Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano III    Nº32    Outubro 2000

 

Dossier

SUPERIOR DE ENFERMAGEM

Integração será em Janeiro

A Escola Superior de Enfermagem Lopes Dias deverá ser integrada no Politécnico de Castelo Branco em Janeiro de 2001. Essa é pelo menos a esperança da directora daquele estabelecimento de ensino, Ana Maria Malva Vaz. De acordo com aquela responsável “o projecto de decreto Lei em fase de andamento. Prevê-se que no dia 1 de Janeiro a escola estará integrada. E como este ano o orçamento da escola já foi feito pelo Ministério da Educação, pelo que já não há dúvidas”.

Ainda assim, este ano entraram menos alunos do que acontecera no ano lectivo anterior, quando abriram 80 vagas para o primeiro ano. “Só entrou uma turma. Ainda não estamos integrados, não tivemos reforço financeiro para aumentar o número de alunos. Também era preciso que aumentassem as instalações e o número de professores, para que os professores pudessem ir para o exterior. Pois, para haver estágios precisamos de professores para acompanharem os alunos no local”.

Estes seriam problemas ao nível da formação inicial, uma vez que a escola aumentou de facto o seu número de alunos em mais do que uma turma. “Entraram alunos do curso de complemento e os bacharéis não saíram. Só do complemento são 35, ou seja, é uma turma. E a turma do primeiro ano tem 49 alunos. Entraram 40, três mudaram de curso e há os repetentes”.

Com todas estas alterações e apesar de manter o corpo docente, a escola tinha 124 alunos em 97/98 e hoje tem 290. O aumento obrigou a que as duas turmas que entraram no ano passado estejam este ano na Escola Superior Agrária. Obrigou também a um trabalho acrescido por parte dos professores que ficaram sem tempo para investir na sua formação. Mas o número de novos enfermeiros não cresce.

“O Ministério aposta nos complementos, quando o que precisa são alunos de formação inicial. Porque os dos complementos são alunos que aumentam na escola, mas não vão suprimir as carências de enfermeiros que existem. Eles já são enfermeiros”. Já os alunos que concluíram o 3º Ano acabaram por suprimir carências, porque como já podem exercer, fizeram-no apesar de ainda continuarem a estudar. 

O problema das instalações será resolvido posteriormente. “Já foi lançado o concurso internacional de ideias para a construção das novas instalações junto à Superior de Tecnologia. O problema era se a escola não estivesse em Piddac, mas este ano, junto com o orçamento já vem a Escola Superior de Saúde em Piddac. E estamos a pensar que fique concluída no ano lectivo de 2003/2004”.

Posteriormente, a escola poderá concretizar novas apostas, algumas delas já definidas, como é o caso de “cursos de especialização pós-licenciatura da saúde materna e obstétricia, pois qualquer dia as maternidades não têm enfermeiros obstetras. As pessoas que lá trabalham têm idades avançadas e se não formamos mais especialistas pode ser grave. Queríamos iniciar esses cursos em 2002/2003”. Para isso será necessário o apoio do Politécnico porque as instalações preocupam. Para o ano entrarão mais 80 alunos.

 

 

 

EST DE CASTELO BRANCO

Investigar é a meta

Criada formalmente em 97, ainda que a funcionar desde 1994, a Superior de Tecnologia de Castelo Branco será a escola do Politécnico com mais ligação à comunidade empresarial. Protocolos não faltam, assim como os estágios para os recém formados ou quase formados. Muitos deles seguem para estágio e ficam a trabalhar nas empresas ou instituições. A Dielmar, em Alcains e o Hospital Amato Lusitano, também em Castelo Branco são exemplos da colaboração.

No último ano lectivo saíram os primeiros licenciados em Engenharia Civil e Engenharia das Tecnologias de Informação. Este ano funciona pela primeira vez o quinto ano de Engenharia Electrotécnica, Engenharia Informática e Engenharia Industrial. Percursos duma escola nova onde o nível dos alunos está a melhorar.

“Há cursos com sete vezes o número de vagas, outros com duas vezes, mas em média são quatro vezes. Os alunos têm melhores notas, mesmo os últimos a entrar. Em 96/97 as médias de entrada eram de seis e sete valores. Este ano há médias de 11, pelo que os alunos entravam, mesmo que houvesse nota mínima”.

O director da escola, Francisco Lucas, destaca ainda o aumento do número de primeiras opções. Temos cursos em que 60 ou 70 por cento são primeiras opções. São alunos que não vêm à experiência. Têm intenção de ficar”. Também a pirâmide do número de alunos em cada ano de curso está a ficar mais equilibrada.

O corpo docente está a aumentar a qualificação. A escola acaba de aprovar a candidatura a 15 bolsas, cinco de doutoramento e 10 de mestrado. “Num corpo docente de 60 a 70 pessoas é muito, mas representa um forte investimento na qualificação. É o pontapé de saída para a qualificação, ultrapassada que está a fase da quantificação”.

O equipamento de laboratórios e a investigação são outras áreas em crescimento. Um dos quatro blocos da escola é exclusivamente para laboratórios. Existem depois quatro laboratórios de informática. “O bloco D também tem espaços laboratoriais que estamos a acabar de equipar. Mas com as receitas que temos recebido e com alguma ajuda do Ministério conseguimos”.

Os laboratórios assumem neste momento uma tripla vertente. São usados pelos alunos, pelos docentes em pós-graduação que ali recorrem para desenvolverem trabalhos de investigação. São ainda utilizados para a prestação de serviços à comunidade. “São espaços polivalentes porque é preciso rentabilizar um equipamento que custa muito a adquirir”.

A par da rentabilização de laboratórios havia o desenvolvimento de know how. “Aqui tive três prioridades. Ligar a escola a outras instituições para que cientificamente não estivesse isolada. Fizemos protocolos com todos os laboratórios nacionais, como o Ineti, o Inesc. Ligámo-nos depois a instituições de ensino, como o Técnico e a Universidade de Aveiro e contamos com a colaboração de docentes. Na terceira linha estabelecemos protocolos com associações empresariais e com empresas, para estágios de alunos. Esta era uma zona carenciada de técnicos e a saída dos nossos alunos tem interferido no tecido empresarial”
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