Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VI    Nº60    Fevereiro 2003

Politécnico

JOÃO PEDRO DE BARROS

Saúde é urgente

A transformação da Escola Superior de Enfermagem de Viseu em Escola Superior de Saúde, com o consequente aumento da oferta formativa é urgente e necessária para responder às necessidades das instituições de saúde da região. A opinião é do presidente do Politécnico de Viseu, João Pedro de Barros, o qual já justificou essa necessidade num documento elaborado pelo politécnico e enviado ao ministro da Ciência e Ensino Superior, Pedro Lynce.

Denominado “Viseu também é Portugal”, o documento reflecte que a região é a que tem o menor número de profissionais de saúde por habitante. “Apresentamos um estudo rigorosíssimo, com o apoio de todos os centros de saúde, hospitais e câmaras, a justificar a ausência de técnicos na área. Dizemos ainda que, se o professor Alberto Amaral, pelos vistos, tem olhado com maus olhos para os politécnicos, sobretudo na área da saúde, é tempo de fazer uma inflexão rápida, sob pena de fazermos um levantamento popular e político relativamente à não execução daquilo que é uma resolução do Conselho de Ministros”.

Entende assim o presidente que “a transformação da escola de Enfermagem tem de ser feita. Está em curso um investimento de várias centenas de milhares de contos no edifício da escola, o qual estará concluído em Setembro, pelo que existem as condições para a transformação e para o alargamento da oferta formativa, dado que, num universo de 40 docentes, contamos com 16 doutores e 20 mestres”.

Mas o alargamento da oferta formativa em Viseu não passa apenas pela área da Saúde, só que o presidente da instituição aguarda pelas alterações da legislação, nas quais deposita grande esperança. “Depois da alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo e da Lei de Autonomia dos Institutos Politécnicos, podem surgir mudanças, mesmo em termos da designação das instituições. Após a sua aprovação, surgirão grandes novidades e alguns saltos em frente, rumo ao futuro, o que vai permitir compatibilizar o relacionamento entre politécnicos e universidades, em moldes substancialmente diferente”.

É certo que redução da população escolar vai provocar uma diminuição de vagas da ordem dos 20 por cento, o que leva a uma inevitável reformulação dos planos de desenvolvimento das instituições. “Todos os planos apontam para o aumento do número de alunos, quando sabemos que não vai ser assim”. De qualquer modo, aquele responsável entende que “a diminuição tem de ser equitativa para todas as instituições de Ensino Superior em Portugal. Não podem é reduzir, de uma forma menos correcta, as vagas nos politécnicos sem o fazer nas universidades”.

No caso de Viseu ainda não se notou muito a diminuição de alunos, pelo que os cursos estão todos a funcionar. A Superior de Tecnologia tem neste momento três mil 229 alunos, a Superior de Educação tem quase três mil, a de Enfermagem esgotou as vagas e tem mais de 600 alunos, tal como acontece com a Superior Agrária. Em Lamego, na Superior de Tecnologia e Gestão, estudam 400 alunos e no pólo da Superior de Educação estudam mais de 800 alunos.

Os números são vistos com bons olhos pelo presidente do Politécnico, mas a crise de alunos será uma realidade, pelo que estão a ser estudadas “alternativas em termos de novos cursos”. Ao mesmo tempo, espera que “o senhor ministro reduza as vagas no Litoral e aumente no Interior, de modo a não permitir que se crie o caos, continuando a desertificação do Interior”. Esta discriminação positiva será fundamental “para permitir que Portugal seja um país inteiro e não que tudo se passe no rectângulo entre o Minho e Setúbal, como uma profundidade de 20 quilómetros para o Interior”.

Outra justificação para a discriminação que defende passa “pelo investimento feito em muitos locais como Viseu, Castelo Branco e Guarda. Não terá lógica desaproveitar este investimento, quando os países desenvolvidos estão a apostar no desenvolvimento da formação”. A nível de investimento, João Pedro de Barros dá ainda o exemplo da Superior de Artes de Viseu. “O défice de formação nesta área é grande, nós temos o edifício pronto para avançar e só estamos à espera que o Governo nos dê luz verde para podermos criar esta mais valia e a Superior de Saúde”
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ESART DE CASTELO BRANCO

Escola aberta à comunidade

A Escola Superior de Artes Aplicadas vai abrir portas à comunidade dos dias 25, 26 e 27 de Março, a fim de dar a conhecer os seus cursos, a cultura institucional e todas as actividades desenvolvidas por professores e alunos. Ao longo dos três dias serão desenvolvidos workshops nas áreas de vídeo, fotografia, design multimédia, design gráfico, de moda e têxtil, mas há ainda cinema, palestras e funcionará um diaporama permanentemente, o qual mostrará trabalhos realizados na Esart, bem como recortes de imprensa acerca da instituição.

No dia 25, as actividades têm início às 10h30, com a sessão de abertura, seguindo-se um recital de música de Câmara. Meia hora depois têm início os workshops. Já de tarde, há novo recital de música de Câmara cerca das 14h30, continuando os worhshops. À noite, a partir das 21 horas, tem início uma sessão de cinema com a fita “A Mexicana”.

Já a 26, os workshops abrem o dia, a partir das 10h30. Às 11h30 haverá recital de música de Câmara. De tarde, às 15 horas terá lugar uma palestra, enquanto que à noite será exibida a fita “Fintar o Futuro”, um filme sobre Cabo Verde da autoria do realizador Vanderel, premiado no Festival de Cannes. Neste dia, assim como já terá acontecido no dia anterior, a sessão de cinema contará também com a passagem de pequenos filmes realizados pelos alunos da Esart.

Finalmente, a 27, continuam os workshops e estão marcados dois recitais (11h30 e 15h00), fechando as actividades com um concerto de encerramento por grupos de Câmara da Esart. Terminará assim o segundo ano de funcionamento da escola aberta, iniciativa que contará com várias estações de produção nas quais os alunos do Secundário e outros visitantes participem activamente em experiências, sob a orientação de alunos da escola.

 

 

 

INSTITUTO POLITÉCNICO DE PORTALEGRE

Alunas apoiam comunidade

Duas alunas da Escola Superior de Educação de Portalegre, Mafalda Santos e Catarina Carlos, ambas do curso de Português e Inglês, estão a participar num projecto que visa apoiar os alunos dos 5º, 6º e 7º anos do ensino básico. As duas alunas são voluntárias, e às quintas-feiras tentam ajudar os jovens com mais dificuldades, num projecto que conta ainda com a participação de professores no activo e aposentados.

O desafio partiu do Centro de Estudo Acompanhado da Cáritas de Portalegre, que desde Novembro presta apoio a 16 alunos. Para as duas estudantes a experiência está a revelar-se muito positiva, pois trouxe-lhes mais segurança e à vontade, perceptível quando conseguem, em contexto de prática pedagógica, antever a reacção dos alunos.

O projecto, coordenado por Mário Freire, funciona de segunda a quinta feira, entre as 17h30 e as 19 horas, na sala de estudo dos Bombeiros Voluntários de Portalegre. Para os mais novos o projecto parece revelar-se útil, pois desta forma conseguem aprofundar os seus conhecimentos com o apoio de técnicos especializados. Dado o sucesso da iniciativa, estão previstas mais colaborações de alunos do Instituto.

 

 

 

INSTITUTO DE PORTALEGRE E ESCOLHIDO

Campus virtuais

O Instituto Politécnico de Portalegre é, a par de seis universidades portuguesas, uma das instituições piloto que aderiram ao programa campus virtuais, lançado, recentemente, pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior. De acordo com Graça Mocinha, técnica responsável no Instituto de Portalegre, o programa a que o Politécnico aderiu baseia-se em três vectores. O primeiro passa por implementar uma rede informática sem fios. O segundo envolve a possibilidade de estudantes e docentes adquirirem computadores portáteis através de um crédito, que não ultrapassará uma mensalidade de 50 Euros. “Neste caso concreto, há a hipótese de escolha entre um computador topo de gama, ou um de gama mais baixa”, adianta.

O terceiro vector do programa passa por colocar os conteúdos educativos on-line, desde formulários para as matrículas, notas dos testes ou informação relacionada com as aulas. “Neste momento o Politécnico já entregou os formulários necessários à Fundação para a Computação Científica Nacional, pelo que aguardamos a entrega dos acess-point, que nos permitirão ligar os postos de trabalho entre si, sem recorrer à tradicional utilização de fios”, explica Graça Mocinha.

No entender daquela responsável, com a vinda dos acess-point e com a implementação de uma rede informática sem fios, “terminam alguns dos problemas resultantes da instalação de postos de trabalho, pois os espaços físicos deixam de ser obstáculos, já que não existem fios”.

No que respeita à aquisição dos computadores, Graça Mocinha lembra que “qualquer estudante ou docente do Politécnico pode aderir. O mesmo sucederá com outros politécnicos, que no entanto terão que fazer a sua candidatura. Da nossa parte, e uma vez que somos uma instituição piloto nesta matéria, aguardamos que em Março os formulários nos sejam entregues de forma a avançarmos com a nossa candidatura”.

 

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