NA SUPERIOR DE SAÚDE
Sete vagas em aberto
Na Escola Superior de Saúde Lopes Dias, em Castelo Branco apenas restam sete vagas por preencher, o que não sucedeu por falta de candidatos, mas apenas porque se verificam sempre algumas desistências. “São pessoas que são de longe e preferem não se matricular para tentarem ficar numa escola mais próxima da sua localidade”, afirma o sub-director da escola, Preto Ribeiro.
De facto, este ano aumentou o número de candidatos a cada um dos três cursos da escola, pelo que as 80 vagas de Enfermagem mais as 25 de Fisioterapia e as 25 de Análises Clínicas serão poucas para a procura. A escola fica assim com 400 alunos quando há três anos tinha pouco mais de 100. O crescimento motivou mesmo a procura de instalações, as quais surgiram no ano passado.
“O arrendamento do edifício da Rua de São Sebastião resolveu o problema das salas que precisávamos, pelo que pudemos libertar o espaço que ocupávamos na Superior Agrária, deixando-o à Escola Superior de Artes, que também está a crescer e precisava dele. Hoje temos dois edifícios próximos um do outro, o que nos permite um funcionamento com normalidade”.
Preto Ribeiro garante ainda que, embora os cursos de Análises Clínicas e de Fisioterapia ainda só estejam no segundo ano, pelo que haverá entrada de alunos mais dois anos sem que se verifiquem saídas, esse facto não constitui um problema, dado que as instalações serão suficientes. “Será até possível com os espaços actuais realizar os cursos de complemento de formação para enfermeiros”.
Para ir além destas áreas é que já serão necessárias as novas instalações da Superior de Saúde previstas para a Avenida do Empresário, pelo que não surgirão novos cursos nos próximos anos. “Temos alguns cursos previstos no nosso plano de desenvolvimento, mas a sua abertura está condicionada pelas instalações, até porque são formações com uma forte componente tecnológica, laboratorial e experimental, o que implica laboratórios e espaços para práticas”.
Com as novas instalações, porém, os cursos poderão avançar e os formados não deverão ter dificuldade de colocação, como acontece actualmente. “Os formados pela escola conseguem colocação no mercado de trabalho. O facto de 50 por cento das nossas vagas terem preferência regional leva também a que muitas pessoas da região estudem aqui e fiquem cá a trabalhar. Cumpre-se assim um objectivo da escola, a qual foi criada precisamente porque não havia profissionais na região”.
Foi nesse sentido que há dois anos surgiram duas novas licenciaturas, o que obrigou a adaptações. “Os dois novos cursos obrigaram a uma série de adaptações de espaço e constituíram um grande esforço da escola. Hoje podemos garantir formação de qualidade olhando aos equipamentos e aos professores, mas queremos ainda ser melhores e, de futuro, esperamos ter laboratórios e um ginásio ainda com mais espaço”.
O futuro passa também pela eleição duma nova direcção, dado que a directora da escola, Ana Maria Malva Vaz é agora vice-presidente do Politécnico. “Vivemos uma situação excepcional, em que o sub-director assume as funções de director. Só que o sub-director é nomeado e, embora tendo conhecimento pleno dos dossiers, gostava que o processo demorasse o menos possível, de modo a que a nova direcção estivesse eleita no início do ano”.
Para já, Preto Ribeiro não adianta se será ou não candidato. Diz apenas que “a escola tem um forte sentido de grupo e vai encontrar soluções. Neste momento está ao nível do debate interno, sendo certo que queremos um processo o mais tranquilo possível, mantendo a serenidade e a calma que a escola tem e da qual necessita para funcionar".

A VIRGÍLIO PINTO DE
ANDRADE
Agrária presta
homenagem
A Escola Superior Agrária de Castelo Branco vai prestar uma homenagem ao anterior presidente da Comissão Instaladora do Politécnico, Virgílio Pinto de Andrade, a qual irá decorrer no próximo dia 13 de Novembro no Auditório A1, o qual será baptizado com o nome daquele professor, considerado um dos impulsionadores do ensino politécnico na cidade albicastrense.
A confirmação foi dada ao Ensino Magazine pelo director da escola, José Carlos Gonçalves. “A homenagem vai ser integrada na sessão de abertura do ano lectivo. Todos sabemos quem foi o professor Virgílio Pinto de Andrade, o papel social que teve e a sua importância no Politécnico e nos destinos da Superior Agrária. Pensamos que é chegada a altura da Escola Superior Agrária lhe prestar um tributo. Esta era uma ideia que tinha desde que tomei posse, mas agora chegou a altura”.
Mas as metas da escola passam também pela maior colocação de alunos que aconteceu este ano relativamente ao ano passado. “Uma das razões para esse facto prende-se com a aprovação e entrada em funcionamento dum novo curso nesta escola, o de Engenharia Biológica e Alimentar, uma área importante em termos de necessidades do País, como o prova o facto de terem sido preenchidas as 60 vagas com médias interessantes”.
Em relação aos outros cursos, a escola procedeu a reestruturações nos ramos Agrícola e Rural, que passaram a chamar-se Engenharia das Ciências Agrárias e Ambiente. “O número de colocados atingiu 63 por cento, o que foi interessante”. Já as engenharias de Produção Animal e de Florestal tiveram a procura verificada em termos nacionais, com percentagens de entrada entre os 20 e os 40 por cento.
“Estas são áreas que se deparam com dificuldades, o que é consequência de toda a conjuntura e de toda a parte estrutural que Superior sofre. Naturalmente, não estamos satisfeitos, mas olhando à realidade, penso que a Superior Agrária está a responder bem às necessidades de adaptação e modificação”.
Para a segunda fase, José Carlos Gonçalves espera mais alunos que no ano passado. “No ano passado havia mais de oito mil alunos na segunda fase. Este ano existem cerca de 12 mil. É certo que também há mais vagas, mas se obtivermos uma percentagem de ocupação semelhante à do ano passado já seria bom, o que traria, no total das duas fases, mais alunos que aconteceu no ano passado”.
O caso mais preocupante será a Engenharia Florestal, em que entraram apenas 11 alunos, mas o director está confiante que será ultrapassado o número mínimo de 20 alunos, o nível que considera crítico para que o curso funcione. “O curso está a funcionar e os alunos colocados estão a ter as suas aulas. O mesmo se passa em relação à Engenharia da Produção Animal, que teve apenas 17 colocados, mas que aumentará na segunda fase”.
De futuro, olhando à redução da população e consequente redução do número de candidatos, aliada aos mais de 40 por cento que não terminam o Secundário, o director da escola considera que é necessário reflectir. Uma das questões será a da nota mínima de 9,5 nas provas específicas, que poderá avançar e que, só este ano, limitaria a entrada a quatro mil e 700 dos 45 mil alunos que entraram.
O director da ESA considera que é necessário ponderar bem a questão, dado que os problemas surgem sobretudo ao nível da Física, Matemática e Química, o que limitará a entrada em cursos de áreas tecnológicas, aquelas que têm mais possibilidade de criação de emprego. “Estamos claramente contra esta decisão”. Está no entanto a favor da realização de cursos de especialização tecnológica, destinados a alunos com o 12º Ano que não entrem no Superior, uma área em que a escola está a trabalhar. “Estamos a preparar vários cursos nesta área para vigorarem no próximo ano”.

DOCENTES DO IPCB ESCREVEM
Livro de economia
Rui Alves e Domingos Santos, docentes no Instituto Politécnico de Castelo Branco, são dois dos autores do Compêndio de Economia Regional. Um livro inovador que se destina ao ensino de cursos superiores e que constitui uma novidade a nível europeu.. Coordenado por José Silva Costa e editado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional (APDR), o novo manual contou com a colaboração de cerca de 30 investigadores e no entender da APDR é “uma obra concebida para apoiar a leccionação a nível superior de cursos na área da economia e do desenvolvimento regional”.
A participação dos dois docentes do Politécnico de Castelo Branco surge como mais um contributo para a obra. “Nesta área concreta não existe, em Portugal, uma grande literatura de referência. Daí que este trabalho tenha um objectivo didáctico numa área vasta, que vai desde a economia regional, ao ordenamento do território, entre outros aspectos”, começa por explicar Domingos Santos. Uma opinião partilhada pelo docente da Superior de Tecnologia, Rui Alves: “é uma obra que apresenta uma grande diversidade temática, que integra não só as teorias tradicionais, casos da neo-clássica e clássica, mas também as mais recentes, como as novas teorias da inovação. Além disso surgem também referenciadas as técnicas utilizadas para trabalhar nessas áreas, ligando as novas tecnologias às técnicas antigas, o que até aqui nunca foi feito”.
A apresentação de contributos de investigadores de formações distintas e oriundos de escolas diferentes é um dos trunfos do livro agora publicado. “Hoje muitos modelos começam a ser questionados porque, do ponto de vista do cálculo e da manipulação, tinham algumas restrições que agora começam a ser ultrapassadas. Isso verifica-se, por exemplo, com os modelos utilizados na determinação do crescimento das cidades, pois aquilo que se verifica é que hoje é possível desenvolverem-se novos modelos e que cada cidade pode ter o seu. E as novas tecnologias permitem fazer isso tudo, além de gerarem novas variáveis”, explica Rui Alves, para quem a abordagem do desenvolvimento regional “utiliza mais o multicritério do que o monocritério, onde a função económica estava sempre por trás dessa abordagem”.
Tanto Domingos Santos como Rui Alves não têm dúvidas em considerar que não existe na “Europa um Compêndio tão vasto, pois integra as diversas abordagens, desde as teorias antigas aos novos instrumentos que estão à disposição comunidade científica e técnica”.

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