Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº50    Abril 2002

Politécnico

INSTITUTO POLITÉCNICO DE PORTALEGRE

Nuno Oliveira toma posse

O presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, Nuno Oliveira, acaba de ser empossado para mais um mandato, depois de ter vencido as eleições para aquele cargo, disputadas a 18 de Fevereiro. Como já tinha afirmado ao nosso jornal, aquando da sua eleição, o re-eleito presidente do IPP considera que é necessário virar o “instituto para outros públicos”. Um objectivo que irá ser cumprido com projectos concretos, de forma a consolidar o trabalho já desenvolvido. A formação à distância e o politécnico da terceira idade continuam a ser objectivos a desenvolver.

Entre os seus objectivos destaque para o crescimento que o Instituto poderá ter em Elvas, pois como sublinhou ao Ensino Magazine no mês de Fevereiro, “além da conclusão das obras da residência de estudantes e da construção da nova escola superior agrária, no Quartel do Trem, vamos tentar chegar a acordo com o Ministério da Justiça, de forma a podermos utilizar a Herdade de Vila Fernando”. Além disso, Elvas poderá receber outras áreas de formação que não estejam relacionadas com a agricultura. “Estamos a ponderar abrir duas extensões novas naquela cidade. Uma da Escola Superior de Enfermagem, que queremos transformar em Escola Superior de Saúde, destinada às tecnologias da saúde. E outra da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, na área da administração e serviços”. Duas fortes apostas que segundo Nuno Oliveira têm um forte apoio da Câmara de Elvas que já mostrou a sua disponibilidade em apoiar o Politécnico nesse sentido.

Ao nível da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, o presidente do Politécnico de Portalegre, formulou votos de poder ampliar as instalações daquele estabelecimento de ensino. “Neste momento a escola já está a ficar congestionada, pelo que é necessário ampliá-la”, num investimento que rondará os 70 ou 80 mil contos. O arrelvamento do campo de futebol de 11 que o Instituto detém naquela escola é outro objectivo que Nuno Oliveira gostaria de ver concretizado.

Já no que respeita a novos cursos, o presidente do Politécnico espera ver aprovados por parte do Ministério, agora do Ensino Superior, os cursos de Segurança Social, Fiscalidade, Informática e Electrotecnia. De resto, no que diz respeito àquela matéria, a Escola Superior Agrária de Elvas também pode ver aumentada a sua formação inicial, com o aparecimento dos cursos de Engenharia Ambiental e Assessoria Veterinária.

Para a Escola Superior de Educação, Nuno Oliveira lembrou, quando foi re-eleito para o cargo que agora foi empossado, que é necessário continuar a apostar nos cursos de complementos de formação, em determinadas áreas específicas. Outro aspecto que preocupa o presidente do IPP, diz respeito à expansão física da ESE. Outro projecto que o presidente do IPP gostaria de consolidar é o da Associação de Desenvolvimento Regional. Um organismo que está a dar os primeiros passos e que será muito útil para o desenvolvimento da região em diversas áreas. Um dos projectos em que a Associação está envolvida passa pela sua participação na Fundação Jorge Robinson. “O que permitirá aproveitar os seis hectares de terreno e os edifícios classificados pelo Ippar, para a promoção de actividades culturais, de museologia, entre outras. Além disso, poderá transferir-se para essas instalações a própria sede da Associação”.

 

 

 

LUÍS MIRANDA, DEPUTADO POR BEJA

Politécnico mudou tudo

O Instituto Politécnico de Beja é da «máxima importância» para a cidade e para a região, que era uma antes da sua criação e passou a ser outra depois.

Esta é a opinião que Luís Miranda, deputado socialista recém eleito por aquele círculo eleitoral, expressa ao «Ensino Magazine».

Em declarações exclusivas ao nosso jornal, o parlamentar reivindica a realização de um maior investimento público no Politécnico de Beja, nomeadamente com vista ao lançamento da 2ª fase da Escola Superior Agrária e também na Escola Superior de Tecnologia e Gestão.

Aquela instituição de Ensino Superior «dá mais vida à cidade» e tem capacidade para criar massa crítica e formar quadros no Alentejo, defende Luís Miranda. O deputado quer que o Governo apoie a criação de pequenas e médias empresas na região, como uma das vias possíveis para conseguir fixar quadros no distrito de Beja. «Trata-se de uma medida extremamente importante para revitalizá-lo, permitindo que os jovens se mantenham no Baixo Alentejo em vez de continuarem a fluir ao litoral do país, congestionando-o e agravando os problemas de sobre-população que aí existem», explica o parlamentar socialista.

O desenvolvimento da agricultura, estimulado pela entrada em funcionamento do empreendimento do Alqueva tem de ser uma das vertentes para fazer progredir o Alentejo, preconiza, apontando o complexo de Sines e o novo aeroporto de Beja como os dois restantes eixos estratégicos de desenvolvimento. «É neste triângulo de desenvolvimento que penso se deverá caminhar, aproveitando, assim, as infraestruturas com maiores potencialidades da região, explorando-as e rentabilizando-as», acentua Luís Miranda, realçando que «é preciso combater uma postura algo negativista de lamentos e críticas permanentes, apostando antes na implementação de iniciativas promotoras do progresso do distrito de Beja».

A Indústria Agro-Alimentar é, na sua perspectiva, uma das vertentes económicas que deve ser incentivada. Tal como explica Luís Miranda, «há já algumas experiências que têm sido desenvolvidas com sucesso em Ferreira do Alentejo em relação ao algodão». «Claro que não podemos esquecer as culturas tradicionais como as mais importantes», salienta o deputado do PS.

Não deixa, por outro lado, de apontar o Turismo como «uma aposta com uma certeza forte», desde que «seja desenvolvido de uma forma sustentada», avisa, esclarecendo que «há dois produtos principais que são as planícies e a costa alentejana, muito diferentes um do outro mas ambos com grandes potencialidades por explorar».

Embora exija o reforço dos investimentos dos poderes públicos para o Alentejo, Luís Miranda nega que a região tenha sido votada ao abandono nos últimos anos. Pelo contrário, diz, «foram canalizados importantes recursos para esta zona do país, de que o projecto do Alqueva é o exemplo mais significativo». No entanto, o deputado afirma a necessidade de continuar a existir investimento público significativo na região, ainda com problemas estruturais de desenvolvimento não ultrapassados.

Jorge Azevedo

 

 

 

BEJA DEBATE EUROPA

O alargamento

O Centro de Documentação Europeia do Instituto Politécnico de Beja está a organizar um ciclo de debates sobre o alargamento da União Europeia, o qual tem como objectivo principal apelar à reflexão e à participação dos cidadãos na discussão de assuntos relacionados com a União Europeia, e cuja última iniciativa decorre a 19 de Abril, a partir das 21 horas, no Auditório do Politécnico.

Neste último debate será abordado o impacto do alargamento para Portugal nas vertentes económica e social, sendo oradores Jorge Braga de Macedo e João Proença, enquanto o moderador será Fernando Gonçalves.

A organização destes debates, que contam com o apoio financeiro da Comissão Europeia, pretende atribuir aos agentes sociais e económicos e ao cidadão comum a oportunidade de esclarecerem dúvidas e exprimirem opiniões sobre os reflexos e as implicações que o processo de alargamento da União Europeia aos países de Leste possa ter numa região tão deprimida, do ponto de vista social e económico, como é o Alentejo.
Recorde-se que a abertura do ciclo de debates esteve a cargo do director da representação da Comissão Europeia em Portugal, Ricardo Charters de Azevedo, e do vice-presidente do Politécnico, António Toucinho da Silva.

O primeiro dos debates, realizado a 19 de Fevereiro, traduziu-se num importante fórum de discussão a propósito dos reflexos do alargamento da União Europeia na agricultura regional. Subordinado ao tema O Desenvolvimento Rural e a Agricultura face ao alargamento da União Europeia - O caso concreto do Alentejo, a iniciativa contou com a presença de Ingrid Almeida, em representação do Ministério da Agricultura, com Sevinate Pinto, da Agro-ges, e com Manuel Castro e Brito, da Acos. A moderação esteve a cargo de António Nunes Ribeiro, da Superior Agrária de Beja.

A coesão económica e social foi o tema dominante do segundo debate deste ciclo, realizado a 26 de Março, o qual contou com a participação de Félix Ribeiro, em representação do Ministério do Planeamento, e com Artur Pais, presidente da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral.

 

 

 

MELHORIAS AJUDARAM E...

Desertificação baixa

A desertificação no Baixo Alentejo continua, mas foi menor na última década do que na anterior, revela Luís Miranda.

O deputado socialista salienta ao «Ensino Magazine» o facto de tal fenómeno, embora seja preocupante e prioritário, ser agora menos grave.

«O problema mantém-se hoje, mas há um atenuar do fenómeno, o que pode estar relacionado com algumas melhorias verificadas nas condições de vida da população particularmente nos últimos anos», explica, esperançado numa inversão futura num sentido mais positivo e favorável ao desenvolvimento do Baixo Alentejo.

Luís Miranda pormenoriza a questão, afirmando que «em todo o distrito, apenas o concelho do Alvito registou um aumento de população, mesmo no de Beja houve uma diminuição». No entanto, se nas suas zonas rurais se verificou um decréscimo, na cidade capital de distrito o aumento foi uma realidade.

Luís Miranda sublinha que esta situação indicia que no Baixo Alentejo «está-se a verificar um processo de progressiva concentração urbana nos principais centros, situação, aliás, comum às outras regiões portuguesas». Na sua óptica, «é preciso criar e consolidar uma rede de vilas de média dimensão, para além de Beja, capazes de atraírem a população que sai e certamente continuará a sair das áreas rurais». Uma tendência irreversível, embora «se possa e deva desenvolver as aldeias, explorando as suas potencialidades agrícolas e turísticas».

Para Luís Miranda, é necessário que a população, se abandonar as aldeias, se instale nas tais vilas de média dimensão e na capital de distrito, mas não deixe o Alentejo com destino às zonas do litoral.

Fixar os jovens é, na sua perspectiva, uma missão prioritária para garantir o futuro da região, dado o processo de crescente envelhecimento da população. Mas, o parlamentar sublinha, igualmente, a relevância em atrair médicos para o Baixo Alentejo. É que, conforme explica, «é difícil cativar quadros a se fixarem no distrito se as pessoas souberem que não existem profissionais de Saúde em número suficiente para os tratarem em caso de necessidade». O défice da região é, neste domínio, grande. Mas, o deputado revela que o Hospital distrital de Beja tem vindo a realizar algumas iniciativas no sentido de promover essa captação de médicos, com resultados, até ao momento, bastante positivos. Também os centros de saúde da região devem adoptar medidas com idêntico objectivo, propõe Luís Miranda, observando que «a insuficiência de quadros superiores no sector da Medicina é um constrangimento sentido com grande aquidade na região».

O deputado afirma, ainda, a melhoria das acessibilidades como outra das exigências do Baixo Alentejo. Na Assembleia da República, reaberta após as últimas eleições legislativas, promete dar voz aos alentejanos do distrito de Beja e contribuir para a resolução de todo este conjunto de problemas.

J.A.

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