REGIÃO NATURTEJO

Beira na rota da natureza

Uma das apostas da Naturtejo (que integra os concelhos de Castelo Branco, Nisa, Vila Velha de Ródão, Idanha-a-Nova, Proença-a-Nova e Oleiros) passa por promover o território junto dos operadores turísticos. Na última feira promovida pelo Nercab, onde obteve a distinção do segundo melhor expositor (ex-aequo com Oleiros), a Naturtejo apresentou oficialmente seis pacotes turísticos, que já estão à venda nos balcões dos operadores Turismo da Natureza e Halcon Viagens.

Nesta primeira fase a Naturtejo apresenta ofertas turísticas para todos os gostos. O Trilho do Contrabando é uma das apostas, onde a partir de Penha Garcia se parte à descoberta das rotas feitas pelos antigos contrabandistas para Espanha, havendo mesmo relatos de histórias na primeira pessoa. Há ainda, os Trilhos dos Fósseis que integra visitas aos fósseis de Penha garcia, prática de desportos radicais, como tiro com arco ou equitação, e passeios de canoa no Rio Tejo.

O Pólo de Gastronomia é outra das ofertas, onde se inclui uma visita ao museu de Gastronomia, em Monsanto, ao museu Tavares Proença Júnior e ao Jardim do Paço, em Castelo Branco, e ao Centro de Artes e Ofícios de Sobreira Formosa.

Mistérios da Fé é o nome dado a outra das ofertas, onde se pretende mostrar os monumentos religiosos da região Naturtejo, alguns dos quais classificados pelo Ippar. Depois há ainda a Rota dos Templários, que integra visitas guiadas a Monsanto, Idanha-a-Velha, e aos castelos de Castelo Branco, Vila Velha de Ródão e Amieira do Tejo. Para os mais radicais surge uma proposta de paraquedismo e skysurf, em Proença-a-Nova.

Os preços dos pacotes que já estão a ser vendidos nos balcões da Halcon e pelo operador Turismo da Natureza, variam entre os 105 e os 311 euros para três dias e duas noites. Para Armindo Jacinto, “este é o primeiro passo para trazer gente para o nosso território. Há que trabalhar neste tipo de serviços e avaliar a reacção do público. O nosso objectivo passa por criar produtos, colocá-los no mercado e ver a satisfação dos clientes, pois são eles que poderão trazer novas pessoas a visitar a região”.

Aquele responsável lembra que ao colocarmos os nossos produtos “nos operadores turísticos, significa que eles têm qualidade”. Armindo Jacinto refere ainda que a “Naturtejo é uma empresa com apenas um ano de vida, que tem a sua estratégia bem definida, para a promoção do nosso território”. O presidente recorda a este propósito as candidaturas apresentadas ao Programa Peter e à Unesco para a classificação do Geoparque.

CASTELO BRANCO

Piscina-praia encanta todos

Castelo Branco dispõe da maior piscina praia do país. Uma estrutura localizada na zona de lazer da cidade que pode revelar-se numa boa escolha. A nova piscina rompe com antigas crenças que perduraram em Portugal nas décadas de 70 e 80, onde a lógica passava por construir piscinas de competição. “Tudo o que se foi fazendo em Portugal, nas décadas de 70 e 80, passou pela construção de piscinas olímpicas, como aconteceu em Castelo Branco, em vez de um espaço onde as pessoas aprendessem a nadar”, explicou Marçal Grilo, arquitecto responsável pela estrutura, aquando da inauguração da estrutura.

Uma filosofia que foi rompida com este novo projecto. “Esta estrutura chama-se piscina praia, pois possui uma área de plano de água muito grande da ordem dos 3300 metros quadrados, ou seja mais que três piscinas olímpicas. Além disso, tem a particularidade das pessoas entrarem na piscina da mesma forma como se entra na praia, sem degraus”, acrescenta.

Acima de tudo estamos perante uma piscina de recreio, onde a profundidade máxima é de 1,6 metros. “Como é muito grande, tem uma área, até aos 50 cm de profundidade, onde surge uma zona com equipamentos destinados às crianças, como por exemplo bonecos que deitam água. Isto permite que o agregado familiar que vai à piscina com as crianças possa estar todo no mesmo sítio”, diz. É esta a filosofia que se encontra por trás de um projecto, cujo investimento é um dos maiores que a autarquia albicastrense tem em mãos. “O tradicional neste tipo de estruturas é termos uma piscina para adultos e ao lado uma mais pequena para crianças. O resultado disso é que não há pais nenhuns que deixem as crianças sozinhas, pelo que as famílias deixam de estar juntas. Aqui isso não vai acontecer, pois apesar de ter uma área equivalente a três piscinas olímpicas, em termos de volume de água essa proporção é menor, já que a piscina é muito baixa”.

Marçal Grilo sublinha que deste modo a piscina será muito mais segura. “Uma pessoa tanto nada com dois metros de profundidade como com 90 centímetros. Por isso não se justificava construir-se uma piscina com grande profundidade”. 

CORRENTE. “A piscina de Castelo Branco e todo o complexo que está a ser criado à sua volta, como a construção de um lago de 10 mil metros quadros, onde será possível andar de barco, será muito atractiva a pessoas que não são da região”, referiu Marçal Grilo. Para aquele arquitecto, “hoje temos a auto-estrada o que torna as deslocações entre Lisboa e Castelo Branco mais rápidas, cada vez há mais turistas a visitarem a cidade, aos fins-de-semana, pelo que este complexo vai ser mais um atractivo. Os próprios espanhóis estão aqui ao lado, e não nos podemos esquecer que esta é a maior piscina construída em Portugal. O objectivo não é entrar para o livro de recordes, mas sim construir uma estrutura para o futuro”.

Uma das particularidades da nova piscina é o facto de ter contra-corrente. “A ideia é que a piscina se assemelhe a uma praia em maré baixa, onde surgem umas rochas que a água ainda não cobriu – que coincide com a zona destinada às crianças onde também surgirão escorregas para crianças e um cogumelo que deita água. -, e na parte mais funda vai surgir a contra-corrente, onde através de jactos da água instalados nas paredes é possível nadar contra a corrente da água, aparecem também os bicos de pato, uma lâmina de água e, junto às ilhas, aparecerá uma espécie de jacuzzi”.

PROENÇA-A-NOVA

Da Ribeira até à Praia

As três praias fluviais do Concelho de Proença serão porventura as mais procuradas da região e aquelas que mais têm crescido, em espaço e equipamentos, ao longo dos 10 anos de história que aquelas zonas balneares completam este ano. As mais recentes novidades passam pela instalação de ecopontos, a que se juntam acções de educação ambiental desenvolvidas pelos escoteiros.

A Câmara de Proença criou ainda novos espaços denominados Biblioteca de Praia, onde é possível solicitar um livro ou o jornal do dia, além de comprar alguns produtos regionais, desde as bainhas abertas à doçaria, sem esquecer artefactos de tratamento de linho, como a roca, hoje mais decorativa de espaços que ferramenta de trabalho, mas sempre chamativa para quem por ali passa.

“As pessoas têm frequentado o espaço. Vêem os bordados, as bainhas abertas, os enchidos e maranhos, os quais compram, mas já estão a pedir outros, como o mel”, refere Filomena Lourenço, vice-presidente da Câmara segundo a qual “os produtores locais estão a corresponder, pelo que esta é uma forma de animar a economia”.

A esta actividade, junta-se a animação das praias, que envolve os jovens do Concelho. Em Julho decorreram alguns ateliers nas praias, sobretudo destinados às crianças. Em Agosto, pela primeira vez, decorre animação de acordo com um plano e em regime de rotatividade entre Aldeia Ruiva, Fróia e Malhadal (aqui apenas aos domingos).

Além de proporcionar a possibilidade das pessoas participarem num atelier de cerâmica, produzindo peças que no dia seguinte podem ver cozer e depois pintar, existe a aquanimação, que consiste na presença de insufláveis na zona da praia, os quais ajudam a divertir miúdos e graúdos. Já na hora de almoço, para ajudar a passar o tempo necessário à digestão, são disponibilizados livros e jornais da Biblioteca de Praia.

Já aos sábados, os escoteiros passam pelas praias onde desenvolvem actividades de educação ambiental.

PROENÇA-A-NOVA

As praias do "nosso" contentamento

ALDEIA RUIVA. É a praia com mais história e das que mais tem crescido nos últimos anos. Situada junto à Isna de São Carlos, ali paredes meias com o IC8, marca a diferença pelo amplo espaço de estacionamento e pelos sete bungalows que são muito solicitados durante o Verão. Tem ainda um espaço para reuniões na zona dos bungalows, onde já decorreram alguns encontros importantes.

Na praia propriamente dita existe um extenso solário, mas também uma zona larga de sombras, com mesas e bancos, bem como um campo de jogos, que funcionam assim como boas alternativas a intercalar com os mergulhos na água límpida e fresca da ribeira.

Para retemperar forças, os veraneantes podem recorrer ao bar e restaurante, cuja esplanada convida, tendo como opção o parque de merendas com grelhador. As crianças também possuem espaços próprios, pois há parque e piscina infantil. E se alguém prefere cuidar do físico a andar, pode aproveitar as sugestões de passeios pedestres.

MALHADAL. Já no limite com o vizinho Concelho da Sertã, a Praia Fluvial de Malhadal é conhecida pela praia-jardim, pois das paredes dos socalcos da encosta brotam flores de aparência e cores diversas, numa harmonia a lembrar o enorme quintal de uma casa antiga, uma imagem a que ajuda o xisto e a frescura da Ribeira da Fróia.

Já na água destaca-se a piscina flutuante e a piscina infantil, espaços de diversão complementados frequentemente com a canoagem e outras fontes de animação, como os passeios pedestres ou desportos aventura. Do lado da Sertã, o menos cuidado, existe um parque de merendas bem integrado numa paisagem que acalma e abre certamente o apetite para saborear a comida e para regressar.

Na margem do lado de Proença, os frequentadores têm o bar e uma enorme esplanada sobranceira à praia, onde podem tomar algo para refrescar e combater os efeitos do calor abrasador. Para quem preferir algo mais natural, mas igualmente fresco, pode deslocar-se junto ao solário, onde um pequeno cano preto traz água de uma nascente, a qual brota abundatemente todo o Verão.

FRÓIA. Em 2003, os fogos incontroláveis pintaram de preto uma das mais atraentes praias fluviais do País, mas em Proença depressa se meteram mãos à obra, pelo que as encostas que se estendem até à praia estão verdejantes e com árvores diversificadas, fruto do trabalho desenvolvido nos viveiros da Câmara de Proença.

É neste ambiente, onde as árvores que se salvaram proporcionam uma sombra invejável que a Praia da Fróia se estende desde a casaca até ao paredão, num serpentear de água cristalina acompanhado pelo solário. A montante está ainda a velha azenha recuperada, hoje espaço de exposições, enquanto mais acima desponta a esplanada do Bar Ali Há Sopa.

Este ano, junto aos parques de estacionamento, nasceu também o espaço da Biblioteca de Praia, onde os produtos regionais também marcam presença e em cujas salas é possível desenvolver actividades para miúdos e graúdos, que assim ganham momentos de distracção num paraíso de Verão situado a dois passos da localidade de Sobreira Formosa.

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