INVESTIGAÇÃO SOBRE DOR
LOMBAR REVELA ALBICASTRENSE
Prémio Internacional

Em Portugal não há estudos sobre a incidência da dor lombar, considerada uma das principais causas de faltas ao trabalho em todo o mundo, estimando-se que tenha já atingido entre 60 a 80 por cento da população mundial, nomeadamente as pessoas que se enquadram profissionalmente em grupos de maior risco, como é o caso dos enfermeiros.
Hoje, porém, pode afirmar-se com alguma segurança que, em termos de prevalência ao longo da vida, 90,6 por cento dos enfermeiros do Hospital Amato Lusitano, dizem já ter sofrido essa dor, enquanto 83,6 por cento revelaram prevalência dessa dor nos 12 meses anteriores à realização de um estudo desenvolvido por Carlos Maia, actualmente professor coordenador da Escola Superior de Saúde Lopes Dias, em Castelo Branco.
O estudo, denominado “Dor lombar: estudo da prevalência nos enfermeiros no Hospital Amato Lusitano em Castelo Branco”, foi este ano apresentado por Carlos Maia no Concurso Internacional de Investigação da Universidade Pontifícia Cumillas de Madrid, tendo ganho o primeiro prémio entre 58 trabalhos pertencentes a profissionais de saúde de 14 países como Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Cuba, Chile, Equador, Espanha, México, Perú, Paraguai, Portugal, Venezuela e Uruguai.
A investigação, além de inovadora, apresenta ainda possíveis causas e estratégias de prevenção da dor lombar ou lombalgia, as quais são adiantadas ao Reconquista pelo próprio Carlos Maia. “A causa da dor lombar é predominantemente mecânica, isto é, resulta da utilização inadequada do corpo, o que pode acontecer por duas razões: ou as tarefas a desempenhar exigem esforços superiores às capacidades do corpo ou o corpo é utilizado de forma incorrecta, submetendo as estruturas musculo-esquelécticas a cargas excessivas e tensões exageradas”.
ESTRATÉGIAS. Ora um dos grupos de maior risco é o dos enfermeiros, dadas as características do trabalho que desenvolvem no dia a dia, o qual “exige movimentos de flexão e rotação do tronco, posturas estáticas e manipulação de cargas pesadas”. Em causa está desde logo o trabalho com os doentes, pelo que Carlos Maia propõe estratégias. “Na transferência e levantamento de doentes, os enfermeiros devem utilizar os meios mecânicos disponíveis para a realização dessas tarefas”.
Já em relação à utilização do corpo de forma incorrecta, obrigando-o a cargas e tensões excessivas, lembra que “muitas vezes, o espaço que os enfermeiros têm para trabalhar não é suficiente, como acontece por vezes com o espaço entre camas, pelo que será necessário proceder a uma análise ergonómica dos espaços e equipamentos, de modo a permitir a sua adaptação ao trabalhador e não o contrário, como sucede por vezes”.
Carlos Maia recorda ainda que, no estudo realizado, “84,5 por cento dos enfermeiros referiram que necessitavam de formação específica sobre a prevenção da dor lombar”. Entretanto, promete continuar a estudar a dimensão do problema em Portugal: “A ideia inicial passava por começar pelo Amato Lusitano e alargar ao Centro Hospitalar da Cova da Beira, Depois, com os dados da Beira Interior iria avançar para todo o País, algo agora mais complicado porque acumulo as funções de director da Escola, mas o trabalho será feito”.
ESECB
1º Ciclo on-line
Os responsáveis nacionais do Programa Internet nas escolas, o qual está a ser implementado no terreno pelas escolas superiores de educação, estão satisfeitos com o trabalho desenvolvido pela Superior de Educação de Castelo Branco e disseram isso mesmo na apresentação dos resultados do trabalho desenvolvido até ao momento, o que aconteceu no início de Março.
É que a maioria das 220 escolas do 1º Ciclo existentes no Distrito de Castelo Branco está ligada à Internet e muitas delas possuem uma página web com informação acerca da escola e do meio envolvente. Um resultado que é fruto do trabalho de professores, alunos e de uma equipa de coordenação centralizada na ESE de Castelo Branco que conta com 12 monitores no terreno, os quais têm como tarefa visitar a escola, ajudarem à formação de professores e alunos, além de dinamizarem a construção de páginas em cada escola.
O trabalho no terreno começou em finais de Outubro e prolonga-se até Julho, pelo que a equipa de coordenação fez uma apresentação dos resultados conseguidos até ao momento, numa iniciativa que contou com a presença de professores, monitores, responsáveis pela equipa de coordenação e ainda representantes da Fundação para a Ciência e Computação Nacionais (FCCN) e da Unidade de Apoio à rede Telemática Educativa (Uarte), entidades que suportam o projecto.
Após a apresentação, pelos monitores, de 11 páginas web, à medida de uma por Concelho, não faltaram elogios e conselhos para algo que ainda vai a meio e que poderá ter bons resultados. João de Freitas, da Uarte, referiu mesmo a importância de estarem a ser feitas páginas com a colaboração dos alunos, com a possibilidade das escolas comunicarem entre si, por mail, ou até com a ESE, onde está o centro de recursos criado para o efeito e que pretende auxiliar monitores, professores e alunos nas dificuldades que possam surgir.
Outra questão levantada diz respeito à continuidade do projecto, a qual não irá acontecer. Emília Moura, da FCCN, deixou claro que o programa Internet nas Escolas funciona por um ano, no sentido de deixar interesses, conhecimentos e pistas para que depois a utilização das novas tecnologias nas escolas não
pare. Há porém quem acredite que não será assim. O director da ESE, José Pires, pediu mesmo a continuidade. O presidente do Politécnico, Valter Lemos, acredita que a continuidade será viável, não nos actuais moldes e apoios, mas por meio de uma candidatura a fazer ao projecto Beira Digital.
ALTERAÇÕES. No início do projecto notaram-se ainda problemas devido ao estado dos equipamentos, a necessidade de formar e sensibilizar professores (alguns deixavam o monitor com os alunos ou com alguns alunos e iam fazer outras actividades), a existência de muitos alunos por turma e vários deles com necessidades educativas especiais. Constatou-se ainda que o número de visitas previsto (quatro por escola/turma) será curto.
Do lado positivo estava e está o grande entusiasmo dos alunos em utilizarem o computador, o qual, em certos casos, estava tapado com um lençol ou um plástico. Mostraram ainda interesse em navegar na Net e no envio de mails. Muitos dos professores colaboraram com materiais para a elaboração de páginas, tendo-se ainda concluído que, em algumas escolas, usa-se o computador no dia-a-dia.
Perante as dificuldades, as câmaras acabaram por dar uma ajuda importante, ao disponibilizarem uma pessoa responsável pelo arranjo do equipamento, técnicos esses que contam com o CAE, Uarte e FCCN. Hoje ainda existem alguns problemas, mas é opinião unânime que as autarquias estão empenhadas. Outras escolas ainda não foram visitadas, mas o sub-director da ESE e coordenador da equipa refere que “não ficará nenhuma escola por visitar”.
O que não fica por visitar é o Centro de Recursos e Apoio Tecnológico (Crat) centralizado na ESE, um site onde surge a personagem Netin, a qual auxilia na pesquisa. Ali não faltam janelas de novidades, muita animação, salas de chat, a possibilidade de lançar questões e de enviar e receber mails. Ali é ainda possível aprender de forma fácil e rápida a navegar na net, a digitar, a encerrar o computador, além de existirem links para outros sites, inclusive às páginas web agora criada no âmbito do programa. 
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