Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VII    Nº82    Dezembro 2004

Politécnico

EXPERIÊNCIA INOVADORA NA ESE

Aprender com as diferenças

A Escola Superior de Educação está, desde o ano passado, a desenvolver um projecto conjunto com a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental de Castelo Branco (APPACDM). Um projecto que permite aos alunos da ESE frequentarem as aulas práticas da disciplina de Introdução às Necessidades Educativas Especiais na APPACDM, junto das crianças dessa instituição. A aposta começou em 2003, para os cursos de professores de 1º ciclo e de educadores de infância, e os resultados foram surpreendentes. 

“Este projecto teve as suas origens há já alguns anos, onde durante um dia levámos os alunos à APPACDM para contactarem com as crianças. No ano passado, decidimos fazer uma aposta mais forte nesta área, uma vez que os nossos estudantes não tinham qualquer contacto com as crianças. Aquilo que lhes era facultado resumia-se a vídeos”, começa por referir Helena Mesquita.

A professora responsável pela disciplina esclarece: “toda a investigação científica demonstra que os futuros professores devem ter contacto com crianças portadoras de deficiências, pois isso reduz-lhes a ansiedade, os medos e reforça-lhes a auto-confiança”. 

O balanço da aposta inicial não poderia ter sido melhor. “Os alunos adoraram a experiência e no final do ano pediram-me para que não acabasse com ela, mas sim que a alargasse a outros cursos”, diz. As próprias crianças rapidamente consideraram os alunos da ESE como amigos. “Chamavam-lhe «os nossos estagiários»”, acrescenta. Essa empatia resultou mesmo numa festa de despedida, “onde os nossos alunos apresentaram uma música com letra original e ofereceram um poema emoldurado à APPACDM”. Alguns desses alunos ofereceram-se ainda como voluntários para a instituição.

FORMAÇÃO. Este ano, Helena Mesquita decidiu alargar a experiência às outras variantes, e no primeiro semestre os alunos do curso de professor nas variantes EVT, Educação Física, Português/Inglês e Matemática/Ciências participam na iniciativa curricular. “Introduzi uma parte prática à disciplina, a qual é ministrada na APPACDM. Os alunos estão distribuídos por grupos, e em cada dia que vão àquela instituição, frequentam diferentes salas – por sessão -, de forma a conhecerem crianças diferentes”.

A professora da Superior de Educação esclarece que “o trabalho dos alunos não passa por intervir directamente nas aulas, até porque eles rodam pelas diferentes salas. Mas observam, colaboram com os professores e passam por várias áreas, o que os enriquece muito”. 

Como apoio à sua formação, os alunos da ESE têm que alimentar o seu diário de bordo, uma espécie de relatório, que depois é entregue aos docentes da disciplina. “No ano passado as sugestões dos alunos foram no sentido de nós não acabarmos com a experiência, argumentando que para eles tinha sido muito enriquecedora a vários níveis, como na relação com as crianças e na inter-ajuda”.

Helena Mesquita sublinha a colaboração da APPACDM nesta aposta, a qual mostrou total disponibilidade. Os resultados, esses, continuam a ser positivos e as crianças olham para os jovens estudantes como amigos. “Os nossos alunos participam nas actividades que a APPACDM tem organizadas, como visitas de estudo ou magustos. Logo há um relacionamento muito próximo. Mesmo quando há aniversários, as crianças convidam os estagiários”. Por tudo isto, Helena Mesquita considera que “é uma experiência gratificante para os dois lados, pelo que no segundo semestre a aposta vai continuar”.

 

 

 

NO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO

ZipTV, o tal canal

Chama-se ZIP TV e é o canal televisivo do Instituto Politécnico de Castelo Branco. A emissão experimental foi feita no dia do Politécnico, em Outubro. Este mês decidimos viajar até aos bastidores do primeiro canal de televisão de Castelo Branco, produzido a partir da Escola Superior de Artes Aplicadas. Os conteúdos são feitos pelos próprios alunos, no âmbito de disciplinas curriculares, do curso de Artes da Imagem. “A prioridade a dar ao projecto é dada ao facto dos alunos verem este novo instrumento como um espaço de aprendizagem, muito ao estilo empresarial, onde vão desenvolver os seus trabalhos”, explica Carlos Reis, que com Isabel Marcos, coordenam o projecto.

O objectivo da ZIP TV (Zona Interactiva do Politécnico) passa também por transmitir a sua programação, em simultâneo em todas as escolas. “Já fizemos duas emissões experimentais, uma das quais com 45 minutos, pelo que estamos numa fase da avaliação”. 

No entender de Carlos Reis, a ZIP TV vai também servir para aproximar as várias unidades orgânicas do Politécnico. “Este espaço vem dar resposta à falta de divulgação de projectos das várias escolas, pois as actividades de cada uma dessas instituições desenvolve ficam confinadas aos seu próprio território”.

Neste momento a grelha da ZIP TV, que dentro de alguns meses vai iniciar a sua emissão regular, é composta por seis programas, e conta com o apoio de uma jornalista, Cláudia Simões. No entanto, a principal tarefa cabe aos alunos. “A nossa programação integra um espaço noticioso (Zip Notícias), dois programas de entrevista, o Vox On - dedicado a grandes entrevistas, e o Vox Pop que serve de lançamento ao Vox On. Além disso, temos uma rúbrica que pretende mostrar os projectos e as actividades desenvolvidas no Politécnico, ou que tenham relevância para o Politécnico. Há ainda o serviço de agenda, e o Rewind, onde vamos mostrar os produtos dos alunos da Esart e avivar as memórias sobre projectos antigos, guardados nas videotecas das escolas”, explica Carlos Reis.

DIFICULDADES. A ideia do canal de televisão nasceu há dois anos, a partir de uma disciplina de produção televisiva. “Os alunos tinham que elaborar trabalhos nesta área e manifestaram a sua preocupação dos conteúdos produzidos não serem divulgados. Pensou-se então em fazer um canal só para a Esart, algo que rapidamente se estendeu a todo o Politécnico”, recorda Carlos Reis.

A principal dificuldade encontrada foi o modo como o sinal televisivo iria ser transmitido, em simultâneo para todas as escolas. “Ainda contactámos a TV Cabo, mas a Lei impediu-nos de utilizar a sua rede. Optámos então pela internet, onde a partir do servidor de conteúdos instalado na Esart a emissão é transmitida para os controlos remotos a instalar nas escolas”, explica. 

Carlos Reis confessa que a parte técnica tem sido a que mais dores de cabeça lhe tem dado, mas acredita que dentro de alguns meses a ZIP TV está a funcionar em pleno, até porque a aprovação do projecto campus virtual, apresentado pelo IPCB, vai permitir uma melhor transmissão dos dados. A própria produção de conteúdos poderá também vir a ser repartida Escola Superior de Gestão e pela Escola Superior de Educação, ambas com meios para o efeito. 

Apesar de toda a motivação da equipa de docentes e dos 25 alunos, Carlos Reis lembra que a prioridade será sempre dada ao “processo de aprendizagem dos estudantes. A Zip TV nunca se deve sobrepor a esse processo”, conclui. 

No futuro, está também prevista a construção de uma página de Internet, onde será feita uma base de dados com todos os conteúdos, e onde os conteúdos podem ser vistos. “Essa página já está a ser feita por alunos, coordenados pelo docente José Silva, no âmbito de uma outra disciplina”.

 

 

 

ESG E UNIVERSIDADE DO MINHO

Gestão abre mestrado

A Escola Superior de Gestão e a Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho acabam de apresentar o mestrado em Administração Pública. Um dos mais antigos do país, considerado pelos especialistas do sector como o melhor.

Para o director da Escola Superior de Gestão do IPCB, “através deste mestrado iremos contribuir para a requalificação da administração pública na Região”. João Ruivo considerou mesmo o passado dia 26 de Novembro como “um dia feliz para o Politécnico, uma vez que o IPCB tem a oportunidade de oferecer um mestrado com os melhores doutorados a nível nacional nesta área”. Uma opinião partilhada por Valter Lemos, presidente do IPCB, que se mostrou satisfeito por o Politécnico “poder colaborar com a Universidade do Minho, a qual tem créditos firmados nesta área”.

Já Oliveira Rocha classificou o curso como inovador. “Apesar de ser o mais antigo do País, o mestrado apresenta-se com um novo figurino, tendo recebido a influência de correntes europeias. A maioria dos docentes são jovens doutorados no estrangeiro”, esclarece. Aquele responsável sublinhou ainda o empenho demonstrado pelo director da ESG, João Ruivo, para tornar possível a abertura do mestrado na região.

Margarida Proença, uma albicastrense que desempenha as funções de directora da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, sublinhou também a qualidade do curso, lembrando que a “Universidade do Minho tem o selo de qualidade atribuído pela União Europeia, sendo neste momento a terceira maior instituição universitária do País, com 17 mil alunos”.

ESG. Recorde-se que com cerca de 700 alunos, a Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco, constitui uma referência a nível nacional nas áreas do saber que ministra. Pela primeira vez na sua história, a instituição apresenta cursos de formação inicial, casos das licenciaturas em Contabilidade e Gestão Financeira, Solicitadoria, Recursos Humanos e Marketing, uma pós graduação, na área da saúde, em conjunto com a Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, e agora um mestrado em administração pública, com a Universidade do Minho. 

João Ruivo, o director da Instituição destacou esses aspectos, durante a apresentação do mestrado, sublinhando que “a Escola Superior de Gestão está relacionada com as melhores instituições de gestão do país”. A esse propósito, recorde-se também o protocolo com a Universidade de Aveiro que permite a realização da disciplina de Simulação Empresarial, e com os Simuladores de Estratégia e Gestão, que possibilita a que a escola tenha dois grupos a concorrer no desafio Gestão Global, integrado numa disciplina de quinto ano do curso de Contabilidade e Gestão Financeira. Com tantas ofertas formativas, o director da Escola Superior de Gestão diz-se “grato de poder ver o regresso à escola de pessoas que por lá passaram”.

 

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