Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº56    Outubro 2002

Politécnico

POLITÉCNICO DA GUARDA

Projectos de cooperação

O Instituto Politécnico da Guarda está a liderar, pela parte portuguesa, dois projectos de candidatura no âmbito do Interreg III, que envolvem instituições de Portugal e Espanha. Um dos projectos, incluído na medida de “Desenvolvimento tecnológico, investigação e extensão da Sociedade de Informação” é designado por Rede@Polo e pretende implementar um campus virtual transfronteiriço para o desenvolvimento do ensino na rede, com o suporte das novas tecnologias de informação e comunicação.

Este projecto envolve, além do Instituto Politécnico da Guarda, a Universidade Pontifícia de Salamanca, a Universidade de Léon, a Universidade de Valladolid, a Universidade da Beira Interior, o Instituto Politécnico de Castelo Branco, o Instituto Politécnico de Viseu, empresas de telecomunicações portuguesas de reconhecida credibilidade e a Telefónica de España.
Um segundo projecto, com a denominação de aprender@cadeia, pretende proporcionar acesso às tecnologias de informação aos membros das comunidades prisionais, fomentando a cidadania, a alfabetização, a ecologia, saúde e direitos humanos e a sua integração social. O Instituto Politécnico da Guarda / Escola Superior de Tecnologia e Gestão, a Universidade de Salamanca, o Estabelecimento Prisional de Topas (Espanha) e o Estabelecimento Prisional Regional da Guarda enquadram o desenvolvimento desta cooperação luso-espanhola.

Ao nível formativo, este projecto, que pretende ser “dinâmico de permanente actualização” procura garantir “um maior combate ao desemprego, tendo como característica particular a dupla perspectiva de inserção de reclusos no mercado de trabalho e preparar pessoas para a utilização de novas tecnologias de informação”. Assim, vão ser criadas duas salas de formação à distância destinadas a reclusos do Estabelecimento Prisional Regional da Guarda, articuladas numa rede Intranet.

A inovação apresentada por este projecto assenta no facto de ele introduzir plataformas de formação no interior das instituições e de actuar em planos de formação inter-instituições, salvaguardando a segurança das comunicações entre o interior e exterior.

Os promotores desta iniciativa consideram que se “trata de um projecto de elevada importância, onde, para além da formação propriamente dita, há uma preocupação em motivar os reclusos e prepará-los para o regresso à sociedade”. Daí que, a médio e a longo prazo, se admita o alargamento a outros estabelecimentos prisionais, não se colocando de parte uma “formação para reclusos a nível nacional”.

O projecto está dividido em duas grandes áreas, a portuguesa e a espanhola, nas quais existirá uma plataforma exterior, que será suportada, respectivamente, pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda, e na Retecal, esta alimentada pela Universidade de Salamanca.

 

 

FERNANDO NUNES, PRESIDENTE DA APM

Os mitos da matemática

É frequente ouvir dizer que, na matemática, quem perde “o comboio” já não o volta a apanhar ou que se uma criança não gosta dos números é um “mal hereditário”, porque com o pai acontecia o mesmo. Para o presidente da Associação de Professores de Matemática (APM), Fernando Nunes, tais afirmações não passam de mitos que são necessários combater, sob pena de “se estar a condenar a matemática”.

“Há muito gente que pensa que percebe de educação, uma vez que, todos nós estamos de uma maneira ou de outra ligados à ela, pelo simples facto de termos estudado e também por conhecermos alguém que é professor ou aluno”, afirmou o responsável à Agência Lusa. Por exemplo, “há quem diga que como a Matemática é de tal forma hierarquizada e cumulativa, quem perde o comboio nunca mais o pode apanhar”, ou “um pai achar que é normal o filho não perceber de matemática, porque ele era igual, é uma coisa genética”.

“Pela minha experiência as coisas não são assim. Mas a investigação pode-nos dizer se isso é verdade ou não. É preciso ter bases fundamentadas para poder fazer afirmações”, frisou. Com tantos “entendidos na matéria” é natural que existam muitos mitos em relação à educação, e concretamente à Matemática.

Nesse âmbito, Fernando Nunes realça a importância do Grupo de Trabalho de Investigação da Associação de Professores de Matemática, que promoveu, este mês, em Viseu, o XIII Seminário de Investigação em Educação Matemática.

O seminário de dois dias, que reuniu mais de centena e meia de participantes, antecedeu o ProfMat2002, um encontro nacional de professores de Matemática que vai na 18/a edição, tendo já passado por 17 cidades do continente e ilhas, e que se realizou também este mês em Viseu com a presença de 1300 professores. “Durante uma semana, Viseu foi um pólo muito importante de reflexão sobre o ensino e aprendizagem de matemática e de todos os problemas que tem”, frisou à Agência Lusa o presidente da APM.

Segundo Fernando Nunes, as reacções negativas à matemática começam a surgir a partir do segundo ciclo de escolaridade, o que poderá ser explicado pela abstracção que a disciplina começa a ganhar. “Para quem está numa idade de desenvolvimento o concreto tem uma importância fundamental”, explicou, defendendo que os professores devem ter muito cuidado para, durante a aprendizagem, “não tirarem o significado e a concretização” da matemática, recorrendo, por exemplo, a materiais manipuláveis.

Na sua opinião, uma certa “tradição” que se instalou no ensino da matemática é também negativa para a aprendizagem. Apesar de considerar que começam a haver “sinais de mudança em Portugal”, pensa que ainda não são significativos: “a nossa estrutura escolar é basicamente a mesma de há 60 anos. Se uma pessoa que tivesse estado noutro planeta durante 60 anos agora regressasse ficava de boca aberta ao entrar numa sala de operações, mas ao chegar a uma sala de aulas ia constatar que lá continuam as carteiras e o quadro com o giz”.

 

 

 

CAMACHO COSTA

Seia presta homenagem

O actor Camacho Costa é homenageado a 19 de Outubro pelo Cine’Eco-Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela, com a apresentação do livro sobre o actor de autoria de Palmira Reis.

A organização do festival explica que a cerimónia visa “homenagear o actor que durante vários anos integrou o júri do Cine’Ecoe e que ultimamente se tem confrontado com uma doença grave”. Camacho Costa participa no mesmo dia na cerimónia de entrega de prémios do Festival.

O Director Executivo do Cine’Eco, Carlos Teófilo contabiliza em cerca de cinco mil espectadores a afluência às quatro salas de cinema integradas no certame que teve início em 11 de Outubro, facto que considera positivo.

Apresentam-se a concurso perto de 200 filmes, em representação da Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bósnia-Herzgovinia, Brasil, Burkina Fasso, Canadá, China, Egipto, Emiratos Árabes Unidos, Escócia, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, França, Holanda, Hungria, Índia, Inglaterra, Irão, Itália, Israel, Japão, Lituânia, México, Moçambique, Noruega, Polónia, Portugal, Rússia e Suíça.

Na abertura do Festival foi apresentada a série “11th September”, constituída por 11 filmes de 11 minutos e 09 segundos, de 11 realizadores de vários países, numa alusão aos sentimentos mundiais provocados pelos atentados contra as Torres Gémeas do World Trade Center, de Nova Iorque.

A organização considera que “as inquietações do mundo de hoje, sobretudo as que emergiram com os atentados terroristas do 11 de Setembro, estão retratadas na grande maioria dos filmes concorrentes a esta oitava edição do Cine’Eco”.

 

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