Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VI    Nº70    Dezembro 2003

Politécnico

NUNO OLIVEIRA, PRESIDENTE DO IPP

Críticas em dia de festa

“O Instituto Politécnico de Portalegre mudou. Para melhor. Cresceu. Credibilizou-se. Afirmou-se e é respeitado”. As palavras são de Nuno Oliveira, presidente do IPP e foram proferidas durante as comemorações de mais um aniversário do organismo a que preside. Confiante no futuro, aquele responsável lembrou que “as condições oferecidas pelo Instituto são satisfatórias, seja ao nível da qualidade de ensino, de equipamentos ou de instalações”.

Mas mesmo em dia de festa, Nuno Oliveira foi claro e directo, criticando não só o poder central, como a passividade das entidades da região. “Neste momento é importante resolver o problema das instalações da Escola Superior Agrária de Elvas, que têm sido esquecidas pelo Poder Central, em vários momentos, e há alguns anos a esta parte”. Com a nova residência de estudantes e cantina inaugurada em Elvas, um dos grandes desafios do Politécnico de Portalegre passa pela reconstrução do Quartel do Trem, onde ficará situada a Superior Agrária de Elvas. 

Numa cerimónia, que contou com a presença de Roberto Carneiro, ministro da Educação no ano da criação do IPP, Nuno Oliveira lamentou o esquecimento a que foi votado o Politécnico de Portalegre por parte do Governo, a que chamou de tratamento “marginal. Num último esforço conseguiu-se aprovar um dos cinco projectos apresentados em Piddac. Assim, o Instituto só terá possibilidade de aplicar, em 2004, verbas destinadas a reparar o telhado dos serviços centrais. O que é sintomático!”. A conclusão de Nuno Oliveira é que “não se tem contribuído para que as assimetrias se esbatam, assistindo a atitudes, decisões e estratégias incompreensíveis”.

Salientando a importância do Instituto Politécnico, Nuno Oliveira lamentou o pouco empenho “da comunidade, designadamente com a colaboração do tecido empresarial”. O presidente do Politécnico sublinhou, que ao longo destes anos “não se esbateram as assimetrias e Portalegre continua a ser uma terra esquecida, votada ao isolamento e condenada ao subdesenvolvimento”, apesar do empenho e entrega do Instituto.

O que sucede, no entender de Nuno Oliveira, é que “corremos atrás do prejuízo, num momento em que palavras como crescimento, desenvolvimento, investimento ou, consolidação, são termos proibidos”. Ainda assim, o presidente do Politécnico lembra que “não se deixará abater pelas dificuldades. Vamos ultrapassá-las, como sempre tem acontecido. Saberemos lutar e respeitaremos aqueles que, tal como professor Roberto Carneiro, sempre acreditaram neste projecto e neste sistema de ensino”
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ROBERTO CARNEIRO, EX-MINISTRO DA EDUCAÇÃO

Os caminhos do IPP

“O Instituto Politécnico de Portalegre é uma realidade marcada pela sua determinação, que pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento desta região, que é uma das mais pobres da Europa”. É desta forma que Roberto Carneiro, antigo ministro da Educação, classifica o Instituto Politécnico de Portalegre. Segundo aquele especialista em educação “o Ipp apresenta uma grande oferta formativa que pode suprimir as necessidades do meio em que está inserido e que permitirá o aparecimento de novos desafios”.

O antigo ministro da Educação, que deu posse à Comissão Instaladora do Instituto Politécnico de Portalegre, lembrou, durante a sua conferência que “nenhuma instituição de ensino superior, por si só, consegue suprimir as dificuldades, nem a falta de dinâmica empresarial da região”. Segundo Roberto Carneiro, a região de Portalegre apresenta vários pontos fracos, como a baixa densidade populacional, o pouco investimento nacional, o insuficiente tecido empresarial e o deficit que ainda se verifica nas áreas do turismo, cultura e nas vias de comunicação”.

Por isso, aquele responsável considera ser necessário “aproveitar as oportunidades, captando novos investimentos, usufruindo da excelente situação transfronteiriça de que goza”. É nesta lógica que Roberto carneiro acredita que o Politécnico pode ter um papel fundamental no desenvolvimento da região. “Pensem no que seria o Portalegre sem o Instituto Politécnico. Cerca de 25 por cento da população da cidade está relacionada com o Instituto”.

“Os quatro fundamentos que levaram ao aparecimento do ensino superior no interior do País, estão bem vincados no Instituto Politécnico”, diz Roberto Carneiro. Fundamentos que passam por aspectos sociais (proporcionar o acesso ao ensino a todos os jovens), culturais (dinamização, criação, difusão e fruição cultural), económicos (injecção de riqueza nacional, mobilizar agentes económicos e promover emprego) e estratégicos (fomentar políticas de desenvolvimento). 

No entanto são vários os caminhos que as instituições podem seguir, alguns dos quais sinuosos. Roberto Carneiro apresenta vários cenários, como a Fortaleza (desenvolver mais do mesmo), a Teia de Aranha (concertação inteligente de estratégia) – estes dois alternativos -, e enraizamento (para que o ensino politécnico crie valor para as regiões. Uma estratégia que pode ser consertada com uma das anteriores).

 

 

 

ANIVERSÁRIO DO IPP

Diplomas Magazine

O Ensino Magazine aproveitou o aniversário do Instituto Politécnico de Portalegre para atribuir um diploma de mérito aos melhores alunos da Instituição. Uma iniciativa que coincidiu com a entrega de prémios de várias entidades. Assim, a Caixa Geral de Depósitos entregou prémios aos alunos: Rita Domingos, da ESE (15,35 valores), Filipe Gonçalves, da ESTG (15,23), Vera Sardo, da ESAE (12,25) e a Helena Janeiro, ESEF (16,22). A Câmara de Portalegre distinguiu Mafalda Pinto, da ESE (16,73), enquanto que Mónica Martins, da ESTG (15,97) recebeu o prémio Delta. Ana Martins, da ESAE (13,97) levou para casa o prémio da Câmara de Elvas, enquanto Cláudia Milhinhos, da ESEF (16,87) recebeu o prémio atribuído pela Farmácia Esteves Abreu.

 

 

IPB

Stopdrog@ avança em Beja

O Projecto Observatório Transfronteiriço On-Line Sobre Prevenção de Toxicodependências no Ensino Superior – Stopdrog@s já está a dar os primeiros passos. Segundo os seus responsáveis, a iniciativa pretende desenvolver a alaboração e implementação de um programa de prevenção e aconselhamento para o ensino superior no âmbito do consumo de álcool, drogas e tabaco utilizando as tic’s.

A prevenção do início do consumos no meio académico, a identificação e encaminhamento de indivíduos consumidores de drogas lícitas e ilícitas e reintegração no contexto académico de estudantes ex-consumidores, são outras das apostas do Projecto.

A iniciativa tem como parceiros o Instituto Politécnico de Beja, incluindo os Serviços de Acção Social e o Gabinete de Apoio Psico-Pedagógico (GAPP); a Escola Superior de Educação - Centro de Competências Nónio Sec. XXI; a Universidade do Algarve - Serviços de Acção Social; a Universidad de Huelva - Grupo de Estudios e Investigaciones Educativas “@gora” e a Diputación de Huelva. 

A união de esforços permitirá, a criação de um observatório bilingue on-line sobre toxicodependências no ensino superior passível de trabalhar ao nível da prevenção e aconselhamento numa perspectiva ibérica e transfronteiriça nas regiões do Baixo Alentejo, Algarve e Andalucia. Permitirá ainda a formação em técnicas de Ensino à Distância de tutores/formadores e a criação de um curso à distância para líderes juvenis. 
A implementação do drog@aid, consultório on-line e a criação de uma base de dados sobre toxicodependência são outros resultados que os parceiros esperam obter. 

Segundo as entidades promotoras a construção de novos caminhos no âmbito da prevenção das toxicodependências e da promoção da saúde é um assunto do Estado, da Sociedade, da Educação e por conseguinte deverá ser também uma preocupação das instituições de Ensino Superior, nas quais são formados os profissionais de amanhã que constituirão o corpo activo superior da população trabalhadora.

Deste modo pretende desenvolver-se um trabalho de parceria realizado ao nível de várias instituições de ensino superior portuguesas e espanholas que aposte no combate ao consumo de drogas como é o caso do projecto em curso passa pelo envolvimento dos estudantes de cada instituição para melhor saber lidar com os eventuais problemas que possam surgir, nomeadamente, a partir de uma educação pelos pares.

 

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