Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº48    Fevereiro 2002

Politécnico

ESACB E MUSEU TAVARES PROENÇA JÚNIOR

Protocolo para a cultura

A Escola Superior Agrária de Castelo Branco e o Museu Francisco Tavares Proença Júnior acabam de assinar um protocolo de cooperação cultural. De acordo com o documento a que o Ensino Magazine teve acesso, a Escola Superior Agrária vai disponibilizar os serviços da sua bibliotecária para orientar a catalogação informatizada do acervo da biblioteca Doutor Fernando de Almeida e a sua acessibilidade ao público.

Deste modo, com o contributo da ESACB, a o Museu Tavares Proença Júnior vai poder apresentar aquele espaço cultural de que dispõe à comunidade. Aquela biblioteca é especializada em arte, arqueologia e, mais recentemente, em tecnologias têxteis tradicionais, com particular relevo para os tecidos dos bordados. Por isso, e de acordo com os responsáveis pelo Museu, “serve as necessidades de investigação interna do Museu, mas goza da particularidade de se encontrar aberta a todos os públicos, em horário regular”.

Segundo o Museu Tavares Proença Júnior, aquele espaço “é regularmente frequentado por investigadores e estudantes de vários níveis de ensino, sendo desejável que alargue o leque dos seus leitores, com proveito cultural para toda a comunidade”. Recorde-se que em 1997 e numa perspectiva mais abrangente, o Museu celebrou com a Biblioteca Nacional um convénio de forma a que aquele organismo nacional disponibilizasse os seus fundos no sistema Probase, que permitiria uma consulta online da biblioteca. Facto que ainda não foi conseguido.

Por tudo isto, o protocolo assinado com a Escola Superior Agrária é bastante importante para a dinamização daquela biblioteca. É que com o protocolo, o Museu compromete-se a disponibilizar o seu acervo bibliográfico a toda a comunidade, quer através da Internet, que em leitura presencial. O corpo docente, funcionários e alunos da Escola Superior Agrária e do Politécnico, usufruirão de entrada gratuita no Museu, durante o período abrangido pelo protocolo. Além disso, os professores, funcionários e alunos da Escola Superior Agrária beneficiarão de um desconto de 20 por cento nos produtos editados pelo IPM à venda na loja do Museu.

Mas o acordo vai mais longe, e durante um ano – prazo de duração do acordo, permitirá também a realização de visitas guiadas em grupo para docentes, alunos, funcionários, colaboradores ou convidados da escola.

Recorde-se que já no início do ano lectivo a Escola Superior Agrária assinou mais quatro protocolos, com a Associação de Agricultores da Cova da Beira, Adegas Cooperativas da Covilhã e do Fundão, e com a empresa Ecocampo. Acordos que visam estreitar a colaboração entre as quatro instituições e a Superior Agrária, nos domínios da investigação e aconselhamento técnico.

 

 

ESART

Moda e têxtil em força

Depois de ter realizado mais um seminário de orquestra, que decorreu entre os dias 9 e 15 de Fevereiro e que envolveu dois concertos pela Orquestra da Esart, a Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco está já a preparar outra iniciativa de dimensão nacional. Entre 25 de Fevereiro e 1 de Março, a música associa-se à moda e ao têxtil, na realização do Iº Simpósio de Moda e Têxtil que trará até Castelo Branco alguns dos melhores estilistas e modelos nacionais.

De acordo com Fernando Raposo, director da Esart, e de Alexandra Cruchinho, coordenadora do evento, “o simpósio deverá realizar-se de dois em dois anos, intercalando-se com o Fórum da Imagem que também foi muito bem aceite pelo comunidade estudantil e extra-escolar”. A aposta neste tipo de iniciativas visa contribuir para uma melhor formação dos alunos da Esart e ao mesmo tempo envolver a Região.

O Simpósio está dividido em três partes. Numa primeira surgem os works shops, onde estará presente a estilista Maria Gambina, a designer têxtil, Maria Graciete, o fotógrafo Paulo Andrade, entre outros elementos ligados à moda e ao têxtil. “Os work Shops vão realizar-se na Escola Superior Agrária, enquanto que as palestras vão ser feitas no auditório que a Escola possui no Cine Teatro”, explicam aqueles responsáveis.

De acordo com Fernando Raposo e Alexandra Cruchinho, são três as palestras a realizar. A primeira está agendada para a noite do dia 25 de Fevereiro, e abordará o tema «perspectivas dos empresários de moda e têxtil», tendo como prelectores Ramiro Rafael, da Dielmar, e João Carvalho, da Fitcom. Para o dia 26 falar-se-á sobre a experiência profissional na área do design e têxtil, com a presença da designer Helena Cardoso, enquanto que para o dia 27, Hugo Ferrão, docente da Faculdade de Belas Artes, falará sobre Tapeçaria Contemporânea.

Mas as actividades do Simpósio não se ficam por aqui. Para a noite de 28 de Fevereiro está prevista a realização de um desfile de moda masculina e feminina. O cine-teatro servirá de palco para a apresentação das colecções da Dielmar (masculina) e Benoli (Feminino), além da mostra de trabalhos de alunos da escola. Outro dos momentos altos da noite será a apresentação da colecção da estilista Maria Gambina. Como modelos vão aparecer caras bem conhecidas, todas elas pertencentes à Central Models, casos de Luisa Beirão, Iva (miss Portugal em 2001) ou Alexandre (Tiago em Nunca Digas Adeus). Para a realização do desfile, a Esart contou ainda com o apoio da Celeste Cabeleireiros, que vai pentear os modelos, e com as galerias Preto que vão calçar as modelos que apresentarão a colecção Benoli.

Para culminar uma noite tão preenchida, nada melhor que a subida ao palco de uma das melhores fadistas portuguesas da nova geração, Cristina Branco. Com estes condimentos, e com a exposição de tapeçaria contemporânea que será inaugurada a 28 de Fevereiro, na sala da nora do Cine Teatro Avenida, estão lançados os dados para que o Simpósio seja mais um êxito da Escola Superior de Artes Aplicadas.

 

 

 

MAESTRO OSVALDO FERREIRA

Orquestra no bom caminho

Osvaldo Ferreira, maestro assistente do maestro Claudio Abbado da Orquestra Filarmónica de Berlim, considera que desde o seminário que dirigiu no ano passado para o que realizou entre os dias 9 e 15 de Fevereiro, “houve uma evolução inacreditável. Facto que demonstra o excelente trabalho realizado pelos professores da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco. Durante a semana dei os parabéns aos jovens, pelo seu empenho, mas este trabalho não teria sido possível se não fosse a qualidade do corpo docente e o trabalho que ele tem desenvolvido”.

Aquele responsável participou no seminário de orquestra promovido pela Escola Superior de Artes Aplicadas e ao que tudo indica vai intensificar a sua colaboração com a Esart, nos próximos anos. Para já, Osvaldo Ferreira mostra-se agradado com a evolução dos alunos da escola. “É como se de repente tivesse encontrado outros alunos de melhor qualidade”, adianta. Quanto à Orquestra da Esart, o maestro lembra que ela está a caminhar da melhor forma. “Os alunos têm estado a realizar dois ou três estágios de orquestra por ano. A cidade pode assistir aos concertos que ela vai realizando, como se de uma orquestra profissional se tratasse, pois ela toca a esse nível. Por tudo isto, o futuro só pode ser melhor”.

Natural de Paços Brandão, Osvaldo Ferreira é um dos jovens maestros portugueses. Assistente do maestro Cláudio Abbado, na Orquestra Filarmónica de Berlim, Osvaldo Ferreira vai passar a ter funções de docente na escola, na formação de jovens maestros. “Para já trata-se de um curso livre, mas esperemos que a curto ou média prazo ele se possa transformar num curso oficial, talvez num mestrado nessa área”.

Com o diploma de pós-graduação e performance, em direcção de orquestra, curso que concluiu no Conservatório de S. Petersburgo (foi na rússia que trabalhou com Alexander Palichuk e Leonid Kortchumar), Osvaldo Ferreira é também mestre em direcção de orquestra, um título atribuído pela Northwestern University de Chicago. Em Portugal tem desenvolvido diversos projectos, como acontece com a Orquestra de Santa Maria da Feira e o Festival Internacional de Música daquela cidade. A trabalhar desde Setembro de 2000 com o maestro Cláudio Abbado, na Orquestra Filarmónica de Berlim, Osvaldo Ferreira considera a sua experiência em Berlim como muito positiva. “Só tenho aprendido, pois estou no meio mais avançado, em termos musicais, ao nível do mundo. Tem sido uma grande experiência ao nível da aprendizagem, pois estamos sempre a aprender e essa aprendizagem é um processo que nunca está acabado. Espero que esta minha experiência possa também ser útil a outras pessoas e que possa contribuir para o desenvolvimento do panorama nacional português”.

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