JORGE MENDES, PRESIDENTE
DO POLITÉCNICO DA GUARDA
Recuperar o tempo
perdido

Jorge Mendes, 44 anos, natural de Gouveia, a terra que diz “ser a mais bonita do País”, é o novo presidente do Instituto Politécnico da Guarda. Professor Adjunto na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, licenciado em matemática e mestre em Administração Escolar, Jorge Mendes tem pela frente a tarefa de melhorar a imagem do Politécnico da Guarda junto da comunidade em que está inserido, e ao mesmo tempo, melhorar toda a estrutura daquela instituição, que como refere “tem sido conhecida pelos aspectos negativos e não pelos positivos, que são muitos”.
No Instituto Politécnico desde 1990, Jorge Mendes tem exercido diferentes cargos na instituição. Foi presidente da Assembleia de Representantes da Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), vice-presidente do Conselho Pedagógico da ESTG, Coordenador do Pólo de Seia afecto àquela escola, presidente da Assembleia Geral do Instituto e vice-presidente do Instituto Politécnico, durante dois anos e meio. Cargos que o ajudaram a perceber melhor a instituição a que preside e que o levaram a arregaçar as mangas para dar uma nova alma ao Instituto.
Vencedor das eleições à presidência do IPG, onde concorreram mais dois candidatos, Joaquim Brigas e Luísa Campos, Jorge Mendes é da opinião que o processo pre-eleitoral e eleitoral e um pouco complicado, mas que “do ponto de vista formal correu muito bem. O facto de terem aparecido três candidaturas foi muito bom para o instituto, pois apareceram três projectos diferentes, com três pessoas diferentes, com sensibilidades diferentes, o que possibilitou que houvesse um grande debate sobre os objectivos apresentados”. Jorge Mendes lembra também que houve aspectos que “que surgiram durante o mandato eleitoral. Um dos candidatos era director de uma escola, outro, que era eu, tinha sido vice-presidente do Instituto, pelo que se levantaram questões, que considero normais”.
Agora como novo presidente, Jorge Mendes lembra que “estas primeiras semanas já deram a entender qual será a minha forma de actuar. Há algumas divergências profundas, na forma de pensar, com algumas pessoas. Mas isso não é de todo mau, é normal que haja divergências. Ao longo dos últimos anos houve muitos mal entendidos e algumas crispações que se vieram criar um certo mau estar. Aquilo que eu estou a tentar fazer é dialogar com o maior número de pessoas, algumas que estiveram directa ou indirectamente ligados a esses movimentos. O próprio ministro da Educação, recordou que o Instituto Politécnico não é nenhum brinquedo, pelo que nós temos que lutar por ele. Mas atenção, todos temos as nossas divergências, vamos discuti-las nos sítios próprios. E nesse sentido penso que é possível reduzir essa conflitualidade”.
No entender de Jorge Mendes é preciso dar mais visibilidade ao Politécnico. “Recentemente foi assinado um protocolo com o Museu da Guarda, que vai permitir que cidadãos de todo o mundo possam visitar aquele espaço, através da Internet. Este protocolo é apenas um exemplo daquilo que o Instituto está a fazer, nas áreas de investigação e de cooperação”. É para passar a imagem do Politécnico para o exterior, que Jorge Mendes está já a criar “um gabinete de relações públicas e informação, que nunca existiu neste politécnico, que diga às pessoas e à comunicação social, aquilo que está a ser feito pelo Politécnico. Porque aquilo que tem acontecido é que apenas passam as tricas”.
PROJECTOS. Um mês depois de ter tomado posse Jorge Mendes, que também já apresentou trabalhos de investigação em áreas como a administração escolar, história da matemática e desenvolvimento regional, está já a implementar o projecto que assinou para o Politécnico da Guarda. “Vamos apostar no desenvolvimento do Instituto, sob vários vertentes. A primeira diz respeito às infra-estruturas. O IPG necessita urgentemente de ter estruturas novas, em Seia, para a Escola Superior de Turismo e Telecomunicações. No próximo dia 24 vai ser assinado o protocolo com a Câmara de Seia de cedência de terreno, para em Março arrancarmos com o concurso da obra”.
Outras obras que Jorge Mendes quer ver concluídas são a nova “sede da Associação de estudantes, o pavilhão multiusos e novos espaços para a futura escola Superior de Saúde”. A criação de novos cursos é outra das vertentes que Jorge Mendes apresentou no seu programa. “A criação da Escola Superior de Saúde é fundamental para a Guarda e para o Interior do País. Uma escola que resultará da integração da Escola Superior de Enfermagem no Instituto, e que terá outras valências, além da enfermagem, casos de Análises Clínicas e Saúde Pública, Fisioterapia e Pneumenologia”. No entender de Jorge Mendes, a nova escola Superior de Saúde vai ministrar áreas complementares e distintas da Escola de Saúde de Castelo Branco. “O entendimento tem sido muito bom. Aquilo que temos tentado fazer é negociar entre nós aquilo que vai funcionar em Castelo Branco e o que vai funcionar na Guarda, para que não haja duplicação de cursos. E se houver essa duplicação que seja feita porque o mercado assim o justifica”.
A construção da nova escola ainda está a ser debatida. “A actual escola de Enfermagem está situada perto do Hospital, pelo que se houver terrenos disponíveis seria melhor que a escola de Saúde ficasse nessa área, em vez de vir para junto das outras duas escolas”. E enquanto a Escola de Saúde aguarda pela integração da escola de enfermagem, em Seia, a Escola Superior de Telecomunicações e Turismo está já a funcionar. “Este ano já temos a funcionar o curso de Turismo, onde estão inscritos 58 alunos. Para 2001/2002 já foi proposto o curso de Turismo Ambiental e Rural e no plano 2001/2006 está prevista a abertura de três cursos novos na área do turismo e das telecomunicações”, explica Jorge Mendes, enquanto recorda que o investimento previsto para aquela escola é da ordem dos 600 mil contos.
CURSOS. Um dos objectivos anunciados pelo actual presidente do Instituto passava por abrir licenciaturas nocturnas. Uma aposta que se mantém de pé, e como esclarece depende também das escolas. “São as escolas que têm que propor a criação desses cursos. O meu trabalho está a ser de magistratura de influência dizendo-lhes que isso é importante. Este ano já se conseguiu que a Escola de Tecnologia e Gestão enviasse a proposta de um curso de contabilidade em licenciatura nocturna”.
Para Jorge Mendes é importante que dentro em breve todos os cursos do Instituto Politécnico da Guarda atribuam o grau de licenciatura. Para já, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão existem três que apenas dão o grau de bacharelato, que são de das engenharias Técnico-Comercial, topográfica e Secretariado. No caso do curso de Secretariado foi feita uma proposta de remodelação para que passasse a licenciatura de quatro anos, o mesmo aconteceu com o curso de Técnico-Comercial. Na Escola Superior de Educação, a situação é distinta, pois os cursos de formação de professores são licenciatura, enquanto que o curso de relações públicas tem licenciatura bi-etápica, o mesmo já não sucede com o de relações económicas. A Escola já propôs ao ministério a reformulação daqueles cursos para licenciaturas de quatro anos, o que vai de encontro ao que ficou estipulado na declaração de Bolonha”.
De referir que com o Plano de Desenvolvimento bem definido, o Politécnico Guarda pretende chegar, ao ano lectivo de 2006, aos cinco mil alunos, o que significaria um crescimento de 1500 alunos.

CASTELO BRANCO
EST na corrida dos
poupadinhos

A Escola Superior de Tecnologia vai participar na 17ª edição do Shel Eco-Marathon, com o carro Enhydra. Aquela prova, que se disputa de 7 a 10 de Junho, consiste em percorrer 6 voltas ao circuito Paul Armagnac, em Nogaro, França, com veículos de três ou quatro rodas, com um piloto com um mínimo de 45 Kg, na tentativa de consumir o mínimo combustível possível. No entender de dois dos elementos do projecto, Bruno Chaparro e Helena Serrano, para se obter uma boa classificação “é possível desligar o motor e aproveitar ao máximo a topologia do circuito. A prova têm que ser efectuada com uma média horária mínima de 25 Km/h, ou seja, as 6 voltas devem ser cumpridas em cerca de 48 minutos para percorrer a maior distância com apenas um litro de gasolina”.
O carro que a Escola Superior de Tecnologia vai levar a França já no ano passado participou na prova, onde percorreu 489 quilómetros, e foi desenvolvido pelo Centro de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra. Para a edição deste ano, a equipa é constituída ainda pelos docentes Jorge Antunes e Céu Beirão, pelos professores Norberto Pires e José Carlos Outeiro, pelo engenheiro mecânico Cláudio Moreira, da Universidade de Coimbra, pelo técnico João Paiva, pelos formadores Fernando Chorão e Paulo Dias e pelos alunos da EST, Ana Martins, Ricardo Leal e Ricardo Moniz. “Este ano o carro foi melhorado.
Pelo que esperamos obter um resultado melhor”, diz Bruno Chaparro.
O piloto para Nogaro também já foi escolhido. Trata-se de uma aluna da Escola Superior de Tecnologia , Ana Martins, que antes da partida para França irá treinar. “Vamos fazer alguns testes na avenida em frente da Escola”, lembra Bruno Chaparro, que esclarece ainda que “este será o último ano do carro. Depois vamos desenvolver outro”.
Para já, a equipa do Enhydra tem o apoio da Escola Superior de Tecnologia, mas Helena Serrano acredita que será possível mobilizar outras entidades da Região. Também ao nível da própria escola os responsáveis pelo projecto esperam poder vir a contar com a colaboração de elementos de outros cursos ministrados na Escola. E enquanto o Enhydra recebe os últimos retoques, a Escola Superior de Tecnologia vai levar o carro mais económico e ecológico da cidade até Lisboa, à Feira Internacional de Lisboa, para no Parque das Nações participar de Imagens da Ciência. Uma iniciativa que se realiza de 15 a 28 de Março. Já agora se quiser saber mais informações sobre o projecto, pode consultar o endereço electrónico do Enhydra:
www.est.ipcb.pt/enydra.

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