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ESART E AS NOVAS
TECNOLOGIAS
O Auto da Internet
A Escola Superior de Artes Aplicadas, em conjunto com a Universidade Nova de Lisboa e a Câmara de Castelo Branco estão a assinalar da melhor maneira os 500 anos da obra do dramaturgo português Gil Vicente. E no âmbito do Programa Castelo Branco Cidade Digital apresentaram algumas peças, filmaram-nas e vão colocá-las em cd-roms e na internet, o que dará aparecimento a um... Auto da Net, demonstrando que Gil Vicente permanece actual. “Este projecto é composto por três fases. A primeira consistiu em fazer o vídeo do espectáculo. A segunda diz respeito à apresentação do espectáculo ao público e a terceira será a digitalização de todo o projecto, de onde sairão três CD Rom e três Web Sites”, explica Carlos Correia, membro do Conselho Científico da Esart e responsável pelo desenvolvimento do projecto.
Durante os trabalhos foram apresentados três espectáculos de Gil Vicente, a Farsa de Inês Pereira, o Auto da Alma e o Pranto de Maria Parda. Além das filmagens e dos espectáculos em si, o projecto envolveu ainda um colóquio sobre trilogia vicentina, pedagogia e didáctica do Teatro Gil Vicente, e um espectáculo de rua, em Castelo Branco. Mas a divulgação da obra de Gil Vicente não se ficou por aqui, como refere Carlos Correia. “Recentemente fiz a adaptação para português moderno das obras de Gil Vicente, o que vai ser colocado no CD-Rom que estamos a elaborar. Trata-se de um documento útil, pois permitirá aos alunos compararem as duas versões”.
Na implementação do projecto sobre Gil Vicente, Carlos Correia destaca a participação da Escola Superior de Artes Aplicadas. “É uma das meninas dos meus olhos, até porque faço parte do seu Conselho Científico. E este projecto tem sido feito com a participação de alunos que têm tido aulas ao vivo com responsáveis de várias áreas, como o vídeo e a multimédia. Nesse sentido, criámos, na Esart, o Centro de Investigação de Multimédia e Arte, que é um organismo intimamente ligado ao Centro de Investigação de Tecnologias Interactivas da Universidade Nova, o que permite um transvase de saberes entre os dois organismos”.
Considerado um dos responsáveis pelo aparecimento do primeiro CD interactivo português, Carlos Correia é um dos investigadores portugueses que mais contributos tem dado na área da utilização das novas tecnologias. É também uma das pedras chave do desenvolvimento do Projecto Castelo Branco Cidade Digital. Uma aposta que já está a dar passos importantes. “Neste momento já existe uma equipa a trabalhar em Castelo Branco, pelo que até ao final do ano vamos apresentar grandes surpresas no domínio da Web Line”, diz, não adiantando mais pormenores.

Scutvias recruta na
Tecnologia

Joana Dias e Paulo Pereira concluíram o curso de engenharia Informática e Tecnologias de Informação na Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco. Hoje são engenheiros na Scutvias, empresa a quem foi concessionada a Auto-Estrada da Beira Interior. Apesar das suas formações no 12º ano não estarem relacionadas com as engenharias, tanto a Joana como o Paulo optaram, como primeira escolha, pelo curso da Superior de Tecnologia. “Optámos por este curso devido às saídas profissionais. É evidente que no início sentimos algumas dificuldades, pois entrámos para uma instituição nova e para uma área de formação inovadora”, dizem.
Hoje desempenham funções na área da manutenção, acompanhamento e instalação do sistema de portagens virtuais que a Scutvias está a implementar na Auto Estrada da Beira Interior. “Nesta matéria estamos a ser pioneiros em Portugal, o que é positivo. Nos troços que estão abertos ao trânsito o sistema já foi implementado, transmitindo os dados ao centro de controlo”, explicam. Além daquele trabalho, Joana Dias e Paulo Pereira desenvolvem “software para a Scutvias e iremos começar a desenvolver uma página de Internet para a empresa”, adiantam.
O bacharelato concluído na Superior de Tecnologia acabou por corresponder às suas expectativas. “Aplicamos muitas das ferramentas que aprendemos. De qualquer modo, e pensamos que esse é um aspecto comum em todo o País, os cursos deveriam fomentar a realização de estágios em empresas. Isso iria melhorar a entrada no mundo do trabalho dos recém formados. Isto porque a experiência vivida dentro das empresas também é importante, além da forte componente prática que temos na escola”, adiantam.
A chegada à Scutvias processou-se de forma natural. “Em resposta a um concurso decidi concorrer. Entrei mesmo antes de ter concluído o bacharelato. Na altura ainda estávamos a testar uma rede primária”, explica Joana Dias. Já a entrada de Paulo Dias na Scutvias foi feita “na fase em que as portagens virtuais começaram a ser implementadas”. Hoje mostram-se satisfeitos com o trabalho que estão a desenvolver, enquanto prosseguem os seus estudos.

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