CÂMARA E IPCB
Artes e Saúde com
terrenos

As duas parcelas de terreno que permitirão a construção do campus politécnico da Talagueira (que envolve as escolas superiores de Saúde e de Artes Aplicadas, além de um edifício comum) já passaram para as mãos do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Os terrenos, num total de 46 mil 637,56 metros quadrados, já tinham sido garantidos ao Instituto pela Câmara de Castelo Branco, e no início deste mês foi feita a escritura da cedência a um cêntimo o metro quadrado.
Para o presidente da Câmara de Castelo Branco, Joaquim Morão, a assinatura da escritura acaba por ser a formalização “de um compromisso que já tínhamos há muito tempo e que passava pela cedência de um terreno para a construção das escolas de Saúde e de Artes Aplicadas”. Os terrenos ficam situados junto à Escola Superior de Tecnologia, ao fundo da Avenida do Empresário.
No entender daquele responsável a assinatura da escritura é “um acto importante, porque a construção das duas escolas é um marco significativo para a cidade e para o Instituto Politécnico de Castelo Branco, no qual a autarquia tem o maior gosto em se associar. Faz parte da nossa política disponibilizar espaços, nem que para isso tenhamos que comprar os terrenos necessários para que se possam construir determinados equipamentos na cidade, tal como aconteceu aqui. Esta é uma maneira de nós andarmos mais depressa para resolver as questões”.
Para Joaquim Morão “é com obras desta envergadura, que têm jovens e quadros qualificados, que nós, no interior do País, com todas as dificuldades, contribuímos para que a cidade se desenvolva”. O presidente da Câmara lembra mesmo que “numa altura em que a autarquia tem feito um grande esforço na requalificação e construção de novos equipamentos na cidade, todas estas apostas contribuirão para consolidar a nossa estratégia”.
SATISFAÇÃO. Valter Lemos, presidente do Politécnico de Castelo Branco, mostrou-se satisfeito com a assinatura da escritura e lembrou que “se todos os envolvidos no processo da construção das escolas cumprissem tanto como a Câmara, provavelmente este processo já estaria numa fase mais adiantada”. Aquele responsável frisou que “a autarquia tem sido para o Instituto um parceiro absolutamente confiável, que nos tem dado o maior apoio. O Estado deveria tomar esta atitude da autarquia como um exemplo, pois o ensino superior é da responsabilidade do Poder Central. Mas estou certo que a cidade saberá reconhecer aquilo que a autarquia tem feito pelo Politécnico de Castelo Branco”.
A assinatura da escritura vem permitir o arranque das obras do campus. “É uma formalização importante, pois permite o avanço da primeira fase das obras, que passam pela construção das infra-estruturas e, esperamos nós, o lançamento do concurso para o bloco pedagógico da Escola de Saúde”. Orçado em cerca de 16 milhões de Euros, o complexo que o Politécnico vai construir acaba, no entender de Valter Lemos, por ser um investimento pequeno. “A construção da Escola Superior de Música de Lisboa custa mais que as nossas escolas de Saúde, de Artes e de alguns serviços comuns, como a cantina”.
O novo Campus da Talagueira fica situado junto à Escola Superior de Tecnologia, em terrenos cedidos pela Câmara de Castelo Branco. Além da construção das duas escolas, o projecto integra um edifício comum aos três estabelecimentos de ensino que, no seu conjunto, formarão um campus com uma imagem forte, apoiada pelos espaços amplos.
ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA
DE CASTELO BRANCO
Centro tecnológico
A Escola Superior Agrária de Castelo Branco e a Câmara albicastrense vão avançar com a criação de um Centro Tecnológico, o primeiro do género a funcionar no País. Uma novidade que já tinha sido avançada pelo presidente da autarquia, Joaquim Morão, e que José Monteiro, director da ESA, diz ser “uma instituição, que ficará instalada junto da Zona Industrial de Castelo Branco, e que fará investigação aplicada dentro da área dos produtos agro-alimentares”. A construção do centro poderá avançar ainda este ano civil, para o efeito a câmara candidatou-se, em conjunto com a Junta da Extremadura (Espanha), a fundos estruturais do
Interreg.
Aquilo que se pretende com o centro a criar passa por “estudar os produtos que existem, as alternativas a esses produtos, fazendo ainda a caracterização e classificação de produtos. Não nos queremos constituir como substitutos das entidades certificadoras, mas sim colaborar na padronização do que existe”. José Monteiro acrescenta: “este centro será útil para a avaliação de alternativas aos produtos que existem, avançando com novos produtos e novas soluções, em áreas como a hortofrutícolas ou os enchidos e derivados do leite. No fundo queremos avançar com novas propostas”.
A segurança alimentar é outra vértice do centro. “É uma área em que há muito para fazer. A Câmara pretende ser um motor desse desenvolvimento das agro industrias”, justifica José Monteiro. Este centro de investigação tecnológica aproveitará alguma experiência que existe no lado de lá da fronteira. “Neste momento estamos a fazer o estudo de toda a infra-estrutura necessária à implementação do centro. Progressivamente iremos avançar pelas áreas mais prioritárias, para depois evoluirmos para outras. O que está previsto é que a Câmara garante a construção e o funcionamento do centro e a ESA será a responsável técnico-científica”.
VETERINÁRIA. Ao nível da formação inicial, José Monteiro garante que a “escola não vai parar, pelo que faz algum sentido que se avaliem novas ofertas ao nível da formação de base”. O curso de medicina veterinária é, no entender do director da Escola Superior Agrária, uma meta a atingir. “A medicina veterinária faz sentido nesta região e nesta escola”, assegura. José Monteiro não fecha também a porta a outras formações na área dos fogos florestais.
Aquele responsável critica, no entanto o facto de terem vindo a público notícias que davam conta da criação de novas escolas superiores agrárias. O que a acontecer “vai trazer grandes alterações no ensino superior português. Quero acreditar que a construção de escolas na área geográfica de influência da ESA não passem de desejos de entidades dessas regiões”.
José Monteiro lembra também os cursos de nível quatro, que em conjunto com algumas escolas profissionais a ESA pode desenvolver. “Poderemos proporcionar formações mais adequadas e com maior riqueza científica junto das Escolas Profissionais, proporcionando aos seus alunos uma entrada mais facilitada no ensino superior nessas áreas. Neste momento temos um parceiro muito bom, que é a Escola Profissional da Lageosa com quem contamos a desenvolver iniciativas”.
MESTRADO. Outra das apostas da Escola Superior Agrária passa pela formação pós-graduada. O mestrado em Produção Animal, que está a ser ministrado em conjunto com a Universidade dos Açores, está a ser um sucesso. “O mestrado está a decorrer normalmente com os seus 21 alunos e com a colaboração de docentes nossos e da Universidade dos Açores. Este tipo de formação funciona por edições promovidas por aquela universidade que tenta percorrer vários pontos do país, pelo que para o próximo ano lectivo não abrirão inscrições. Uma situação que já se verificou com o mestrado de Gestão e Conservação da Natureza que estamos na expectativa de voltar a fazê-lo ou já no próximo ano, ou no seguinte”, justifica José Monteiro.
Quanto a pós-graduações sem título académico, aquele responsável garante que a “escola tem ideias muito próprias daquilo que quer desenvolver. A ideia é envolvermos outras unidades orgânicas do Instituto, como a Escola Superior de Gestão e a Escola Superior de Tecnologia. São pós graduações que fazem todo o sentido para completarem formação de ex-alunos, mas também para funcionarem numa óptica de especialização para pessoas que estejam no mercado de trabalho. Ou seja, a escola tentará sempre propor pós-graduações que não sejam só para o licenciado ou para o mestrado, mas para quem também está na vida prática”.
LICENCIATURAS, MESTRADOS
E PÓS-GRADUAÇÕES
Politécnico abre
novos cursos

Os cursos de Serviço Social, Tradução e Assessoria de Direcção, Solicitadoria, Radiologia e Cardiopneumonologia são as novas licenciaturas que se vêm juntar às várias dezenas ministradas nas seis escolas superiores do Instituto Politécnico de Castelo Branco. A garantia foi dada à Imprensa pelo próprio presidente do Politécnico de Castelo Branco, Valter Lemos, na passada sexta-feira.
Por aprovar ficou a proposta de medicina veterinária, apesar dos fortes argumentos apresentados pela Escola Superior Agrária de Castelo Branco, como a qualidade dos cursos que ministra e as instalações (classificadas como umas das melhores do país). De referir que para o próximo ano lectivo o Instituto Politécnico de Castelo Branco vai abrir mais de mil vagas.
Para o presidente do Politécnico, os “cursos em causa são estruturantes e referem-se a áreas de formação consolidadas. Por outro lado são ofertas formativas que não existem na região e onde há necessidade de diplomados no País”.
As novas ofertas formativas envolvem quatro das seis escolas do Politécnico. A Escola Superior de Educação do IPCB abrirá o curso de Serviço Social. “A ESE vai encerrar alguns cursos na área das línguas, pelo que com a abertura do novo curso colocará os recursos da escola ao serviço da Região. Além disso, estamos a falar de uma área estratégica, em que não há qualquer oferta formativa no País”, justificou Valter Lemos, aquando da apresentação destas ofertas formativas ao ministério. Mas a grande novidade na ESE é o curso de Tradução e Assessoria de Direcção, que também foi aprovado. Uma licenciatura que resulta da transformação de um curso já existente e que conta com o apoio do Centro de Línguas.
O curso de Solicitadoria é outra das apostas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, através da sua Escola Superior de Gestão. “A nível nacional só existe um curso nessa área a funcionar no país. Portugal está a necessitar, cada vez mais, de técnicos superiores nesse sector, pelo que o curso é necessário e deve ser aprovado pelo Ministério”, esclarece Valter Lemos.
Ainda em relação à Escola Superior de Gestão do IPCB, sublinhe-se o protocolo com a Universidade do Minho, que permitirá a abertura, em Outubro, de um mestrado na área da Administração Pública. “Esse curso insere-se na nossa estratégia de promover mestrados e pós-graduações. Mais uma vez escolhemos um parceiro credível que garante a qualidade da formação, pois a Universidade do Minho é uma das instituições de ensino superior a ministrar cursos nessa área”.
A Escola Superior de Saúde do IPCB apresentou também duas propostas, nas áreas da Radiologia e da Cardiopneumologia. “São áreas importantes que só ainda não tinham sido propostas devido à falta de espaços com que se debate a escola”. O que deixará de acontecer com as novas instalações a construir no campus politécnico.
GRADUAÇÕES. O presidente do Politécnico de Castelo Branco, Valter Lemos, considera que as escolas do Politécnico atingem uma fase de consolidação dos projectos científicos e formativos, pelo que vão avançar cursos de especialização e pós-graduação, alguns dos quais já estarão de acordo com o sistema de transferência de créditos europeu (ECTS), o que garante equivalência em toda o espaço da União.
Na Superior de Gestão (ESGIN) avança o mestrado em Administração Pública, que terá duas especializações, em Gestão Pública e em Governo e Administração Local, no sentido de responder às muitas solicitações feitas ao Politécnico. De acordo com João Ruivo, director da ESGIN, o curso é feito em colaboração com a Universidade do Minho, onde funciona o mais antigo mestrado do País nesta área. O curso terá 30 vagas e deverá começar a 5 de Novembro.
No segundo semestre avança também o curso de pós-graduação em Gestão da Saúde, uma cooperação entre a Superior de Gestão e a Superior de Saúde, a qual é dirigida a graduados, mas também a profissionais, e se insere nos novos desafios que decorrem da aplicação da nova Lei da Gestão da Saúde. As aulas decorrerão em Castelo Branco, sextas e sábados.
Na área das pós-graduações já avançou também o primeiro curso de Técnico Superior de Segurança e Higiene do Trabalho, formação homologada pelo Idict e que teve o quádruplo dos candidatos, pelo que o Politécnico quer abrir novo curso em Outubro. O terceiro curso de pós-graduação, em Ciências da Informação e Bibliotecas, é certificado pela Associação de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas e ficará baseado na
ESE.
Em matéria de formações de especialização, a Superior de Tecnologia organiza um curso de Refrigeração, o qual visa formar licenciados e profissionais de empresas e faz todo o sentido, pois “Castelo Branco é o cluster nacional do frio”, refere o director da escola, Armando Ramalho, segundo o qual a formação terá um estágio de 480 horas em empresas da região.
Na Superior de Gestão avança o Curso de Especialização de organização e gestão de eventos, enquanto na ESE haverá uma formação para professores que trabalhem ou venham a trabalhar em centros de recursos. Finalmente, na Superior de Saúde será iniciado o Curso de pós-licenciatura de especialização em Saúde Materna e Obstétrica, que começa já em Outubro, com 25 vagas. 
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