Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VII    Nº73    Março 2004

Politécnico

POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO

Novos cursos entregues

Medicina Veterinária, Serviço Social, Solicitadoria, Radiologia e Cardiopneumonologia foram os novos cursos apresentados pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco ao Ministério da Ciência de do Ensino Superior para o próximo ano lectivo. Valter Lemos, presidente da instituição, considera que os “cursos em causa são estruturantes, e referem-se a áreas de formação consolidadas. Por outro lado são ofertas formativas que não existem na região e onde há necessidade de diplomados no País”.

No entender do presidente do Politécnico de Castelo Branco não há razões para que os cursos não venham a ser aprovados, pois ao nível da rede formativa, da necessidade e da articulação está tudo bem. Estamos a apostar em cursos com profissões bem definidas. E não se pode dizer que não são cursos politécnicos!”.

Os cursos agora apresentados envolvem quatro das seis escolas do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Assim, a Escola Superior Agrária candidatou mais uma vez a Medicina Veterinária. A sua aprovação avizinha-se, contudo, difícil, apesar dos fortes argumentos, apresentados como a qualidade dos cursos que ministra e as instalações (classificadas como umas das melhores do país).

A Escola Superior de Educação do IPCB propõe-se abrir o curso de Serviço Social. “A ESE vai encerrar alguns cursos na área das línguas, pelo que com a abertura do novo curso colocará os recursos da escola ao serviço da Região. Além disso, estamos a falar de uma área estratégica, em que não há qualquer oferta formativa no País”, justifica Valter Lemos.

O curso de Solicitadoria é outra das apostas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, através da sua Escola Superior de Gestão. “A nível nacional só existe um curso nessa área a funcionar no país. Portugal está a necessitar, cada vez mais, de técnicos superiores nesse sector, pelo que o curso é necessário e deve ser aprovado pelo Ministério”, esclarece Valter Lemos. Ainda em relação à Escola Superior de Gestão do IPCB, aquele responsável sublinha o protocolo que vai ser assinado com a Universidade do Minho, de forma a que a ESG abra em Outubro um mestrado na área da Administração Pública. “Esse curso insere-se na nossa estratégia de promover mestrados e pós-graduações. Mais uma vez escolhemos um parceiro credível que garante a qualidade da formação, pois a Universidade do Minho é uma das instituições de ensino superior a ministrar cursos nessa área”.

A Escola Superior de Saúde do IPCB apresentou também duas propostas, nas áreas da Radiologia e da Cardiopneumonologia. “São áreas importantes que só ainda não tinham sido propostas devido à falta de espaços com que se debate a escola. Mas partindo do princípio que as novas instalações vão ser construídas, esta é a altura certa para avançar com esses cursos onde há um grande deficit de diplomados".

 

 

IPP

Portalegre quer novas áreas

O Instituto Politécnico de Portalegre acaba de apresentar quatro novos cursos ao Ministério da Ciência e do Ensino Superior. Isso mesmo garantiu ao Ensino Magazine, Nuno Oliveira, presidente daquele organismo. Design de Artes Tradicionais, Comportamento Organizacional e Tecnologias de Informação, Serviço Social e Informação Turística são os quatro cursos que o Instituto gostaria de ver aprovados e que deverão funcionar na Escola Superior de Educação de Portalegre.

De acordo com o presidente do IPP, os três primeiros cursos, a serem aprovados deverão abrir já no próximo ano lectivo, enquanto que o de Informação Turística só avançará em 2005. Para Nuno Oliveira é importante que o Ministério aprove os cursos em causa, até porque nos últimos anos a ESE de Portalegre tem encerrado algumas ofertas formativas, casos de Português/Inglês, Português/Francês e Matemática e Ciências, estando previsto o encerramento do curso de Educação Visual e Tecnológica este ano.

INSTALAÇÕES. Em declarações ao Ensino Magazine, Nuno Oliveira sublinhou o esforço que o Politécnico de Portalegre tem feito para que sejam desbloqueadas as verbas para a construção da cantina nos serviços centrais do Instituto. Uma obra que aquele responsável considera fundamental, pois iria permitir disponibilizar o espaço que agora é ocupado pela cantina da ESE para a construção de salas de aula, que por sua vez libertariam as salas da residência de estudantes que a ESE tem vindo a utilizar. Para ultrapassar esta situação, o Politécnico candidatou a obra ao Prodep, pelo que aguarda pela sua aprovação.

Outras instalações que preocupam Nuno Oliveira encontram-se em Elvas. “Continuamos a insistir no desbloqueamento das verbas para as novas instalações da ESAE”, argumenta o presidente do Instituto. Recorde-se que este é um problema que já se arrasta há algum tempo. Durante o aniversário da Instituição, e na entrevista que concedeu ao nosso jornal, aquele responsável lembrava precisamente a situação: “A ESA de Elvas teve inscritos em Piddac anterior cerca de 180 mil contos. Neste momento, acontece que nós já fizemos alguns trabalhos de reconstrução do Quartel do Trem. Por motivos de natureza legal o concurso foi anulado, mas continuo a ter, na conta do Instituto Politécnico de Portalegre depositados na Direcção Geral do Tesouro cerca de 150 mil contos. Só que estou proibido de os utilizar. Ou seja, o Estado português não me permite utilizar essa verba, mas paga-me juros sobre ela”.

O caso é ainda mais curioso, já que fruto daquela proibição, o Instituto Politécnico de Portalegre é obrigado a pagar rendas de “edifícios e propriedades em Elvas para funcionamento da Escola. Além disso, impede-me de pagar uma renda ao Ministério da Justiça, pela utilização da Herdade de Vila Fernando, que está totalmente devoluta. Por outras palavras, o Estado português está a ser um mau gestor e a prejudicar o desenvolvimento da Escola Superior Agrária de Elvas!”.

Para Nuno Oliveira a situação é inaceitável, tanto mais que existe um projecto onde é possível recuperar o Quartel do Trem, para aí instalar a escola. “Com essa verba e com os 90 mil contos disponibilizados pela Câmara de Elvas é possível fazer essa obra, embora com uma outra dimensão daquilo que inicialmente foi projectado”, assegura
.

 

 

 

ESCOLA SUPERIOR DE GESTÃO DO IPCB

Os gestores do futuro

Marçal Grilo, actual administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, e ex-ministro da Educação, considera que um bom gestor deve ter valores e carácter. Aquele responsável falava no colóquio promovido pela Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco, no âmbito das jornadas o Gestor e a Informação, que durante três dias animaram aquele estabelecimento de ensino.

Para Marçal Grilo “os valores, as atitudes e os comportamentos são fundamentais para o sucesso dos gestores”. Aquele responsável deu como maus exemplos o que aconteceu com a Parmalat, em Itália. Falando para um auditório que foi pequeno para acolher todos os participantes, o actual administrador da Gulbenkian classificou a formação ao longo da vida como um aspecto muito importante. “Não haverá sociedade do conhecimento se 50 por cento dos portugueses disser que não quer aprender mais nada ao longo da vida. Neste capítulo, a aprendizagem das línguas do Português e Inglês, são muito importantes”.

Apesar de apresentar a sua prelecção baseada no seu testemunho enquanto administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, na área ligada aos interesses petrolíferos, Marçal Grilo lembrou que “as empresas são formadas por pessoas. Todas as organizações têm um lado humano que não pode ser descurado, pois sem essa vertente haverá muitas dificuldades no seu funcionamento”.

Em nota de despedida, o antigo ministro da Educação sublinhou que um gestor para ser eficaz não pode resumir as suas leituras a dossiês e livros técnicos, mas deve procurar ler todo o tipo de literatura, aquela que lhe dê prazer. Deve, em suma, fazer também algo que goste, como ir a exposições, por exemplo”.

POSITIVO. No entender do director da Escola Superior de Gestão, João Ruivo, a iniciativa que durante três dias animou a escola foi uma aposta ganha. Durante o evento alguns antigos alunos, hoje, com lugares de destaque em empresas nacionais deram o seu testemunho. Algo que foi avaliado pela direcção da ESG como um dado importante.

O último dia dos trabalhos ficou ainda assinalado com as intervenções dos especialistas Ricardo Sousa Valle e Rui Gonçalves. O primeiro abordou a economia em rede. Um factor que aquele responsável considera fundamental, pois a economia em rede permite transformar a massa em energia. Por outras palavras, as “empresas cada vez mais apostam na inovação da marca , nos seus produtos e clientes. Ou seja de um modelo de activos físicos passou-se para um modelo de marca, surgindo então os parceiros de rede e as empresas sub-contratadas”, explica. 

Já Rui Gonçalves frisou que “a informação deve ser integrada em todos os sectores da empresa”. Dando exemplos práticos desse vector, aquele responsável da IBM lembrou ainda que “qualquer empresa pode copiar a nossa estratégia tecnológica, de informação, de gestão, de dados e de negócios, mas em circunstância alguma vai conseguir copiar o conhecimento e a forma como ele é utilizado”. Em suma, disse, “é preciso mobilizar as pessoas para que elas consigam tirar partido da informação”.

 

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