NA SUPERIOR DE ARTES
Música, moda e imagem

A Escola Superior de Artes, criada em Julho de 99, iniciou as actividades lectivas em Outubro seguinte. Actualmente tem cerca de cem alunos. Ainda sem instalações próprias, funciona neste momento na Escola Superior Agrária, onde são ministradas as aulas práticas de arte da imagem e design de moda e têxtil.
Na Agrária estão ainda a sala de informática, os ateliers de desenho, pintura e geometria descritiva, estúdio e laboratório de fotografia, sala de gravura e serigrafia, além do centro de audio-visuais, com equipamento igual ao dos centros regionais da RTP.
Os cursos de música, designadamente em piano, cordas, sopros, madeira e acordeão, bem como as aulas práticas de Artes da Imagem e Design Moda e Têxtil funcionam no recém inaugurado Cine-Teatro de Castelo Branco, a coqueluche da cidade em termos culturais.
É no Cine-Teatro que funcionam os serviços administrativos e onde está um pequeno auditório. Para já, este será por isso o centro nevrálgico da escola, até porque é ali que se encontram as salas de música onde os alunos poderão praticar após as aulas do horário, pelo que o horário da escola terá de ser alargado. E para já, o número de instrumentos não deverá aumentar por uma questão de espaço. Algo que poderá ser ultrapassado com a nova escola, que deverá estar concluída em 2003/2004.
Apesar da escola estar subdividida, o seu director, Fernando Raposo, está satisfeito com o que se conseguiu até agora. “Temos três bacharelatos aprovados com cinco ramos de licenciatura, o que de certo modo ultrapassou as expectativas em termos de crescimento. Isso implicou um esforço acrescido de todos e também da parte do presidente do Politécnico, para quem esta escola foi um desafio”.
Um desafio foi também a criação de um curso superior de acordeão, onde a escola é pioneira no país. A proposta partiu do Conservatório Regional e foi aceite. “Pretende-se satisfazer as necessidades dos alunos que optaram por esse instrumento no Secundário e não se compreendia que não pudessem aceder a uma formação superior”.
Além do acordeão, a escola teve a preocupação com os instrumentos de orquestra, além do piano, o qual é necessário porque os alunos ensaiam acompanhados pelo piano. E assim poderão ser acompanhados por colegas, em lugar da escola ter de contratar alguém para acompanhar os seus alunos ao piano. E a aposta resultou. “A opção de piano foi a que teve mais candidatos”.
Outra aposta da escola será a criação de um curso superior de teatro. “Esta escola é única no país com esta matriz de formação. Conjuga a área da música e das artes do espectáculo com a área da comunicação e artes visuais, o que permite potenciar os recursos existentes em cada uma delas. Permite ainda que alunos e profissionais possam partilhar o mesmo espaço e a troca de experiências artísticas. A escola terá ainda um papel importante ao nível da divulgação cultural da região”.
A divulgação cultural, garante Fernando Raposo, poderá inserir-se num prolongamento da Cultura Politécnica, e consistirá em espectáculos realizados pelos alunos da escola, mas também por alunos de outras escolas portuguesas. Espera assim que o trabalho de alunos das áreas da música e artes em conjunto contribua para a sensibilização dos públicos.
DIRECTOR GARANTE
Agrária vai ter
picadeiro

A Superior Agrária de Castelo Branco vai ter um picadeiro já no próximo ano lectivo. A obra, aprovada em Piddac, envolve um financiamento de 25 mil contos e ficará junto à vacaria. Segundo o director da escola, José Carlos Gonçalves, o picadeiro será utilizado para dar apoio a algumas disciplinas do curso de Engenharia - Ramo Animal e também para ligar a escola à comunidade.
“O picadeiro vai ser aberto ao exterior. Os potenciais interessados poderão fazer aqui os seus treinos e ter aqui os seus cavalos. Ainda vamos ver de que forma é que isso irá ser organizado. Mas a ideia é precisamente essa, numa perspectiva de abrir cada vez mais a escola ao exterior. Importa que cada vez mais pessoas saibam que a escola existe, o que faz e qual é o seu contributo para o desenvolvimento do meio”.
Um desenvolvimento que a escola marcou. Inicialmente atribuía o grau de bacharelato, mas desde há três anos a esta parte confere o grau de licenciatura aos seus alunos. “As licenciaturas bi-etápicas vieram dar resposta a uma procura que os alunos sentiam no mercado de trabalho, onde muitas vezes se dava preferência a licenciados. Também notámos que era necessário dar um acréscimo de formação para que os alunos saíssem com maiores capacidades sob o ponto de vista profissional e técnico”.
A prova da necessidade de licenciaturas chegou com os ex-alunos da escola. “Eram detentores do grau de bacharel e nestes três anos de funcionamento das licenciaturas, têm-se matriculado. As vagas que colocamos à disposição têm esgotado “. A melhorar a formação estão também muitos docentes. Actualmente a ESA tem oito doutorados, mas terá mais 11 durante o próximo ano, o que o director considera ser um racio interessante no global dos professores. Mas a ideia “é continuar com essa política para que as pessoas se realizem e contribuam para a melhoria geral da escola”.
Neste momento, a ESA tem cerca de mil e 400 alunos. Número que poderá subir até mil e 700, com a abertura de um novo curso na área biológica. “A proposta está estruturada em termos de currículo e propostas ao nível do científico. Pretende completar e abranger uma área de intervenção na engenharia biológica alimentar”. A proposta de licenciatura será apresentada este ano ao Ministério e José Carlos Gonçalves garante que a escola tem todas as condições para que a licenciatura avance em
2001/2002.
Mas se aumentam os alunos, deverão aumentar as infraestruturas. Alguns espaços serão recuperados para salas de aula. O mais ambicioso prevê porém a construção de um anfiteatro, junto ao parque de máquinas, com capacidade para 240 lugares, uma vez que há cadeiras comuns aos primeiros anos dos cursos e uma sala com estas condições evita o sobrecarregar de horários a alguns professores. São estruturas diferentes numa escola onde há espaços mais pequenos a serem utilizados por outras escolas, casos das escolas de Artes e de Enfermagem, as quais têm turmas mais pequenas e menos alunos.
A ESA, por seu lado, tendo sido a primeira do País e considerada por muitos como a melhor escola agrária, continua a investir em equipamentos. “Os laboratórios estão equipados, mas temos a preocupação de actualização e substituição, dadas as melhorias tecnológicas. Estamos ligados a novas áreas, como as do sistema de informação geográfica. A escola vai passar a ter um laboratório de CAT e de SIG, ao nível dos existentes no Porto e em Lisboa”.
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