Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº52    Junho 2002

Politécnico

DEPOIS DA VITÓRIA, VALTER LEMOS DEFINE OBJECTIVOS

Crescer com qualidade

A construção dos novos edifícios da Superior de Artes e da Superior de Saúde e a conclusão das residências de estudantes, o equipamento e reequipamento de escolas, além da continuação da aposta na qualificação dos docentes e na acção social, são alguns dos principais objectivos do presidente do Politécnico de Castelo Branco, Valter Lemos, o qual acaba de ser reeleito para o cargo.

As eleições decorreram a 12 de Junho e o candidato venceu com 85 votos, contra os 45 de José Carlos Gonçalves. Na hora da vitória, Valter Lemos afirmou que “o mais importante não foi o número de votos. Quem tem mais votos ganha e quem tem menos votos perde. Nesta caso, as pessoas expressaram, de uma forma inequívoca, o apoio ao trabalho que temos vindo a realizar e à forma como o Politécnico tem sido conduzido”.

Continua assim em frente um projecto de desenvolvimento do Politécnico que, afinal, nunca esteve em causa. “Não havia qualquer proposta de rotura de projecto em cima da mesa. Quanto muito havia diferenças de postura ou de personalidade. Encaro por isso o resultado como o desejo das pessoas de se continuar a agir de acordo com o que está delineado. E a verdade é que a instituição tem crescido, como se vê pelo número de representantes, que cresceu de 51 para 80 da primeira para a segunda eleição e agora já vai em 134”.

Falando de crescimento, essa não será a palavra de ordem dos próximos anos, uma vez que o país está em contenção de despesas e o próprio número de candidatos ao Superior tende a baixar. Ainda assim, há objectivos a cumprir e dos quais o Politécnico não abdica. A criação da Escola Superior de Desporto será um deles. “Temos objectivos de curto prazo e de longo prazo. Já houve momentos em que alguns foram cumpridos mais cedo, pelo que isso poderá vir a acontecer com a Escola de Desporto. Mas estamos num momento de alguma recessão do crescimento do Superior, pelo que não é o período ideal para grandes expansões”.

CURSOS. A opção será mesmo a melhoria da qualidade das estruturas e do próprio ensino, sem esquecer a renovação das matrizes formativas de cada uma das seis escolas. “Nos próximos anos, a grande maioria das instituições vai sofrer uma recessão em termos de alunos e de cursos. Nós estamos a negociar com o Ministério da Educação, a fim de definir o número de vagas e quais os cursos que devem entrar em funcionamento. Não podemos perder tempo. Há instituições que vão regredir e nós teremos de evitar que isso aconteça com a nossa”.

Para já, as alterações passam por renovação das matrizes das escolas de Gestão, a qual abrirá este ano o Curso de Marketing, e da Superior Agrária, que avança com o Curso de Engenharia Biológica e Alimentar. “Estes são os casos onde o problema do leque formativo se coloca. Há também alguns desequilíbrios de procura na ESE e na EST, mas são menores e não causam tantas preocupações, dado que podem sofrer apenas ajustamentos ao nível dos “numerus clausus”.

Valter Lemos espera que as alterações avancem, até porque, “são ajustamentos racionais, virados para colmatar as necessidades do país e da região”. No caso da Superior de Gestão, o plano passa por três cursos, Contabilidade e Gestão, Recursos Humanos e Marketing. “O Ministério não quer abrir novos cursos, mas a nossa posição é correcta, como acontece na Agrária, onde nasce um curso e são reajustados os existentes”.

Todos os reajustamentos serão agora feitos como uma equipa que não sofrerá alterações de vulto. “Os directores das escolas não são escolhidos por mim, a não ser nos casos de regimes de instalação, no qual estão duas escolas, mas na Gestão haverá eleições brevemente. Eu só escolho os vice-presidentes, pelo que a equipa de trabalho não é escolhida por mim, mas sim pelas diversas partes da instituição. E até agora tem havido sempre um trabalho de equipa, partilhado. E agora, embora possam surgir algumas mudanças, continuaremos a trabalhar no mesmo sentido”.

 

 

 

COM UM NÚMERO DE VOTOS SIGNIFICATIVO

José Carlos apoia equipa

José Carlos Gonçalves, que se apresentou como alternativa, considera que o menos importante nesta eleição seria o nome do vencedor, pelo que vai continuar a trabalhar como até agora. “Manifesto todo o meu apoio ao professor Valter Lemos sem, no entanto, deixar de fazer a minha participação e a minha apresentação de propostas. Os números ditaram o que ditaram e o vencedor é o Instituto Politécnico de Castelo Branco. Espero que o professor Valter Lemos continue agora o trabalho de uma forma mais dinâmica com os directores das escolas”.

Para já, José Carlos Gonçalves vai manter-se à frente da Superior Agrária e não sabe se se recandidatará ao cargo. “Ainda é cedo para falar. Tenho mais um ano de mandato. Estes dois anos de colaboração com toda a comunidade da escola têm sido gratificantes, até porque se desenvolveu a dinâmica da escola a nível da capacidade formativa e na capacidade de investigação, sendo nesta última uma das que tem mais projectos desenvolvidos. Vamos também continuar o apoio à comunidade, onde somos uma referência na área da agricultura e queremos ser nas tecnologias alimentares”.

Mas o futuro pode não passar apenas pela Superior Agrária, já que o resultado conseguido poderá abrir portas e preparar terreno para daqui a três anos. “A vida é feita de desafios e os que têm responsabilidades temos de estar preparados e devemos responder às solicitações das instituições onde nos inserimos. Não tenho o hábito de fazer futurologia. Sou pragmático. Mas os próximos anos serão, pelo menos da minha parte, de participação activa, com apresentação de propostas para o futuro do Instituto, uma vez que se avizinham dificuldades”
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CONSERVATÓRIO DE CASTELO BRANCO

Crescer com Pólis

À beira de comemorar 10 anos de existência, o programa crescer com a música, promovido pelo Conservatório Regional de Castelo Branco, acaba de realizar um espectáculo, que juntou cerca de 800 crianças. Na prática, o programa leva a música a todas as crianças das escolas do 1º ciclo de Castelo Branco e de Alcains, num número que ultrapassa os mil alunos. Ao longo do ano os professores do Conservatório visitam as escolas e desenvolvem um tema, que depois é apresentado num espectáculo final. “Para este ano escolhemos o programa Pólis, pelo que apresentámos canções e músicas inéditas, e optámos por juntar todas as crianças num único espectáculo, no centro da cidade”, explica Carlos Semedo, responsável pelo projecto.

De acordo com aquele responsável, o espectáculo deste ano teve a particularidade de apresentar um cenário novo, e apresentar uma peça que engloba os próprios sons das obras. Nove anos depois, o Projecto Crescer com a Música, “está a corresponder às expectativas. Neste momento, estamos a falar de um projecto maduro, que já faz parte das próprias escolas. Além disso, para as crianças as aulas de música são um momento de festa que lhes permite participarem nas iniciativas que desenvolvemos e que a própria escola desenvolve”, diz. 

Neste momento o Conservatório de Castelo Branco está já a preparar o 10º ano do Crescer com a Música, e uma envolvência com outros agentes da cidade. “Por exemplo no que respeita aos concertos realizados nas escolas, a nossa ideia passa por envolver também alunos da Escola Superior de Artes Aplicadas além dos que estudam no Conservatório. Penso que essa parceria vai avançar em Setembro”. No que respeita ao Crescer com a Música, Carlos Semedo lembra que para o próximo ano lectivo o tema “será a História de Portugal, mas contextualizada na nossa Região. E isso poderia mesmo envolver outras entidades, como a Orquestra Típica, Bandas Filarmónicas, Orfeão, grupos de teatro entre outros. Ou seja a ideia passa que através de um espectáculo conseguíssemos aglutinar outras entidades. Penso que esta seria uma boa maneira de assinalar os 10 anos da iniciativa”, refere aquele responsável.

Carlos Semedo revela ainda que Setembro “deste ano já teremos um desenho do espectáculo, que para já parece contar com o Grupo de Teatro Váatão, que se mostrou interessado. Trata-se de um projecto dentro de outro projecto, que exigirá muita coordenação”. A participação das diferentes entidades no espectáculo do Crescer com a Música não surge de forma isolada, e num outro patamar, Carlos Semedo lembra que o Conservatório lançou o repto às Associações de Bairro para constituírem coros. “No ano passado tivemos um grupo de alunos do ensino secundário com formação nessa área. Agora estamos a oferecer a possibilidade desses maestros em formação poderem trabalhar nas associações, mas sem custos para as Associações, durante um ano”.

Lançado aquele repto, a direcção do Conservatório aguarda pela resposta das Associações. “Outra possibilidade para o grande espectáculo do Crescer com a Música passa pela participação desses coros no espectáculo”. A lógica daquele estabelecimento de ensino, responsável pela promoção e organização de um dos melhores festivais de música da Europa, o Primavera Musical, passa pela máxima de que nada se faz sozinho. Daí que no entender dos responsáveis do Conservatório sejam importantes parcerias com outras instituições como a Escola Superior de Artes Aplicadas ou Belgais, por exemplo.  ”É com estas trocas que se pode construir o futuro da actividade musical”.

 

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