por Álvaro Salazar.
Ana Maria Vaz, presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, elogia a agenda da Cultura Politécnica e sublinha a actuação dos grupos de teatro Quarta Parede, no dia 29 de Novembro, com a peça Lar Doce Lar, no auditório do Cine Teatro Avenida, e o Váatão, com Favas são Favas, no auditório da Esart, do Cine teatro Avenida.
Finalmente, a Cultura Politécnica integra duas exposições. A primeira decorre, de 8 a 30 de Novembro, e é da autoria de Dália Almeida. Na senda das memórias é o tema da mostra de tapeçaria contemporânea, patente nos serviços centrais do IPCB. No dia 6 de Dezembro decorre a pintura mural da beira Interior, no jardins do Governo Civil.
TÉCNICO DE INFORMÁTICA
ESE supervisiona curso
A Escola Superior de Educação de Castelo Branco (ESECB) acaba de assinar um protocolo com a Escola Secundária Amato Lusitano, de Castelo Branco, com o objectivo de supervisionar os alunos do Curso Técnico – Profissional de Informática. Para o director da ESE, Henrique Teixeira Gil, “o alcance deste e outros protocolos que venham a ser assinados é criar sinergias e contactos que promovam uma rede do conhecimento para a qual a ESE continua a disponibilizar e a oferecer os seus serviços à comunidade educativa”. Ainda de acordo com aquele responsável, “esta é mais uma iniciativa da Direcção da ESE em colaborar com outras entidades como forma de disponibilizar os conhecimentos e competências que possui”.
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