Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano III    Nº28    Junho 2000

 

Politécnico

POLITÉCNICO DE PORTALEGRE

Nuno Oliveira, um ano depois

Depois de representar aquela instituição como vice-presidente, Nuno Oliveira tomou posse como presidente do Instituto Politécnico de Portalegre há um ano e três meses. O balanço, diz que é positivo e que nestes 15 meses muitas coisas mudaram. “Ao nível do pessoal docente, definimos os quadros das escolas integradas e em regime de autonomia. Também ao nível do pessoal não docente, conseguimos uma melhoria da qualificação desses funcionários, através de acções de formação, e de concursos que foram abertos que permitiram progressões na carreira”.

Nuno Oliveira adianta que “o número de pessoal não docente, em relação ao ano anterior cresceu cerca de 30 por cento. Neste momento estão a ser feitos concursos para a área técnica, para que o Instituto possa ficar dotado de um gabinete técnico que complemente a actividade que está a ser desenvolvida por dois técnicos superiores, um economista e outro engenheiro civil, e também pelo gabinete de relações públicas”. De acordo com aquele responsável, os concursos “vão tentar responder a necessidades que existem na área da engenharia da construção civil, arquitectura, design e jornalismo. Após a abertura de todos os concursos, o Politécnico ficará com uma distribuição de pessoal não docente, que o grupo de trabalho definiu como sendo ideal. Ou seja, uma afectação de 50 por cento de pessoal técnico ao quadro de pessoal não docente, para 30 por cento de pessoal administrativo e 20 por cento de pessoal operário e auxiliar. Ou seja fizemos uma inversão àquilo que sucedia”.

INSTALAÇÕES. A melhoria das instalações do Instituto Politécnico, da Escola Superior de Educação de Portalegre e da Escola Superior Agrária de Elvas são outras das apostas de Nuno Oliveira. “Ao nível dos Serviços Centrais, temos que ter alguma imaginação, uma vez que dinheiro não há. Pelo menos que esteja inscrito em Piddac. Estou esperançado que, através do 3º Quadro Comunitário de Apoio, no âmbito do Prodep, possamos candidatar aquelas instalações e adaptá-las. Trata-se de um edifício com uma grande capacidade e dignidade, que tem que ser recuperado internamente, para que se possam resolver alguns problemas que ainda subsistem. E também para rentabilizar o espaço, pois se isso for feito, vamos procurar criar uma outra alternativa, para que os alunos da ESE, que aqui ocupam cinco salas, possam ter aulas em instalações próprias da ESE”.

O presidente do Politécnico de Portalegre sublinha que “está já a ser desencadeado um processo para que a Escola Superior de Educação possa vir a ser ampliada. Trata-se de um processo burocrático e complicado, mas eu gostaria que esse problema estivesse resolvido ontem”. A Escola Superior de Tecnologia, com 1200 alunos, é aquela que possui instalações mais modernas. “Para o ano ainda vamos manter o mesmo número de cursos, mas no outro vamos avançar com um curso de engenharia informática e provavelmente com um outro na área da Segurança Social”.

No que respeita à Escola Superior Agrária de Elvas, Nuno Oliveira está satisfeito. “As duas obras referentes aquela escola, que são a recuperação do Quartel do Trem, para a instalação da escola, e a construção da residência de estudantes, estão inscritas em Piddac. Dentro de algum tempo teremos a adjudicação das obras da residência, enquanto que a recuperação do Quartel do Trem, cujo investimento é da ordem dos 600 mil contos, para os próximos três anos. Uma verba que também deverá ser comparticipada no âmbito do 3º Quadro Comunitário de Apoio. Ou seja, vamos investir em Elvas perto de um milhão de contos”.

NOVIDADES. Outra das apostas de Nuno Oliveira é a Escola Superior de Serviços de Ponte Sôr, para o qual já está o director indigitado. “Há uma grande disponibilidade da Câmara, que nos irá ceder as instalações, pelo que a escola poderá vir a abrir em 2001/2002 ou 2002/2003. No entanto, convém referir que o projecto ainda não é de conhecimento superior. Para já estamos a preparar o projecto ao pormenor e estou a aguardar o momento certo para fazer essa candidatura”. A Escola Superior de Serviços de Ponte de Sôr, que terá um investimento inicial de 100 mil contos, irá arrancar com cursos de Solicitadoria Jurídica, Comunicação e Relações Públicas, e Tradução e Relações Internacionais.

Nuno Oliveira aguarda também a integração da escola superior de enfermagem no Politécnico, mas para já não avança com uma Escola Superior de Saúde. “Por aquilo que tenho visto noutros sítios, como Setúbal, onde foi criada uma escola desse género, a escola não está a funcionar. No entanto, considero que há necessidade de alargar a área da saúde para além da enfermagem. A nível do Hospital de Portalegre e de Elvas, era uma mais valia. Isto não limitando a colocação de técnicos e profissionais de saúde ao Distrito de Portalegre, que teria que ser vista numa perspectiva global. Mas se nos localizarmos apenas nas necessidades daqueles dois hospitais, sabemos quanta falta faria a escola”. Nuno Oliveira prossegue: “neste momento eu já me contentaria com a aplicação da resolução do Conselho de Ministros, que é a integração da escola superior de enfermagem. Enquanto isso não suceder, todos estamos a perder tempo, quando quer da parte da direcção da escola e dos próprios alunos, há um total interesse em que essa integração seja feita. A própria Queima das Fitas já envolveu a associação de estudantes da enfermagem”.

POLITÉCNICO. “O Ensino Superior Politécnico público está a perturbar alguns interesses que estão instalados. E isso é bom sinal, é sinal que estamos a ter uma intervenção muito activa, que está a ser feita ao nível das comunidades em que estamos inseridos. E essa é a nossa vocação. Ainda bem que se fale dos politécnicos, dos mestrados e dos doutoramentos e que se equacione a hipótese daqueles politécnicos que preencham os requisitos possam atribuir esses graus”, diz Nuno Oliveira.

A par dos politécnicos de Castelo Branco, Viseu, Leiria, Coimbra, Tomar, Viseu e Guarda, o de Portalegre também é sócio fundador da Associação de Politécnicos do Centro. Um organismo que Nuno Oliveira considera importante, e que “poderá desenvolver projectos comuns. Deste modo podemos juntar esforços para resolver problemas que nos sejam comuns, e até mesmo apresentar candidaturas conjuntas. De resto essa conjugação de esforços já vinha sendo feita pontualmente”.

ACÇÃO SOCIAL. Apesar de estar optimista quanto ao futuro e ao desenvolvimento da instituição que dirige, Nuno Oliveira está apreensivo no que respeita à acção social. “Neste momento existem graves problemas a nível do orçamento da acção social. O número de alunos aumentou significativamente, mais de 50 por cento, e o orçamento afecto aos serviços de acção social diminuiu. Logo quando pensamos na quantidade de bolsas de estudo e do número de refeições, verificamos que existe um buraco no orçamento”. O presidente do Politécnico de Portalegre não compreende o porquê das verbas afectas à acção social terem diminuído, quando o número de alunos aumentou. “Neste momento o Fundo de Apoio ao Estudante já foi sensibilizado para essa situação, já nos autorizou a antecipação de duodécimos, pelo que estou convencido que dentro de pouco tempo teremos boas notícias para solucionar esse problema”.

Ainda assim, Nuno Oliveira garante que “esse problema se coloca, porque o Politécnico de Portalegre está a cumprir as suas obrigações. Está a pagar as bolsas de estudo a tempo e horas, a servir refeições aos seus alunos, em quantidade e em qualidade, não só nos dias normais, mas também nos fins-de-semana e feriados. Porque os alunos, funcionários e docentes, quando dantes tinham as cantinas fechadas, hoje podem deslocar-se a restaurantes, com quem fizemos acordos, e tomarem aí as suas refeições, dentro das mesmas condições económicas que o fariam na escola”. Aquele responsável espera que “no futuro, este problema venha a ser resolvido superiormente, e que o IPP venha ser ressarcido mediante a atribuição de um reforço no seu orçamento, que tenho a certeza que irá acontecer”.

 

 

NA GUARDA E NA COVILHÃ

Mundial de Andebol

A 16ª edição do Campeonato Mundial Universitário de Andebol, que decorre de 28 de Dezembro de 2000 a 5 de Janeiro de 2001, nas cidades da Guarda e da Covilhã, vai ser organizado pela Universidade da Beira Interior e pelo Politécnico da Guarda.

As duas instituições de ensino superior querem “demonstrar que o potencial organizativo também existe no interior do País, preparando o campeonato mundial de uma modalidade em franca expansão e contribuindo para o desenvolvimento do andebol e para o fomento da prática desportiva, articulando-a com as vertentes sociais, culturais, educativas e económicas.

Este tipo de iniciativas realiza-se de dois em dois anos e conta com 16 países de três continentes diferentes, podendo-se comparar o seu nível competitivo ao de um campeonato de selecções A ou sub-23. Portugal também está aqui a um bom nível, aspirando mesmo a um lugar no pódio, no final da prova.

Já a realização do campeonato em Portugal enquadra-se na política de internacionalização da Federação Académica do Desporto Universitário (Fadu), que tem como objectivo fundamental a projecção da imagem de Portugal e das instituições de ensino superior. Algo que já foi conseguido com a realização do Campeonato Mundial Universitário de Corta-Mato, em 96, organizado pela Universidade do Algarve, e com o Campeonato do Mundo Universitário de Futebol de 5, organizado pela Universidade do Minho em 1998.

No que diz respeito ao programa, a cerimónia de abertura acontecerá na Guarda, a 28 de dezembro, e o encerramento na Covilhã, a 5 de Janeiro. Além dos jogos, que se realizam nas duas cidades, a organização estabeleceu ainda um programa cultural que incluirá visitas às aldeias históricas de Sortelha, Monsanto, Idanha-a-Velha, Almeida e Trancoso.
Outra das visitas será à Serra da Estrela, designadamente à Torre, Covão da Ametade e Manteigas. Os atletas assistem ainda a um espectáculo multimédia integrado nas comemorações dos 800 anos da Guarda e que marca a passagem de ano. No dia seguinte, almoçam no castelo de Belmonte e visitam a feira medieval
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FALTAM VERBAS

Acção social em risco

 

 

CASTELO BRANCO

Novos cursos no politécnico

 


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