Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº51    Maio 2002

Politécnico

POLITÉCNICO DA GUARDA

Museu Virtual avança

O Instituto Politécnico e o Museu da Guarda renovaram, no passado dia 18, o protocolo de cooperação no âmbito do qual será desenvolvida a segunda fase do projecto “Museu Virtual”.

Através deste projecto, “Museu Virtual”, é possível disponibilizar na Internet, o modelo tridimensional do Museu da Guarda, de forma a que qualquer cidadão, independentemente da sua localização geográfica, lhe possa fazer uma visita, a qualquer hora do dia ou da noite. Este modelo virtual permite uma navegação 3D interactiva pelas diferentes salas que o compõem e integra conteúdos multimédia (texto, vídeo, áudio, imagens) de forma a facultar um contacto mais detalhado e realista com todos os objectos em exposição, sejam eles colecções de arqueologia, escultura e pintura sacra, cerâmica ou etnografia regional.

O modelo virtual foi criado através de uma linguagem de modelação de Realidade Virtual (VRML) por Nuno Silva, recém-diplomado em Engenharia Informática na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda, tendo sido desenvolvido durante esta primeira fase de produção, onde intervieram igualmente Carlos Caldeira, Helder Sequeira (Centro de Audiovisuais do Instituto Politécnico da Guarda) e Dulce Helena Borges (Museu da Guarda).

A segunda fase deste projecto vai ser, agora, iniciada com a digitalização de todo o espólio do Museu da Guarda e a criação de uma base de dados multimédia.

Este projecto está a ser coordenado por José Carlos Miranda, docente do departamento de Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG/IPG) e colaborador do Centro de Audiovisuais do Instituto Politécnico da Guarda, serviço promotor deste Projecto.

O documento foi assinado no Dia Internacional dos Museus, reafirma as linhas já delineadas no protocolo firmado em 8 de Fevereiro de 2001, entre o Instituto Politécnico da Guarda e o Museu da Guarda.

 

 

PROGRAMA LÍNGUA

Um jovem na Noruega

Rui Gil, estudante do Instituto Politécnico da Guarda (na Escola Superior de Educação), aproveitou o programa Língua, inserido no Socrates e rumou até à Noruega. É essa experiência que retrata ao Ensino Magazine.

Que expectativas tinha em relação à Noruega?

As expectativas eram grandes, pois sabia que era um país muito organizado e com um nível de vida muito diferente do nosso. Em relação às pessoas tinha a ideia que eram muito fechadas e frias, como o clima.

Que tipo de trabalho desenvolveu? Como era a instituição?

Eu fui para a Noruega para exercer as funções de professor assistente de língua Inglesa, mas o meu trabalho foi para além disso, durante o tempo que trabalhei na escola ensinei inglês, algum português e acima de tudo tentei mostrar um pouco da nossa cultura, costumes, história e geografia. Mas nem sempre era trabalho fácil.

A escola era muito especial. Baseada num projecto originalmente dinamarquês, a escola APO existe propositadamente para crianças com problemas sociais e/ou emocionais que podem estar relacionados com a capacidade de aprendizagem, com a educação familiar, com os colegas de escola ou com problemas pessoais. Alguns podem ter problemas com drogas e mesmo criminais. Os estudantes têm três áreas de trabalho, a cozinha onde aprendem a fazer diferentes tipos de comida; o estúdio onde fazem música ou teatro e a escola propriamente dita onde aprendem as disciplinas normais para a sua idade. A escola é como que uma grande família.

Quais as principais dificuldades que encontrou? Sentiu apoio por parte dos responsáveis locais?

A principal dificuldade foi mesmo o clima, pois não é normal, para nós, sentir temperaturas de vinte e sete graus negativos, durante vários dias. No princípio a falta de amigos e pessoas com quem conversar e passar um bocado, porque os noruegueses durante o Inverno só saem de casa para trabalhar ou esquiar.

No entanto, senti bastante apoio por parte dos meus colegas na escola, os quais compreenderam a minha situação e ajudaram naquilo que puderam. Também senti dificuldades a nível económico, pois é um país extremamente caro.

Quais as semelhanças ou diferenças que verificou em relação à juventude portuguesa?
A juventude norueguesa é bastante mais activa no que diz respeito a actividades desportivas e ao ar livre, apesar do clima. São também muito interessados em literatura, talvez pela maneira como são estimulados pelos pais.

E em relação ao tipo de ensino?

O tipo de ensino norueguês é muito mais individualizado que em Portugal. De uma maneira geral o ensino é feito de acordo com as características e dificuldades de cada aluno. Em relação a infra-estruturas e material escolar há também algumas diferenças notórias. As escolas têm muito boas condições de trabalho e todo o material necessário para os alunos é fornecido pela escola.

Havia curiosidade dos jovens em relação a Portugal? Que questões colocavam?

Sim, senti bastante curiosidade dos alunos e não só em relação a Portugal. Perguntavam muito sobre a comida, praias, clima, futebol, e também sobre a história de Portugal e geografia.

Os Noruegueses conhecem bem Portugal?

Não, infelizmente não conhecem Portugal muito bem. Sabem das praias, do clima quente e da velocidade com que os condutores portugueses conduzem. Mas penso que agora estão um bocadinho mais bem informados, pelo menos aqueles com quem eu tive contacto.

Com que ideia ficou da Noruega? Quais os locais visitados?

A ideia que eu trago da Noruega é muito positiva, um país muito bonito, as pessoas muito amigáveis, ao contrário da ideia que eu tinha, e acima de tudo um país muito bem organizado, onde as regras são respeitadas. Infelizmente não houve tempo nem dinheiro para visitar muito do país, mas conheci bem Oslo, que é uma capital muito bonita e calma, Kristiansand, no sul do país, Drøbak na fiorde de Oslo.

Como reagiu a população local (nos contactos que teve) em relação à sua presença?

A população reagiu muito bem e com alguma curiosidade; muita gente queria saber como é que o português se estava a dar no frio. Foi interessante observar a simpatia e interesse com que fui tratado.

Os conhecimentos adquiridos no I.P.G. ajudaram-no?

Bastante, não só a nível linguístico, mas também pedagógico. Foi interessante verificar como as coisas que aprendi até agora foram de facto postas em prática neste meu trabalho na Noruega. Mesmo sem ser propositado, tudo aquilo que aprendi estava sempre a ser usado.

 

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