ESART NO NORTE
Orquestra encanta
O XXIV Festival Internacional de Música da Póvoa do Varzim findou, na noite de 31 de Julho, com um desempenho notável da Orquestra Sinfónica da ESART. A Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco teve o privilégio de associar-se este ano àquele evento (organizado pela Câmara Municipal da Póvoa do Varzim e pelo Casino da Póvoa), que foi granjeando um prestígio assinalável ao longo das suas várias edições.
A Igreja de S. José de Ribamar transformou-se num espaço acolhedor para a última cena do Festival. O espectáculo começou com uma obra de Ludwig Van Beethoven (1770-1827), a abertura Fidelio. Esta peça, composta em 1814 para servir de abertura à celebérrima ópera intitulada Fidelio oder die eheliche Liebe (Fidélio ou o Amor Conjugal), teve uma interpretação deslumbrante.
A segunda composição que soou na igreja repleta de ouvintes foi o Concerto nº 2 em Dó menor, op. 18, para Piano e Orquestra, de Sergei Rachmaninov (1873-1943). É verdade que aqueles que têm manifestado resistência à música deste compositor são detractores permanentes deste concerto, mas, de facto, a obra revela-se magnífica desde o primeiro compasso. A carga emotiva desta música tem a capacidade inegável de tocar o ouvinte. Neste sentido, a orquestra e o pianista António Rosado não goraram expectativas; a originalidade da interpretação contribuiu ainda mais para a manifesta gratidão do público.
Depois de um intervalo escutou-se a Sinfonia nº 3 em Lá menor, op. 56 “Escocesa”, de Felix Mendelssohn (1809-1847). Das cinco sinfonias, parece ter sido esta a que exigiu ao compositor um maior labor: iniciada em 1829, Mendelssohn só a termina em 1842. O compositor viveu o êxito desta magnífica obra, ao dirigir, em 13 de Junho de 1842, a Orquestra Filarmónica de Londres. Neste Festival da Póvoa do Varzim, os quatro andamentos foram tocados com primor: a orquestra soube desenhar as belas melodias, deu sentido aos percursos harmónicos e fez ouvir claramente as matizes de intensidade sonora.
A participação da ESART naquele acontecimento de reconhecido mérito permitiu a convocação de jovens de diversas instituições de ensino para trabalharem em conjunto. O resultado foi apreciado e aplaudido. O ensino individual e o trabalho de conjunto deram ocasião a um espectáculo pensado para ouvintes; só assim faz sentido. Neste âmbito, não se pode deixar de sublinhar um espaço muito especial que foi criado neste Festival: em primeiro lugar um espaço para jovens músicos portugueses pertencentes a orquestras de escolas, e outro espaço que nasce da interacção desses jovens instrumentistas com um pianista português da actualidade.
Ao fim de quase um mês de actividade musical, o XXIV Festival Internacional de Música da Póvoa do Varzim merece congratulações.
José Filomeno Raimundo
ALUNO DA ESGIN
Chefe postal
José Neves é o novo responsável pelo Centro de Distribuição Postal de Castelo Branco, onde diariamente se movimentam cerca de 30 mil correspondências. Com 29 anos, José Neves é aluno da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco e durante os últimos três anos já exercia funções de chefia no Centro de Distribuição Postal de Idanha-a-Nova.
José Neves, natural de S. Miguel d’Acha, é ainda adjunto de comando nos Bombeiros Voluntários de Idanha-a-Nova. A chegada do novo responsável a Castelo Branco coincide com o início das obras de remodelação que o Centro de Distribuição está a sofrer na Zona Industrial, ficando mais amplo, o que permitirá o melhor funcionamento daquela estrutura que recebe toda a correspondência de Código 6000, proveniente do Centro de Tratamento, também instalado no mesmo edifício.
Recorde-se que aquele organismo tem neste momento 35 funcionários e diariamente distribui mais de 30 mil correspondências. Um número que aumenta às quintas e sextas-feiras com a distribuição dos jornais regionais e com os chamados pacotes postais.
ARTE E MÉDIA
Esart com nova revista
A Associação de Estudantes da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco acaba de lançar o terceiro número da revista Arte & Média, a qual inclui referências a vários projectos da Associação, desde literatura à pintura, moda, fotografia, texto, espectáculos, etnografia e temas históricos. Neste número surge também uma entrevista com o antigo ministro da Educação, Eduardo Marçal Grilo, membro do Conselho Científico da Superior de Artes albicastrense.
A revista Arte & Média surge este número com uma separata sobre poesia , denominada “Palavras Partindo-se”, a qual integra poemas de autores beirões, casos de Eugénio de Andrade, António Salvado, João Camilo, Frade Correia, João de Sousa Teixeira, José Correia Tavares e José Guardado Moreira. Os textos desta separata surgiram incluídos numa exposição que a Associação organizou no espaço cultural da Alma Azul, em Castelo Branco, a qual se prolonga até 10 de Setembro, e que inclui também fotografias de Sérgio Pereira e Rui Tomás Monteiro.
Já em termos de revista propriamente dita, o presidente da Associação de Estudantes, Sérgio Pereira, adianta que “pretende transmitir que os alunos estão empenhados em mostrar o que sabem fazer em termos de design, além de projectarem a cidade e a sua cultura, uma vez que não estão aqui apenas para estudar”. Mas o objectivo será ir mais longe, pelo que na revista colaboram docentes da escola, alunos, pessoas da cidade e alguns cidadãos espanhóis.
Outra ligação notória surge com a cidade espanhola de Salamanca. “Existe um texto sobre Salamanca, a capital europeia da cultura, o que se justifica porque Castelo Branco está longe dos centros culturais nacionais, mas perto de alguns dos centros espanhóis, com os quais queremos uma ligação forte”.
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