Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VII    Nº79    Setembro 2004

Politécnico

ESCOLA DE ARTES DO IPCB

Ministério da Ciência falha promessa

O Primeiro Ministro Pedro Santana Lopes e a Ministra do Ensino Superior vão faltar à promessa deixada pela própria ministra Maria da Graça Carvalho e pelo anterior Primeiro Ministro, Durão Barroso, no sentido de contemplarem no Piddac de 2005 a construção da Escola Superior de Artes Aplicadas e do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Para já a proposta de Piddac para 2005 não contempla a escola, que irá integrar um campus politécnico com a Escola Superior de Saúde, obra contemplada no plano de investimentos do Estado.

Para Valter Lemos, presidente do IPCB, e Joaquim Morão, presidente da Câmara, essa situação é inadmissível. “No Piddac para 2005, que nos foi comunicado, a Esart não está inscrita, nem sequer na designação do projecto. Face às declarações do Primeiro Ministro proferidas em Castelo Branco esperava-se uma situação diferente, pois a escola foi garantida. Já no que respeita à Escola Superior de Saúde, a previsão apresentada é aquela que estava acordada”.

Recorde-se que na sua visita a Castelo Branco, em Maio, o então Primeiro Ministro referiu que “o Instituto Politécnico de Castelo Branco é uma instituição que vale a pena conhecer e valorizar”, referiu, adiantando que as obras são importantes, mas também as pessoas, a sua formação, a criação de emprego e de massa crítica, que considera importante para o desenvolvimento do País.

Durão Barroso justificava assim o anúncio oficial da abertura de concurso para a construção do Campus da Talagueira, primeiro para as infra-estruturas gerais e depois “para as duas escolas que irão ser construídas, a Escola Superior de Saúde e a Escola Superior de Artes Aplicadas. Algo que considera ser possível, dada a boa colaboração entre a Câmara (que deu os oito hectares de terreno, avaliados em quatro milhões de euros), o Politécnico (que defendeu a ideia e realizou um concurso público internacional) e o Governo, que autoriza e financia as obras, as quais custarão cerca de 15 milhões de euros.

Apesar deste contratempo, as obras iniciais do Campus da Talagueira vão arrancar a curto prazo. Esta primeira fase apenas envolve a movimentação de terras, “pelo que se aguarda luz verde do Ministério para o lançamento de um novo concurso para a construção do bloco pedagógico da Escola de Saúde”.

Na sequência do anúncio do Governo em não inscrever a Escola de Artes em Piddac para 2005, o presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Valter Lemos, escreveu à ministra da Ciência e do Ensino Superior a manifestar o descontentamento da instituição que preside. “Lamenta-se o facto, tanto mais que, quer para eu próprio, quer para toda a comunidade regional, após a visita do senhor Primeiro Ministro e de V. Exa., e tendo em conta as intervenções públicas então feitas, ficou a convicção que a Escola Superior de Artes Aplicadas seria inscrita em Piddac, mesmo que faseada para anos seguintes”, diz Valter Lemos na carta.

Na mesma missiva, o responsável pelo IPCB diz que “relativamente às obras da Escola Superior de Saúde espero que os sucessivos entraves administrativos que desde 2000 têm vindo a ser colocados pelos serviços da DGFCES possam ser definitivamente afastados para que o início do concurso possa vir a ter lugar, dados os sucessivos atrasos e prejuízos que têm vindo a causar”.

CÂMARA. A Câmara de Castelo Branco não compreende a posição do Governo ter dado o dito por não dito. “A senhora ministra do Ensino Superior e o Primeiro Ministro quando estiveram em Castelo Branco, há cerca de quatro meses, garantiram a construção da escola. Agora verificamos que ela não está incluída, e isso é inaceitável para Castelo Branco. O nosso concelho não pode ser prejudicado com uma atitude dessas, pois tanto a Esart como a Escola de Saúde são dois equipamentos imprescindíveis quer para o desenvolvimento do Politécnico, quer de toda a Região. Por isso, a autarquia fica altamente surpreendida com esta notícia”, refere Joaquim Morão.

O presidente da Câmara de Castelo Branco vai mais longe ao referir que “esta situação tem que ser revista. O Governo tem que mudar de posição e cumprir aquilo que nos foi dito pelo Primeiro Ministro, fazendo justiça a Castelo Branco”. Para a construção do Campus Politécnico, a Câmara cedeu, gratuitamente os terrenos ao IPCB. “Os terrenos custaram à autarquia cerca de cinco milhões de euros. Trata-se de um grande esforço da autarquia, que não é correspondido pelo Poder Central na mesma proporção para que o Politécnico continue a fazer o seu desenvolvimento normal. Mas vemos toda esta situação com mais preocupação porque o Interior continua a ser atingido e prejudicado, apesar dos discursos dizerem o contrário”.

 

 

 

POLITÉCNICOS DE CASTELO BRANCO E GUARDA FORMAM

Licenciados com segunda oportunidade

Os politécnicos de Castelo Branco e da Guarda aderiram ao projecto nacional de reconversão de licenciados desempregados, um plano ao abrigo do qual cerca de mil pessoas naquela situação podem obter uma nova licenciatura no prazo de dois anos, aumentando assim as suas condições de empregabilidade.

O de Castelo Branco vai abrir 76 vagas nos cursos de Artes da Imagem (5), Tradução e Assessoria de Direcção (12), Contabilidade e Gestão Financeira (15), Engenharia Informática (10), Engenharia Industrial (12), Engenharia Informática e das Tecnologias de Informação (10) e Engenharia Electrotécnica e das Telecomunicações (12).

O Politécnico da Guarda propôs ao Ministério a abertura de cerca de 100 vagas nos cursos de Turismo (25), na Escola Superior de Turismo e de Telecomunicações de Seia, Engenharia Civil (15), Engenharia Informática (15), Engenharia Mecânica (15), Contabilidade e Auditoria (15), Tradução e Assessoria de Direcção, todos na Escola Superior de Tecnologia.

Àquelas vagas podem concorrer licenciados desempregados e inscritos nos centros de emprego de qualquer zonas do País. Porém, o plano não prevê que qualquer licenciado possa entrar em qualquer curso. “A licenciatura que possui já deve dar alguma preparação para o curso a que se propõe”, esclarece Valter Lemos, presidente do Politécnico de Castelo Branco, para quem um dos requisitos de acesso será a área de formação.

REQUISITOS. Tendo em conta alguns exemplos referidos por Valter Lemos, ao curso de Artes da Imagem terão acesso preferencial licenciados em Educação Visual e Tecnológica, Artes Visuais, Design ou outros. O Curso de Tradução será mais destinado a detentores de licenciatura nas áreas de educação e línguas ou literaturas.

A Contabilidade pode receber licenciados em Matemática / Ciências, Economia, Direito, Sociologia, Ciências Agrárias. Finalmente, os candidatos a frequentar as engenharias devem ter licenciatura noutra engenharia, economia, gestão ou em ciências exactas e experimentais. “Nestes casos é necessária uma formação matemática de base, muito embora procuremos criar áreas o mais abrangentes possível”, esclarece.

De acordo com o calendário provisório, o edital formal com os cursos e vagas disponíveis deverá ser publicado no próximo dia 17 de Setembro, devendo as candidaturas ser feitas entre 20 e 27. Os resultados serão publicados a 11 de Outubro, devendo as matrículas decorrer até 18. Os licenciados seleccionados poderão então frequentar um plano de estudos adaptado que prevê a realização de três semestres lectivos e um de estágio.

Para já apenas se poderão candidatar licenciados desempregados há mais de um ano, em virtude do projecto ser financiado por fundos europeus, o que permite a atribuição de bolsas, que podem ir até ao salário mínimo nacional, acrescido do valor da propina. Porém, o Ministério está a tentar superar esta questão do tempo de desemprego. De qualquer modo, na admissão dos candidatos o tempo de desemprego, a adequação ao curso e a data de conclusão da licenciatura serão critérios a pesar.

 

 

 

INSTITUTO POLITÉCNICO DE PORTALEGRE

Superior Agrária no Quartel

As obras de recuperação de um dos edifícios do Quartel do Trem, que vai receber a Escola Superior Agrária de Elvas, estão quase concluídas e vão ser utilizadas já este ano lectivo. Quem o afirma é Nuno Oliveira, presidente do Instituto Politécnico de Portalegre. As obras iniciaram-se em Junho e têm sido desenvolvidas pelos recursos humanos do próprio Instituto. “Com estas obras ficaremos com cinco salas de aula, três laboratórios, uma sala de informática e outra de mecânica, uma zona de apoio e instalações sanitárias”.

As obras forma feitas com base no projecto técnico desenvolvido pelos Gabinete Técnico do IPP. Os novos espaços obrigaram à criação de novas estruturas de águas e esgotos, electricidade, informática e reparação de todas as paredes e pavimentação dos espaços. A colocação de tectos falsos foi a solução encontrada para criar melhores condições de trabalho, em termos técnicos, acústicos e de iluminação.

Nuno Oliveira prefere não falar no investimento que o IPP ali está a fazer, sublinhando que este esforço vai permitir à Escola Superior Agrária funcionar, na sua totalidade, naquele edifício, em vez de ocupar seis instalações distintas que tinha naquela cidade alentejana. “A ESAE estava a funcionar em seis locais diferentes, que agora irão ser abandonados, excepção feita aos serviços administrativos que permanecem na rua de Alcamim, no centro de Elvas”.

As obras avançaram com dinheiro próprio e Nuno Oliveira refere que no futuro os outros edifícios que compõem o Quartel do Trem, também serão recuperados. “Neste momento a Escola tem cerca de 250 alunos, pelo que as instalações agora recuperadas são suficientes e permitem aumentar o número de alunos sem problemas”.

Recorde-se que o edifício data de 1694, e depois de servir o exército português, vai agora receber a Escola Superior Agrária de Elvas. As obras devem estar concluídas em Outubro.

seguinte >>>


Visualização 800x600 - Internet Explorer 5.0 ou superior

©2002 RVJ Editores, Lda.  -  webmaster@rvj.pt