Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº49    Março 2002

Universidade

ENTRE 10 E 12 DE ABRIL

Jornadas na UBI

A Universidade da Beira Interior é a anfitriã das XII Jornadas Luso-Espanholas de Gestão Científica, as quais decorrem de 10 a 12 de Abril e têm como objectivo aproximar as Instituições de Ensino Superior Ibéricas. Algo que se fará, uma vez que a UBI pretende continuar a desenvolver o trabalho de investigação científica, em Portugal e Espanha, na área das ciências empresariais.

O certame conta já com inscrições de mais de 500 conferencistas pertencentes a 42 Universidades e Instituições Portuguesas, 39 Universidades e Instituições Espanholas, 18 Universidades Brasileiras e ainda oito Universidades de outros países. Todos eles abordarão temas relacionados com contabilidade e fiscalidade, economia da empresa, entrepreneurship e PME, finanças, gestão estratégica e competividade. Outros temas serão a gestão da produção e qualidade, inovação e desenvolvimento, internacionalização de empresas, marketing, matemática aplicada à gestão, bem como recursos humanos e sistemas de informação e tecnologia.

A organização teve ainda necessidade de criar uma nova área de debate, caso de Organização e Gestão de Instituições do Ensino Superior. Já a escolha da UBI para palco das jornadas justifica-se por aquela instituição colaborar com universidades estrangeiras, como é o caso da Universidade da Extremadura, fruto das participações da universidade em anteriores iniciativas do mesmo género.

Mário Raposo, vice-reitor da UBI, é o coordenador das jornadas, em conjunto com alguns docentes desta instituição. Na organização deste evento colaboraram ainda alguns alunos de diversos cursos da universidade. Nas últimas realizações tem sido notório o enorme interesse e um crescente envolvimento de especialistas e empresários Ibéricos.

 

 

 

UBI E PONTIFÍCIA DE SALAMANCA

Projecto Ibérico

A Universidade da Beira Interior e a Universidade Pontifícia de Salamanca estão a desenvolver um projecto de investigação comum sobre distúrbios alimentares. Isso mesmo foi confirmado ao Ensino Magazine por António Sanches Cabaco, docente naquela universidade espanhola e um dos responsáveis pelo projecto de cooperação. “Em Espanha este projecto já tem dois anos e procuramos estudar factores que provoquem desvios alimentares, como a anorexia e a bulimia. E é esse projecto que queremos também transportar para Portugal, com a Universidade da Beira Interior”.

Para já o balanço do projecto, no lado de lá da fronteira, é positivo, embora Sanches Cabaco sublinhe que “só em Junho haverá resultados concretos”. Para aquele responsável o projecto que vai ser implementado no nosso País é “bastante interessante pois vai-nos abrir caminhos para que, no futuro, possamos, em conjunto, abraçar outros projectos de maior envergadura, até porque a Universidade da Beira Interior lecciona também o curso de psicologia”.

De acordo com aquele responsável este tipo de estudo “é pioneiro em Portugal e os seus resultados vão ser muito úteis para diferentes áreas, como a saúde”. Daí que Sanches Cabaco considere que a nova Faculdade de Medicina da UBI possa vir a beneficiar com o projecto que está a ser implementado. “Em Espanha estamos a trabalhar, com o mesmo instrumento de trabalho, mas noutras áreas e em colaboração com a Faculdade de Medicina, para a detecção de problemas emocionais em mulheres grávidas. O balanço desse trabalho é muito positivo, e como o instrumento de trabalho é o mesmo acredito que os profissionais de saúde em Portugal venham a beneficiar com ele”.

Segundo Sanches Cabaco a cooperação que está a ser desenvolvida pelas duas instituições de ensino superior resulta de intercâmbios relacionados com o Programa Erasmos e do Convénio Marco, em que as duas universidades estão envolvidas e onde estão a ser desenvolvidos vários projectos.

 

 

UNIVERSIDADE DE ÉVORA

As apostas de Patrício

“A Educação ocupa o lugar central na minha vida”. Foi assim que Manuel Ferreira Patrício, o novo reitor da Universidade de Évora, começou a sua intervenção, na sessão de tomada de posse naquele cargo. Numa altura em que o ensino superior enfrenta grandes desafios, fruto da Declaração de Bolonha e dos cortes orçamentais que afectaram as instituições de ensino superior, o novo reitor da Universidade de Évora tem ideias muito concretas sobre aquilo que quer para aquele organismo. “A universidade tem de dar o devido relevo à profissionalidade, mas não pode transformar-se num estabelecimento de ensino profissional”, lembrou.

No entender de Manuel Ferreira Patrício a Universidade deve “integrar a profissionalidade, mas não pode limitar-se a ela”. Por isso afirma que a universidade deve ter funções estruturais, como a investigação, o ensino-aprendizagem, a extensão e serviço à comunidade, ou a de síntese antropológica”. Num discurso muito elaborado, o novo reitor daquela instituição lembrou as dificuldades económicas que estão a afectar o ensino superior em Portugal, às quais a Universidade de Évora não passa ao lado. “A asfixia financeira tem que ser imediatamente interrompida, para que a universidade possa, a curto prazo, respirar saudavelmente. Mas não é o reitor, solitário no exercício do seu magistério institucional, nem é mesmo o Reitor com a sua equipa, que vai realizar o Milagre da Rosas, que melhor se designar por milagre dos euros. Deve, isso sim, ser a universidade inteira a assumir completamente a situação da instituição”.

Apesar das dificuldades anunciadas e de se considerar que esse aspecto poderá prejudicar o seu plano de acção, Manuel Ferreira Patrício divulgou medidas que espera ver realizadas a curto prazo. Exemplo disso é a melhoria da situação administrativa e financeira da universidade, através da racionalização administrativa, numa base de eficácia e de responsabilidade. Outro aspecto que o novo Reitor da Universidade de Évora que ver cumprido diz respeito à promoção da dinâmica investigativa, com incidência na produção científica, tecnológica, empírica e artística. “Facto que implica a adopção rápida de medidas que tenham em vista ultrapassar constrangimentos que há muito constituem um factor objectivo de bloqueio”. No que concerne à área de formação, Manuel Ferreira Patrício diz que é “necessário assumir a importância dos cursos de pós-graduação. Por isso proponho-me criar uma estrutura coordenadora das pós-graduações”.

Mas há outras medidas que o novo Reitor da Universidade de Évora espera implementar, como a construção de uma base de dados das instalações da instituição, a acreditação de cursos, a reestruturação dos processos de ensino-aprendizagem e a promoção de um relacionamento “mais íntimo, entre a Universidade e a sociedade Alentejana, visando o seu desenvolvimento, através da criação de um Observatório de Desenvolvimento do Alentejo”.

Além das medidas imediatas, no seu plano de acção Manuel Ferreira Patrício apresentou sete objectivos que pretende cumprir ao longo do seu mandato, a saber: Promoção da ciência, da tecnologia, das humanidades, da Arte e da Cultura; Formação humana dos utentes da Universidade; Formação de quadros e formadores; Desenvolvimento Nacional e do Alentejo; Implementação do Processo desencadeado pela Declaração de Bolonha e a Consolidação da Cooperação. Para levar a cabo todas as suas ideias e apostas, o novo Reitor da Universidade de Évora será coadjuvado por quatro vice-reitores (responsáveis pelas áreas administrativa, financeira, investigação, cooperação, formação, e recursos físicos), e com quatro Pró-reitores, que se encarregarão da superintendência das tarefas e missões relacionadas com a avaliação.

 

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