LURDES ASSEIRO,
PRESIDENTE DO POLITÉCNICO DE SANTARÉM
Santarém mais
inovador

O Instituto Politécnico de Santarém vai assinar um protocolo no âmbito da plataforma Finicia, que integra o Instituto de Apoio a Pequenas e Médias Empresas, as instituições de ensino superior e profissionais da região e Núcleo Empresarial de Santarém, com o objectivo de criar linhas de financiamento acessíveis, planos de negócio e criação de pequenas empresas.
Isso mesmo referiu ao Ensino Magazine a presidente da instituição, Lurdes Asseiro. O objectivo daquela iniciativa vai permitir “que os nossos jovens formandos possam construir o seu plano de negócios e a sua empresa. É um projecto interessante, pois tem um suporte financeiro importante, já que 90 por cento do investimento é financiado”.
Esta é uma das novidades adiantadas ao Ensino Magazine pela presidente do Instituto Politécnico de Santarém. Na mesma entrevista, aquela responsável lembra que estão em curso parcerias que permitirão aos docentes do Politécnico entrarem em planos de doutoramento. Maria Lurdes Asseiro refere-se ao convénio que envolve os politécnicos de Santarém e Setúbal, a Universidade Nova de Lisboa e o ISCA, o qual “integra um programa de qualificação de docentes, no sentido de serem implementados programas de doutoramento para dar resposta à qualificação dos nossos professores”.
Aquele acordo prevê também a formação pedagógica de docentes, ao nível das quatro instituições. “É mais um contributo para a preparação dos professores, como resposta às questões de Bolonha”. Além daqueles projectos, o convénio prevê ainda a realização de mestrados nas áreas tecnológica e ciências da saúde, tendo este “último uma forte ligação a um programa de doutoramento, onde já temos professores doutorados nessa área”.
Com cerca de três mil 600 alunos em formação, o Instituto Politécnico de Santarém está optimista quanto ao futuro, podendo mesmo vir a aumentar esse número nos próximos anos. “Com a dinâmica que estamos a imprimir nos projectos que temos em mãos e no trabalho com as escolas, pensamos que esse crescimento será possível”, assegura Lurdes Asseiro. Esse crescimento passará, não só, pela formação inicial, mas também “pela procura de novos públicos e por outras ofertas, como as formações pós-graduadas, cursos de especialização e de curta duração, ou formação ao longo da vida. Ou seja, há um conjunto de instrumentos que Bolonha nos coloca à disposição, que devemos desenvolver no sentido de criar uma dinâmica interna que permita atingirmos os nossos objectivos, e estabelecer uma forte ligação ao tecido empresarial. Neste momento estamos a trabalhar nalguns projectos, um dos quais com uma empresa local e que envolve duas das nossas escolas”.
A presidente do IPS adianta que “em quatro das nossas escolas está-se a trabalhar para que se possam apresentar cursos de especialização tecnológica, em áreas como as ciências agrárias, desporto, lazer e saúde, serviço social, multimédia, entre outras”. Lurdes Asseiro revela que o Politécnico de Santarém está a desenvolver um projecto próprio de criação de oferta formativa aos mais variados níveis. “É uma aposta nossa, e as escolas estão a organizar as suas ofertas aos diferentes níveis, pois eles vão-se potenciando uns aos outros. Por outro lado, vamos abranger um maior número de público, respondendo às necessidades da própria comunidade”.
A forte ligação à comunidade é já uma realidade no Politécnico de Santarém. Mas Lurdes Asseiro diz que o “objectivo é alargar a rede de parcerias.
É também a pensar na comunidade e no tecido empresarial que o Politécnico vai criar o Centro de Estudos de Comunicação e Desenvolvimento. “É uma estrutura que será importante para a ligação ao mundo empresarial e até para o desenvolvimento de projectos no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio. Trata-se de uma estrutura que a instituições de ensino superior necessitam”.
A possibilidade que os jovens, a partir dos 23 anos, puderem ingressar no ensino superior, através de uma nova legislação que terminou com os exames had-oc, é mais uma oportunidade para captar novos públicos. “Esta possibilidade é benéfica para as instituições, mas também para o tecido empresarial, que deste modo pode ver os seus colaboradores melhorarem a sua formação”. Lurdes Asseiro adianta que o Politécnico “teve cerca de 240 candidatos, dos quais mais de 95 por cento prestaram provas. O que significa que os que obtiverem aprovação são potenciais alunos do ensino superior, já que a legislação permite afectar as vagas não preenchidas no concurso normal de acesso, a essa candidatura. Daí que estejamos a ponderar abrir cursos pós-laborais para esse público, que na sua maioria já está no mercado de trabalho”.
LIGAÇÃO. Lurdes Asseiro considera que o futuro das instituições de ensino superior deve passar por cooperações estratégicas entre si. “Essa cooperação depende da capacidade de diálogo e de estabelecimentos de parcerias, de forma a harmonizarmos e estabelecermos uma rede de cursos de instituições que permitam a concretização dos seus objectivos. Nunca fui apologista de uma vivência isolada. Hoje em dia, nenhuma instituição tem hipótese de sobreviver isoladamente”. No entender daquela responsável da parte das universidades e politécnicos parece haver essa vontade. “O convénio com a Universidade Nova é um exemplo disso. Mas há outras parcerias em cima da mesa. A própria Universidade de Évora está empenhada em dialogar e estabelecer protocolos. Este tipo de parcerias tem elevado interesse, pois permitem desenvolver não só programas de doutoramento e mestrados, mas também de ligação à comunidade”.
Com a mesma frontalidade com que fala de cooperação entre instituições, Lurdes Asseiro defende uma reorganização da oferta formativa. “Essa reorganização é desejável, mas não sei se é possível. Têm que ser dados passos nesse sentido, ou pelas instituições, ou através do próprio ministério do Ensino Superior. Nas últimas décadas criou-se uma rede de instituições e de cursos com pouco controle. Surgiu por isso uma sobrelotação de cursos numa mesma área”. A presidente do Politécnico de Santarém diz que “as instituições estão a tomar consciência dessa necessidade. As coisas difíceis não são impossíveis e as dificuldades que estamos (instituições) a passar podem dar origem a soluções adequadas”.
CASTELO BRANCO
Politécnico com
Verão educativo

O Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional do Instituto Politécnico de Castelo Branco está a realizar uma série de 24 cursos de verão, os quais decorrem até ao mês de Setembro. A aposta passa por possibilitar a toda a comunidade, académica ou não, a participação em cursos, com a qualidade do IPCB.
Os cursos estão divididos em nove áreas do saber (agricultura e ambiente; arte e imagem; ciências sociais e humanas; engenharia/tecnologia; estatística, gestão e marketing; informática e
Internet; lazer; línguas e medicina/saúde), e as inscrições podem ser feitas no Ceder, localizado no Politécnico de Castelo Branco.
Para Pinto de Andrade, director do Ceder, “a edição desta ano dos cursos de verão abrange uma vasta área do saber, tendo como objectivo a divulgação de conhecimentos de natureza científica, tecnológica e humanista, numa visão interdisciplinar e de grande aplicação prática”. Aquele responsável realça o facto de toda a oferta formativa disponível se destinar à comunidade em geral. Esta é por isso uma oportunidade não só para o meio académico reforçar as suas competências, mas também para as próprias empresas melhorarem a formação dos seus funcionários, até porque a maioria das acções decorrem em horário pós laboral.
Pinto de Andrade lembra também que “ao organizar estes cursos, o Ceder pretende prestar um serviço que reforce as competências dos estudantes, tão valorizadas no mercado de trabalho, e que se integram igualmente nos objectivos do processo de Bolonha que define a mobilidade da comunidade estudantil no espaço europeu”. O director do Centro de Estudos sublinha mesmo o facto do “rápido avanço do conhecimento e da sua divulgação e utilização à escala mundial, serem realidades actuais que todos os dias vimos referidos nos jornais e revistas de todo o mundo. O conhecimento tornou-se não só um factor decisivo no desenvolvimento dos países, mas também uma riqueza individual”.
Os cursos de Verão do IPCB vêm ao encontro da aprendizagem ao longo da vida. Uma tarefa que Pinto de Andrade classifica como “obrigatória face à rápida evolução e à permanente necessidade de actualização e inovação em todas as áreas do conhecimento e da actividade empresarial”. No seu entender, “não é mais possível concluir um curso de ensino superior e pensar que os conhecimentos adquiridos abarcam todas as actividades em que nos envolvemos e que permanecem actualizadas toda a vida”.
O director do Ceder acrescenta: “a vida está em constante evolução e temos de acompanhar essa evolução, sob a pena de nos afastarmos cada vez mais da realidade, ficarmos mais dependentes dos outros e vermos aumentar a distância que nos separa dos países com quem convivemos no dia a dia”.
A duração média dos cursos ronda as 20 horas, com sessões distribuídas ao longo da semana. Os responsáveis pela iniciativa salientam ainda a qualidade do corpo docente que irá ministrar os cursos e o facto de existir uma estreita colaboração com o Centro de Línguas e Culturas da ESE (no ensino de línguas estrangeiras). Os estudantes usufruem de um desconto de 25 por cento no preço da matrícula. No final do curso, os inscritos que tenha assistido a pelo menos 90 por centos das sessões previstas, receberão um certificado de participação.
Agora já sabe, não há desculpas para não enriquecer os seus conhecimentos. A lista dos cursos pode ser consultada na
Internet através do site http://ceder.ipcb@ipcb.pt, ou junto do CEDER (por telefone 272 339 600) no edifícios dos serviços centrais do Politécnico.
EMPREENDEDORISMO NO
FEMININO
Negócio para elas

A Escola Superior de Educação da Guarda acaba de assinar, com o Ciebi, um protocolo que visa fomentar o empreendedorismo no feminino, o que vai ao encontro de maioria da população estudantil da ESEG. “A maioria dos nossos alunos são do sexo feminino”, esclarece Joaquim Brigas, director da escola.
O protocolo assinado visa a criação de incentivos para constituição de empresas e inserção no mercado de trabalho. “Esses dois aspectos são uma preocupação que a escola tem presente, pois não queremos apenas formar quadros. Daí que nos associámos ao Ciebi, numa cooperação que permite o recursos a incentivos comunitários. As nossas alunas têm muito a ganhar em aderir a estes projectos”. O interesse das estudantes parece ser elevado, até porque na sessão de apresentação o auditório esteve repleto.
FORMAÇÃO. Joaquim Brigas lembra também que o
empreendedorismo é uma temática para a qual a escola tem prestado atenção redobrada. “No próximo ano vamos introduzir conteúdos de empreendedorismo na formação de professores, ao nível dos seminários, e nos restantes cursos. O objectivo é que esta questão surja mais cedo aos jovens e não apenas quando eles estão a concluir a sua formação”.
O director da ESEG recorda que “os países mais desenvolvidos debatem esta temática logo no ensino básico”. O empreendedorismo é por isso visto como importante por Joaquim Brigas. “Para uma região como a Guarda, que tem dificuldade de atracção e fixação de população, a criação de empresas pode fixar os quadros que se formam nas instituições de ensino superior. Os próprios diplomados podem e devem enveredar por essa via”.
ESE DA GUARDA
Vinte anos a crescer

No ano em que assinala os seus 20 anos de existência, a Escola Superior de Educação da Guarda, tem vindo a afirmar-se como uma instituição de referência no ensino superior do país. Essa é a opinião de Joaquim Brigas que, em declarações ao Ensino Magazine, considera “ser notório o prestígio obtido, o qual resultou da seriedade do trabalho desenvolvido e à qualidade do ensino e investigação que proporciona à comunidade académica”.
Com 15 doutorados e 40 mestres, dos quais cerca de uma dezena estão a concluir doutoramento, a ESE “apostou em duas novas licenciaturas, nas áreas do ensino especial e da comunicação audiovisual – este último vem juntar-se aos cursos de comunicação que temos e que usufruirá dos recursos que temos, desde os laboratórios aos humanos. Já o Ensino Especial será uma oferta única na região, o que também vai ao encontro dos nossos objectivos que passam por dar respostas às necessidades da comunidade”.
No entender de Joaquim Brigas, devido ao decréscimo do número de alunos candidatos ao ensino superior, “só com a apresentação de ofertas formativas inovadoras é possível continuarmos a conquistar novos alunos. A não aprovação de novos cursos, colocam os estabelecimentos de ensino do interior em graves dificuldades”.
O director da ESEG destaca ainda, além do corpo docente e não docente, as excelentes infra-estruturas que a escola possui, como são o caso dos nove laboratórios (para áreas como as ciências, psicologia desportiva, comunicação/jornalismo, arte dramática, publicidade ou expressão gráfica), os três gabinetes (ao serviço do curso de comunicação, da rádio escola e do centro de desenvolvimento), o ginásio ou o centro de apoio ao aluno, entre outros espaços.
BOLONHA. O director da ESEG adianta também que a adequação dos cursos à Declaração de Bolonha já está a ser feita. “Esse processo está a ser trabalhado, para que em Outubro possamos apresentar as nossas propostas. Os dois novos cursos, caso sejam aprovados, já estão de acordo com Bolonha”.
No que respeita ao segundo ciclo de formação, Joaquim Brigas diz que a Escola tem capacidade para as ministrar, que pelos próprios docentes, quer através de parcerias. “No que respeita às áreas da formação de professores temos recursos para proporcionarmos o segundo ciclo de estudos (mestrado). Na vertente da comunicação, podemos proporcionar mais que esse segundo ciclo, como o doutoramento, o que é uma grande vantagem, através das parcerias que temos”.
O director da ESEG defende a criação de parcerias e lembra que a sua escola já deu passos importantes nesse sentido, com o estabelecimento de protocolos com universidades. “Através disso podemos proporcionar graus avançados de formação, quer ao nível do mestrado, quer de doutoramento. O que, de resto, já está a acontecer”.
PÚBLICOS. A um outro nível, a ESEG está a apostar na realização de cursos não conferentes de grau. “Tratam-se de especializações, em várias áreas, que permitem a que os profissionais de diferentes sectores possam usufruir de formação avançada”. Uma oferta válida para as áreas da comunicação, marketing e gestão. “No futuro temos propostas para novos cursos, já que a resposta por parte da comunidade tem sido fantástica”.
A procura de novos públicos pode passar também pela nova legislação que permite que os jovens, a partir dos 23 anos, possam candidatar-se ao ensino superior, através de exames feitos pelas próprias instituições. “Houve bastantes candidaturas, as vagas não vão chegar para tantos candidatos. É uma oportunidade que essas pessoas têm em entrar em cursos de ensino superior. Seria bom que as vagas fossem mais”.
GUARDA
Jovens do Brasil no
IPG
No âmbito do protocolo de cooperação que o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) mantém com a Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP), do Recife (Brasil), nomeadamente das actividades de intercâmbio de estudantes, estão jána Guarda dois alunos brasileiros para realizar um estágio de dois meses em duas das Escolas que integram o Instituto Politécnico.
Talita Albuquerque Araújo, a estagiar na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, e Francisco Fernando Noronha, a desenvolver as suas actividades na Escola Superior de Educação, depois de uma selecção criteriosa na sua Faculdade, foram seleccionados para realizar um estágio nesta instituição durante os meses de Junho e Julho.
A reciprocidade deste intercâmbio está prevista para Agosto próximo em que dois alunos do IPG poderão viver a mesma experiência que Talita e Francisco vivem actualmente.
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