Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VI    Nº64    Junho 2003

Universidade

MÁRIO RAPOSO, PROFESSOR CATEDRÁTICO

Carreira é fundamental

Mário Raposo, o vice-reitor da Universidade da Beira Interior, acaba de atingir o topo da carreira académica e passa a ser professor catedrático no Departamento de Gestão. Com apenas 44 anos, assume um lugar importante em época de novos desafios para as universidades, pelo que promete continuar com o empenho que sempre dedicou à instituição, com o objectivo de apoiar o projecto que viu nascer, a UBI.

O vice reitor considera “fundamental que os docentes apostem na sua carreira”. Pois, o percurso académico faz-se na área científica, mas também no apoio constante à instituição. “Numa universidade clássica, onde há muita gente, há mais possibilidade dos docentes se dedicarem só à investigação”, refere. “Mas numa universidade nova como esta, é importante que a par da investigação exista uma dedicação à própria instituição”, acrescenta.

Recorda os planos estratégicos da UBI realizados há alguns anos atrás, quando se previa que, em 2000/2001, a instituição tivesse cerca de cinco mil alunos e um curso de Medicina a funcionar. “A estratégia cumpriu-se perante aquilo que foi traçado pelos órgãos da Universidade”, sublinha.

Hoje o tempo é de diminuição de alunos e restrições orçamentais, mas o vice-reitor afirma-se disposto a continuar a luta para que todos os objectivos da UBI sejam alcançados. “O fundamental numa Universidade são os recursos humanos”, afirma. “Os estudantes da UBI merecem que a Universidade lhes forneça uma preparação excelente para que ao nível do mercado de trabalho consigam ter as saídas profissionais de acordo com as suas expectativas”, salienta.

Mário Raposo garante que essas expectativas têm vindo a melhorar de ano para ano. “Esta situação revela-se na facilidade com que os nossos licenciados têm entrado no mercado de trabalho em todas as áreas, embora existam algumas mais difíceis que outras”.

CARREIRA. O vice-reitor da UBI pertence ao corpo docente da instituição desde o dia 10 de Outubro de 1983 depois de ter sido um dos primeiros alunos licenciados no curso de Gestão da Universidade. “Daí até agora foram 20 anos de uma carreira dedicada à UBI”, refere.

Fez parte de um programa de pós-graduação na Universidade Autónoma de Barcelona e defendeu a tese de doutoramento na Universidade da Beira Interior em 1994. Mário Raposo foi presidente do Departamento de Gestão e depois pró-reitor da UBI. Quando passou de professor assistente a associado em 1998 recebeu um convite para substituir António Fidalgo como vice-reitor, cargo que continuou a exercer com a eleição do actual reitor Manuel dos Santos Silva, que vai já no final do segundo mandato.

“Pertenci a todos os órgãos da instituição”, sublinha. É o caso dos primeiros Conselhos Pedagógicos criados em 1986, do Senado e da Assembleia da Universidade.

Actualmente o professor catedrático é director do mestrado em Gestão na UBI. Até ao momento orientou cerca de 25 dissertações de mestrado e duas de doutoramento, uma já concluída com êxito e outra aguarda defesa. Dá aulas de licenciatura e mestrado nas áreas de marketing, estratégia e competitividade.

Assumiu também as funções de director do Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional (CEDR), onde implantou o Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais, que segundo garante “está a ser um sucesso”. O docente está ainda ligado ao Gabinete de Apoio à Investigação, criado recentemente e é responsável pelo Centro de Recursos de Ensino e Aprendizagem (CREA), embora reconheça que esta não é a sua área.

Como membro da Universidade, Mário Raposo é presidente da direcção do Centro de Inovação Empresarial da Beira Interior (CIEBI), presidente da direcção do Cybercentro da Covilhã e membro do Conselho Fiscal do CENESTAP, um Centro de Estudos Têxteis Aplicados sediado em Vila Nova de Famalicão.

Foi o autor do projecto do Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã - PARKURBIS, do qual é membro do Conselho Científico. Coordenou uma série de estudos desenvolvidos na região como é o caso do Regadio da Cova da Beira e conta com vários artigos publicados em revistas nacionais e internacionais.

Catarina Rodrigues

 

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Concurso público autorizado

O Governo acaba de anunciar a autorização de abertura do concurso público internacional para a construção das futuras instalações da Faculdade de Medicina da Universidade da Beira Interior, o primeiro pólo da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), que ficará junto ao Hospital Pêro da Covilhã.

Agora decorrerá o prazo de entrega de propostas e a análise das mesmas, de acordo com o que está previsto na lei. Manuel dos Santos Silva, reitor da UBI considera que “com esta decisão do Governo foi dado um passo importante para a concretização do projecto”. O reitor acredita que “se tudo correr bem as obras podem começar no final deste ano ou no início do próximo”.

Como se trata de um concurso internacional, Santos Silva prevê que existam “muitas empresas interessadas”. O reitor não esconde que teria sido melhor se o Governo tivesse anunciado esta decisão mais cedo. “É uma obra complexa e leva o seu tempo”, lembra o reitor acrescentando no entanto que “ainda estamos dentro dos limites aceitáveis”.

Neste momento a maior preocupação de Santos Silva é o facto de os alunos se irem acumulando. “Num determinado momento haverá uma necessidade absoluta das novas infra-estruturas”, sublinha. “Temos instalações provisórias bem apetrechadas e a licenciatura funciona em espaços adequados, mas estes dificilmente comportarão alunos para além do terceiro ano”, frisa o reitor.

Recorde-se que a FCS a funcionar há dois anos tem actualmente 120 alunos, mas no próximo ano lectivo entrarão mais cem. No terceiro ano da licenciatura, os alunos deixarão de pertencer ao ciclo básico para ingressar no ciclo clínico. Santos Silva afirma ter recebido o relatório de avaliação da Comissão Interna de Acompanhamento que é “bastante favorável”. Segundo o reitor “há sempre recomendações para melhorar determinados aspectos mas estamos a caminhar no bom sentido”.

Quanto à aquisição dos terrenos destinados a estacionamento, zonas verdes e a uma possível expansão da Faculdade, Santos Silva revela que a situação está “praticamente resolvida”. A UBI apenas aguardava uma resolução do Conselho de Ministros para enviar o processo para o Tribunal de Contas (TC). Segundo o reitor, a respectiva resolução será publicada no Diário da República nos próximos dias. Depois será apenas necessário aguardar o visto do TC para adquirir os terrenos.

A futura Faculdade de Ciências da Saúde tem uma base de licitação no valor de 13 milhões de euros. A comparticipação nacional é de 25 por cento e consiste em receitas próprias da Universidade e em verbas subscritas no Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC). Os restantes 75 por cento são comparticipados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) até 2006. Santos Silva afirma por isso que até essa data o projecto tem que estar concluído.

Catarina Rodrigues

 

 

 

OPINIÃO

Mais do que um edifício

Finalmente chegou a autorização ministerial para o lançamento do concurso da construção da Faculdade de Ciências da Saúde. Passados três anos após a celebração do protocolo entre o Governo e a UBI, só agora chegou a permissão para o lançamento do concurso da obra. Demasiado tempo, justificado pela aflição das contas públicas. Mas como vale mais tarde que nunca, é bom ficarmos felizes com mais este passo na consolidação da Faculdade de Ciências da Saúde.

Pode o montante de investimento não ser tão elevado como outros investimentos que já se fizeram aqui na região, nomeadamente auto-estrada e hospital da Covilhã, mas é um investimento crucial por aquilo que desencadeia. Muito mais do que um simples edifício, as novas instalações da Faculdade de Ciências da Saúde representam uma abertura a um investimento contínuo, e previsivelmente sempre crescente, na qualificação da Beira Interior, no estabelecimento de um patamar de excelência nos cuidados de saúde, no fortalecimento da própria UBI. A região, a cidade, a universidade ficam muito mais fortes, alcandoram-se a um patamar de desenvolvimento completamente novo.

Os cuidados de saúde constituem presentemente, nas sociedades mais evoluídas, uma das actividades económicas mais importantes. Se a Cova da Beira se conseguir impor como um centro de cuidados médicos de qualidade, então todo o Interior lucra na medida em que, com a nova auto-estrada, fica a escassas dezenas de minutos de um centro avançado de medicina.

Durante os dois anos em que o edifício irá ser construído, continuar-se-á a edificar lenta e seguramente a universidade que desejamos, e que mais não é do que uma universidade de prestígio e prestigiada
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António Fidalgo

 

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