PEDAGOGIA BEIRÃ NO
MÉXICO
Como aprender a
ensinar
A Universidade Autónoma do Estado de Hidalgo, no México, está a estreitar relações com o Politécnico de Castelo Branco, o que levou Paulo Afonso, docente da ESE de Castelo Branco, àquela instituição no passado mês de Fevereiro, na qual preferiu um conjunto de conferências sobre temas de pedagogia, além de ter dinamizado alguns cursos de formação de professores na área pedagógica.
O convite surgiu em Espanha, onde Paulo Afonso conheceu um professor daquela universidade e assentou precisamente no facto da formação inicial do docente albicastrense ter sido concluída na Superior de Educação e ser bem diferente da ministrada no México, onde o ensino é mais teorico-científico do que prático, ficando para segundo plano a questão da didáctica, ou seja do ensinar a aprender.
Como a formação de professores na ESE assume uma vertente científica e didáctica que é posta em prática ainda no decorrer do curso de formação inicial, as conferências de Paulo Afonso reuniram o interesse de muitos professores. “Surgiu a hipótese de ministrar um curso de didáctica para os docentes do Departamento de Química. Trata-se de um conjunto de professores, muitos deles mestres e doutores, com muita formação científica. E, apesar de continuarem a apostar em mais formação, sentiam que nem por isso as suas aulas eram mais interessantes do ponto de vista pedagógico”.
Nesse sentido, Paulo Afonso trabalhou com aqueles docentes algumas noções básicas de didáctica geral, desde a planificação, aos objectivos e à avaliação. “Notei alguma confusão entre avaliar e classificar”. Uma das questões que mais o tocou foi o facto da avaliação se basear quase exclusivamente em testes e de, na cotação desses testes, a pergunta mais difícil ser a mais cotada.
“Disse-lhes que, se a pergunta mais difícil já é para diferenciar os melhores e ainda lhe dão mais pontuação, estão a penalizar duas vezes os alunos com mais dificuldades”. Algo que os professores aceitaram e que foi trabalhado, junto com outras questões ao longo de uma semana.
Nos dias seguintes, em cada uma das quatro escolas secundárias que estão na dependência da Universidade, e que preparam os alunos para entrarem na instituição, Paulo Afonso preferiu uma conferência de didáctica da matemática e progressão metacognitiva dos alunos. “Como a maioria dos professores das escolas são engenheiros de diversas áreas e têm outras profissões, têm pouca formação pedagógica. Mas isso é uma opção da universidade, que convida especialistas para leccionarem os conteúdos aos alunos”.
Surgiu então a oportunidade de se confrontarem com novas metodologias, a juntar às que já guardavam de quando estiveram na escola como estudantes. “Sendo tendencialmente mais expositivos, procurei que vivessem situações de debate, de comunicação. E desde que regressei tenho recebido mails de alguns deles, que me apresentam alguma dúvidas acerca das metodologias.
Já nos últimos dias, Paulo Afonso proferiu a última conferência acerca de informática, tecnologia e educação, em cuja assistência estiveram alunos de mestrado em ciências da educação e alguns professores. “Analisámos de que forma a Internet pode ajudar hoje na actividade docente. Colocaram-me muitas questões, nomeadamente em que medida é que todo este manancial de informação ajudará ou prejudicará a investigação, uma vez que as fontes nem sempre têm a chancela de uma editora reconhecida”.
Na óptica do professor albicastrense é preciso ter algum cuidado na selecção, mas desde logo há uma vantagem. É que qualquer livro de uma editora reconhecida perde actualidade, às vezes até antes de chegar às bibliotecas. Mas a Internet permite a consulta logo a seguir à escrita, desde que o documento seja disponibilizado, permite também que uma pessoa escreva hoje e publique hoje. Sendo assim, muito se poderá publicar até Fevereiro do próximo ano, altura em que Paulo Afonso deverá estar de novo no México para participar em várias acções na
universidade.

ESA CASTELO BRANCO
Inaugurações a abrir

A Escola Superior Agrária de Castelo Branco acaba de inaugurar o novo circuito de manutenção. Um espaço localizado na área envolvente ao complexo desportivo da escola, que dota aquele estabelecimento de ensino de um parque desportivo invejável, onde se destacam o campo de futebol relvado, a pista de tartan, courts de ténis e polidesportivos.
Além do circuito de manutenção já inaugurado, no final do mês de Abril, está prevista a inauguração do Picadeiro da Escola. Uma estrutura, orçada em 42 mil contos, financiado pelo Prodep, em 75 por cento, pelo Piddac e por verbas próprias da escola.
De acordo com José Carlos Gonçalves, director da ESA, o novo espaço está dotado, além do picadeiro em si, de “estruturas de apoio, como as boxes, espaços para aulas, e uma área destinada ao público”. No total, o picadeiro terá capacidade para seis cavalos, e constitui uma mais valia para a Escola. Segundo apurámos, tudo indica que o novo picadeiro seja inaugurado com a realização de um festival equestre, que poderá ter lugar a 28 de Abril.
COOPERAÇÃO. A Escola Superior Agrária de Castelo Branco e a Universidade de Nitra, da Eslováquia, vão assinar entre si um protocolo de cooperação com vista ao intercâmbio de experiências e à realização de projectos comuns. De acordo com Deolinda Alberto, docente na ESA e responsável pela iniciativa, os elementos da comitiva eslovaca ficaram “satisfeitos com a visita, tendo apresentado um protocolo suplementar, de âmbito mais vasto, onde se integram a organização de eventos em comum, intercâmbio de material educativo e projectos de investigação”. Uma aposta que segundo o Ensino Magazine apurou pode estender-se a outras escolas do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
A vinda da delegação da Universidade de Nitra a Castelo Branco resulta de um protocolo assinado, há dois anos, pelas duas instituições, mas que nunca foi posto em prática. “Com esta visita de trabalho estabeleceram-se laços de cooperação mais fortes”, diz Deolinda Alberto, que no Outono irá leccionar, durante duas semanas, economia agrícola, naquela universidade de leste. Além das reuniões de trabalho, a comitiva eslovaca visitou as instalações da Escola Superior Agrária e diversas explorações agrícolas da Região.
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