ESTG DE PORTALEGRE
Biomassa e realidade
virtual
A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre, com cerca de dois mil alunos, tem projectos ambiciosos para o futuro. A aposta na investigação e em novas ofertas formativas está na calha. Patrício Vilar, presidente do Conselho Directivo adianta mesmo ao Ensino Magazine que está a ser estudada a implementação de uma central piloto de biomassa e de um centro de realidade virtual em Portalegre.
Para o presidente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão o futuro deve ser encarado com determinação e com inovação. No que toca a novas ofertas formativas, Patrício Vilar lembra que estão na calha dois novos cursos em Energia e Ambiente, e em Realidade Virtual. “A revisão curricular que iremos concluir até 31 de Janeiro aponta para duas metas. Uma passa por alterar todos os cursos existentes em função da Declaração de Bolonha, não só no que respeita à duração e aos sistemas de créditos, mas também a uma nova metodologia de ensino. A outra diz respeito a novas ofertas”.
Patrício Vilar garante que em todo este processo “ou se está na linha da frente ou então fica-se para trás. O próprio ex-ministro Veiga Simão refere isso, o ensino politécnico só tem dois horizontes, ou desce e fica a ministrar cursos de especialização tecnológica reduzindo-se a meras escolas comerciais, ou sobe transformando-se em Universidades Politécnicas. O nosso desafio é este e nós não queremos perder esta oportunidade”.
O presidente da ESTG assegura que os objectivos da escola passam, portanto, por “integrar uma universidade politécnica, apostando no primeiro ciclo da formação inicial, mas também nos cursos de especialização tecnológica e no segundo ciclo definido pela Declaração de Bolonha, o que poderá ser feito em parecerias com várias universidades, consoante as áreas ou os cursos. A ideia passa por fazer acordos com as melhores instituições, que venham de encontro aos nossos padrões. Parecerias que deverão também permitir a que os docentes da ESTG aí façam os seus doutoramentos a custos zero ou mínimo”.
No entender de Patrício Vilar o ensino politécnico deve apostar também na investigação. “Algo que já se verifica noutros países. Nesse sentido estamos com alguns projectos que nos permitem apostar nesse caminho, casos da instalação de duas centrais piloto de biomassa em Portalegre. Um dos projectos está pronto faltando apenas efectuar a sua instalação, o que será feito na zona industrial de Portalegre, em terrenos cedidos pela autarquia. O objectivo é testar a produção de carvões activados. Simultaneamente a estes projectos está a ser feito um levantamento dos resíduos florestais da região”.
Outra das linhas de investigação que estão a ser desenvolvidas na ESTG poderão levar à instalação, em Portalegre, de um Centro de Realidade Virtual. O que poderá ser feito com o apoio do Interreg e de diversos parceiros de instituições europeias. Além do centro temos como intenção abrir um museu de realidade virtual, que permite, por exemplo reconstituir a Batalha de Aljubarrota através da realidade virtual. “Temos condições para desenvolver este centro e a sua implementação depende da aprovação da Interreg, pois envolve cerca de dois mil milhões de euros”.

SUPERIOR DE ENFERMAGEM EM
PORTALEGRE
Alunos estagiam em
Espanha
Cerca de 20 alunos da Escola Superior de Enfermagem do Politécnico de Portalegre vão estagiar em Badajoz (Espanha) no Hospital Infanta Cristina e no Hospital Materno Infantil. A garantia é da presidente do Conselho Directivo da Escola de Enfermagem, Graça Carvalho, segundo a qual os alunos estagiam nas áreas médico cirúrgica e de saúde materno-infantil e pediátrica, o que “acontece ao abrigo de um protocolo existente entre o Politécnico de Portalegre e a Universidade da Extremadura, além do bom relacionamento entre as instituições”.
Esta é uma das principais novidades da Escola de Enfermagem, onde entraram este ano mais 70 alunos na formação inicial e outros 10 na pós-graduação em Gestão de Unidades de Saúde, sendo esta última uma área a expandir já em 2005. “Se tudo acontecer como esperamos, em 2005 abriremos o Curso de pós-licenciatura de Saúde na Comunidade, que será dedicado aos cuidados de saúde primários”, afirma a presidente da instituição.
Além da formação, a escola acaba de inaugurar um parque de estacionamento para 21 lugares, o que vem minimizar um dos problemas mais sentidos. Mas as obras não ficam por aqui, pois durante este ano será criada uma esplanada no prolongamento do refeitório e cantina, cujas obras deverão estar concluídas na Primavera.
Bem antes decorrerão as comemorações dos 32 anos da escola, numa cerimónia que esteve marcada para este mês de Novembro, mas acabou por ser adiada. De acordo com Graça Carvalho, as comemorações passam para Dezembro e o programa mantém, incluindo a apresentação de trabalhos de alunos, uma conferência sobre a Escola de Enfermagem e o Processo de Bolonha, a inauguração do laboratório de práticas e a entrega de prémios aos alunos que desenvolveram trabalhos na especialidade médico-cirúrgica.
Actualmente a escola tem cerca de 400 alunos e tem expandido a sua rede de colaborações, tendo alunos em estágio em vários pontos do País, além de professores a desenvolverem investigação, a qual já chega a Espanha. De acordo com Graça Carvalho, no âmbito de uma tese de doutoramento na área da enfermagem e fisioterapia, dois professores da escola estão a desenvolver um trabalho com dois docentes da Universidade da Extremadura, o qual conta com a parceria dos centros de sáude da área de Portalegre e da cidade espanhola.

NA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
DE PORTALEGRE
Novo mestrado em
negociação
A Escola Superior de Educação de Portalegre está a negociar um novo mestrado na área do turismo que poderá avançar ainda este ano, o que alarga o âmbito de uma escola que tem actualmente 10 cursos de formação inicial, um mestrado em ciências da educação, dois complementos de formação, cinco cursos de especialização, além de ter em curso 17 acções de formação contínua, além de estarem em perspectiva cursos de especialização tecnológica.
A garantia é do presidente do Conselho Directivo, Albano Silva, segundo o qual a escola está “num processo de negociação com a Universidade de Évora desde o ano lectivo passado, com vista ao lançamento de um mestrado na área da Animação e do Turismo”. Ainda de acordo com aquele responsável, aquele curso poderá funcionar com duas turmas e duas especializações, uma em Portalegre e outra em Évora.
Esta será uma das principais novidades de uma escola com cerca de mil alunos (850 na formação inicial), a qual conta este ano com dois novos cursos de formação inicial, nomeadamente Informação Turística e Serviço Social, que se juntam aos outros oito que já existiam, nas áreas de formação de professores, turismo, comunicação e natureza social ou sócio-cultural.
Apesar do alargamento da oferta formativa, Albano Silva considera que tal não deve acontecer no próximo ano, pois “é intenção do MCIES estabelecer um compromisso com Politécni-cos e Universidades que vai no sentido da não apresentação de novos cursos para o próximo ano lectivo, tendo em consideração a implementação da Declaração de Bolonha em 2005”, o que a ESE de Portalegre vai
respeitar.
Já em relação ao presente ano lectivo, o presidente da ESE considera que começou bem, apesar de algumas indefinições a nível nacional, que passam pela formação de professores, as implicações de Bolonha, os constrangimentos orçamentais e a nova legislação em perspectiva. “Esta última indefinição, por exemplo, impossibilita a legitimação e valorização de uma área de trabalho fundamental da ESE que passa pelo desenvolvimento de projectos de intervenção sócio-educativa em torno do Ensino Básico e da Educação de Adultos. Esta vertente de trabalho cai na intersecção entre os dois ministérios, aliás muito do trabalho que as Escolas Superiores de Educação desenvolvem cai nessa intersecção inter-ministerial que neste momento é um conjunto vazio ou quase”.
Já relativamente a Bolonha, Albano Silva considera que “é preciso não andar para trás”, pelo que as ESEs devem formar professores “inteiros”, como faz há 20 anos. “Não queremos deixar de formar para os dois ciclos previstos pela Declaração de Bolonha e que um professor só o deverá ser no final do 2º Ciclo. Seria um recuo de décadas na formação de professores em Portugal se estas duas questões fulcrais não vierem a acontecer”, conclui.
Para tal, a escola conta com um corpo docente devidamente formado, que conta com 80 professores, a larga maioria com mestrado ou doutoramento. Existe ainda um grupo de docentes especialmente contratados. “Em termos de estabilidade de trabalho, o maior problema coloca-se ao nível da instabilidade profissional dos professores especialmente contratados que não conseguem ver o seu problema resolvido, apesar de promessas sucessivas de sucessivos governos. Não é exagerado afirmar tratar-se de uma vergonha nacional a instabilidade de trabalho destes docentes, quadros superiores extremamente qualificados de um país que tem tanta falta de qualificações superiores”.

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