Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº56    Outubro 2002

Dossier

ESART E AS NOVAS TECNOLOGIAS

O Auto da Internet

A Escola Superior de Artes Aplicadas, em conjunto com a Universidade Nova de Lisboa e a Câmara de Castelo Branco estão a assinalar da melhor maneira os 500 anos da obra do dramaturgo português Gil Vicente. E no âmbito do Programa Castelo Branco Cidade Digital apresentaram algumas peças, filmaram-nas e vão colocá-las em cd-roms e na internet, o que dará aparecimento a um... Auto da Net, demonstrando que Gil Vicente permanece actual. “Este projecto é composto por três fases. A primeira consistiu em fazer o vídeo do espectáculo. A segunda diz respeito à apresentação do espectáculo ao público e a terceira será a digitalização de todo o projecto, de onde sairão três CD Rom e três Web Sites”, explica Carlos Correia, membro do Conselho Científico da Esart e responsável pelo desenvolvimento do projecto.

Durante os trabalhos foram apresentados três espectáculos de Gil Vicente, a Farsa de Inês Pereira, o Auto da Alma e o Pranto de Maria Parda. Além das filmagens e dos espectáculos em si, o projecto envolveu ainda um colóquio sobre trilogia vicentina, pedagogia e didáctica do Teatro Gil Vicente, e um espectáculo de rua, em Castelo Branco. Mas a divulgação da obra de Gil Vicente não se ficou por aqui, como refere Carlos Correia. “Recentemente fiz a adaptação para português moderno das obras de Gil Vicente, o que vai ser colocado no CD-Rom que estamos a elaborar. Trata-se de um documento útil, pois permitirá aos alunos compararem as duas versões”.

Na implementação do projecto sobre Gil Vicente, Carlos Correia destaca a participação da Escola Superior de Artes Aplicadas. “É uma das meninas dos meus olhos, até porque faço parte do seu Conselho Científico. E este projecto tem sido feito com a participação de alunos que têm tido aulas ao vivo com responsáveis de várias áreas, como o vídeo e a multimédia. Nesse sentido, criámos, na Esart, o Centro de Investigação de Multimédia e Arte, que é um organismo intimamente ligado ao Centro de Investigação de Tecnologias Interactivas da Universidade Nova, o que permite um transvase de saberes entre os dois organismos”.

Considerado um dos responsáveis pelo aparecimento do primeiro CD interactivo português, Carlos Correia é um dos investigadores portugueses que mais contributos tem dado na área da utilização das novas tecnologias. É também uma das pedras chave do desenvolvimento do Projecto Castelo Branco Cidade Digital. Uma aposta que já está a dar passos importantes. “Neste momento já existe uma equipa a trabalhar em Castelo Branco, pelo que até ao final do ano vamos apresentar grandes surpresas no domínio da Web Line”, diz, não adiantando mais pormenores
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Scutvias recruta na Tecnologia

Joana Dias e Paulo Pereira concluíram o curso de engenharia Informática e Tecnologias de Informação na Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco. Hoje são engenheiros na Scutvias, empresa a quem foi concessionada a Auto-Estrada da Beira Interior. Apesar das suas formações no 12º ano não estarem relacionadas com as engenharias, tanto a Joana como o Paulo optaram, como primeira escolha, pelo curso da Superior de Tecnologia. “Optámos por este curso devido às saídas profissionais. É evidente que no início sentimos algumas dificuldades, pois entrámos para uma instituição nova e para uma área de formação inovadora”, dizem.

Hoje desempenham funções na área da manutenção, acompanhamento e instalação do sistema de portagens virtuais que a Scutvias está a implementar na Auto Estrada da Beira Interior. “Nesta matéria estamos a ser pioneiros em Portugal, o que é positivo. Nos troços que estão abertos ao trânsito o sistema já foi implementado, transmitindo os dados ao centro de controlo”, explicam. Além daquele trabalho, Joana Dias e Paulo Pereira desenvolvem “software para a Scutvias e iremos começar a desenvolver uma página de Internet para a empresa”, adiantam.

O bacharelato concluído na Superior de Tecnologia acabou por corresponder às suas expectativas. “Aplicamos muitas das ferramentas que aprendemos. De qualquer modo, e pensamos que esse é um aspecto comum em todo o País, os cursos deveriam fomentar a realização de estágios em empresas. Isso iria melhorar a entrada no mundo do trabalho dos recém formados. Isto porque a experiência vivida dentro das empresas também é importante, além da forte componente prática que temos na escola”, adiantam.

A chegada à Scutvias processou-se de forma natural. “Em resposta a um concurso decidi concorrer. Entrei mesmo antes de ter concluído o bacharelato. Na altura ainda estávamos a testar uma rede primária”, explica Joana Dias. Já a entrada de Paulo Dias na Scutvias foi feita “na fase em que as portagens virtuais começaram a ser implementadas”. Hoje mostram-se satisfeitos com o trabalho que estão a desenvolver, enquanto prosseguem os seus estudos
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