QUATRO ANOS DEPOIS
Balanço positivo
Com mais de mil alunos, a Escola Superior
de Tecnologia entrou, em termos de número de alunos, em velocidade
cruzeiro. Pelo menos é essa a leitura daquele responsável, que nos últimos
quatro anos e meio tem sido a cara da EST. Delegado da Ordem dos
Engenheiros, docente na Escola Superior de Tecnologia, Francisco Lucas
pertenceu à comissão instaladora da Escola Superior de Tecnologia e
Gestão, assumindo, algum tempo depois o cargo de director da Escola
Superior de Tecnologia. “Considero que o balanço do trabalho desenvolvido
na escola muito positivo. A EST modificou a sua imagem perante a opinião
pública. No início a escola passava por um processo conturbado e não se
estava a dar a melhor atenção ao objectivo da escola, que passa por formar
alunos, ter um corpo docente estável e capaz e ter uma imagem pública
aceitável”.
No entender de Francisco Lucas, “conseguiu-se que a escola esteja a
funcionar nesse sentido, a EST tem como objectivo principal a formação dos
alunos. Tem sido um trabalho de toda uma equipa e de todos os que comigo
têm colaborado, desde docentes, funcionários e alunos. Isso agrada-me
porque as pessoas começaram a consciencializar-se daquilo que é importante
para a escola”. O director da EST considera mesmo que “nenhuma grande área
ficou por tratar. Tivemos o cuidado de exigir mais aos alunos,
credibilizar os cursos junto dos organismos e da comunidade e tirar a
escola das paredes do próprio edifício”.
Ao nível formativo, o actual responsável da EST recorda que quando chegou
à direcção da escola, “não havia uma única bolsa ao nível do Prodep. Neste
momento há 11 pessoas em doutoramento e 20 em mestrado, completamente
dispensadas de serviço. Além disso, quando vim para este cargo não havia
um único estágio Prodep e nesta altura já temos quase 100, o que significa
que houve um esforço muito grande da nossa parte”. Perante estes factos,
Francisco Lucas diz que a “Escola está no bom caminho. Somos a escola que
menos tempo está em regime de instalação, que neste momento é uma das
maiores em número de alunos, e que teve pouco tempo para crescer, pelo que
só tenho a agradecer a esta grande equipa”.
Outro caminho que a Escola Superior de Tecnologia pode seguir passa pela
formação pós-graduada, quer sem título académico, quer com título
académico. “A formação pós graduada sem título académico é uma área que
pode ser desenvolvida. Mas temos que ter em atenção um aspecto que é
importante: a massa cinzenta. Muitos docentes estão em formação, ou a
fazer serviço para o exterior. Aquilo que temos que fazer é gerir todos
estes aspectos, desde a investigação, o apoio ao exterior e leccionação,
entre outras, para que nenhuma fique sobrevalorizada em relação às
outras”.
EST DE CASTELO BRANCO
Francisco Lucas
candidato
O actual director da Escola Superior de
Tecnologia de Castelo Branco, Francisco Lucas, vai candidatar-se àquele
cargo nas primeiras eleições realizadas na instituição, que marcam a
passagem do regime de instalação ao regime estatutário. Segundo aquele
responsável ainda este ano o processo eleitoral será realizado, uma vez
que os estatutos foram aprovados, faltando agora a sua homologação e a sua
publicação em Diário da República.
A decisão de se candidatar ao cargo de director da EST, foi na opinião de
Francisco Lucas muito ponderada. “Estive três anos e meio, na Comissão
Instaladora da Estig e mais quatro anos na comissão instaladora da EST,
pelo que tive que ponderar muito bem a situação. Apesar de alguns
projectos pessoais não estarem concretizados e de gostar de leccionar,
ainda há algumas coisas a fazer na Escola”.
No entender de Francisco Lucas, “a EST está numa fase em que tem de deixar
de olhar para aquilo que é estritamente básico, para passar a encarar
outras matérias, casos da acreditação e qualificação dos cursos, cujo
processo se iniciou com a avaliação dos cursos de engenharia civil e
electrotecnia, ao nível de bacharelato, seguindo-se, já ao nível das
licenciaturas, os de informática, industrial e tecnologias de informação.
Ou seja há aqui um ciclo que é necessário dinamizar. Os resultados das
primeiras avaliações foi favorável, pelo que é importante que este sistema
de avaliação entre em procedimentos rotineiros, o que pode ser conseguido
através da dinamização de um órgão interno”.
E se a avaliação interna é um objectivo que Francisco Lucas considera
importante, a acreditação dos cursos junto das entidades responsáveis,
como as ordens, é também uma aposta que o actual director da EST quer ver
concretizada. “Neste momento existem dois organismos que acreditam os
cursos que ministramos, que são a Associação Nacional dos Engenheiros
Técnicos (Anet), para os cursos de bacharelato, e a Ordem dos Engenheiros,
para as licenciaturas. Neste momento já temos acreditados o curso de
engenharia civil na Anet, estando os outros bem encaminhados. Em relação à
ordem estamos a fazer todos os possíveis para que os nossos cursos sejam
acreditados”. Francisco Lucas diz mesmo que, “por entender ser útil à
escola, aceitei o desafio de ser candidato e eleito delegado da Ordem dos
Engenheiros, o que de alguma forma nos aproxima mais desse organismo”.
Com a implementação da Declaração de Bolonha, onde o objectivo passa por
se criar apenas um grau no ensino superior de formação inicial, a Escola
Superior de Tecnologia está também já a preparar as novas alterações.
“Temos estado muito atentos a essa matéria, porque não podemos andar a
brincar com os nossos diplomados. Se o futuro for a existência de apenas
um grau teremos que proceder a alterações. Sobre esse assunto a Ordem dos
Engenheiros também já se manifestou e a sua posição passa pela permanência
dos cursos de cinco anos”.
CANDIDATOS.
Com a redução do número de candidatos ao ensino superior e com a quebra
registada na procura de alguns cursos relacionados com as engenharias,
Francisco Lucas garante que a preocupação da EST é tentar que os melhores
alunos “venham estudar para Castelo Branco. Repare que os cursos de
engenharia continuam a ter muitas saídas profissionais. Neste momento
estipulámos nota mínima, para que por um lado os melhores alunos venham
para Castelo Branco, de forma a que também se consiga formar mais gente em
menos tempo. Além disso, internamente teremos que proceder a algumas
alterações, de forma a adaptar os cursos, em que houve menos candidatos, à
actual realidade”. Alterações que no entender daquele responsável passa
não “só por mudar o nome, mas também os conteúdos. Existem já propostas
concretas que irão ser apresentadas à tutela, de forma a torná-los mais
atractivos e mais realistas”.
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