POLITÉCNICO DE VISEU
Barros acredita em
Lourtie
O presidente do Instituto Politécnico de Viseu, João Pedro de Barros, acredita que só o secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Lourtie, poderá resolver os problemas de educação de modo a criar uma homeostase em termos do ensino em Portugal, de forma a articular os diferente ciclos de ensino e conseguir que os formados pelo Superior estejam adaptados a esses mesmos ciclos e aos novos grupos de docência que terão de ser criados ao nível do Básico e do Secundário.
João Pedro de Barros expressou isso mesmo ao Ensino Magazine no final da sessão de abertura do IX Encontro Nacional de Professores de Ciências da Natureza do Ensino Básico que se iniciou no dia 18 em Viseu, e que juntou mais de 500 professores de todo o País. Já antes, no seu discurso, afirmara que “é necessário caminhar no sentido da Declaração de Bolonha, dado que há apenas um período de oito anos para compatibilizar o sistema educativo português como os sistemas educativos europeus, mas até agora os passos dados nesse sentido têm sido pouco significativos”.
É nessa lógica que aquele responsável entende que este tipo de encontros são importantes porque “permitem consciencializar os professores para a necessidade que há de melhorar a sua intervenção no acto educativo para permitir que depois se possa alterar o sistema, desde a área curricular a outras. Só assim se conseguirá um sistema educativo que não existe actualmente, pelo menos numa visão homeostásica que resulta de um equilíbrio dinâmico entre todos os componentes”.
Ao falar neste equilíbrio dinâmico, João Pedro de Barros pretende dizer que o Ensino Básico, o Secundário e o Superior têm de funcionar de forma equilibrada, o que não acontece em Portugal, pelo que sente alguma relutância em aceitar o actual sistema educativo. “No nosso país consegue-se recauchutar o pré-escolar deixando o Básico de fora. Tenta-se alterar o Secundário sem alterar o Básico, de tal modo que ainda hoje não se sabe o que é o Ensino Básico em Portugal. Porque esse é um ciclo de nove anos que deveria estar a cargo dos professores formados nas escolas superiores de educação, mas não é isso que acontece”.
De facto, embora a Lei de Bases do Sistema Educativo contemple que os professores formados pelas escolas superiores de educação possam leccionar até ao 3º Ciclo, a Lei ainda não foi regulamentada e assiste-se hoje a uma migração para o 1º Ciclo dos alunos formados para leccionarem ao 2º Ciclo, enquanto que o 3º Ciclo continua a cargo dos professores formados pelas universidades. “Não há esse equilíbrio dinâmico e enquanto isso não acontecer, não teremos forma de compatibilizar o nosso sistema educativo com aquilo que acontece na Europa. E isso é absolutamente fundamental”.
João Pedro de Barros afirma ter aproveitado a presença do secretário de Estado da Educação, João Praia, para referir a situação, ao mesmo tempo que procurou alertar os professores para a necessidade de fazerem formação que lhes permita responder “às alterações que têm de ocorrer, muito rapidamente, sob pena de ficarmos mais uma vez de fora. É que neste momento ninguém parece sensibilizado para o que quer que seja. Anda tudo um pouco à deriva. Depois não há alunos, não há dinheiro, e isso faz com que comece a haver uma certa descrença”.
Apesar de falar assim, João Pedro de Barros considera que é possível remar contra a maré e acredita no trabalho do actual secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Lourtie. “O professor Pedro Lourtie é uma pessoa muito preocupada com esta situação. Aliás, é das poucas pessoas em quem eu acredito a nível nacional para conseguir levar a bom termo estas alterações. Mas neste momento está com problemas porque tem a seu cargo uma série de situações complicadas logo no arranque do ano. Foi sobre ele que caiu a responsabilidade de dirimir o processo de financiamento do Superior”.
Mas o tempo será bom conselheiro e o presidente do Politécnico de Viseu acredita que Pedro Lourtie conseguirá resolver o problema, dado que “é o único homem que está hoje capacitado para levar por diante os normativos legais que foram decididos na Declaração de Bolonha”. Resta agora saber se a questão ficará resolvida a tempo, uma vez que oito anos poderão não ser suficientes para alterar uma estrutura pesada como é a da educação em
Portugal.

NA EST DE VISEU
Ambiente com ciclo de
conferências
O Departamento de Ambiente da Escola Superior de Tecnologia (EST) do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) vai promover o Ciclo Anual de Conferências sobre questões relacionadas com o Ambiente.
Tendo como palco o auditório da EST, foram agendadas cinco acções para o 1º semestre de 2001/2002. A primeira decorreu a 17 de Outubro, subordinada ao tema “Monitorização Ambiental de Lixeiras Seladas: Produção de Biogás e Lixiviado” e contou com intervenções de Pedro Agostinho e Paulo Pinho, do Departamento de Ambiente da Escola Superior de Tecnologia.
No dia 31, Carlos Pedro Ferreira, director operacional da empresa SONDAR, Amostragens e Tecnologias do Ar,
Lda., vai falar de “Engenharia do Ambiente”, enquanto que a 14, de Novembro decorre uma nova sobre “Política de Ambiente nas Autarquias”, sendo interveniente o Luís Simões, vereador do pelouro do Ambiente da Câmara Municipal de Viseu.
A 12 de Dezembro, Vítor Madeira, do Departamento de Bioquímica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, fará em Viseu uma exposição sobre “Energia Vital, Evolução Sustentada e Fotossíntese”.
“Radioactividade Natural” foi o assunto escolhido para a conferência do dia 9 de Janeiro, em que será orador Luís Neves, do Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
O início das referidas acções está marcado para as 16 e 30 horas, sendo a entrada livre. Aos participantes são conferidos certificados de presença. Os interessados devem contactar a EST de Viseu pelo número 232480500.

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