Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº56    Outubro 2002

Dossier

PROCURA CRESCE EXPONENCIALMENTE

Esart bate recordes

O presente ano lectivo foi aquele em que a Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco teve mais procura em todos os cursos, tendo apenas ficado livres algumas vagas no Curso de Design Moda e Têxtil, curso em cujo último candidato tem média de 13, enquanto que a média do último aluno que entrou em Artes da Imagem se cifrou em 14,1.

Os números deixam naturalmente satisfeito o director da escola, Fernando Raposo, o qual afirma que a procura generalizada nestas áreas justifica a insistência da escola no arranque do Curso de Design de Interiores, o qual já foi solicitado no ano passado, embora não tenha sido objecto de aprovação.

Já na área da música, este ano entraram 35 alunos e foram preenchidas todas as vagas da formação musical. Nota relevante para o director é também a chegada de alunos estrangeiros. “Pela primeira vez temos três alunos que vêm do estrangeiro, um português que estudava no Real College, em Inglaterra, e que vem estudar piano com o professor Caio Pagano, à semelhança do que acontece com uma aluna que veio de França. Na área do violoncelo chegou também um aluno da África do Sul para trabalhar com o professor Manuel Rocha”.

Fernando Raposo considera que estas chegadas provam que a escola já se afirmou no país e fora dele, o que resulta também do esforço na qualificação do corpo docente. “A grande maioria dos professores de artes visuais tem o mestrado concluído e os outros encontram-se a frequentá-lo, pelo que, dentro em breve, apesar de jovem, a Esart terá um corpo docente muito bem qualificado”.

E a afirmação na região também começa a dar frutos. A Esart foi a escola escolhida para coordenar a gestão e programação do 1º Festival de Música NaturTejo, o qual é organizado pelas autarquias de Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Proença, Idanha, Penamacor e Nisa, localidades onde decorrem as actividades entre 28 de Outubro e 7 de Dezembro. No total realizam-se 19 concertos desde música jazz à étnica até música clássica contemporânea, todos eles integrados no ciclo Cultura Politécnica, o qual já se realiza desde 1996.

Entre os artistas convidados encontram-se os nomes de Rão Kyao, Marisa Santos, trio de jazz Carlos Azevedo, Big Band D. Corleone, Grupo de Metais do Seixal, além dos grupos de câmara e da Orquestra da Esart. Espera-se assim um leque de bons concertos, numa forte ligação com a comunidade, a qual a escola quer cimentar, pelo que, por si só, já tem um conjunto de actividades previstas para este ano.

“Estamos a estabelecer protocolos com várias câmaras no sentido de serem realizados espectáculos com grupos da escola e com outros, além da criação de suportes a nível do audio-visual”, refere Fernando Raposo. Na ligação à comunidade está ainda prevista a realização da escola aberta durante uma semana, nos meses de Fevereiro ou Março. Para Abril está marcada a segunda edição do Simpósio de Moda e Têxtil, enquanto em Maio decorre a 1ª Beiras Bienal Design, que contará com os melhores designers nacionais de comunicação e equipamento.

A escola está ainda a preparar vários concertos comentados, com vista à formação de públicos e prepara actividades conjuntas com o Orfeão de Castelo Branco, Conservatório de Castelo Branco e Academia do Fundão, além de estar a agendar o lançamento do livro “Evolução e Qualidade do Ensino do Design Gráfico em Portugal”, da autoria de Alexandra Cruchinho, bem como duma revista sobre artes visuais, música e artes do espectáculo, a qual será dirigida a estudantes do Superior e do Ensino Secundário.

 

 

 

INGLÊS E FRANCÊS PODEM NÃO FUNCIONAR

ESE estuda alternativas

O director das Escola Superior de Educação de Castelo Branco, José Pires, considera que os resultados das colocações da primeira fase ficaram aquém das expectativas, mas afirma que “houve uma campanha institucional contra a formação de professores, desde Abril último, altura em que começou a ser traçado um quadro negro que reduziu ainda mais o número de candidatos, isto a juntar à realidade de que as saídas profissionais estão saturadas”.

O certo é que se os cursos de Educação de Infância e de Professores do 1º Ciclo ficaram completos (e até com cerca de 40 alunos devido a transferências e concursos especiais), nos de segundo ciclo verificaram-se quebras acentuadas, com zero colocação em Francês, cinco em Inglês, oito em Matemática/Ciências, 11 em Educação Física e 16 em Educação Visual e Tecnológica. Em Tradução e Secretariado, na primeira fase entraram 15 alunos em 35 vagas.

Depois dos concursos especiais, o número de alunos cresceu em alguns cursos, designadamente mais dois em EVT e Educação Física, mais três em Matemática e a Tradução e Secretariado tem já 26. Ainda assim, dois cursos preocupam. “Se os cursos de Francês e Inglês se mantiverem com um número inferior a 10 alunos, os cursos não funcionam, o que significa que deverá haver rateio entre as instituições desta área, podendo a ESE receber alunos num determinado curso e prescindindo dos de outro curso”.

Mas se para já a preocupação está em dois cursos, o baixo número de candidatos levanta problemas noutros em termos futuros. “Este quadro continuado de saturação profissional na área do ensino e a perspectiva de intervenção do ministro da Ciência e do Ensino Superior, implica um repensar das áreas de intervenção das ESEs. Por um lado, é preciso potenciar os recursos docentes em novas áreas de formação, garantindo ao mesmo tempo a suspensão e não a extinção dos cursos, a fim de os poder recuperar, com as reestruturações necessárias, logo que o quadro de saturação se dilua”.

José Pires pensa que o cenário se inverterá dentro dos próximos 10 anos, sobretudo devido às aposentações e a novas apostas de orientação curricular que acontecerão nos ensinos Básico e Secundário. Para já, porém, é preciso tomar decisões. “A ESE está a encarar a possibilidade de suspender imediatamente os cursos que não preenchem as vagas mínimas, além de enquadrar soluções alternativas para outros que apresentam claros índices de saturação”.

De acordo com aquele responsável, até Dezembro a escola vai apresentar duas ou três propostas de novas áreas de formação e novos cursos de licenciatura que sejam alternativa aos que vierem a ser suspensos. A partir de Janeiro será iniciada a abordagem de alternativas em termos de áreas de formação a oferecer na escola e que podem passar por ofertas na área de formação contínua especializada, pós-graduações e cursos de especialização tecnológica, destinados a alunos com o 12º que não entraram no Superior
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RAIA SEM FRONTEIRAS

Castelo Branco a abrir

De 11 de Outubro a 9 de Novembro, a cidade de Castelo Branco vai estar de braço dado com a cultura na edição de 2002 do Encontro de Culturas raianas denominado Raia sem Fronteiras, uma iniciativa da Câmara de Castelo Branco que inclui encontros de escrita, mostra de fotografia, música, cinema luso-espanhol, intercâmbios desportivos ibéricos, uma mostra de tradições e dos produtos da terra.

Já no próximo dia 26 de Outubro, até 9 de Novembro, inicia-se a mostra de fotografia subordinada ao tema “Fronteiras, Espelhos do Mundo”, a qual integra trabalhos de Pedro Letria e Anna Dias (no Centro Artístico Albicastrense) e ainda de Luísa Ferreira e Marina del Mar, esta última uma exposição que estará patente na Sala da Nora do Cine-Teatro Avenida. A 27, às 15 horas, na Casa do Arco do Bispo, é inaugurada a exposição de fotografia de Pedro Santa Bárbara e Nacho Doce, enquanto que às 17, no Celeiro da Ordem de cristo é apresentada a exposição de fotografia de Paiva Pessoa, além de uma colecção de fotografias históricas cedidas pelos Ayuntamientos de Cáceres e Plasência.

O cinema vai estar em destaque de 1 a 3 de Novembro, no Cine-Teatro Avenida, onde serão apresentados filmes do português Fernando Lopes e do espanhol Fernando Trueba. Já a 8 e 9 de Novembro decorrem os encontros de escrita, ambos a realizar no Salão Nobre da Câmara Municipal. O primeiro, a partir das 15 horas de dia 8 conta com a presença de Mário Bettencourt Resendes, Sena Santos, Adelino Gomes, Álvaro Campos Pâmpano e Manuel Martinez Mediero, num debate a ser moderado pelo escritor João de Melo.

Já o segundo encontro de escrita, a partir das 15 horas de dia 9, conta com Mário Mesquita, Diana Andringa, Fernando Alves, Ramon Font, Miguel Ángel Aguillar e Diego Carcedo, um encontro que será moderado pelo jornalista Fernando Paulouro. Neste mesmo dia haverá um recital com os cantores Vitorino e Zé Carvalho, o qual está agendado para as 22 horas no Cine-Teatro Avenida.

Para trás ficam encontros de escrita com personalidades de ambos os lados da fronteira, casos de Onésimo Teotónio de Almeida, José Manuel Fajardo, António Cabrita, Ivo Machado, António Salvado, Virgílio Alberto Vieira, Alfredo Pita, Karla Suarez, Pires Laranjeira, José Manuel Guardado Moreira, José Manuel Mendes, Adriano Moreira, Jorge Gaspar, Valentim Cabero, Lorenzo Lopes Trigal, António Campesino e Eduardo Marçal Grilo.

Entre 17 e 20 de Outubro decorre ainda uma mostra das tradições e dos produtos da terra, no ex-Quartel da Devesa, enquanto que no Museu Tavares Proença Júnior está patente a exposição “Com o Suor no Rosto”, da autoria da escultora e pintora beirã Cristina Ataíde. Nos dias 19 e 20 de Outubro está ainda marcado um intercâmbio desportivo transfronteiriço, com cicloturismo e um torneio quadrangular juvenil.

 

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