Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VI    Nº65    Julho 2003

Politécnico

IPB

Beja com nova residência

Uma nova residência de estudantes, orçada em cerca de dois milhões de euros e com capacidade para 120 camas, vai ser construída no “campus” do Instituto Politécnico de Beja (IPB), anunciou o presidente da instituição. Em declarações à Agência Lusa, José Luís Ramalho explicou que a obra já tinha “luz verde” do ministro da Ciência e do Ensino Superior, Pedro Lynce, mas agora “o projecto foi aprovado pela unidade de gestão do ministério”.

O edifício, que ficará localizado no “campus” do politécnico, vai ser uma residência mista (rapazes e raparigas), semelhante a outra que o IPB já possui, e destinada a alunos carenciados economicamente, sobretudo bolseiros. “É uma obra importante porque temos muitos alunos deslocados. Além dos que vêm de fora da região, há imensos que, apesar de serem do distrito, devido às grandes distâncias, precisam de alojamento em Beja”, assinalou o responsável.

A abertura do concurso público para a adjudicação da empreitada de construção deverá ser publicada em Diário da República, “brevemente”, disse, explicando que o projecto vai ser financiado por fundos nacionais (Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central - PIDDAC) e comunitários (FEDER).

A construção da residência de estudantes deverá iniciar-se, segundo as previsões de José Luís Ramalho, “ainda durante este ano”, por forma a que o novo equipamento possa “estar pronto e em funcionamento” no início do ano lectivo de 2004/2005.

Com este novo edifício, o IPB vai passar a dispor de quatro residências (duas mistas, uma masculina e outra feminina), num total de 350 camas.

“A instituição tem cerca de 4.500 alunos e, segundo os parâmetros estabelecidos, deveria ter alojamento em residências para 10 por cento desses alunos, tal como todos os outros Institutos Politécnicos”, reconheceu, acrescentando que “poucos são os que conseguem cumprir tais requisitos”.

Ainda assim, com 350 camas, o IPB “já se aproxima desses valores” e José Luís Ramalho apenas lamenta que o projecto para a nova residência se tenha “arrastado durante anos”.

“A outra residência ficou pronta há quatro anos e há muito que este projecto se arrastava, umas vezes porque não havia dinheiro, outras porque não o consideravam necessário”, argumentou, elogiando o “papel decisivo” desempenhado pelo governador Civil de Beja, João Paulo Ramôa, “para desbloquear de vez a situação”.

Tanto o presidente do IPB como o governador Civil, também contactado pela Lusa, mostraram-se confiantes que esta nova residência atraia mais alunos para Beja: “É importante porque disponibiliza alojamento mais barato numa cidade em que os preços das casas e quartos são elevadíssimos”.

O presidente do IPB revelou ainda à Lusa que o projecto de ampliação da Escola Superior de Educação (ESE), já aprovado há algum tempo e orçado em cerca de um milhão de euros, com verbas do PIDDAC, vai arrancar “em Agosto”, devendo terminar no prazo de oito meses.

“O Tribunal de Contas já se pronunciou favoravelmente e o empreiteiro vai começar a obra em Agosto”, frisou, acrescentando tratar-se de um novo edifício junto à ESE, com mais salas e laboratórios, que vai também poder ser utilizado “por todo o «campus» do IPB”.

O Instituto Politécnico de Beja é constituído pelas escolas superiores de Educação, de Tecnologias e Informática de Gestão, Agrária e de Enfermagem.

 

 

 

PROGRAMA EMPREENDER EM BEJA

Projecto Começar avança

Os alunos do Instituto Politécnico de Beja (IPB) concentraram energias, apelaram ao seu sentido empreendedor e aproveitaram as oportunidades criadas pelo Projecto COMEÇAR, ocupando as 4 vagas que o Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo do IPB oferecia aos alunos finalistas ou licenciados e bacharéis.

Andreia Almeida Cardador, finalista em Gestão de Empresas com o Projecto “Turismo, Lazer e Natureza”; Gertrudes Cristina Grade Neves, Bacharel em Gestão de Empresas com o Projecto “Catapax Lda.”; Ricardo João C.X. Batista Sousa, finalista em Educação Física com o Projecto “Campus” e Sandra Isabel Rodrigues, finalista em Educação Física com o Projecto “Férias Vivas”, constituem o grupo de alunos que candidataram as suas ideias ao Começar.

A concretizarem-se estes projectos com sucesso, Fernanda Dias, do Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo do IPB, salienta que “estão alcançados, numa primeira fase, os objectivos que a Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (ADRAL), entidade promotora do Começar, delineou para este projecto, a fixação de jovens na região e o rejuvenescimento do tecido empresarial local”.

A aprovação da candidatura possibilita a obtenção de apoio especializado nas diversas fases de constituição da empresa. Após terminarem a formação teórica, a decorrer actualmente na Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) em Évora, os alunos disporão, até Janeiro, do acompanhamento de formadores especializados em cada uma das áreas de intervenção dos projectos, por forma a elaborarem toda a parte prática que antecede a constituição física da empresa, designadamente o estudo de mercado e viabilidade financeira, o projecto de comunicação e marketing.

Como forma de incentivar os Jovens Empreendedores, o Banco Espírito Santo (BES) atribuirá um prémio financeiro ao autor do melhor projecto. Destinado a jovens finalistas e recém licenciados/bacharéis com espírito empreendedor, o Projecto Começar visa essencialmente “a criação de estruturas de apoio a jovens que tenham ideias, algum espírito empreendedor, sejam determinados e optem por dirigir o seu próprio negócio” O Começar é uma iniciativa da ADRAL que permitiu a abertura de Gabinetes de Apoio ao Empreendedorismo no Instituto Politécnico de Beja, no Instituto Politécnico de Portalegre, na Universidade de Évora e na Universidade Moderna – Pólo de Beja.

 

 

 

INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU

Eleições em causa

O Tribunal Administrativo de Coimbra mandou repetir as eleições para a presidência do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), devido a irregularidades numa lista de alunos apoiante do candidato derrotado. As eleições para a presidência do IPV arrastam-se desde Janeiro de 2002, opondo Fernando Sebastião, presidente da Escola Superior de Tecnologia, a João Pedro de Barros, presidente do Instituto desde 1985 (com algumas interrupções).

Fernando Sebastião, que nos dois actos eleitorais já realizados desde então foi derrotado por João Pedro de Barros, disse hoje à Agência Lusa que, segundo a decisão proferida na semana passada pelo Tribunal Administrativo de Coimbra, as eleições têm de ser repetidas no prazo de 30 dias.

As eleições realizaram-se em 16 de Janeiro de 2002, mas não foram homologadas pelo ministro da Ciência e do Ensino Superior, devido a “erros formais” encontrados nas listas para a Assembleia Eleitoral, que integra representantes de alunos, professores e funcionários das várias escolas do IPV.

Por isso, foram repetidas a 07 de Maio deste ano, tendo novamente vencido João Pedro de Barros, mas Fernando Sebastião continuou a alegar ter sido prejudicado por várias irregularidades ocorridas durante o processo.

Uma semana depois do último acto eleitoral, foi conhecida uma decisão do Tribunal Administrativo de Coimbra favorável a Fernando Sebastião, que considerou que uma lista de 15 alunos da Escola Superior de Educação seus apoiantes tinha direito de integrar a Assembleia Eleitoral.

Essa lista tinha sido eleita a 08 de Novembro de 2001 mas, por ser considerada ilegal, foi eliminada e os alunos não puderam participar na eleição de 16 de Janeiro de 2002, nem na sua repetição, em Maio último.

“A decisão do tribunal agora conhecida confirma a decisão tomada em Maio, anulando a outra lista de alunos da Escola Superior de Educação que entretanto foi eleita (para a repetição das eleições) e a Assembleia Eleitoral que, a 07 de Maio, elegeu o presidente”, disse Fernando Sebastião.

Satisfeito porque, mais uma vez, o tribunal lhe deu razão, Fernando Sebastião considera que as eleições deveriam ser repetidas até ao final de Julho, antes das férias.

Espera que entretanto o Ministério da Ciência e do Ensino Superior se pronuncie sobre outras irregularidades alegadamente ocorridas durante os dois actos eleitorais, nomeadamente a inviabilização de uma lista de 26 representantes dos docentes da Escola Superior de Tecnologia que lhe era afecta e outras relacionadas com docentes que tiveram assento na Assembleia Eleitoral por inerência.

“Uma semana depois das últimas eleições enviei uma carta para o ministro onde fiz um inventário de toda a situação e onde lhe pedia que não homologasse aquele acto. Era importante ter uma resposta rapidamente, que definisse quais os pontos que deveriam ser rectificados no próximo acto eleitoral”, frisou.

AMF/Lusa

 

 

ELEIÇÕES NO IPV

João Pedro de Barros estranha decisão

Depois de ter conhecimento da decisão do Tribunal, João Pedro de Barros disse à Lusa estranhar esta decisão do Tribunal Administrativo de Coimbra uma vez que, em Maio, assim que teve conhecimento da sua decisão de dar razão à lista de alunos da Escola Superior de Educação, apresentou recurso para o Supremo Tribunal Administrativo.

“A sentença está a ser analisada pelos nossos juristas, mas esta não é uma situação muito normal. Então o Tribunal Administrativo de Coimbra dá uma sentença com base no nosso recurso para o Supremo Tribunal Administrativo?”, questionou.

Na sua opinião, “esta é uma medida dilatória para impossibilitar o ministro de homologar as eleições”.

Por outro lado, “mesmo admitindo que os alunos da primeira lista (eleita em 2001) pudessem votar, isso seria impossível, porque a maior parte deles já acabou o curso”, frisou.

João Pedro de Barros criticou ainda o prazo de 30 dias dado pelo Tribunal para a repetição das eleições, “numa altura em que já está tudo de férias. Até parece que os juízes estão fora da realidade”.

COMUNICADO. Entretanto, em comunicado enviado à Imprensa, o Instituto Politécnico de Viseu esclarece que o processo eleitoral se encontra a ser conduzido pela vice-presidente do IPV, “de acordo com as normas legais e estatutárias aplicáveis”. O documento adianta ainda que “das várias situações classificadas como ilegais pelo candidato Fernando Sebastião, a única que se encontra em apreciação pelos tribunais administrativos é a relativa à dos alunos da Escola Superior de Educação de Viseu -, situação que por si só não altera o resultado que conduz à eleição do candidato João Pedro de Barros. Todas as outras situações foram objecto de apreciação em tempo próprio, não se tendo considerado, ao contrário do que invoca o candidato supra referido, ilegalidades susceptíveis de pôr em causa a constituição da Assembleia do Instituto e a eleição do Presidente”.

O Instituto Politécnico de Viseu, relativamente ao processo dos alunos da ESE, adianta que “o mandato dos representantes dos alunos tem a duração de um ano. Com base em parecer do professor Freitas do Amaral, o Instituto Politécnico considerou que os 15 alunos eleitos, de braço no ar, em 8 de Novembro de 2001, tinham perdido o respectivo mandato, à semelhança do que aconteceu com os restantes alunos das outras escolas, de acordo com os Estatutos em vigor”.

A concluir, “o Politécnico revela que interpôs recurso para Tribunal superior, aguardando-se agora a respectiva decisão. Igual procedimento será seguido relativamente à recente repetição do acto eleitoral”.

 

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