Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº44    Outubro 2001

Politécnico

EXTREMADURA COLABORA COM CASTELO BRANCO

Pós-graduação em saúde na calha?

O decano da Universidad da Extremadura, Domingo Macias Rodriguez, que exerce funções de docência ao nível da Faculdade de Medicina daquela instituição, considera que é possível fomentar um forte intercâmbio entre a Escola Superior de Saúde do Politécnico de Castelo Branco e a Faculdade de Medicina da Extremadura. Uma afirmação que fez ao Ensino Magazine após a cerimónia de abertura do ano lectivo da Superior de Saúde de Castelo Branco, que decorreu a 8 de Outubro, no pólo II da escola, na Rua de S. Sebastião.

“Queremos estabelecer um protocolo entre as duas instituições. Em princípio, e como responsável pela docência da Faculdade de Medicina, o que mais me interessa é o intercâmbio de alunos, o qual poderá passar por estadias de seis meses ou de um ano, a fim de abrir perspectivas aos estudantes”. Ainda assim, espera poder ir mais longe, nomeadamente ao nível “da investigação dos docentes e até de cursos conjuntos, celebrem-se em Castelo Branco ou em Badajoz”.

Alguns desses cursos poderão mesmo ser de pós-graduação. “Já ouvi que há professores que querem entrar em cursos de doutoramento na Universidade de Extremadura. Isso pode acontecer através de um acordo e penso que a Universidade não vai colocar qualquer entrave a que isso aconteça”.
E se o intercâmbio será positivo para a Escola Superior de Saúde, também será bom para a Universidade. É que, na opinião daquele docente, “no que diz respeito ao ensino, Portugal vai à frente de Espanha. Está mais na linha da Comunidade Europeia no que diz respeito às práticas. Por exemplo, no Curso de Enfermagem, os alunos em Portugal chegam às quatro mil e 600 horas de prática, quando nós não conseguimos ainda ultrapassar as três mil”.

Uma questão que se verifica também na Medicina. “Portugal consegue que os alunos estejam em unidades de saúde cerca de 18 meses, mas em Espanha ainda estamos à procura desse objectivo, o que esperamos conseguir após o acordo dos decanos de todas as faculdades”. No entanto, já na saída profissional, os médicos em Espanha também são sujeitos a um exame MIR que os capacita para entrarem no Hospital a fim de fazerem a especialização. Ainda assim, está “convencido que, em Portugal, o aluno sai melhor formado do que em Espanha”.

BADAJOZ. A Faculdade de Medicina da Universidade da Extremadura foi criada em 1983 e fica situada no campus de Badajoz e dedicou-se exclusivamente à Licenciatura de Medicina. Em 1997, porém, avançou o curso de Fisioterapia e em 98 abriu oficialmente o curso de Enfermagem, cujos primeiros formados acabam de sair para o mercado de trabalho.

“Trata-se um centro multidisciplinar, com três cursos, cujos docentes estão muito ligados, até porque os professores de Medicina também leccionam nos outros cursos, nomeadamente no de Fisioterapia. Já os professores de Enfermagem são outros, mas estamos todos no mesmo edifício e fazemos todos parte do mesmo grupo docente”, refere Macias Rodriguez.

Já em relação a alunos, o Curso de Medicina é o mais populoso, dado que entram anualmente 105 alunos, pelo que existem cerca de 800 alunos neste momento, dado que o curso tem seis anos. No de Fisioterapia entram 65 alunos para o primeiro ano e dos primeiros que saíram, “há alguns que estão a trabalhar em Portugal”.

Quanto à Enfermagem, entram 40 alunos todos os anos “e muitos deles vieram para Portugal, assim como acontece com os licenciados em Medicina, o que penso ser resultado de existirem poucas faculdades de medicina e poucos cursos de enfermagem em Portugal. Uma situação que penso que será invertida, mas que também não é grave, porque estamos na Europa e assistiremos seguramente a um maior intercâmbio de profissionais no futuro”.

Aliás, em Badajoz encontram-se muitos alunos portugueses a estudar. “Isso acontece desde 1983, quando cheguei à Universidade, o que me congratula. Temos inclusive um professor português que é vice-decano da Universidade.

 


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