Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VI    Nº65    Julho 2003

Politécnico

VALTER LEMOS DEIXA AVISOS

Atenção às novas leis

A consolidação dos projectos formativos e a necessária confiança social nas instituições são dos aspectos fundamentais no futuro do Ensino Superior em Portugal, ainda mais numa altura em que esse ensino vive uma fase menos boa, o que leva algumas instituições a abdicarem da consolidação, enveredando por objectivos de resultado desconhecido, com o intuito de cativarem estudantes.

A opinião é do presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Valter Lemos, e foi adiantada na tomada de posse do novo director da Superior Agrária de Castelo Branco, no passado dia 15. Uma oportunidade que aquele responsável aproveitou para referir que, a manter-se a oferta do ensino superior a par de uma redução do número de candidatos, “existe o perigo de algumas instituições poderem colapsar, sobretudo as mais débeis, mais pequenas e mais novas”.

Perante este perigo, Valter Lemos considera que é necessário que as instituições tenham “uma linha de rumo e sejam alvo de uma grande confiança social, a fim de ultrapassarem esta crise”, considerando que o Politécnico de Castelo Branco tem avançado nesse sentido, pois “foi o único no País que não fechou qualquer curso e até conseguiu um novo, para a Escola de Artes”.

Esta atitude será mantida no futuro, pois “só vale a pena fechar cursos quando tivermos a certeza que essa é a decisão correcta em termos de futuro, pois um curso superior não é algo que se vende às pessoas e depois deixa de se vender”. Ao mesmo tempo, Valter Lemos considera que as instituições precisam ainda de mais empenhamento, pois, “em termos de recursos, não há crescimentos eternos e, na actual situação, é necessário fazer melhor, dispondo de menos recursos ou dos que as instituições dispõem actualmente.

MESTRADOS. O presidente do Politécnico referia-se assim aos cursos de mestrado, que poderão ser ministrados por politécnicos, e aos cursos de doutoramento, “cuja justiça da discussão abre a possibilidade de poderem ser ministrados nos politécnicos”, uma vez que a sua realização não deve depender “de razões administrativas, mas sim das condições científicas e materiais existentes”. Aquele responsável adiantou que “seria caricato uma instituição ter as pessoas mais qualificadas e os melhores recursos, mas não poder ministrar um doutoramento só porque se chama politécnico”.

Abriu assim um momento de reflexão sobre a nova Lei de Bases da Educação e a nova Lei da Autonomia das Instituições do Ensino Superior (ambas em discussão), as quais considerou “matérias de grande dimensão, que vão influenciar o futuro”. Em relação à primeira abordou sobretudo a questão dos bacharelatos que “vão acabar em Portugal, podendo este ser o último ano em que vão funcionar em Portugal”.

Defendeu depois o direito de iniciativa reclamado pelos politécnicos relativamente a mestrados e doutoramentos, os quais, até agora, são feitos sempre em colaboração com universidades. A ideia é que a iniciativa possa partir dos politécnicos, sem estarem sujeitos a outras instituições, pois só assim aqueles cursos não se destinam apenas a professores que querem progredir na carreira, mas sim a “qualificar especialistas que possam servir as empresas, a sociedade e o País nos diversos sectores”.

Considera por isso que o facto dos politécnicos poderem organizar e ministrar mestrados sozinhos “não é uma benesse para a corporação, mas uma condição para a melhoria do nosso País”. Já em relação à Lei da Autonomia, recordou que ela vai obrigar a uma necessária revisão de estatutos ao nível do Politécnico e, posteriormente, das diferentes escolas, pelo que é necessário que as pessoas estejam preparadas nesse sentido
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INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO

Mais de mil vagas e novo curso

O Instituto Politécnico de Castelo Branco apresenta, para o próximo ano lectivo, 31 cursos de licenciatura, sendo que uma dessas formações é nova. Trata-se do curso de Design de Interiores da Escola Superior de Artes Aplicadas (Esart), que assim se junta aos já existentes na Esart, casos de Design Moda e Têxtil e de Artes da Imagem (nas variantes de design gráfico e Design Multimédia e Audiovisuais). Na mesma escola, e no que respeita à licenciatura em música, surge também mais uma opção, a de guitarra, que deste modo aumenta o lote das 11 variantes existentes.

De acordo com o IPCB, para “as 31 licenciaturas existirão cerca de mil vagas para o Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, que irá ter lugar este mês, havendo ainda 200 vagas para Concursos e Regimes Especiais de Acesso, como transferências e mudanças de curso, exames ad-hoc, ou portadores de outros cursos superiores ou médios”.

Recorde-se que no último ano o Instituto Politécnico de Castelo Branco já tinha aberto três novos cursos de licenciatura (Marketing e Recursos Humanos, na Escola Superior de Gestão, e Engenharia Biológica e Alimentar, na Escola Superior Agrária de Castelo Branco). Na nota informativa divulgada à Imprensa, o IPCB lembra ainda que em 2001/2002 foram abertas outras licenciaturas na Escola Superior de Tecnologia (Engenharia Electrotécnica e das Telecomunicações) e na Escola Superior de Saúde (Fisioterapia, Análises Clínicas e de Saúde Pública).

PREFERÊNCIA. Já no que respeita aos cursos de formação de professores, a Escola Superior de Educação do Politécnico de Castelo Branco passa a ser, de acordo com aquele comunicado, “a única, no próximo ano, a oferecer um leque completo de cursos nas diversas áreas, dado que as ESE’s dos distritos limítrofes deixaram de oferecer a maioria desses cursos”.

Para se candidatarem aos cursos do IPCB os alunos dos Distritos de Castelo Branco, Guarda, Portalegre, Santarém, Coimbra e Viseu, terão direito a usufruírem de preferência Regional.

 

 

CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

Mestrado em Portalegre

A Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre realiza, já no próximo ano lectivo, um curso de mestrado em Ciências da Educação – Especialização em Educação, Desenvolvimento Local e Mudança Social. Esta é a primeira vez que a ESE de Portalegre ministrará um curso de mestrado, e a iniciativa é desenvolvida em conjunto com a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.

De acordo com a Escola Superior de Educação, a “responsabilidade do mestrado cabe àquela Faculdade, que será responsável pela sua coordenação, através do professor José Alberto Correia, coadjuvado por mais três docentes, um dos quais da própria ESE”.

O mestrado funcionará com duas turmas, uma no Porto e outra em Portalegre, com recurso ao mesmo núcleo de docentes, dos quais se destacam alguns especialistas nacionais e estrangeiros naquela área científica. À Escola Superior de Educação de Portalegre, além da indicação do docente que integrará a referida coordenação científica, e dos seus professores que farão parte do núcleo docente, cabe a criação de condições logísticas e materiais que possibilitem o funcionamento das actividades lectivas e de investigação a decorrer em Portalegre.

Segundo os responsáveis da ESEP, a integração da escola neste curso “surge na sequência da sua experiência em projectos de desenvolvimento local e da intervenção na comunidade, bem como na formação inicial, contínua, complementar e especializada de profissionais de ensino”. Além disso, a participação da ESEP no mestrado é também possível “em função dos recursos docentes de que a escola dispõe, nomeadamente os habilitados com o grau de doutor, em resultado do investimento feito na sua qualificação e valorização”.

De referir que o protocolo de colaboração entre as duas entidades foi assinado no passado dia 16 de Maio.

 

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