Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XIV    Nº155   Janeiro 2011

Universidade

UBI E UNIVERSIDADE DE COLUMBIA

Docente faz mapa das religiões

Um trabalho inédito de várias universidades norte-americanas traçou as principais localizações das crenças religiosas na região de Nova Iorque. Uma investigação que contou com a participação de Donizete Rodrigues, docente do Departamento de Sociologia da UBI e investigador desta área, que está agora ligado à Universidade de Columbia.

A Universidade de Columbia, instituição académica localizada na cidade norte-americana, promoveu uma iniciativa cujo objectivo foi o de traçar um mapa onde se localizam as principais comunidades estrangeiras e as suas igrejas. No caso da comunidade brasileira, uma das principais, a academia nova-iorquina decidiu convidar um especialista estrangeiro. Donizete Rodrigues foi o investigador contactado pelo Departamento de Religião da Columbia University. Durante um ano a desenvolver trabalhos de campo naquela cidade americana, o docente da academia beirã vai agora apresentar parte dos resultados num livro de carácter científico, que está a desenvolver.

A equipa de investigadores onde Rodrigues também esteve presente conseguiu traçar “um mapa detalhado da localização das principais comunidades estrangeiras residentes naquela cidade, dos seus cultos e crenças religiosas, número de igrejas, praticantes, entre outros aspectos”. Trabalhos que servem de base a muitos outros estudos de diferentes áreas, mas que acima de tudo, “servem para uma maior compreensão do fenómeno migratório”. Um projecto que teve também como objectivo “identificar os locais onde residem as minorias étnicas e religiosas na área metropolitana de Nova Iorque. A ideia era construir um mapa religioso de todo esse território”.

O docente de Sociologia da UBI é também visitante convidado da instituição de ensino nova-iorquina. Sublinha que a ligação a esta instituição e mais recentemente também à Universidade de Harvard, aconteceram “devido à publicação de trabalhos científicos em títulos de referência”. Alguns dos trabalhos na área da sociologia das religiões “integraram obras inglesas com impacto no meio académico”. Daí que Donizete Rodrigues tenha sido contactado pelos americanos. Para o docente e investigador esta é uma prova de que a publicação é cada vez mais necessária. Mas, acrescenta Rodrigues, “não basta publicar, é necessário ter noção do que se está a publicar e onde”. Durante o período em que participou no projecto “Brazilian Immigrants and Pentecostalism in New York City”, foi convidado a participar numa edição de vários trabalhos científicos. É nesse momento “que se dá conta do impressionante grau de exigência neste tipo de meios, bem maior do que na comunidade académica europeia”, acrescenta.

Eduardo Alves

 

 

 

25 ANOS DA UNIVERSIDADE

UBI com nova imagem

Nos próximos meses a UBI terá uma nova imagem. Um trabalho que está a ser desenvolvido pelo Gabinete de Relações Públicas, conforme referiu Tiago Sequeira, pró-reitor para as Saídas Profissionais e Relações Públicas.

Em declarações ao jornal On Line da Universidade (Urbietorbi), Tiago Sequeira revela que “esse trabalho foi despoletado por dois factos. O primeiro foi um movimento generalizado de mudanças de identidades visuais das universidades portuguesas que a UBI não acompanhou. O segundo uma óptima receptividade que temos tido da adopção de um símbolo especifico para as comemorações dos 25 anos da instituição”.

Nesse sentido, diz Tiago Sequeira, “constituímos uma comissão com peritos das áreas da comunicação, do design e do marketing que foi favorável a que a UBI encetasse um processo de alteração da identidade visual. É aliás de notar que estudos científicos que envolveram a população estudantil da UBI mostram que esta não revela uma grande identificação com a identidade visual actual da UBI”.

Tiago Sequeira adianta que “até agora consultamos os dirigentes intermédios da UBI que nos enviaram ideias-chave que uma nova identidade visual deveria incorporar. Adicionalmente desencadeamos um concurso de ideias entre alunos de design para a nova identidade visual, ao qual concorreram 31 propostas, tendo o júri seleccionado já cinco, que foram divulgadas no passado dia 17 de Dezembro”.

São aquelas cinco propostas que serão “apresentadas à equipa reitoral, aos presidentes das faculdades e à comissão de peritos que as analisará e discutirá. Apresentaremos os resultados finais em Abril de 2011”.

Na mesma entrevista, concedida ao jornalista Eduardo Alves, Tiago Sequeira sublinhou os 25 anos da UBI e as comemorações que estão a decorrer. “Decidimos comemorar de forma marcante os 25 anos da UBI, desde 30 de Abril de 2010 a 30 de Abril de 2011. Decidimos também que todos os eventos durante este ano ostentariam o símbolo da efeméride. Houve e haverá no entanto eventos marcantes destas comemorações: os doutoramentos honoris causa do Engº António Guterres e do Dr. Francisco Pinto Balsemão são dois dos mais notáveis”.

Além disso, revela, “a reitoria promoveu ainda concertos de música clássica, tentando com isso complementar a agenda cultural da região. Tivemos em 30 de Abril de 2010, um concerto Missa Corpus, orientada por Luís Cipriano, um concerto do violoncelista Bruno Borralhinho no dia da Abertura Solene do Ano Lectivo. No próximo dia 30 de Abril teremos 2 concertos memoráveis, Missa Brevis em C, com a participação especial de filhos dos colaboradores da UBI que desejem participar e Missa in Angustiis de Joseph Haydn. Editaremos ainda uma Revista Comemorativa a encartar num jornal, com elementos sobre a história, o passado e os projectos futuros da Universidade. Mas não desvendarei ainda todo o programa das comemorações do 25º Aniversário. Todo este trabalho envolve ainda a procura de empresas e entidades que estejam disponíveis para ser mecenas da Universidade, de forma a aliviar o esforço financeiro próprio que é necessário para trazer à comunidade cada uma destas actividades”.

 

 

 

UNIVERSIDADE DO MINHO E INSTITUTO PIAGET ANGOLA

Formação para África

A Universidade do Minho (UMinho) e a Associação Instituto Piaget Angola (AIPA) assinaram este mês um protocolo de cooperação, na Reitoria da UMinho, em Braga. O acordo inclui o intercâmbio de docentes, de investigadores e de estudantes de graduação e pós-graduação, o desenvolvimento de projectos de investigação, a realização de programas de ensino graduado e pós-graduado e, ainda, outras acções de interesse comum, nomeadamente de extensão universitária. O acordo é válido por quatro anos, renovável tacitamente.

“A UMinho tem uma postura crescente de internacionalização, sendo, por exemplo, a universidade portuguesa com maior presença em Timor-Leste. É chegado o momento de uma estratégia de maior fôlego em Angola e com um parceiro reconhecido. Depositamos uma esperança muito positiva neste projecto”, declarou o Reitor da UMinho, António M. Cunha. A Fundação Carlos Lloyd Braga foi designada como coordenadora das actividades. A área da Engenharia vai estar em destaque, mas pondera-se abordar também outros domínios. Para o vice-presidente da AIPA e reitor da Universidade Jean Piaget de Angola, Pedro Domingos Peterson, o protocolo “responde aos desafios deste século” e “vai trazer mais-valias na melhoria das relações humanas, no envolvimento dos quadros, na consolidação do ensino e no desenvolvimento científico necessário ao crescimento e à reconstrução de Angola”.

 

 

 

INVESTIGAÇÃO

UTAD quer patente

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) acaba de apresentar um pedido de registo internacional de patente para uma invenção, conseguida por três dos seus investigadores, que permite determinar o vigor e o equilíbrio vegetativo de uma videira, através de uma fotografia.

Os investigadores, Ana Alexandra Ribeiro Coutinho de Oliveira, Paula Cristina Ribeiro Coutinho de Oliveira e João Paulo Fonseca da Costa Moura, ligados aos Departamentos de Agronomia e Engenharias da UTAD, desenvolveram com sucesso o Projecto “Metodologia não destrutiva e dispositivo para calcular o vigor e a expressão vegetativa das arbóreo-arbustivas e suas aplicações”, que pode vir a ter grande repercussão, em especial, na viticultura nacional e internacional. Este projecto foi realizado no âmbito de um conjunto de trabalhos que a equipa está a desenvolver com o objectivo de melhorar a qualidade e a produção vitícola, aplicando novas tecnologias nos processos e metodologias da vitivinicultura. Os resultados do Projecto podem, contudo, ser também aplicados a outras plantas com condução presa, como é caso da actinidia (a árvore do Kiwi).

 

 

 

EX-ALUNO DA UBI AVANÇA PARA

Filme a três dimensões

O antigo aluno da UBI, Telmo Martins, vai avançar com o primeiro filme gravado com tecnologia 3D. Uma produção da Lobby, empresa que conta com vários membros licenciados pela academia beirã, que se propõe agora a “fazer história” no cinema luso.

Telmo Martins, que conta já no currículo com a realização de várias curtas-metragens e a longa-metragem “Funeral à Chuva”, não tem sido contemplado com fundos que apoiem as suas realizações.

Mesmo sem apoios estatais, Telmo Martins tem avançado com alguns projectos cinematográficos, reconhecidos em solo nacional e no estrangeiro, como é o caso de “Rupofobia” e “Funeral à Chuva”. Nesse espírito pioneiro, o criador da Lobby Productions, empresa sedeada na Covilhã e que conta com diversos licenciados da UBI, está a delinear o primeiro filme português rodado com tecnologia 3D estereoscópica real. Martins começa por explicar que se trata “de facto do primeiro filme rodado com técnica de três dimensões”.

Já com o caderno de trabalhos delineado, Telmo Martins espera agora apoios financeiros para avançar mais rapidamente com a ideia. A grande novidade tecnológica, nesta produção nacional, passa por “ter um efeito tridimensional trabalhado logo na fase da captação de imagens”. Segundo o realizador “essa opção dá origem a um efeito 3D muito superior”. Para o responsável pela Lobby, esta tecnologia está agora a ganhar a sua verdadeira “forma”. Martins acredita que o efeito tridimensional representa, no caso do cinema, “uma evolução semelhante à implementação do som ou da cor”. O antigo aluno da UBI, apaixonado confesso pela 7ª arte, tem vindo a assistir “a todos os filmes que apresentam esta tecnologia” e acredita que está agora na sua fase maior.

Eduardo Alves

 

 

 

MEDICINA DA UBI

Aluna representa Portugal

Joana Brioso vai participar num dos mais conceituados encontros de estudantes que se realiza na Europa. A aluna do terceiro ano de Medicina da UBI participa, durante 11 dias no International Student Festival, que este ano tem lugar na Noruega.

A frequentar o terceiro ano do curso de medicina, na UBI, Joana Brioso é já uma veterana dos estágios de Verão e bolsas de estudo no estrangeiro. Desde Filadélfia, cidade onde esteve durante cinco semanas ao abrigo de uma bolsa Fulbright, passando pela Irlanda, país que visitou com uma bolsa da Gulbenkian e terminando na experiência do ano passado na Holanda, a jovem natural do Fundão parece já ter desenvolvido actividades em diversos locais.

Entre os dias 10 e 21 de Fevereiro, Joana Brioso vai estar em Trondheim, na Noruega, para fazer parte deste seminário onde são discutidas temáticas internacionais com a presença de diversas individualidades como o Dalai Lama ou Bill Clinton.

Conhecer novas realidades, criar redes de contactos e ganhar novas informações “são alguns dos objectivos” que Joana Brioso espera conquistar. A estudante da academia ubiana foi uma das 450 pessoas a serem seleccionadas de entre um painel de 4300, oriundas de 147 países.

 

 

 

U. COIMBRA E AGRÁRIA DE CASTELO BRANCO TESTAM PLANTAS

Sai um medronho!!!

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e da Escola Superior Agrária de Coimbra está a liderar um projecto de clonagem de medronheiros para os tornar “mais produtivos e mais resistentes”, uma investigação que contou ainda com a colaboração de especialistas do Instituto Nacional de Recursos Biológicos e da Escola Superior Agrária de Castelo Branco.

A investigação, que decorreu nos últimos cinco anos, já obteve, “através de um conjunto de metodologias de selecção e clonagem, genótipos de medronheiros mais produtivos e mais resistentes a condições ambientais adversas e com frutos de qualidade superior”.

Margarida Ribeiro, docente da Escola Agrária de Castelo Branco, foi quem participou neste projecto, ajudando na análise da variabilidade do medronheiro.

Jorge Canhoto, docente do departamento de Ciências da Vida da FCTUC, explica que “o objectivo é fornecer aos produtores plantas de qualidade para serem exploradas em termos agrícolas, industriais e mesmo medicinais”.

Apesar de muito abundante em várias regiões do país, “o medronheiro é uma espécie ainda muito pouco aproveitada e sobre a qual ainda não há muita informação recolhida”.

Nesta fase, as plantações de medronheiros seleccionados e propagados in vitro já estão estabelecidas em áreas florestais. Foram feitas, sobretudo, na região de Oleiros, Sertã e Pampilhosa da Serra. “Agora vamos acompanhar as plantas no terreno e continuar a recolher material, para poder estender ainda mais esta espécie, uma vez que não há muita informação sobre a formação da semente, do fruto, no fundo do seu processo de reprodução, uma vez que a maioria nasce espontaneamente”, refere o investigador, dando conta ao Ensino Magazine que “a ideia final é conseguir ter algumas espécies certificadas, oferecendo maiores garantias aos produtores da sua capacidade”.

Outro dos objectivos da investigação, segundo explica Jorge Canhoto, é explorar ao máximo as potencialidades de utilização do medronheiro. “Ao nível alimentar, devido ao alto teor de açúcar, os frutos podem ser utilizados para produção de compotas e geleias. Em termos farmacêuticos, os medronheiros apresentam propriedades anti-sépticas e diuréticas”, exemplifica Jorge Canhoto, avançando ainda que muitas vezes as suas folhas e ramagem é usada na indústria floral, nos arranjos. Mas refira-se ainda que é também do medronho que se faz a aguardente que, na Beira Baixa e no Algarve, é um dos produtos tradicionais da região do pinhal.

Com as plantações já estabelecidas em áreas florestais, os investigadores centram-se, agora, na optimização do processo de transferência dos medronheiros de laboratório para as condições naturais. “Neste processo de optimização está a ser utilizada a micorrização das plantas (associação nas plantas de um conjunto de fungos necessários para que elas cresçam mais e produzam melhor), para que a sua adaptação a condições de solo seja mais eficaz evitando, por exemplo, o uso de adubos químicos e de fitofármacos”, conclui.

 


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