Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VI    Nº68    Outubro 2003

Dossier

JOSÉ MONTEIRO CANDIDATO

Veterinária é objectivo

Avançar com o Curso de Medicina Veterinária e com um novo mestrado na área da Saúde Animal são alguns dos principais objectivos do até agora conhecido como único candidato ao lugar de director da Escola Superior Agrária de Castelo Branco, cujas eleições decorrem a 12 de Novembro. José Sarreira Tomás Monteiro, sub-director da escola desde 2000 a esta parte, assume uma candidatura que não estava nas suas previsões, mas considera que a experiência adquirida lhe permite ocupar o cargo.

“Estou na função de sub-director há cerca de três anos, o que muito me apraz. Tem sido uma colaboração com gosto e a minha primeira reacção foi com algum receio. No entanto, após uma reflexão mais cuidada, e sabendo que os dias que se avizinham não são fáceis, teria de participar numa solução, pelo que espero desenvolver um trabalho que constitua uma mais valia para a escola”.

Ingressou na Agrária como aluno, há cerca de 20 anos, concluiu o Curso de Engenharia Zooténica em Évora, é Master of science in Agricultural Engineering, pela Universidade de Cranfield at Silsoe, mas diz sentir a escola como sua. “Costumo referir-me à Agrária como a minha escola. Algumas pessoas não entendem isso bem, mas é a minha escola do coração. O importante é pôr mãos à obra”.

Ciente que o tempo não é de crescimento, entende que a questão é apostar na qualidade. Um termo que não entende numa perspectiva retórica mas sim como algo efectivo. “Atendendo a que o número de alunos está dependente dos meios, estamos disponíveis para aceitar alguma redução, mas há eficiências a ganhar”.

Uma das lógicas de crescimento passa pela criação de um curso de Medicina Veterinária, um processo com algum tempo, que terá de ser continuado. “Em conjunto com a Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, estamos a tentar encontrar uma forma de serem dados cursos preparatórios, para que os alunos possam iniciar o curso aqui, e concluir a sua formação em Lisboa. É algo que está bem encaminhado e muito em breve surgirão novas reuniões para se concluir o processo.

Em termos de pós-graduações, está a terminar o mestrado em Gestão e Conservação da Natureza, mas um outro surge no horizonte. “A 6 de Novembro será assinado novo protocolo com a Universidade dos Açores, no sentido de ser promovido novo mestrado na Agrária, entre 2004 e 2006. O primeiro correu bem e queremos avançar nesse sentido”.

 

 

 

ESE DE CASTELO BRANCO

Director toma posse

Além da formação inicial de professores, as escolas superiores de educação têm um potencial forte a desenvolver em actividades de formação contínua e especializada, o que poderá contribuir para a redução do insucesso escolar. Além disso, é possível, desejável e necessário que formem novos profissionais na área da educação, que possam agir ao nível da educação social e comunitária.

A opinião é do director da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, que tomou posse a 9 de Outubro último, numa cerimónia em que afirmou estar consciente das dificuldades que se avizinham, mas pronto para enfrentar os desafios que se colocam. “Para alguns, as escolas que formam professores (...) estão a atingir o seu prazo de validade. Neste raciocínio simplista e injusto esquecem o papel fundamental e estruturante que, nos últimos 15 anos, tiveram estas escolas na renovação e desenvolvimento do sistema educativo português”.

No caso da ESE de Castelo Branco, cujo número de formados já ultrapassou os dois mil e 300, a grande maioria deles professores e educadores de formação inicial, mas também ao nível dos estudos superiores especializados e de mestrado, José Pires considera que “aproxima-se inexoravelmente o tempo de intervalo”. Porém, não aceita que as culpas do sistema de Ensino Superior sejam assacadas às superiores de educação.

“Não pertenceu, não pertence nem pertencerá às instituições que formam professores proporcionar as ofertas educativas que falta urgentemente proporcionar ao sistema educativo”, tal como não lhes pertence a “capacidade legislativa para reordenar a rede de formação de professores ou enquadrar as novas competências profissionais na área da educação, que a sociedade reclama e necessita”. Pois, as escolas de formação de professores não estão nem estarão “dotadas da capacidade de gerar emprego”.

Ciente que a matriz da escola terá de continuar na área da educação, a qual “não se esgota na formação de professores. Antes se alarga às áreas onde a educação se relaciona directamente com a necessidade de resolver outras questões quotidianas, satisfazendo muito mais que as exigências do actual sistema financeiro, económico e social”. Nesse sentido, entende que as superiores de educação podem preparar profissionais de educação para “o desenvolvimento de outras práticas de cidadania dentro da escola e na comunidade”.

Este é aquele que considera o principal desafio, o de “procurar, neste tempo de intervalo, outras valências formativas, outras valências capazes de gerar novas competências profissionais e novos projectos de trabalho na educação, que não podem, nem devem esgotar-se na simplicidade da oferta de serviços. Contudo, importa disponibilizá-los de forma inovadora, competente e competitiva”.

Entre as áreas de formação a seguir, José Pires destaca a qualificação profissional dos profissionais de educação, o desenvolvimento comunitário, a formação e educação social “ e um sem número de questões culturais pautadas noutros espaços e noutros serviços que não o escolar, mas sempre com carácter educacional”. A aposta passa ainda pela formação contínua, na qual a ESE quer ser parceira, bem como a formação de adultos e certificação de competências.

 

 

 

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

Venham as instalações!

A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, em Castelo Branco, com cerca de 400 alunos em formação inicial, e 70 em cursos de pós graduação, continua a ser uma das mais procuradas a nível nacional. Este ano, de acordo com o seu director, Carlos Maia, as vagas “foram totalmente preenchidas, por alunos com médias bastante elevadas”. Para a segunda fase de candidatura apenas sobraram 11 lugares, deixados em aberto por alunos que não efectuaram a sua matrícula.

Com grandes desafios pela frente, e a ministrar os cursos de licenciatura em Enfermagem, Análises Clínicas e Fisioterapia, a Escola Superior de Saúde aguarda pela construção de novas instalações. “O Piddac deste ano apenas contabiliza cerca de um milhão de Euros, o que é uma verba muito curta para as obras. As actuais instalações colocam em causa o desenvolvimento da própria escola, pois tornam-se exíguas”, diz Carlos Maia.

O director daquele estabelecimento de ensino, que é referência a nível nacional, salienta o papel que Valter Lemos tem tido para desbloquear o problema. “O presidente está a envidar todos os esforços para que as novas instalações sejam uma realidade. Era bom que as forças vivas da cidade percebessem a importância que as novas instalações têm para a região e que se manifestem pela sua construção”, sublinha. A este propósito Carlos Maia lembra que “a maioria dos diplomados na escola acabam por ficar por cá”.

Recorde-se que a construção das novas instalações foi garantida ao presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco pelo anterior ministro da Ciência e do Ensino Superior, Pedro Lynce. Facto que, a avaliar pelo Piddac de 2004, ainda não acontecerá em pleno. Dadas as circunstâncias, em matéria de formação inicial a Escola Superior de Saúde vai manter os três cursos em funcionamento, não estando prevista a abertura de nenhum outro.

Já no que respeita a cursos de complemento de formação, a Superior de Saúde vai avançar com um curso em enfermagem destinado aos enfermeiros bacharéis, que queiram ficar com o grau de licenciatura. Além disso, Carlos Maia frisa também um outro curso de pós-licenciatura de especialização em enfermagem na área da saúde materna e obstetrícia. “O curso está pronto a arrancar, aguardamos apenas a publicação da sua portaria para o início das actividades”.

Ao nível das pós-graduações, Carlos Maia lembra também o entendimento com a Escola Superior de Gestão que poderá resultar num curso de gestão em saúde. “Cada escola já nomeou um grupo de trabalho para desenvolver este projecto, que pensamos não deverá abranger apenas profissionais de saúde”. Já uma outra pós-graduação destinada à classe médica está também em fase embrionária. Quanto a mestrados, Carlos Maia aguarda pela aprovação do estatuto do ensino superior que permitirá aos Politécnicos avançarem sozinhos para esses graus de ensino.

 

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