Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº45    Novembro 2001

Dossier

FRANCISCO TOMATAS, PRESIDENTE DA ESTG PORTALEGRE

Tecnologia & Gestão

O presidente do Conselho Directivo da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre, Francisco Tomatas, considera positivo o número de alunos colocados na instituição a que preside. “Já sabíamos que havia cursos que iriam ficar com mais vagas. Em termos globais ficámos satisfeitos com as colocações. Na primeira fase tivemos cerca de 80 por cento das vagas ocupadas. Na segunda, quase foi preenchida a sua totalidade, excepção feita aos cursos de electromecânica, engenharia industrial e da qualidade e o de contabilidade. Neste momento o curso que nos deixa mais pensativos é o de electromecânica”. Facto que na opinião de Francisco Tomatas resulta do facto de “ser um curso que exige as disciplinas de física e matemática, e porque é um curso que também não está na moda, já que em termos profissionais há falta de pessoal qualificado nessa área”.

Francisco Tomatas recorda mesmo que na área das engenharias, em no caso específico da Electromecânica, há um contacto permanente de empresas do sector com a escola, no sentido de saberem quais os alunos que estão a concluir os cursos. “Apesar disso, todos os anos nos confrontamos com essa situação. Mas no futuro não está previsto alterarmos o nome do curso, nem proceder a reformulação do mesmo. Facto que acontecerá nos outros existentes”. Francisco Tomatas recorda ainda que a Escola Superior de Gestão está, isso sim, empenhada em abrir três novos cursos, a saber: engenharia Informática, Segurança Social e de Fiscalidade.

Já no que respeita à Contabilidade, Francisco Tomatas diz que estranhamente também não preencheu a totalidade das vagas. “Penso que isso verificou-se a nível nacional e também à falta de alunos para o ensino superior. Mas foi uma das surpresas que tivemos, já que os outros cursos de gestão foram totalmente preenchidos”. O sucesso da colocação de alunos na ESTG está, na opinião de Francisco Tomatas, ligado ao trabalho que a escola tem desenvolvido e à forma como contacta com os seus alunos e ex-alunos, e hoje as empresas já procuram diplomados pela nossa escola, porque reconhecem o trabalho que é feito e a preparação que eles têm”.

FUTURO. Além da formação inicial, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão está a equacionar a hipótese de desenvolver outro tipo de formação, como pós-graduadas sem título académico. “Isso está a ser equacionado sobretudo na área das ciências empresariais, onde queremos desenvolver acções para nossos antigos alunos. Uma formação que poderá arrancar já no próximo ano lectivo”. Outra aposta poderá a ser formação à distância. “Neste momento temos tido reuniões preparatórias com uma empresa que está interessada em trabalhar connosco nessa área. Essa é uma aposta que não será imediata, mas para a qual já estamos a trabalhar e que merecerá a nossa atenção, pois temos os meios técnicos e humanos para levar por diante esse projecto”.

E se na formação inicial a procura pelos cursos da Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre foi grande, no que se refere ao curso de mestrado que está a ser ministrado, pelo segundo ano consecutivo, na ESTG, o número de candidatos excedeu as vagas. “Isso revela que, cada vez mais, a licenciatura é um grau académico que começa a ter um peso insignificante”. Ainda assim, na opinião de Francisco Tomatas, o ideal é que os candidatos ao mestrado fossem pessoas com alguma experiência e não “alunos que tenham terminado a licenciatura. Este ano quase a totalidade dos alunos estão no mundo do trabalho”. Quanto a novos mestrados, aquele responsável revela que há outras áreas “que poderão ter esse curso de pós-graduação, como é o caso do Marketing e dos Design. Ainda não será para o próximo ano que essas apostas serão feitas, mas é um objectivo nosso, a médio prazo”
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PAULO CASTANHO, EX-ESTUDANTE DA ESTG

De aluno a professor

Chama-se Paulo Castanho, tem 39 anos, concluiu o bacharelato em Contabilidade e a Licenciatura em Gestão Estratégica, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre. Hoje é lá docente e é o exemplo de que o facto de ser trabalhador-estudante não invalida que se conclua o curso. “Quando entrei para a escola, como aluno, exercia funções de técnico oficial de contas. Na altura começou a falar-se que nessa profissão era necessária formação superior. Foi nesse sentido que entrei para o curso de Contabilidade”, começa por referir o agora professor de Contabilidade Geral III e Teoria da História da Contabilidade, ao 3º e 4º anos, respectivamente.

Quando entrou para cursar Contabilidade, Paulo Castanho nunca colocou a hipótese de poder vir a leccionar na Superior de Tecnologia e Gestão. “Nunca admiti essa hipótese, embora no final do bacharelato, já ministrasse formação, no Centro de Emprego”. Os cursos que acabou por concluir acabaram por corresponder às expectativas criadas. “De um modo geral fiquei satisfeito com a formação recebida. Aliás, houve muitas disciplinas que me deram muito prazer. Acima de tudo, é importante salientar que vim para a escola estudar com a missão de me valorizar, e isso foi conseguido”.

Com as suas novas funções como professor, vai para dois anos, Paulo Castanho afastou-se do gabinete de contabilidade. “Há dois anos surgiu esta oportunidade e acabei por aceitar o desafio. Penso que a escola é nova e precisa de criar uma certa mística à sua volta. E isso pode ser conseguido com gente que tire aqui os seus cursos e cá continue e também com pessoas da Região, que tenham amor à camisola. Essa foi uma das razões que me levou a aceitar este desafio, pois considero que também estou a contribuir para a construção de uma grande instituição”.

Ao contrário de muitos alunos, Paulo Castanho foi trabalhador estudante. Facto que na sua opinião trouxe vantagens e desvantagens. “Em termos de tempo, o facto de trabalhar foi-me prejudicial, mas por outro lado o facto de, na altura, estar a trabalhar nessa área, ajudou-me pois houve parte do percurso que já estava percorrido”. Hoje, enquanto professor, Paulo Castanho, considera que os “trabalhadores estudantes têm um grau de preocupação maior”. Mas adianta: “na outra juventude, que é mais descontraída, há gente com muito valor”.

 

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