Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº47    Janeiro 2002

Politécnico

QUATRO ANOS DEPOIS

Balanço positivo

Com mais de mil alunos, a Escola Superior de Tecnologia entrou, em termos de número de alunos, em velocidade cruzeiro. Pelo menos é essa a leitura daquele responsável, que nos últimos quatro anos e meio tem sido a cara da EST. Delegado da Ordem dos Engenheiros, docente na Escola Superior de Tecnologia, Francisco Lucas pertenceu à comissão instaladora da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, assumindo, algum tempo depois o cargo de director da Escola Superior de Tecnologia. “Considero que o balanço do trabalho desenvolvido na escola muito positivo. A EST modificou a sua imagem perante a opinião pública. No início a escola passava por um processo conturbado e não se estava a dar a melhor atenção ao objectivo da escola, que passa por formar alunos, ter um corpo docente estável e capaz e ter uma imagem pública aceitável”.

No entender de Francisco Lucas, “conseguiu-se que a escola esteja a funcionar nesse sentido, a EST tem como objectivo principal a formação dos alunos. Tem sido um trabalho de toda uma equipa e de todos os que comigo têm colaborado, desde docentes, funcionários e alunos. Isso agrada-me porque as pessoas começaram a consciencializar-se daquilo que é importante para a escola”. O director da EST considera mesmo que “nenhuma grande área ficou por tratar. Tivemos o cuidado de exigir mais aos alunos, credibilizar os cursos junto dos organismos e da comunidade e tirar a escola das paredes do próprio edifício”.

Ao nível formativo, o actual responsável da EST recorda que quando chegou à direcção da escola, “não havia uma única bolsa ao nível do Prodep. Neste momento há 11 pessoas em doutoramento e 20 em mestrado, completamente dispensadas de serviço. Além disso, quando vim para este cargo não havia um único estágio Prodep e nesta altura já temos quase 100, o que significa que houve um esforço muito grande da nossa parte”. Perante estes factos, Francisco Lucas diz que a “Escola está no bom caminho. Somos a escola que menos tempo está em regime de instalação, que neste momento é uma das maiores em número de alunos, e que teve pouco tempo para crescer, pelo que só tenho a agradecer a esta grande equipa”.

Outro caminho que a Escola Superior de Tecnologia pode seguir passa pela formação pós-graduada, quer sem título académico, quer com título académico. “A formação pós graduada sem título académico é uma área que pode ser desenvolvida. Mas temos que ter em atenção um aspecto que é importante: a massa cinzenta. Muitos docentes estão em formação, ou a fazer serviço para o exterior. Aquilo que temos que fazer é gerir todos estes aspectos, desde a investigação, o apoio ao exterior e leccionação, entre outras, para que nenhuma fique sobrevalorizada em relação às outras”.

 

 

EST DE CASTELO BRANCO

Francisco Lucas candidato

O actual director da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco, Francisco Lucas, vai candidatar-se àquele cargo nas primeiras eleições realizadas na instituição, que marcam a passagem do regime de instalação ao regime estatutário. Segundo aquele responsável ainda este ano o processo eleitoral será realizado, uma vez que os estatutos foram aprovados, faltando agora a sua homologação e a sua publicação em Diário da República.

A decisão de se candidatar ao cargo de director da EST, foi na opinião de Francisco Lucas muito ponderada. “Estive três anos e meio, na Comissão Instaladora da Estig e mais quatro anos na comissão instaladora da EST, pelo que tive que ponderar muito bem a situação. Apesar de alguns projectos pessoais não estarem concretizados e de gostar de leccionar, ainda há algumas coisas a fazer na Escola”.

No entender de Francisco Lucas, “a EST está numa fase em que tem de deixar de olhar para aquilo que é estritamente básico, para passar a encarar outras matérias, casos da acreditação e qualificação dos cursos, cujo processo se iniciou com a avaliação dos cursos de engenharia civil e electrotecnia, ao nível de bacharelato, seguindo-se, já ao nível das licenciaturas, os de informática, industrial e tecnologias de informação. Ou seja há aqui um ciclo que é necessário dinamizar. Os resultados das primeiras avaliações foi favorável, pelo que é importante que este sistema de avaliação entre em procedimentos rotineiros, o que pode ser conseguido através da dinamização de um órgão interno”.

E se a avaliação interna é um objectivo que Francisco Lucas considera importante, a acreditação dos cursos junto das entidades responsáveis, como as ordens, é também uma aposta que o actual director da EST quer ver concretizada. “Neste momento existem dois organismos que acreditam os cursos que ministramos, que são a Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos (Anet), para os cursos de bacharelato, e a Ordem dos Engenheiros, para as licenciaturas. Neste momento já temos acreditados o curso de engenharia civil na Anet, estando os outros bem encaminhados. Em relação à ordem estamos a fazer todos os possíveis para que os nossos cursos sejam acreditados”. Francisco Lucas diz mesmo que, “por entender ser útil à escola, aceitei o desafio de ser candidato e eleito delegado da Ordem dos Engenheiros, o que de alguma forma nos aproxima mais desse organismo”.

Com a implementação da Declaração de Bolonha, onde o objectivo passa por se criar apenas um grau no ensino superior de formação inicial, a Escola Superior de Tecnologia está também já a preparar as novas alterações. “Temos estado muito atentos a essa matéria, porque não podemos andar a brincar com os nossos diplomados. Se o futuro for a existência de apenas um grau teremos que proceder a alterações. Sobre esse assunto a Ordem dos Engenheiros também já se manifestou e a sua posição passa pela permanência dos cursos de cinco anos”.
 

CANDIDATOS. Com a redução do número de candidatos ao ensino superior e com a quebra registada na procura de alguns cursos relacionados com as engenharias, Francisco Lucas garante que a preocupação da EST é tentar que os melhores alunos “venham estudar para Castelo Branco. Repare que os cursos de engenharia continuam a ter muitas saídas profissionais. Neste momento estipulámos nota mínima, para que por um lado os melhores alunos venham para Castelo Branco, de forma a que também se consiga formar mais gente em menos tempo. Além disso, internamente teremos que proceder a algumas alterações, de forma a adaptar os cursos, em que houve menos candidatos, à actual realidade”. Alterações que no entender daquele responsável passa não “só por mudar o nome, mas também os conteúdos. Existem já propostas concretas que irão ser apresentadas à tutela, de forma a torná-los mais atractivos e mais realistas”.

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