Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº58    Dezembro 2002

Politécnico

MUSEU BOTÂNICO EM BEJA

Superior Agrária brilha

A Escola Superior Agrária de Beja acaba de inaugurar o Museu Botânico, o qual se afirma como o mais recente espaço de cultura científica na cidade alentejana, sendo o primeiro museu dedicado à botânica económica e à etnobotânica no nosso país e o terceiro museu botânico em Portugal, depois do de Coimbra e do de Lisboa.

Este novo museu, localizado no primeiro andar do edifício central da escola, apresenta exposições temporárias que ilustram a relação entre o Homem e as Plantas, sendo que os seus principais objectivos passam por conservar, estudar e divulgar objectos e conhecimentos provenientes de recolhas e estudos de botânica económica e de etnobotânica desenvolvidos em Portugal e no estrangeiro.

O projecto para a criação deste espaço teve início em 1996 e permitiu reunir cerca de um milhar e meio de peças, entre objectos manufacturados a partir de plantas, matérias-primas vegetais e objectos naturais. Contou com a colaboração de dezenas de instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, como a Royal Botanic Gardens Kew, de Londres, a Kuala Lumpur Botanic Gardens e a Singapore Botanic Gardens, entre outras, além de contribuições particulares, que ofereceram ou venderam os objectos ou matérias primas vegetais.

Para além do Instituto Politécnico de Beja e da Escola Superior Agrária, este projecto foi apoiado pelo Aronson Charitable Trust (E.U.A.), Caixa de Crédito Agrícola de Beja, Caixa de Crédito Agrícola de Coruche, Câmara Municipal de Beja, Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo e Associação de Estudantes da Superior Agrária de Beja.

EXPOSIÇÃO. A exposição inaugural do museu, denominada Discretos Tesouros permite que o visitante redescubra o engenho do Homem e o poder criativo da Natureza, através da observação de cerca de duzentos objectos, dos quais se destacam a maior semente do Reino Vegetal, com cerca de 20 quilos, o açafrão verdadeiro, cujo preço é cerca de vinte vezes superior ao da prata, e objectos manufacturados com marfim vegetal, um sucedâneo do marfim obtido dos elefantes;

No Museu é ainda possível ver o sangue de dragão, a resina com a qual os lutiers envernizam os violinos, uma camisa feita de fibras de ananás, o óleo de tungue, para fazer a tinta-da-China, um colar manufacturado com coral vegetal, as diferentes etapas do fabrico dos lápis, um quadro manufacturado com miolo de figueira, entre outros.

Para acompanhar a exposição foi editado um catálogo com informação relevante sobre cada um dos objectos expostos. A entrada é livre e o museu encontra-se aberto durante os dias úteis das 9.30 às 12.00 e das 14.30-17.00. Os interessados em obterem qualquer esclarecimento adicional poderá ser obtido através do telefone 284.314.300, do fax 284.388.207 ou consultando a página web (www.esab.ipbeja.pt/museu/index.htm).

 

 

 

CASTELO BRANCO DEFENDE

ESEs têm condições

As escolas superiores de Educação têm boas condições para a formação de professores, sendo que, em alguns casos, essas condições superam as oferecidas pelas universidades nesta matéria. A opinião é do director da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, José Pires, o qual não concorda com a ideia do ministro Pedro Lynce de avançar com a formação de professores só em termos universitários.

De caminho, José Pires afirma que há áreas que poderão estar saturadas, mas vai afirmando que em Portugal não existem professores a mais. Existem sim vagas a menos, ou seja, há medidas que devem ser tomadas em termos educativos, as quais beneficiariam os alunos e obrigariam à contratação de mais professores.

De acordo com aquele responsável, ao nível do 2º Ciclo existem dificuldades em muitas das áreas, pelo que José Pires encara algumas soluções a tomar pela tutela como válidas. Uma poderia ser a possibilidade dos alunos formados pelas ESE´s poderem leccionar até ao 9º Ano. “Nunca houve em Portugal um concurso para professores do 3º Ciclo, o qual sempre foi assegurado por professores do Secundário e de 2º Ciclo”.

Outra hipótese será a da inclusão de professores jovens nas novas áreas curriculares não disciplinares, bem como acabar com a monodocência no 1º Ciclo, além de criar programas de actividades de tempos livres nas próprias escolas, acabando com um verdadeiro negócio gerado no exterior, em resultado dos pais não terem disponibilidade para estarem com os filhos. “Podem existir professores a mais em certas áreas, mas não em todas. A tutela é que precisa de alargar a oferta, acomodando-a às necessidades, sendo certo que as ESE´s têm todas as condições para formarem professores, em alguns casos, têm até mais condições que as universidades”
.

 

 

 

ARIPESE

Eses descontesntes

As escolas superiores de Educação (ESSE) consideram-se alvo de uma campanha que as quer responsabilizar pelo “alegado excesso” de professores e que pretende fechá-las. Quem o afirma é o presidente da Associação de Reflecção e Intervenção na Política das Escolas Superiores de Educação, de que fazem parte as ESEs da área de intervenção do Ensino Magazine. 

No entender de António Manique, presidente da Aripese, “nos últimos tempos, as ESE públicas têm sido alvo de uma campanha que parece querer responsabilizá-las em exclusivo pelo alegado excesso de professores existente em Portugal e foi criada a ideia, na opinião pública, de que estas escolas têm de fechar”.

Em declarações à Agência Lusa, António Manique sublinha que a formação de docentes é também da responsabilidade das universidades públicas e privadas. “Não estou a levantar nenhuma guerra com as universidades, porque elas também têm formação de professores, mas é preciso resistir aos lobies das universidades”.

As declarações daquele responsável surgem algum tempo depois do ministro da Ciência e do Ensino Superior ter referido a um jornal diário, que “Politécnicos ficariam sem formação docente”. Palavras que parecem ter desagradado às escolas superiores de Educação, que se sentiram as principais visadas.

Apesar de fonte do Ministério da Educação ter afirmado à Lusa que o único aspecto que o ministro pretende é lançar o debate sobre os diversos ramos do ensino superior - politécnico e universitário - e definir o carácter das formações: académico ou profissionalizante, as Escolas Superiores de Educação ficaram agastadas com as declarações de Pedro Lynce.

Ainda assim, o responsável pela Aripese lembra que as Ese’s sempre quiseram o debate, pelo que já solicitaram, por duas vezes (em Maio e Setembro), uma audiência ao ministro Pedro Lynce, que até agora não deu resposta.

A ARIPESE reconhece que há diversas questões que é preciso repensar: a redução de candidatos ao ensino superior, quais as áreas em que cada ESE se deve especializar e que cursos devem suspender a entrada de novos alunos.

Aliás, António Manique realça que muitas Escolas Superiores de Educação já tomaram a iniciativa de não abrir mais vagas para determinados cursos, em que há excesso de profissionais no mercado, mas, frisa, trata-se de uma suspensão temporária, que não significa acabar com os cursos, porque daqui a dois ou três anos poderá ser necessário abrir de novo vagas.

 

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