UNIVERSIDADE DE ÉVORA
Barreiras de
deficiência

Manuel Ferreira Patrício, Reitor da Universidade de Évora, na sessão de abertura do Seminário “Barreiras Sociais à Inclusão da Pessoa com Deficiência”, referiu que “o Distrito de Évora não é alheio a todas estas situações e a todas as acções que é necessário desenvolver para adoptar uma atitude mais positiva para com todas aquelas pessoas que são portadoras de deficiência”.
A iniciativa realizou-se no dia 13 de Março, no Auditório da Universidade de Évora, e contou com a presença do Secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, Manuel Fernandes Thomaz, que lamentou o facto da Comunicação Social não ter dado “realce a uma situação que afecta tanta gente e que é de tanto interesse para a sociedade”.
O Secretário de Estado da Ciência e Tecnologia elogiou a Universidade de Évora pelo facto de ter contribuído para uma temática que afecta a sociedade portuguesa. Ao dirigir o seu discurso para a educação, realçou que há problemas de inclusão dos jovens e cidadãos num sistema que está feito para a maioria. “Não podemos perder de vista que o sistema é para todos e que tem de ser adaptado, nas suas mais variadas facetas, à inclusão e integração dos estudantes, dos alunos que são portadores de deficiência”. Neste âmbito referiu que há universidades que têm gabinetes de apoio aos estudantes com deficiência, e que na Acção Social há um estatuto especial para os portadores de deficiência.
Manuel Fernandes Thomaz terminou o seu discurso referindo que a comunidade cientifica deve reflectir, investigar e arranjar soluções para os problemas relacionados com a integração dos estudantes com deficiência. Neste âmbito disse que “Existe uma série de projectos neste campo que pretendem pôr a nossa comunidade científica a tratar das questões que a sociedade reclama, que considera que são importantes. Temos um programa chamado Ciência e Tecnologia da Sociedade que é um programa que é feito em colaboração com outros sectores da Administração Pública e que tem como objectivo lançar concursos de projectos destinados a tratar de problemas relevantes, e abordar questões relevantes desses sectores”.
Na conferência de abertura Manuel Ferreira Patrício sublinhou que, apesar de alguns progressos, as pessoas com deficiência continuam a enfrentar de forma permanente um conjunto de barreiras sociais e culturais.
Relativamente às barreiras sociais disse que “a classe social constitui uma importantíssima barreira para todos os membros de uma sociedade. Julgo que uma das barreiras mentais que temos de eliminar em nós e um dos obstáculos que temos de retirar do caminho da pessoa com deficiência é o obstáculo social”.
Ainda no âmbito das barreiras sociais salientou que a própria escola é uma barreira para as pessoas portadoras de deficiência. “A escola não está pensada para a pessoa com deficiência. Está pensada para a criança normal, ou seja, sem deficiência. A escola na sua dimensão física, artística, técnica e social representa um conjunto de obstáculos para aquela pessoa que tem esta ou aquela forma de deficiência. Uma das coisas que temos que pensar, transformar mais rápida e mais profundamente, para tornar a vida acessível à pessoa com deficiência e à pessoa sem deficiência é a transformação do universo escolar”.
O Seminário, que teve como principal objectivo contribuir para a identificação das barreiras sociais mais relevantes e discutir as várias formas de as ultrapassar, dividiu-se em duas partes. Na primeira, a organização procurou reflectir sobre a perspectiva das próprias pessoas com deficiência, as suas famílias e a associações. Na segunda parte, foram discutidas algumas práticas com vista à ultrapassagem dessas barreiras.
Noémi Marujo
I ENCONTRO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO
Aprender no Alentejo

O Reitor da Universidade de Évora, Manuel Ferreira Patrício, defende uma educação para o Alentejo que “integre as raízes culturais da região”. Esta declaração foi proferida durante o I Encontro Regional de Educação-Aprender no Alentejo que decorreu, nos dias 25 e 26 de Fevereiro, na Universidade de Évora.
O Reitor da instituição, que também é Presidente da AEPEC (Associação da Educação Pluridimensional e da Escola Cultural), considera que a introdução de uma educação cultural no Alentejo deve passar essencialmente por uma reorientação da educação dentro de um paradigma cultural. “É necessário reorientar a educação no sentido do paradigma cultural. Temos legislação que o permite, só que não está a ser aproveitada. Ou seja, existe um Decreto-Lei sobre a autonomia das escolas que permite que estas se organizem nesse sentido”.
Neste âmbito, e uma vez que a legislação permite essa autonomia, Manuel Ferreira Patrício refere que os professores devem “ser mais activos, mais assumidos nas suas convicções e na sua vontade de mudar a escola”. No entanto verificou, durante o encontro, que o “professorado alentejano está vivo. Que quer mudar as coisas e acredita que elas podem mudar”. “O ensino no país está muito longe de ser aquilo que nós desejamos. Mas isso não significa que não haja exemplos notáveis de grande consecução pedagógica e que não haja um corpo docente que sabe transformar, no sentido positivo, qualitativamente a nossa educação”, afirmou.
De acordo com as palavras do nosso interlocutor, essa educação deverá recolher e recriar toda a cultura alentejana na região “para as crianças, os jovens e até para os mais idosos. Para o Reitor da Universidade de Évora, todos devem aprender e ser ensinados. “A educação diz respeito a todos e ninguém deve ser excluído”. Por isso, defende para o homem do Alentejo “uma educação que o enraíze na cultura desta região, desta terra, desta gente. Que ele faça uma recolha da riqueza extraordinária da cultura que foi criada no passado e daí levante voo para a cultura a criar no futuro”.
Entendendo por cultura “ o fruto da actividade criadora do espírito humano”, considera que a educação e a cultura são “ontologicamente idênticas” mas “funcionalmente diferentes”. Logo, sublinha que “a educação se diz cultural, porque verdadeiramente o que define o homem no conjunto do cosmos, de qualquer outro ser, é a sua capacidade de criar cultura”, disse.
Ou seja para Manuel Ferreira Patrício, a educação não pode ser “confundida com qualquer dos seus âmbitos particulares”. Há movimentos pedagógicos que defendem que a educação é fundamentalmente desenvolvimento psicológico. Há cientistas, como por exemplo Durkheim, que pensam que a educação visa essencialmente socializar. “ela é tudo isso, mas dentro do desenvolvimento cultural. Do meu ponto de vista, o que verdadeiramente define o homem é a culturalidade. Portanto, a educação é o acto de criação cultural que o homem faz incidir sobre si mesmo. É neste acto que principia tudo o que é humano”.
Noémi Marujo
Psicologia em revista
O Departamento de Psicologia da Universidade de Évora lançou, no passado dia 10 de Março, uma revista intitulada “Ciência Psicológica”. Trata-se de uma revista editada pelo Departamento de Psicologia da U.E. e pelo Colégio Oficial de Psicólogos da Extremadura (Espanha).
Esta publicação bilingue visa a aproximação entre os psicólogos dos dois países, sobretudo, das regiões limítrofes do Alentejo e da Extremadura. A Revista “Ciência Psicológica” vai ser editada semestralmente. Nela podem participar profissionais do meio académico, psicólogos e outros profissionais que são convidados a publicar os trabalhos de investigação no domínio da psicologia, bem como os seus estudos e trabalhos teóricos.
N.M.
Divulgar cursos
Os Departamentos de Economia, Sociologia e Gestão da Universidade de Évora realizaram, no passado dia 12 de Março, uma acção de sensibilização intitulada “Dia Aberto às Escolas do Ensino Secundário”, para alunos das Escolas de Évora, Beja e Portalegre.
Segundo José Belbute, Presidente do Conselho do Departamento de Economia, e principal organizador da iniciativa, a acção teve como principal objectivo “estimular o intercâmbio e melhorar o conhecimento acerca dos ensinos oferecidos e das actividades desenvolvidas por aqueles departamentos”.
Na sessão de Boas Vindas aos alunos, os presidentes daqueles três departamentos abordaram a importância que a Economia, a Sociologia e a Gestão representam para o desenvolvimento da Região Alentejo.
Seguidamente os Directores de Curso explicaram aos alunos as saídas profissionais de cada um dos cursos. Maria da Graça de Morais, Directora do Curso de Licenciatura em Sociologia, na sua intervenção fez uma exposição sobre a reestruturação da Licenciatura em Sociologia. Para além disto frisou, ainda, que os futuros licenciados em sociologia “devem dominar os instrumentos adequados para a intervenção activa e pragmática na sociedade e no mercado de trabalho, constituindo-se como agentes de mudança”.
N.M.
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