UNIVERSIDADE DE ÉVORA
Aguiar e Silva recebe
prémio
A Universidade de Évora decidiu, este ano, atribuir o Prémio Vergílio Ferreira a Vítor Manuel de Aguiar e Silva, docente da Universidade do Minho.
O júri na sua avaliação teve em consideração o excelente trabalho que este docente tem prestado na sociedade portuguesa. Vítor Manuel de Aguiar e Silva foi considerado, pelo júri, como um dos “vultos maiores dos estudos da Literatura Clássica a nível mundial, sobretudo pelas perspectivas que desenvolve sobre Camões, bem como pelas propostas de dilucidação histórico-literária que apresenta sobre o Maneirismo e o Barroco”. Teve em conta, ainda, a importância dos trabalhos que o académico desenvolveu sobre Teoria da Literatura, e que foram traduzidos para castelhano e implementados na Academia Espanhola como obras de referência obrigatória.
Ao receber o Prémio das mãos de Manuel Ferreira Patrício, Reitor da Universidade de Évora, Aguiar e Silva fez questão de agradecer a distinção, e referiu que para ele o Prémio era “muito importante” porque foi atribuído por uma “prestigiada universidade com um dinâmico centro de pensamento, de cultura e de ciência”.
N.M.
MINISTRO DA SAÚDE VISITA
A FACULDADE DE MEDICINA
Recursos precisam-se
O ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, considera que o facto de no Centro Hospitalar Cova da Beira ser leccionada Medicina é um dos motivos para a necessidade de mais recursos humanos nesta área, e salienta que a existência da Faculdade de Medicina é já “um ponto de desenvolvimento na região, o qual vai potenciar uma maior qualidade no serviço de saúde”.
As declarações foram proferidas no passado dia 14 de Março, durante uma visita à Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da Universidade da Beira Interior, no decorrer da qual o reitor da UBI, Manuel Santos Silva, lembrou a necessidade de recursos humanos para uma melhor articulação da faculdade com os hospitais e centros de saúde. “Uma licenciatura em Medicina não se faz apenas na Universidade, faz-se fundamentalmente nas instituições de saúde”, lembra o reitor acrescentando que “os meios humanos têm que ser reforçados para uma boa formação dos alunos”.
A necessidade destes recursos na região é também uma opinião partilhada por Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã e por Miguel Castelo Branco, presidente da administração do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB). O administrador considera que nesta unidade de saúde “faltam cerca de 30 médicos” para um melhor funcionamento dos serviços. A este pedido, Luís Filipe Pereira respondeu com a criação e um diploma que deve ser aprovado a “curto prazo” em Conselho de Ministros. O objectivo é “fixar jovens em início de actividade no interior do País”. A implementação desta medida pode passar, segundo o ministro por “incentivos financeiros ou outros”.
O reitor da UBI considera também importante que “sejam dadas condições de trabalho aos profissionais e que através da ligação à FCS seja permitido o desenvolvimento da investigação e da progressão de carreiras”. O presidente da Câmara lembra que são necessários mais médicos, enfermeiros e professores, mas “isso deve ser conjugado com a finalização de estruturas físicas como a Faculdade de Medicina junto ao CHCB e as novas instalações da Unidade de Psiquiatria”.
CONCURSO. “Não existem problemas para a implantação do edifício da Faculdade de Ciências da Saúde junto ao hospital”. Palavras do reitor Santos Silva ao explicar que ainda há dois lotes de terreno em fase de aquisição. Trata-se de uma área envolvente para arranjos exteriores e a pensar numa posterior expansão da Faculdade. “No futuro terá que haver instalações de apoio não só para laboratórios mas também para residências, “explica Santos Silva.
A Universidade aguarda apenas uma resolução do Conselho de Ministros para proceder às escrituras, antes do visto do Tribunal de Contas. O reitor garante que “não há problemas financeiros”, uma vez que a Universidade tem meios para adquirir essas parcelas. Santos Silva acredita ter a resolução dentro de um mês ou dois, mas faz questão de salientar que “estes terrenos não põem em causa a abertura de Concurso Público Internacional para a construção da Faculdade de Ciências da Saúde”.
Na visita à UBI o ministro disse que esta matéria é da tutela de Pedro Lynce, ministro da Ciência e do Ensino Superior, mas acredita que “os assuntos estão bem encaminhados”.
Luís Filipe Pereira visitou as instalações onde funciona actualmente a FCS com 120 alunos. No próximo ano lectivo entrarão mais cem. Foi ainda apresentado ao ministro o modelo pedagógico do curso que assenta em novos métodos de ensino. Trata-se de um modelo centrado no estudante que tem um papel activo na aprendizagem. Logo no 1º ano os alunos têm dois períodos de estadia no hospital e depois em centros de saúde. A partir do 3º ano toda a aprendizagem é feita no meio clínico. O ministro da Saúde assistiu ainda à utilização de novas tecnologias na formação dos
alunos.
Catarina Rodrigues
DIAS DA UBI
De portas abertas
Durante três dias a Universidade da Beira Interior (UBI) abriu as suas portas à comunidade em geral. Os laboratórios, o Museu dos Lanifícios, o estúdio de televisão e o Cybercentro foram alguns dos espaços que encantaram os cerca de três mil e 500 visitantes, os quais deram assim cumprimento aos objectivos dos Dias da UBI, que passavam por “mostrar à comunidade as capacidades da universidade a nível científico e tecnológico e, ao mesmo tempo, dar a conhecer todas as actividades de ensino e de investigação feitas”, como refere Graça Castelo Branco, responsável pelo Gabinete de Relações Públicas da instituição.
A relações públicas da universidade refere que “tem vindo a manter-se o ritmo de crescimento regular de visitas, ao longo dos anos”. Os laboratórios das Ciências Exactas e das Ciências da Saúde, o Museu dos Lanifícios, o Cybercentro da Covilhã, o Centro de Recursos de Ensino e Aprendizagem (CREA) foram os espaços mais solicitados pelas escolas.
A licenciatura em Medicina, que abriu na UBI no ano académico 2001/2002 e desde logo conseguiu ser um dos departamentos mais solicitados pelos visitantes, continua no topo das preferências. O programa deste ano disponibilizava uma banca de medição de tensão arterial, um Hospital de Bonecos para os mais pequenos, uma gincana anatómica e várias visitas aos laboratórios de investigação.
As actividades mais requisitadas pelas escolas foram os colóquios. A ideia era “abordar temas da actualidade acerca dos quais ainda há fortes controvérsias”, afirmou Luís Taborda Barata, docente da UBI. O Departamento das Ciências da Saúde respondeu aos pedidos e organizou conferências sobre a Sida, o Cancro, a Clonagem e as alergias. A presidir a cada sessão estavam especialistas de cada uma das áreas.
ENCONTRO. Durante os três dias da iniciativa, a Covilhã foi também a capital do diálogo cultural luso-espanhol, dada a organização do I Encontro Literatura e Cultura no Espaço Ibérico. O diálogo, a criação e a reflexão estiveram patentes numa conversação que valorizou a literatura, a cultura e as linguísticas portuguesas e espanholas. A Covilhã serviu de palco para o diálogo intercultural entre Portugal e Espanha, com poetas, narradores, professores e académicos de ambos os países a trocarem experiências.
O principal objectivo deste encontro foi mostrar aos participantes que os dois países da Península Ibérica estão interligados. Gabriel Magalhães, docente da UBI e organizador do evento, salientou que “culturalmente falando, Portugal e Espanha são uma só realidade”, pelo que portugueses e espanhóis devem conhecer-se melhor, fomentando as relações. “Quando um português e um espanhol se ignoram é um empobrecimento trágico para os dois”, justifica. A Península tem uma grande diversidade, mas “devem cultivar-se as semelhanças, as proximidades, os diálogos e as relações”, sustenta.
Antonieta Garcia, presidente do Departamento de Letras da UBI e membro da comissão organizadora diz que “a amizade e fraternidade entre Portugal e Espanha não é apagar diferenças. Somos mais portugueses quanto mais e melhor conhecermos os espanhóis e nos aproximarmos deles”. Devem manter-se as diferenças para enriquecer uma Península que será “tanto mais rica, quanto mais variada e diversa for a sua cultura”.
Cada um dos dias do encontro foi dedicado a uma temática. O primeiro dia do evento foi dedicado à literatura, com poetas e narradores a apresentarem as suas obras. O segundo dia esteve focado no ensino do espanhol em Portugal e do português em Espanha. No terceiro e último dia do encontro abordou-se a temática da Cultura em ambos os países.
PSICOLOGIA. Os Dias da UBI juntaram ainda alunos e professores de Psicologia na demonstração de programas de avaliação e prevenção de neuropsicologia, na aplicação de provas de avaliação cognitiva e ainda na apresentação de trabalhos de Psicologia Educacional.
Para chegarem a esta fase, os alunos andaram durante meses em escolas e infantários onde colocaram em prática provas Piagetianas junto de crianças. Segundo os alunos, todo o trabalho valeu a pena porque muitos dos visitantes “saíram a compreender melhor as crianças que as rodeiam”.
“Os projectos conseguiram chamar a atenção para muitos grupos de pessoas” afirma Rosa Afonso, docente do curso de Psicologia. A apresentação destes estudos tem como principal objectivo dar alguma visibilidade e demonstrar o tipo de actividades que são desenvolvidas pelos alunos do 1º e 2º anos. “Pretendeu-se mostrar um pouco daquilo que se faz em Psicologia, tanto na área da prevenção como da reabilitação”, disse ao URBI uma das alunas envolvidas no projecto.
Outra iniciativa em destaque foi o balcão colocado pelo Grupo de Intervenção e Prevenção do VIH - SIDA (GIP). O GIP foi formado há cerca de um ano por alunos do 1º ano do curso de Psicologia em conjunto com o professor Henrique Pereira com o objectivo de fornecer informação sobre o VIH/SIDA e prevenir situações de
risco.
Hugo Ribeiro, Andreia Reis e Elizabete Cardoso
|